Gotta Be Somebody escrita por MissLerman


Capítulo 6
Capítulo 6 Life is Too Short


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo HUEHEUHEUHEUH poisé, judiando de leitores desde 2012 kkkk Mas ok, voltei. E aí vai mais um capítulo para vocês amores *-*



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Estávamos andando a apenas algumas horas, e eu sentia como se a décadas estivesse perdido. Ainda não havíamos chegado ao rio, que eu escutara mais cedo. Me sentia também impotente. Porque, entenda, quando se tem uma garota como Annabeth ao seu lado, até mesmo o melhor dos guerreiros se senti humilhado. Era ela quem caçaria, já que eu não podia manchar minhas mãos com sangue. Ficamos em dúvida a respeito dos animais, mas decidimos não arriscar. Não gostaria de perder minha única chance de me tornar um "lobisomem do bem".

Não conversávamos muito. Porque, na verdade, não havia muito para ser conversado. Andávamos juntos e, as vezes, eu a pegava me vigiando. Vez ou outra, eu me distraía com alguma árvore ou pedra, e acabava me afastando um pouco. Annabeth me dizia sempre para manter o meu foco, sem ele, eu provavelmente não viveria até chegarmos a nosso destino. Ela prometeu me ensinar a lutar, e estou aguardando para a primeira aula; me sinto um covarde, tendo que me esconder a sombra de uma garota que, provavelmente, tem a mesma idade que eu.

Lembrei de uma vez, quando meu pai tentou me ensinar a matar uma galinha. Nunca vomitei tanto em minha vida. E, além disso, tive que conviver com a humilhação, porque era algo normal, como caminhar, mas era algo que eu não conseguia fazer. Me sentia uma droga por não conseguir e por não fazer com que meu pai ficasse orgulhoso de mim.

Estávamos caminhando por uma floresta densa, Annabeth seguia na frente, aquilo me parecera um ato de confiança, já que geralmente eu seguia a frente. Estava tudo correndo bem, até que senti um cheiro. Como não havia comido nada desde cedo, meu estômago pareceu comemorar assim que farejei algo conheci. Um coelho, talvez. Era pequeno, e indefeso. Droga! E aquela sensação voltou, meu coração acelerou, e minha visão pareceu ficar ainda mais aguçada. Aquele cheiro inundara meu nariz, era a única coisa que conseguia farejar. Estava perto, talvez a alguns metros. E eu tinha uma única certeza, tinha que buscar aquilo, o que quer que fosse.

E fui. Saí correndo em disparada, apenas seguindo o cheiro. Eu corria como se aquilo dependesse de minha vida.

– Percy! - escutei Annabeth gritar.

E aquilo me fez parar. A voz de Annabeth me fez lembrar o que estava em jogo. Aquele cheiro... aquele cheiro estava me matando! Parei subitamente e me sentei no chão ao lado de um carvalho. Quase havia estragado tudo. Mas ainda estava me sentindo faminto.

Me sentei e respirei fundo. Esperei meu coração se acalmar, e minha visão voltar ao normal. Sim, eu havia agido por impulso. Um terrível impulso.

Senti uma pancada na cabeça, o que fez com que um rosnado saísse de meus lábios. Quase revidei, mas parei assim que me deparei com Annabeth segurando o pedaço de um galho acima de mim. E ela não parecia nenhum pouco feliz. Seus olhos acinzentados pareciam nuvens de tempestade, me lançavam um olhar raivoso que jamais vou esquecer.

–O que você pensa que estava fazendo? - ela perguntou.

Dei-lhe um olhar de misericórdia, mas não pareceu funcionar.

– Eu estava com fome. E aí senti cheiro de coelho, eu acho; só estava seguindo meus instintos. Ou meu estômago, no caso. - disse-lhe dando risada, porém sua expressão não se alterou.

– Está maluco? Não pode simplesmente ignorar tudo só porque está com fome! Percy, por que não me avisou? Eu caçava algo para você. - Annabeth me disse tirando uma faca de seu cinto - Podia ter esperado nós chegarmos ao rio. O qual estou começando a duvidar da existência, já que não encontramos nada ainda.

Arqueei a sobrancelha.

– Está duvidando dos meus sentidos? Eu sou o guia da nossa expedição. - digo, convencido.

– Certo então, já que você é nosso CÃO guia, para onde fica o tal rio? Tive que correr atrás de você e não lembro de onde viemos. - Annabeth fez questão de enfatizar o "cão", o que não me agradou muito, porém não reclamei.

Concentrei-me um pouco, mas aquele cheiro ainda estava em minhas narinas. "Droga" pensei "ainda estou morrendo de fome!". Tentei novamente, mas era como se meus sentidos estivessem conspirando contra mim, e a única coisa que eles queriam, naquele momento, era aquele maldito coelho!

– Não consigo! - eu disse um tanto desesperado - Maldito coelho, só consigo sentir seu cheiro!

Annabeth riu. Ela não pareceu surpresa, como se já soubesse o que ia acontecer. Apenas me ofereceu a mão, para que eu pudesse me levantar. Aceitei, mas apliquei uma força que eu desconhecia ter, e ela acabou quase caindo em cima de mim. Só não caiu porque se apoiou em meus ombros. Entretanto, isto não impediu que seu rosto permanecesse próximo ao meu.

E, pela primeira vez naqueles dias, escutei seu coração bater rápido. Muito rápido. Ela corou. Apenas me olhou uma vez, e se levantou. Não me disse nada. Eu então me levantei sozinho, pois sabia que poderia fazer aquilo. Olhei para ela e tudo que consegui sentir naquele momento foi uma confusão. Annabeth olhava para o chão e tentava arrumar seu cinto, mas aquela confusão parecia refletir para todo lado.

