Volto para casa depois da minha “terapia” com a Thalia. São 10:57 Estou tentando pensar na teoria de Jared ser filho de Percy mas não consigo estabelecer uma conexão. O elevador chega no meu andar. Eu saio e vou caminhando para minha porta. Quando vou botar a chave na fechadura, ela se abre e eu tombo com Luke. Ele me segura para eu não cair e fico me lembrando do braço de Percy em volta da minha cintura; como eu podia sentir os músculos dele contra as minhas costas. Annabeth...

Me censuro. Luke me larga e pega a alça na mala dele me dá um beijo e começa a se explicar:

-Emergência. Preciso sair mais cedo, desculpa. – assim ele sai até o elevador

Fico tentando achar um ponto positivo naquela situação mas, ao invés, acho um ponto negativo:

-Você ia deixar Jared sozinho!?

Ele olha pra mim meio que pedindo desculpas e entra no elevador. Mas me sobe uma RAIVA.

Eu entro á passos pesados em casa, esquecendo que Jared está dormindo. Tiro a roupa e tomo banho. Ainda estou suja do treino. Tomo meu banho com água gelada para tentar me desestressar. Tomara que Jared seja filho de Percy!

Dessa vez não me censuro, Luke é um irresponsável. Estou saindo do banho já com a toalha em volta do meu corpo quando Jared entra no banheiro.

-Eu não... – ele começa mas é interrompido pelo vômito que sai da boca dele e se espalha no chão do meu banheiro, criando um obstáculo entre eu e a porta.

Respiro fundo e Jared começa a chorar. Eu ajudo ele e desviar do vômito e coloco ele dentro do box. Ligo o chuveiro e tento pular o vômito. Vou até a cozinha e pego um pano de chão e desinfetante. Vou de volta ao meu quarto e limpo tudo.

Vou até o box e começo a falar com um Jared chorando muito.

–O que foi? Você está bem?

Ele balança a cabeça indicando um não eu e para no meio do movimento para vomitar de novo. Meu celular toca e saio correndo para atender. Espio o visor: Percy. Atendo:

–Percy, péssima hora. Estou sozinha em casa e Jared está vomitando no meio do banho que estou dando nele exatamente por que ele vomitou, entendeu? – falo tudo num fôlego só.

–Precisa de ajuda? – ele fala com um tom preocupado

–SIM!- eu quase berro. Ouço um choro começar e volto a Percy – Desculpa, preciso ir, você vem?

–Vou sim. Chego em dez minutos.

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Dez minutos depois, Percy ainda não tinha chegado. Jared tinha vomitado mais uma vez. Concordamos em ficar no banheiro para futuros casos.

Ele está sentado no chão, encostado na parede respirando em lufadas ainda por conta do choro. Ele olha pra mim e dá pena de ver. Ele tem olheiras, o cabelo está todo molhado e, por mais que tenha tomado banho há uns 5 minutos, já está suado.

Passo a mão no pescoço dele para checar a febre. Ele está muito quente. Mas não posso dar nenhum remédio para ele de estômago vazio, que eu tinha completa certeza que estava. Fico agachada passando a mão no cabelo dele quando ouço a campainha.

Peço para Jared continuar no banheiro e saio correndo. Abro a porta e dou um abraço de urso em Percy mas, o abraço é tão rápido, que ele não consegue nem passar o braço pela minha cintura.

Quando me distancio, vejo os remédios na mão do Percy. Ai sim, taco um beijo na bochecha dele pegando todos os remédios. Quando dou as costas a Percy, vejo Jared no meio do corredor:

–Percy... –ele começa antes de mais vômito sair da boca dele para meu chão de madeira.

Viro para Percy:

–Isso completa quatro vezes nos últimos 15 minutos.

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Percy me ajuda a limpar o vômito do corredor. Ele explica que um dos amigos teve uma virose bem parecida e ele precisou de ajuda da namorada que não aguentou sozinha e chamou o Percy. Percy, então, sabia de todos os medicamentos que precisavam ser tomados.

Antes de nós acabarmos. Vou até o banheiro para checar Jared. Ele está sentado perto da privada com cara de derrotado. Eu vou até ele

–Ainda está enjoado? – pergunto com uma leveza na voz inesperada até por mim mesmo por conta do estresse.

Ele olha para mim e levanta os ombros. Eu passo a mão nos cabelos dourados dele. Sei que ele herdou isso de mim porque o cabelo de Luke é cor de areia, não loiro.

Paro um momento e tento achar algum traço de Luke no delicado rosto de Jared. Os olhos verde-mar dele não eram meus e muito menos de alguém da minha família. O jeito de ser todo elétrico também não era meu. O.k. O jeito que eu ficava animada é igualzinho ao dele. Mas só fico animada de vez em quando. Ele é o tempo todo.

