Capítulo 24 - Por impulso.

No começo eu cedi, posso dizer que nem sequer sabia direito o que estava acontecendo, não tinha me tocado do quão errado isso tudo era, eu sabia que ainda o amava e que me preocupava com ele, por isso tinha ficado para cuidar dele, mas quando parei pra pensar, descobri que não deveria ter ido ao mercado com ele, ou até mesmo feito comida pra ele, ele é grandinho, sabe se virar sozinho, devia ter pedido uma pizza e ido embora, mas meus sentimentos falaram mais alto, meu instinto protetor mais ainda. Como eu sou idiota.

O empurrei com as mãos, abri os olhos e tentei me soltar enquanto ele me segurava, ele não cedeu, continuou o beijo e eu o belisquei, assim que o fiz, ele enfim me soltou.

– O que acha que está fazendo ? – perguntei e ele riu.

– Você pareceu ter gostado bastante.

– Isso não importa, quero que me respeite, já te disse isso. Nós NÃO vamos voltar. Nunca mais, vê se entende isso e vive a sua vida. Que saco. – fui andando até a sala, peguei minha bolsa e fui indo embora. – Boa noite!

– Eu levo você. – ele gritou da cozinha e eu dei risada.

– Não, obrigada. Eu sei chegar no colégio sozinha.

– Mas tá muito tarde, eu levo você.

– Tudo bem, pode me levar. Mas se tentar alguma coisa eu chuto suas bolas. – falei e ele riu. – Tô falando serio. Depois não diga que eu não avisei.

Descemos em silencio até a garagem e o caminho todo foi assim, silencioso, ninguém falava nada e era melhor assim. Ele me deixou na porta do colégio, eu agradeci pela carona e entrei. Sem falar mais nada, meus pensamentos estavam a mil por hora. Porque ele tinha me beijado ? Porque eu retribui ? Porque aquilo tudo estava acontecendo ? Porque eu não conseguia resistir a ele ? Eu sabia que tinha que ficar longe, mas não podia, muito menos conseguia. Eram tantos porquês, tantas incertezas, tanta coisa errada e tanta coisa.

Os jardins estavam abarrotados de pessoas, eram 20:00 e o sinal da noite não tinha batido ainda, estavam todos aproveitando para conversar, estudar, jogar, rir e essas coisas, a maioria das pessoas estava saindo do refeitório agora. Eu ainda tinha que falar com Drake, estava curiosa pra saber o que ele queria falar comigo.

Estava em duvida de onde ir, se deveria ir ao refeitório procurar por ele ou ao dormitório. Continuei andando pelos jardins, meio sem rumo, o refeitório não era muito longe do dormitório dele, então fui andando em direção aos dois. Avistei Luli e Taylor conversando em um banco nos jardins, fui em direção a elas que sorriam animadas.

– Meninas. – comentei e elas sorriam.

– Oi Han.. – Luli respondeu e Taylor continuou calada.

– Ér... vocês por acaso viram o Drake por ai ? – perguntei e Taylor bufou.

– Que coisa não é ? Por que é que você sempre tem que pegar o namorado de alguém, ou alguém pelo qual outra pessoa já esteja apaixonada ? Não pode simplesmente se apaixonar por um cara solteiro e totalmente desimpedido, como qualquer outra garota ? Você sempre tem que acabar com algum relacionamento ou alguma coisa do tipo, não é ? E o pior, é que quer todos pra você. Que tipo de feitiço maligno você faz pra todos caírem aos seus pés ? Você não é perfeita, nem chega perto disso, é tão pequena e frágil, e é tão enjoada que me dá ânsia de vomito. Acho que os garotos se apaixonam por você pela cabeça de baixo e não pela de cima, porque só o que eu vejo em você é peito e bunda, e nem parecem de verdade. – Taylor falou e Luli e eu abrimos a boca em um perfeito “O”.

