Gotta Be Somebody escrita por MissLerman


Capítulo 7
Capítulo 7 Cry With You


Notas iniciais do capítulo

Heeey amores *-* olha eu aqui. Sim, atrasei de novo D; mas sabem, vida de futura universitária não é fácil. Alguém indo pra facul esse ano? poisé HUEHUEHUEHEUH mas bem aqui estou, e aí vai um capítulo para vocês :3



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Se caminhar durante o dia, com toda a luz e pureza que se pode imaginar, imagine, para um lobisomem, ter que andar durante a noite, controlando seu impulso de sair correndo atrás de todo ser vivo que existia naquela floresta. Pois bem, assim que o sol começou a desaparecer no horizonte, comecei a sentir dentro de mim esta força, que me puxava para dentro da floresta. Já não estava mais com fome, graças Annabeth, porém ainda não havíamos encontrado nosso rio. E eu me sentia cada vez pior com aquela força ou sei lá o que, atraindo meu lobo pra fora.

Eu até tentava disfarçar, mas Annabeth percebeu. Ela sentia que havia algo de errado. Meus olhos começavam a oscilar entre minha visão de lobo e minha visão normal. E aquilo era realmente uma droga porque me deixava desorientado. Estava fazendo o possível e impossível para me manter são. Mas como não me sentia firme, não estava em meu melhor estado para caminhar.

E então eu escutei algo. Era um uivo, mas não o escutei apenas como um uivo, era quase como se alguém estivesse me chamando. "Percy", pareceu soar. Me recusei a pensar nisso, e tentei até ignorar. Mas me chamava de novo e de novo, "Percy", e estava quase impossível de tirar aquilo de minha cabeça. Me virei e encarei o céu, como se esperasse encontrar algo lá. O uivo soou novamente. Fechei meus olhos e me concentrei no som; sim, eu sentia de onde aquilo vinha.

– Tudo bem, Percy? - Annabeth perguntou.

A encarei assustado. Ela vinha logo atrás de mim, e me olhava com curiosidade. Porém, senti em seus olhos acinzentados e tempestuosos que ela sabia porque eu estava daquele jeito. Afinal ela não era surda, e também escutara o uivo.

– Tem alguém me chamando. - digo.

Ela apenas assentiu. Sim, ela sabia.

– Você acha... Acha que pode ser o que me transformou? - pergunto.

Annabeth olhou em meus olhos, mas não disse nada. Ela parecia estar tentando me entender, naquele momento. Senti meu coração bater forte, Annie mexia diretamente comigo. Mas sentia que aquela garota loira era um completo mistério.

– Percy, o que acha de sentarmos? Preciso te contar algo. - ela disse, tensa.

Senti que estava assustada e indecisa. O coração de Annabeth acelerou levemente. Sim, ela estava nervosa. O que quer que estivesse acontecendo e ela estivesse prestes a me contar, eu tinha plena certeza de que não era qualquer coisa. Parecia ser algo importante.

Assenti, então. Cavei um buraco raso enquanto ela procurava madeira para fazermos fogo. E essa parte, também, era tarefa de Annabeth. Ela tentara me ensinar, mas eu não me entendia com aqueles pedaços de madeira. Os esfregava o máximo que podia, porém nunca tive um resultado positivo. Achava difícil demais. E, mais uma vez, minha guardiã é quem realizava tal tarefa. Se eu ficava envergonhado por isso? Obviamente. Mas tento sempre não pensar nisso, já que, sem ela, eu provavelmente não duraria dois dias em uma floresta como essa.

Annie nunca decepciona, e logo acende fogo para nós. Ela, surpreendentemente, se sentou ao meu lado. Sim, sentou-se junto a mim. Fiquei surpreso com seu gesto. Me perguntou se eu estava com fome, mas neguei, e era verdade, não estava com fome alguma. Para falar bem a verdade, até minha vontade de matar tudo e todos havia passado. Ainda sentia meu lobo querendo sair, porém não com tanta força.

Olhei para Annabeth de canto, ela encarava seus pés. Me perguntei o que teria acontecido em sua vida para que a tivesse deixado daquele jeito. Ela tinha um rosto maravilhoso, porém um olhar vazio.

– Annie? - chamei.

Annabeth apenas me encarou.

– O que ia me contar? - pergunto.

Ela deu um meio sorriso. Mas seu rosto logo se fechou novamente, como sempre fazia.

– Você conheceu seu pai, Percy? - ela disse.

– Sim, conheci.

– Por quanto tempo?

Olhei para Annie desconfiado. Onde ela queria chegar com aquilo? O que mais ela sabia?

– A maior parte de minha vida. Por quê?

– E, deixe-me adivinhar, ele sumiu misteriosamente? - Annabeth disse.

Senti uma ligeira pontada no peito. O que quer que ela estivesse prestes a dizer, eu tinha absoluta certeza de que estava relacionado ao meu lobo interior; mas de repente ela pergunta sobre meu pai, como assim?

– Annabeth, como sabe disso? - pergunto sem saber o que pensar.

Annie desviou os olhos de mim e encarou o chão novamente. Ela abriu a boca duas vezes, como se estivesse prestes a dizer algo, porém se conteve, nessas duas vezes. Era como se não estivesse pronta para falar, ou então não conseguisse falar.

– Você sabia, Percy, que você não é mordido ao acaso? Eles não escolhem qualquer um, simplesmente. - Annabeth disse, com uma voz fraca.

– O que quer dizer? Quer dizer que eu já estava escolhido antes? Mas por que só agora me morderam?

– Não escolhido, exatamente. É o seu sangue. Como se você tivesse algo dentro de você que o transformasse, assim que alguém o mordesse. Como quando seus pais são ruivos, isso te da uma chance maior de nascer ruivo do que as outras pessoas. Você nasce com isso, é de família.