Talvez se eu analisar se ele é parecido com Percy...

Percy entra no banheiro e senta do lado de Jared e sorri pra ele. Eles começam uma conversa super animada. Percebo que Jared fica menos derrotado. A um certo ponto, passo a mão no pescoço dele para checar a febre. Ainda alta.

Quando nos certificamos que Jared não ia vomitar mais, dei banho nele e colocamos ele na minha cama. Percy me explicou dos remédios. Depois de darmos tudo para Jared, ele dormiu.

São 23:45 e, finalmente, acabamos tudo. Não posso deixar Percy voltar para casa essa hora. Então convido ele para passar a noite.

–Percy, é melhor dormir por aqui mesmo, a gente tem um quarto de visita.

Ele olha pra mim como se pensasse que aquilo era uma má ideia. Eu dei meu sorriso de “estou ciente disso” e volto para meu quarto em busca de um edredom. Pego um azul que sei que é sua cor preferida.

Volto aos pulinhos para a sala. Percy está no telefone e não me vê. Eu então, com o resto de energia que me resta, pulo nas costas dele. Com seus reflexos ele bota as mãos nas minhas coxas e se inclina para frente. Ele fica me olhando como se eu fosse uma maluca. Eu dou um beijo na bochecha dele e desço das costas dele mas, ele com uma manobra da época que namorávamos, conseguiu me colocar nos braços dele. Eu super perto dele e ele passando um braço pelas minhas costas. O outro braço segurava o telefone no ouvido dele. Ele então analisa meu rosto, os olhos dele parando nos meus lábios. Eu fico cheia de adrenalina achando que ele vai me beijar mas, quando eu fecho os olhos, ele atende o celular, levando o rosto dele para longe do meu mas ainda continua comigo enrolada no braço dele:

–Treinador? Oi. Desculpa ligar essa hora mas é uma emergência. – ele fica calado um tempo e presumo que o treinador esteja falando – sim. Mas não sou eu. – ele olha pra mim – uma amiga precisa de ajuda – ele fica em silencio por mais um tempo. Depois o treinador fala alguma coisa que Percy fica muito vermelho. Ele murmura mais uns hums e depois desliga.

Eu sorrio me libertando do braço dele passando o edredom em volta do pescoço dele fazendo ele se curvar:

–Muito obrigada, Percy. Você tem sido um melhor pai até que Luke

Ele analisa meu corpo dessa vez e me pega pela cintura:

–Lembra que eu disse a Luke que não conseguiria me segurar um dia desses? – ele fala a cada palavras mais perto do meu rosto

Eu só balanço a cabeça.

–Eu também falei – ele começa me colocando em cima da mesa – que você ia respeitar ele porque você amava ele?

Isso me deu um choque e me fez voltar para realidade. Eu olho nos olhos dele nadando na cor verde-água, mesma cor que os de Jared. Abaixo a cabeça e tiro as mãos do pescoço dele colocando no meu rosto tentando parar as lágrimas.

–Eu juro que eu amava ele – eu começo a falar com a voz embargada – mas ele tem sido tão ausente nos últimos três anos que eu acho que me acostumei a viver sem ele. Quando outra opção surgiu – eu falo gesticulando para Percy – muito mais atencioso, brincalhão, o marido perfeito, acho que eu me apoiei em você sem mesmo saber se você queria mesmo.

Eu não consigo segurar as lagrimas. Mesmo assim continuo:

–É impossível negar que não tenho mais sentimentos por você. Inclusive eles estão simplesmente saindo do meu controle. – eu falo me lançando para ele.

Ele me segura e me beija. Sim, ele devolve o beijo. Acho que talvez fosso porque eu que tomei a decisão.

O beijo parece com o paraíso. Nesse momento tenho certeza que fomos feitos um para o outro que Percy é o pai de Jared, que quero viver o resto da vida com ele. Percy. Meu Percy. Percy Jackson e Annabeth Chase para sempre!

Ele me aperta mais ainda e nossos beijos viram famintos. Eu boto minhas pernas em torno da cintura dele e ele me apoia na mesa. Consigo sentir os musculosos braços dele em volta de mim. Ele começa a me beijar no pescoço e eu boto minhas mãos no cabelo dele quis bagunçar desde a primeira vez que revi ele.

Ele volta para beijar a minha boca. No meio dos beijos ele sorri:

–Pode ser que não seja o mesmo para você mas eu nunca parei de te amar. – ele me beija – Eu te amo.

Então ele volta a me beijar.

Ficamos lá por um bom tempo. Depois que a sessão de beijos acaba, ele me carrega para o sofá. Eu me deito do lado dele com minha cabeça no ombro dele. Ele passa o braço atrás de mim e me beija na testa. Eu sorrio para ele.

–Obrigada – eu falo já bêbada de sono e do amor que irradiava no apartamento inteiro.- Eu te a...