Gotta Be Somebody escrita por MissLerman


Capítulo 8
Capítulo 8 What You Gonna Do


Notas iniciais do capítulo

OLHEM QUEM VOLTOUU!!!!! JEHEUHEUHEUHEUH ok, já podem me jogar pedras u.u perdão pela demora gente, mas a verdade é que perdi um pouco o hábito de escrever e até esqueci que tenho duas histórias para terminar D; que vergonha da minha parte. Mas enfim, estava com saudades de escrever *-* espero que gostem, beijos



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Eu estava correndo. De repente, me vi novamente fugindo de alguma coisa. Parecia a mesma cena, a mesma floresta. Tudo igual. Mas, para minha infeliz surpresa, notei que não estava fugindo de alguma coisa, estava, na verdade, correndo atrás de algo, perseguindo, seja lá o que fosse. Meu eu lobo estava mais desperto do que nunca, corríamos juntos pela floresta. Minha visão estava melhor do que nunca, e meu faro era capaz de localizar qualquer ser vivo que estivesse por perto.

E eu corria.

Corria como se fosse vital alcançar o que quer que eu estivesse perseguindo. Mas então ouvi "Percy!", alguém parecia sussurrar para mim. Parei subitamente, pois era como se a voz estivesse me hipnotizando. Parei por alguns segundos e agucei minha audição o máximo que consegui, estava atento a todos os detalhes possíveis. Mas não ouvi mais nada. Estava um completo silêncio. E então você se pergunta, quando uma floresta fica completamente silenciosa? Bem, quando há algo de errado.

"Percy!" ouvi novamente. E sim, eu sabia de onde aquele chamado estava vindo. Me virei e corri na direção oposta. Seja quem fosse, e eu esperava que fosse aquele que um dia chamei de pai, eu estava disposto a encará-lo. Corri com todas as minhas forças, sentia o vento passando rapidamente por mim, minha camisa já não estava mais em perfeitas condições, depois de toda aquela velocidade. "Percy!" ouvi, desta vez em um tom mais audível.

Quando mais eu corria, mais tinha a impressão de que estava perdido. A floresta me parecia exatamente a mesma. Os galhos que estavam no chão quebravam sobre meus pés, e os que permaneciam nas árvores, eram arrancados com força conforme eu passava.

"Percy!" agora a voz parecia estar ao meu lado.

Parei bruscamente. Olhei a minha volta e tudo o que eu podia ver eram árvores e mais árvores exatamente iguais. Me senti perdido. "Percy!" aquela voz masculina tornou a chamar-me.

– O que você quer? - gritei.

Meu coração estava acelerado, eu podia sentir tudo a meu redor, meus olhos, minhas mãos, meus pés, meus ouvidos, meu nariz, pareciam estar todos sintonizados em seu máximo. Inspirei profundamente, senti um cheiro familiar. O leve aroma de ervas fez-me sentir nostálgico. Era algo muito próximo a mim, mas não conseguia identificar o que era até vê-lo.

Depois de tantos anos, o vi novamente. Estava ali, parado a sombra de um carvalho olhando para mim. Seus olhos verdes continuavam os mesmos. Estava apenas mais barbudo. Ele estava exatamente como eu me lembrava. Mas não me senti feliz por vê-lo. Pelo contrário, a raiva tomou conta de meu corpo. Continuei parado, mas minha vontade era de estripá-lo, não apenas por ter nos abandonado, mas por me lançar essa maldita coisa que está dentro de mim se desenvolvendo cada dia mais e se alimentando do meu corpo.

Encarei meu pai com desprezo, mas lele não pareceu se importar muito com isso.

– Por que... - comecei a questioná-lo, mas ele me interrompeu.

– Não confie na garota, Percy. Quando chegar a hora, você vai entender.

Fiquei surpresa, porque, obviamente, ele estava falando de Annabeth. Tentei questioná-lo novamente, afinal Annabeth estava me ajudando, como poderia eu não confiar nela? Mas, quando estava prestes a abrir minha boca, ele disse:

– Agora acorde.

Dizendo isso, assisti meu pai desaparecer na escuridão da floresta. Tudo então começou a ficar fora de foco, escuro, e embaçado. Foi então que me dei conta: estava sonhando. Abri os olhos de repente, e estava ali, no mesmo lugar onde lembrava estar noite passada. Olhei em volta, a fogueira havia sido apagada e Annabeth não estava por perto.