– Garota, o que foi que eu te fiz ? Mas que inferno, nunca te fiz nada e você está sempre contra mim, sempre falando mal de mim ou arrumando um jeito de tentar me deixa pra baixo. Qual é o seu problema ?

– Meu problema ? Meu problema é você. Que está sempre atrapalhando a vida de todo mundo. Primeiro, você acabou com a vida do Cameron, porque se você não sabe, antes de ele se mudar pra cá e ficar louco por você, ele tinha uma historia com outra garota, a Anne. – quando ela falou isso, fiz cara de quem não estava entendendo nada, porque eu realmente não estava. – O que pela cara que você tá fazendo agora, você não fazia ideia. – Bom, continuando, depois teve o Connor, você acha que Ashley fez o que fez porque ela é uma má pessoa ? Não , não foi bem assim que aconteceu, ela era louca pelo Connor, e quando ela soube que depois de tudo o que ela já tinha feito por ele, ele se apaixonou por você, ela ficou louca de raiva, e se vingou, pelo menos alguém fez alguma coisa. E quanto ao Tyler, acho que foi o pior.

– Taylor! – Luli exclamou e a loira riu malignamente e continuou, eu só fiquei ouvindo, era forte o suficiente pra ouvir tudo o que ela tinha pra me falar e retrucar.

– Não Lu, deixa eu falar, agora eu quero falar, ela merece saber. – Luli abaixou a cabeça e Taylor logo continuou. – Você e a Luli sempre foram amigas quando você morava com a sua avó, e se você me disser que nunca percebeu nada, está mentindo, porque até eu que era mais nova tinha percebido, estava estampado na cara dela o quanto ela o amava, mesmo quando ele tinha apenas 10 anos, ela o amava, e você sabia disso, todas as férias que vocês foram passar lá até seus 14 anos, você ficava ao lado dela, não tinha como você não saber, ela sempre foi louca por ele e você estragou tudo isso, todas as chances de ela ficar com ele, porque você tinha que criar peito e bunda e ficar magra pra sempre e ficar se esfregando no meu irmão, se você quer saber, ele me disse que poderia gostar dela, só que nem sequer deu tempo de ele entende isso, porque VOCÊ, acabou com isso antes, assim como sempre faz. E bom, não podemos esquecer do Chris, ele estava bem onde estava, mas a mãe dele teve que inventar de mandar ele pra sua casa, ele já tinha esquecido de você, ele demorou, mas esqueceu de você, quando você foi embora ele ficou desolado e enquanto você se atracava com meu irmão, eu fiquei do lado dele, eu cuidei dele e eu o amei. E então, ele vai pra sua casa, ele está forte e bonito e determinado a nem sequer falar com você, e o que você faz ? O enfeitiça também, a merda que você faz eu não sei, mas funciona.

– Taylor, sinceramente, eu não fazia ideia sobre seu irmão e a Luli, ela nunca me contou nada. – olhei para a garota morena sentada ali e ela sorriu. – Me desculpe Luli, eu não fazia ideia, nós éramos apenas crianças e eu nem sequer sabia o que isso significava ainda. Me desculpe mesmo. – voltei meu olhar para a loira que me encarava friamente. – E quanto a você, me desculpe por te causar tanta inveja, se você quer mesmo saber o que eu faço, eu te conto, pra ter o corpo que eu tenho eu pratico dança, devia tentar, a Luli está se saindo muito bem nesse quesito, mas se a sua genética não permite que você seja gostosa, me desculpe novamente por dar ideias das quais você não possa cumprir, mesmo. E mais uma coisa, eles ficaram comigo porque quiseram, pergunte a cada um deles o que eles viram em mim e peça pra eles serem sinceros, depois venha me contar, que eu também estou muito curiosa pra saber, enquanto ao Chris, se quer saber, teve um tempo que eu cheguei a gostar dele, mas infelizmente, seu irmão era mais importante pra mim do que qualquer coisa, mas olha só que engraçado, mesmo ele não estando comigo, ele não quis você, e sabe porque ? Porque você é rude, petulante e ridícula, invejosa e burra, por não ter percebido que o problema aqui não sou eu, nunca fui, o problema é você. – Luli soltou uma risadinha e eu sai andando.