Não sabia o que falar, nem se devia perguntar se havia alguma coisa errada. Apenas lhe disse:

– Acho que alguém precisa de mais carne de Alce, porque está muito fraquinha.

Annabeth me olhou um tanto confusa. Arqueou suas sobrancelhas e me olhou com desafio.

– Vai mesmo querer me encarar, Percy Jackson? - ela perguntou.

– Se isso for depois de comermos alguma coisa, então vou sim. - respondo com um tom provocativo.

Annabeth deu risada, como se eu estivesse brincando. Me senti melhor, seu rosto estava agora iluminado. Fiquei feliz por tê-la deixado bem. Mas também fiquei preocupado, porque teria te encará-la.

– Vou caçar alguma coisa para comermos. E é bom você farejar aquele maldito rio logo, preciso tomar um banho. - Annabeth me disse, e dizendo, tomou seu arco e flecha, e caminhou um pouco.

Me forcei, inutilmente, a não imaginá-la tomando um banho. Isso fez apenas com que meus batimentos se acelerassem, e aquele cheiro de comida não ajudava em nada. Fechei os olhos e respirei fundo diversas vezes, aquilo pareceu me tranquilizar. Mas teria de conversar com Annabeth para nunca mais dizer algo como isso em minha presença nunca mais. Afinal, meu "amigo lobo" acordava fácil.

Não demorou até que eu escutasse um zunido, e avistasse Annabeth carregando um pobre esquilo pendurado em sua flecha. Sim, ela havia conseguido. Meus estômago, naquele momento, estava mais do que feliz. Agradeci mentalmente.

Sorri para ela e fiz uma pilha de madeira, para pudéssemos acender uma fogueira. Isso eu sabia fazer, porque sempre ajudava minha mãe na cozinha. Assim que Annabeth se sentou pra limpá-lo, acendi o fogo, mas vi uma poça de sangue se formar e as mãos de Annabeth ficarem completamente vermelhas. Aquilo embrulhou meu estômago de tal maneira que perdi completamente a fome. Eu era um lobisomem agora, esta fobia de sangue deveria ter passado, mas não passou. E eu apaguei. Senti minha visão escurecer e meu corpo pesar.

"Percy" alguma coisa sussurrava meu nome. Era uma voz bem a fundo.

"Percy" a voz aumentou sua intensidade.

– Percy - agora eu escutava nitidamente.

– Percy! - Annabeth gritou e eu acordei.

Abri os olhos assustado, e um tanto envergonhado. Annabeth estava próxima a mim, e suas mãos ainda estava cheias de sangue. A ânsia de vômito tomou conta de meu corpo.

– Você está bem? - ela perguntou.

– Suas... Suas mãos... - foi a única coisa que consegui pronunciar - O sangue...

Annie olhou para as próprias mãos e riu. Em seguida as limpou na barra de seu vestido.

– Você é o primeiro lobisomem que eu conheço que não gosta de sangue. - ela me disse rindo um pouco.

Me recupero e me sento. Sim, aquilo era completamente humilhante.

– Eu tenho isso desde pequeno - digo - Acho que não duraria muito tempo aqui sem alguém como você, Annie. - admito.

Annabeth corou imediatamente, mas continuou dando atenção a seu esquilo. Ela estava enterrando algo, provavelmente as tripas e a pele do pobre animal. Tudo que eu via era um pedação enorme de carne vermelha espetada em uma pequena vareta.

– Quando é necessário, Percy, você acaba aprendendo. - ela me respondeu, apenas - Agora só esperar, e logo você tem seu jantar.

Dei risada. Ela parecia bem mais a vontade ao meu lado agora, estava feliz por isso. Era bom ter alguém como Annie por perto. Apesar de ser um tanto durona e de não encarar certas coisas, ela tinha um bom coração. E eu podia ouvi-lo o tempo todo. O que, para minha surpresa, era algo muito prazeroso.

– E não pense que eu esqueci sobre aquele desfio. Você vai lutar comigo, e eu vou ganhar, certamente. Mas primeiro te ensinarei algumas coisas, para que minha vitória não seja tão fácil. - Annabeth me disse.

E claro, ela era um tanto convencida para meu gosto. Mas eu, no fundo, achava que aquilo era apenas uma parte de seu charme. Ela era melhor do que qualquer homem que eu já conhecera, e tinha plena ciência disso. Certamente, Annabeth poderia lutar contra qualquer um, e ganharia facilmente.

– Certo. Aceito suas aulas. E, se eu ganhar, vai ter que admitir que sou melhor do que você - respondo.

Annabeth arqueou uma de suas sobrancelhas, como ela sempre faz quando se sente desafiada.

– Certo. E se eu ganhar... Hummm depois escolhemos o meu prêmio. - ela disse.

– Certo. - respondi.

– Certo. - ela respondeu, novamente. E sorriu.

E assim ficamos. O sol estava começando a se por e eu sentia uma certa força dentro de mim crescendo. Sabia o que era, era a lua se aproximando. Estava torcendo apenas para que eu não encarnasse o mal e matasse Annabeth ou qualquer outro ser, mas principalmente Annabeth. Ela não merecia morrer deste jeito. Era horrível.

Olhei para ela e a vi entretida com o esquilo. Seus olhos estavam tensos, como sempre. Mas eu os achava lindos, mais lindos do que qualquer outra coisa. Ela tinha algo em sua atmosfera que me puxava diretamente para si. Era como se fossemos ímans de pólos opostos, eu não podia evitar me sentir atraído por ela, apesar de sermos assim, completamente opostos.


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Notas finais do capítulo

Tchaaaaan amores, aí está. Espero que gostem. Nos vemos por aí e vou tentar (tentar ok?) não atrasar tanto. Beijos e NHAC para todos vocês, nos vemos no próximo capítulo :3



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