Levantei-me e bati parte das folhas que se alojaram e minha roupa. Por sorte, o sol parecia ter acabado de nascer, então meu eu lobo estava longe de retornar. Mas me perguntei se o que havia sonhado fora real, ou se não passou de algum delírio de uma mente conturbada. Era algo questionável porque Annabeth era, ironicamente, a pessoa em quem eu mais confiava atualmente. Ela era minha guardiã e me ajudou muito. Como eu não iria confiar em alguém assim?

Andei um pouco e escutei alguns passos atrás de mim. Me virei e vi Annabeth retornando com um cantil em mãos e com os cabelos molhados. Concentrei-me um pouco, sim, o riacho que eu escutara a horas atrás estava por perto, finalmente. Sorri para ela.

– Finalmente, pensei que não ia mais acordar. Lembre-se que temos que seguir viagem, não podemos descansar por muito tempo. - Annie me disse.

– Parece que encontrou meu riacho. - digo.

– Sim, mas não graças a você. Está com fome? - ela respondeu.

De uma forma estranha, eu adorava essa forma grosseira como ela me respondia as vezes. Ela era uma garota encantadora, e, ao mesmo tempo, era a mulher mais forte que eu já conheci.

– Não, na verdade - respondi - Podemos continuar andando, sem problemas.

Annabeth apenas sorriu. Colocou então seu belo cabelo loiro sobre seu ombro. Ela havia tomado seu tão desejado banho. "Uma pena você ter dormido demais, Percy", pensei. Mas afastei este pensamento, sabia que não seria bom pensar coisas do tipo em meu estado atual.

Me perguntei então se devia contar a ela sobre meu sonho. Sobre meu pai. E sobre seu aviso. Annabeth não ficaria ofendida, disso eu tinha certeza, mas não seria uma situação muito confortável. Pensei comigo que poderia ter sido alguma forma de meu inconsciente me avisar sobre algo, não necessariamente que eu estivesse correndo algum risco.

Voltamos, por fim, a caminhar. Annabeth pegou suas coisas e continuamos nosso caminho. Seu corpo erradiava alguma coisa estranha. Não era medo, nem vergonha, mas também não chegava a ser felicidade. Fiquei confuso. Ela parecia estar quieta, quieta um pouco demais, creio eu.

– Sonhei com meu pai esta noite. - disse-lhe, tentando fazer com que ela falasse alguma coisa.

Annie apenas disse:

– Vocês tem uma certa empatia, podem se comunicar mentalmente uns com os outros. Mas pra isso é preciso um certo grau de intimidade. Pode ser que seu pai esteja querendo saber como você está, mas pode ser que tenha sido apenas um sonho.

Senti-me chocado. Então podíamos mesmo nos comunicar mentalmente, que incrível! Mas ao mesmo tempo senti um certo medo percorrer meu corpo. Por que meu pai mentiria a respeito de Annabeth? Se é que ele realmente viera fazer uma visita em minha mente. Mas por que não veio até mim e me disse isso pessoalmente? Por que não me deu mais detalhes? Minha cabeça estava cheia de perguntas, e a maioria delas eu não sabia nem como foram parar lá.

O silêncio voltou a pairar entre nós. Vez ou outra eu olhava para ela, e ela estava encarando o horizonte, como se esperasse algo. Decidi não contar o que meu pai havia dito. Ia esperar, e, com um pouco de sorte, poderia reunir mais provas que me deixassem mais certo do que estava acontecendo.

Meu estômago roncou. Percy Jackson estava com fome novamente. Mas ouvi, bem ao fundo, várias vozes. Estranhei.

– Estamos perto de algum vilarejo? - pergunto.

– Mais ou menos. - respondeu Annabeth - Está ouvindo vozes novamente?

– Sim - respondi. E as vozes pareciam murmurinhos, estavam começando a me incomodar.

– Quer conhecer? Acho que temos tempo de sobra mesmo.

Por mais que aquele convite me parecesse estranho, assenti. Seria uma boa hora para encontrarmos algo para comer que não seja meio cru.


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