Tinha certeza que daqui algum tempo a vaca ruiva saberia dessa pequena briga, e do que a Taylor sabe e acha de mim e ela se juntaria ao clã do fandangos, deixando a Luli de lado, porque a garota é inocente.

– Han... – ouvi uma voz e me virei para olhar, era Bea, o mais estranho era ver ela de vestido.

– Nossa, uau em garota, que isso. – brinquei e ela riu. – Pra que essa produção toda ?

– Sai com o Liam essa tarde, conheci as irmãs dele e os pais dele também , eles são incríveis. Espero que tenham gostado de mim. – ela falou toda sorridente e eu sorri também, estava feliz por ela.

– Ah, tenho certeza que eles amaram você Bea, eles são mesmo uns amores, mas cuidado com a Alice, ela morde. – brinquei e ela riu.

– Ah, me lembrei do que eu ia falar com você. – nós duas rimos. – Drake está procurando você, faz um bom tempo, ele pediu pra mim, pro Josh, Matheus, Victor e todos os seus amigos, pra caso um de nós visse você avisasse a ele, ou pedisse pra você ir encontrá-lo, ele parecia preocupado, quer dizer, do jeito dele. – brincou e eu ri, era estranho ver Bea fazendo piadas, era bom vê-la tão feliz.

– Ah, tudo bem, sabe onde ele está ?

– Acho que no dormitório dele, não o vi depois do jantar, mas no refeitório ele não está mais. – ela respondeu e eu sorri agradecendo, quando comecei a andar ela me chamou. – Hanna...

– Oi. – me virei de volta para ela.

– O que tá rolando entre vocês ?

– Sinceramente ? – ela assentiu. – Nem eu sei. – respondi meio sem querer e ela riu, e eu sai correndo.

Quando cheguei nas escadas do prédio, comecei a me cansar, tinha chegado ali correndo e agora subia rápido, parei por uns segundo tentando recuperar o fôlego e continuei, precisava vê-lo, falar com ele, saber o porque de tanta preocupação. Cheguei ao dormitório dele e bati na porta. Ouvi passos e quando ele abriu a porta, nem sequer me deu tempo de respirar, ele me abraçou com força demais e me tirou o ar, o que eu realmente acho que não era necessário.

– Drake, o que você... ? – não consegui terminar a frase, o garoto me beijou e nem sequer me deixou falar.

Foi um beijo meio sufocante, como se ele tivesse medo de que eu fosse embora, tivesse assustado ou com medo de que eu fugisse dele ou o deixasse pra trás. Um beijo cheio de saudade, o estranho era que eu nem sequer tinha passado um dia longe dele. Quando o beijo parou e eu finalmente consegui respirar, fui em busca de uma garrafa de água, por sorte tinha uma na mesinha de estudos, eu a bebi quase toda e ofegante.

– Você quase me matou do coração. – ele falou e eu ri.

– Drake, eu não passei nem 4 horas fora. O que deu em você ?

– Achei que você ia dormir lá, que ia dormir com ele. Fiquei com medo de vocês voltarem, o jeito que ele olhava pra você, o jeito que você olhava pra ele, aquilo me assustou, mesmo.

– Drake, você é que está me assustando, o que foi ? O que você queria tanto me contar ?

– Achei que estava na hora de termos essa conversa. Quando ouvi você cantar a minha cabeça deu um giro, foi como se meu coração tivesse saltado e eu tivesse percebido que pela primeira vez eu achei uma pessoa que deveria saber, saber de tudo.

– Tudo ? Tudo o que ?