O que Annabeth disse pareceu dançar em meu cérebro.

– Você quer dizer então... Que eu... Meus pais...

– Não seus pais, não ambos. Senão teriam te contado. Um deles, apenas.

Senti meu estômago e minha cabeça rodar. Se o que ela estava falando era verdade... Se isso era mesmo de família... E que apenas um dos meus pais possuía essa... coisa dentro de si, então eu sabia qual era a situação. Mas não entendia; ou melhor, não engolia. Não estava certo. Como ele... Senti meu coração acelerar e minhas mãos começaram a tremer.

O lobo então voltou. Meus olhos focalizaram e senti um tremor por meu corpo. Cobri a cabeça com as mãos, ela parecia estar prestes a explodir. Era muita coisa para que eu pudesse digerir. Primeiro, descubro que um monstro me mordeu e estou me transformando em um monstro também. Segundo, descubro que não foi por acaso que fui mordido. O que mais faltava? Annabeth me dizer que era um vampiro sanguessuga?

– Percy, calma! - escutei sua voz.

Mas, ao invés de me acalmar, fiquei ainda mais irado. Avistei Annabeth de pé perto de uma árvore e, quando dei por mim, estava em cima dela. Segurei seus braços e senti seu coração bater como nunca antes havia ouvido. Sim, ela estava com medo. Estava morrendo de medo de mim. E o que eu estava fazendo? A assustando ainda mais.

– Por que? - digo.

E, após isso, fiz a última coisa que pensaria em fazer naquele momento: chorei. Senti meu "lobo mal" se acalmar. E chorei. Senti as lágrimas escorrendo por meu rosto. Não, eu não aguentaria aquilo. Então apenas me desmanchei em lágrimas. Olhei para o céu como se procurasse uma resposta, mas não havia nada. Olhei novamente para Annabeth e vi que ela também estava com os olhos cheios de lágrimas. Me senti um monstro. Eu estava virando o monstro que tanto temia.

Soltei seus braços levemente.

– Me perdoe, Annabeth. Eu só não... Não aguentei isso tudo. É muita coisa... Minha cabeça vai explodir eu não....

Não terminei de falar, simplesmente chorei novamente.

E Annabeth fez algo ainda mais improvável, me abraçou. Senti quando ela passou os braços ao meu redor, e encostou a cabeça no meu ombro. Fiz o mesmo. Passei meus braços por sua cintura e me agarrei a ela. E, pela primeira vez desde que acordei naquela cabana, me senti seguro. Com ela.

– Eu também tenho isso... - escutei Annabeth dizer.

Pensei não ter escutado direito. Então me liberei de seus braços e a olhei nos olhos.

– Você quer dizer que...

– Sim, se você me morder, virarei uma de vocês. Isso vem do meu pai, mas ele... ele não sabia controlar. Nunca vi alguém controlar tão bem quanto você Percy.

– Está dizendo que seu pai era um lobisomem? - pergunto, pensando, depois que aquilo era uma pergunta óbvia.

Annabeth apenas assentiu.

E então as coisas começaram a fazer sentido. Ela era fria, havia perdido tudo e todos. No começo, pensei que ela odiava a mim, porém ela me disse que odiava o que eu estava me tornando. Toda a angústia, todo o remorso, era por isso. Me contara que um monstro havia acabado com tudo o que ela tinha. Porém, se fosse apenas isso... O monstro descontrolado, era seu pai. Por isso ela era do jeito que ela era. Droga, Percy!

Olhei em seus olhos e Annabeth notou que eu encaixara as peças. Ela então chorou, de verdade. Seus olhos acinzentados estavam agora cheios de lágrimas. Senti um peso em meu coração. Afinal, ela estava chorando, e o que eu podia fazer? Nada. Eu era como o monstro que acabara com sua vida. E ela temia a mim tanto quanto parecia temer seu pai. Mas talvez temesse mais ainda que eu me tornasse um monstro como ele.

Enxuguei seus olhos. Aquilo doeu, e senti que ela estava triste. Seu corpo irradiava tristeza. E então a abracei, assim como ela fez comigo. A apertei junto a mim, e senti suas lágrimas tocando a pele do meu pescoço. Era disse que ela precisava, apenas. No fundo, aquela garota durona, que caçava e sabia se virar com tudo, só precisava de um colo. Um colo que ela nunca teve. Sabia que meu colo não era perfeito, mas mesmo assim tentei.

– Vai ficar tudo bem. - digo.

Annabeth então se soltou de meu abraço e me olhou. Ela forçou um sorriso, mas ainda havia tristeza em seu coração. Sabia que Annie estava tentando ser forte, do mesmo jeito que sempre fora a vida toda. E eu a admirava por isso.

– Vai sim - ela respondeu limpando seus olhos - Então, o que acha de descansarmos um pouco?

Assenti. Mesmo não estando cansado, sabia que ela estava. Então nos sentamos perto da fogueira e Annabeth deitou. Queria colocá-la em meu colo novamente, mas sabia que aquela durona ali não aceitaria tão facilmente.

Annabeth estava deitava e parecia um anjo dormindo. Logo senti que ela estava dormindo profundamente. Ela era simplesmente a garota mais linda que eu já havia visto em toda minha vida. E não era apenas uma garota. Era a garota. Me sentia um completo idiota ao seu lado. Mas era um idiota bom.

E, a vendo ali deitada, precisei lutar com algo ainda mais forte do que meu lobo, o impulso de beijá-la.


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Notas finais do capítulo

Loe is in the air (8) HEUHEUEHU perdoem-me novamente pela demora, juro que não faço por mal gente. Beijos e NHAC, até o próximo :3



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