– Bom, vamos começar pelo começo né ? – ele falou e eu ri, ele riu em seguida e continuou. – Lembra quando eu te contei que eu tinha uma historia bem parecida com a sua, porque um amigo meu tinha ficado com a Cat e foi por isso que eu fiquei desse jeito ? – ele perguntou e eu fiz que sim. – Ninguém sabe quem foi, ninguém a não ser eu, ele e ela, e mais alguém ai. Bom, agora você vai saber. – quando ele falou isso, achei melhor me sentar, percebi que a historia seria longa, e muito esclarecedora, e com certeza interessante. – O nome dele era Felipe, ele estudava aqui na época, mas depois do acontecido, ele se mudou sei lá pra onde, e muitas coisas mudaram desde então, por mais que possa parecer estranho, absurdo ou mentira, eu, o Josh e o Matheus éramos melhores amigos antes de tudo acontecer, por isso que o Josh sabe mais do que aparenta, muitas coisas mudaram, muitas mesmo, eu amadureci muito e por mais que possa ser bizarro, eu tinha motivos pra fazer o que fazia com o Matheus, e sim, agora eu sei que não são bons motivos, mas era o suficiente pra mim. Ele e Felipe são primos, todas as vezes que eu via o Matheus eu via o Felipe nele, porque eles são muito parecidos.

– Então quer dizer que você só batia no Matheus porque queria ter batido no Felipe ?

– É claro, o garoto fingiu ser meu amigo por anos e ficou com a única garota que eu realmente gostei na vida, foi humilhante, e na época que tudo aconteceu, eu não pude bater no Felipe porque eu era bem menor que ele, ele acabaria comigo, eu era um covarde e imaturo demais pra fazer alguma coisa além de chorar, mas quando ele foi embora tudo mudou, depois que eu descontei minha raiva no Matheus pela primeira vez, Josh ainda não sabia direito o que tinha acontecido, todos colocaram a culpa em mim por Felipe ter ido embora, ninguém sabia o que tinha acontecido, além é claro, de mim e da Cat, ela não contou a ninguém, tenho certeza que era tão humilhante pra ela quanto pra mim, então ela ficou quieta, tenho certeza de que por ela, ninguém saberia de nada, por mim também, mas comecei a perder meus amigos, Josh era meu melhor amigo, de todos os três, ele era o que mais me entendia, nós sempre fomos parecidos em muita coisa, mas brigávamos muito, quando ele soube da minha briga com o Matheus, ele ficou louco, ele sempre teve essa coisa de defender os mais fracos e tudo mais, só que eu nunca tive coragem de bater no Josh, todas as vezes que eu começava a ir pra cima dele, eu não conseguia, lembrava de tudo o que ele já tinha feito por mim e ia embora, mas voltando, tudo aconteceu porque eu não contei a eles, porque fiquei com vergonha e não contei a eles, eu bati no Matheus, e Josh me perguntou o que tinha acontecido, eu não contei a ele, não disse nada e ele ficou furioso, achou que eu era um imbecil por ter batido no garoto, aparentemente sem motivo algum, ele foi o único que tinha acreditado em mim quando disse que Felipe foi embora porque quis, ele era o único que estava do meu lado e eu estraguei isso, porque não contei a ele sobre a Cat.

– Drake, ela é uma vagabunda, ela não podia ter feito isso com você, com vocês. Mas acho que você devia ter conversado com ele, sabe... o Felipe, devia ter deixado ele se explicar.

– Deixei, ele só disse que foi fraco, e ficou repetindo isso várias e várias vezes, depois arrumou as malas e foi embora. – abaixei a cabeça e pedi pra que ele continuasse. – Bom... onde eu parei ?

– Ah, hum... acho que na parte em que você o Josh pararam de se falar.

– Ah é... então, Josh foi embora, e ele e Matheus pararam de se falar porque todas as vezes que eu batia nele, Josh tentava interferir, e ele é orgulhoso demais pra aceitar ajuda, sempre brigava com Josh por isso, mas mesmo depois de eles pararem de se falar, Josh continuou o ajudando, todas as vezes, sempre. Ele nunca desistiu, mas ele é assim mesmo, sempre foi, nunca desiste de nada. – assenti, sabia que era verdade, mesmo o conhecendo a pouco tempo, eu sabia como ele era, já tinha percebido. – Felipe nunca mais apareceu, mas acho que os garotos foram procurar por ele, ligaram ou sei lá, mas falaram com ele, teve um dia que eles chegaram em mim, os dois e falaram que sabiam de tudo, isso no ano passado, demoraram pra saber, mas souberam, disseram que sabiam de tudo e que Felipe tinha contado a eles que Cat tinha me traído com ele, foi estranho ter de enfrentar tudo aquilo de novo, achei que já tinha acabado, e eles apareceram, eu já não ligava mais pra Cat a um bom tempo, mas isso não tinha mais a ver com ela, eu confesso que sinto falta deles todos os dias, da nossa amizade e de como nós éramos juntos. Mas todos arrumamos novos amigos e nos separamos, por mais que tudo o que eu fiz tenha sido errado, foi só porque eu estava magoado, meu orgulho foi ferido e minha masculinidade afetada. – ele riu. E eu fiquei sem entender. – É estranho falar isso, remoer isso, tentar de novo.

– Tentar de novo ?

– É, tentar gostar de alguém de novo, confiar em alguém de novo. Mas o mais estranho é em tão pouco tempo, precisar de alguém de novo, sentir falta e precisar, precisar ter você.

– Ah, Drake... – o abracei e ele me apertou.

– Tá legal, tá legal, preciso que me dê a sua opinião sobre tudo isso.

– Bom, como eu só sei o seu lado da historia, vou falar o que acho do que você me falou e não de tudo. Você devia pedir desculpas ao Matheus, por ter descontado nele, se ele não tinha nada a ver com isso. Pensa comigo... se os dois não contaram nada a ninguém até hoje, é porque respeitam a amizade que vocês tiveram e isso é importante, eles sentem sua falta tanto quanto você sente a deles, mesmo vocês não admitindo. Acho também, que sim, você deveria ter socado a cara desse Felipe e dado um pé na Cat o mais rápido possível, e sei que Josh só transava com ela porque sabia que isso não te afetaria em nada. Também acho, que ela bem possivelmente já deu em cima do Matheus, mas ele não cedeu, não só por causa do Bruno, como por sua causa, mesmo sabendo que você não a amava mais, porque ele sabe que seria errado. E mais uma coisa, você tem que resolver isso o mais rápido possível, só por você ter conseguido me contar tudo isso, já sei que você conseguiu superar, está na hora de resolver ao invés de esquecer, tá na hora de você falar com esse Felipe, pedir pra ele vir até aqui ou se encontrar com ele em algum lugar e ficarem vocês quatro cara a cara, resolver tudo isso e tentar ouvir o que ele tem a dizer, e é claro, depois de conversar civilizadamente, dar um soco bem no meio da cara dele, pra ele deixar de ser trouxa. – falei e ele riu.

– Hanna ...

– Oi...

– Obrigada. – ele falou e eu sorri em resposta.

– Ah, deixa de ser bobo, não precisa agradecer, eu e você somos amigos, é pra isso que servem os amigos. – pisquei e ele riu.

Deitamos os dois na cama e ficamos conversando sobre como seria o encontro dele com o Felipe e eu contei como foi minha noite com o Tyler, tudo o que aconteceu e ele até me ajudou a organizar meus pensamentos. Acabei dormindo ali envolvida nos braços dele, sentindo seus carinhos e sua respiração descompassada sobre a minha testa. Era estranho, mas eu me sentia segura, a salvo de qualquer mal, Drake me passava pureza, por mais contraditório que isso pudesse parecer.