Mantendo O Equilíbrio escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Uma boa causa. Né?



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Prometi a mim mesma de fazer alguma coisa, mas ia pensar primeiro. Por enquanto eu tinha que ver como estava meu amigo. Volto à mesa e ainda nem sentei quando ouço Dani falar:

- E você não quer tentar?

- Vomitar?

HEIN?

Bruno não estava mais de cabeça baixa, se apoiava nas mãos cruzadas levantadas a sua frente, enquanto Dani estava inclinada sobre parte da mesa com os braços soltos. Estavam bem próximos.

- Como assim, gente? Que história é essa?

- Eu tava contando que, quando estamos doentes a ponto de sentir náuseas, é melhor quando a gente vomita, porque tudo que está nos fazendo mal dentro da barriga sai de vez. É uma metáfora, mas ele entendeu como literal.

- Ah tá. É estranha, mas até que vale...

- Tudo bem, meninas, eu desisto! Eu conto! Ou vomito, o quer que seja essa metáfora...

- Sério? Não precisa se não quiser...

- Lena! Deixa ele falar!

- Eu menti, tá. Eu disse que era cansaço de trabalho, mas não. Minha namorada - ex-namorada agora - não quis manter um namoro à distância, então terminou comigo. Em segredo, Natália conseguiu entrar em uma faculdade de outro Estado... disse que não conseguiria ter um relacionamento à distância, que era melhor terminar, que era melhor nos liberar do que nos manter presos em algo que já não seria mais real... Putz! Verdade que estávamos mornos faz um tempo, mas ela era uma grande amiga... e agora com ela longe... eu num sei, gente.

- Own, Bruno, sinto muito. Por isso você deu aquele piti, quer dizer, que você explodiu no sábado?

- Infelizmente, sim. Ela me deu a notícia na sexta quando cheguei em casa da faculdade... Não acredito que ela fez isso. E ainda me ferrei com o diretor. Quase me bati por isso, merecia uma porrada... AI! Milena! Foi força de expressão!

- Lena! Tadinho do Bruno.

- Foi ele que pediu, oras. Não resisti.

- Tem problema não. Acho que mereci mesmo... a menina da gráfica ficou P da vida comigo. Não devia ter descontado nela... Pior! Ontem a Natália me disse que semana que vem já viaja pra lá, para se adaptar antes de começarem as aulas dela. Cara, muita frieza... que... num sei, me deixou desnorteado. Achei que ainda tinha muito a ser dito de nossa relação e ela puff acabou assim...

- Nem sei o que te dizer... você poderia ter me dito naquela hora na cantina quando Fabiano te liberou.

- Eu não queria falar sobre o assunto, ainda estava com muita raiva... não queria ter que te passar isso também. Mas você tem razão, isso só estava remoendo dentro da minha barriga. Só o fato de vocês terem me trazido aqui – mesmo que seja um pagode – eu agradeço. Tava precisando espairecer mesmo... e por incrível que pareça, foi legal sair com vocês, meninas.

- Lena, me diz que isso foi um elogio, porque minha mão coçou pra dar um tabefe nesse garoto...

- Não foi você que reclamou porque eu tinha batido nele?

- Retiro o que eu disse.

- Calma, calma, meninas. Foi só pra descontrair. Mas diz aí, quem tava ligando?

- Ah, sim, nem disse! Galera da monitoria tava atrás da gente ó! Flávia, minha amiga que ligou... e disse que a professora Garra já está de volta.

- Putz! Eu sabia que não devia ter faltado aula. Pior que nós somos todos monitores dela... Só eu estou culpado agora por faltar?

- É, se bem que, pensando agora... se a professora Garra foi e nós não estamos por lá... é... tamo lascados. Vamos voltar?

- Vão vocês, eu acho que vou pra casa. O Murilo ainda está ruim e... eu só fui pra faculdade porque ele insistiu. Sinto que não devia tê-lo deixado sozinho...

- Ah não, Milena, você vai conosco sim. O Murilo deve tá bem, ainda nem ligou pra perturbar. Tá tudo bem.

Ela acha. Eu que ainda não estou bem.

Mas quer saber? Eu não deveria estar me importando com isso. Devia encarar como bem disse à professora, uma coisa rasa. Ficar me remoendo não traz nada de bom mesmo...

- Além do mais, Lena, você está me devendo um lanche completo. Ou esqueceu?

- Ah, agora fica só pra amanhã. Sou rica não.

Tenho com quem contar para todo caso. Ou para vomitar, acho que Bruno diria. Nos levantamos, pegamos nossas coisas e, se levados pelo vento chegamos aqui, empurrados pelo mesmo, voltamos.

~;~

Pegamos o mesmo caminho andando os três cruzados uns nos outros como anteriormente quando inventamos de matar aula. Somos muito bons alunos então por nos sentirmos culpados em deixar a galera com todo o trabalho e vadiar. Chegamos após o intervalo, mas chegamos. Isso devia contar, certo?

Dizer isso pro diretor que foi dose. Mariana, que é uma das monitoras do professor Carvalho, logo nos apontou e gritou quando chegamos ao pátio. Fabiano estava de costas e quando nos viu... bom, não foi uma das suas melhores expressões, digamos assim. Mesmo com a professora Garra na área, ainda estávamos sob supervisão do diretor.

Então antes de ouvir aqueeeeeele sermão dele, chegamos “chegando”... preparando o território. Não dissemos qual tinha sido o problema, mas que já tínhamos resolvido e por isso a demora. Ainda assim, ouvimos uns belos 20 minutos de discurso sobre compromisso e responsabilidade. Contudo, nossas consciências um tanto culpadas traziam um ar de compreensão, por isso tratamos de logo começar a trabalhar. Pelo menos pra fazer uma média com o diretor já que ainda tinha gente doente faltando. Quanto à professora Garra, ela já tinha ido pra aula quando ainda estávamos conversando com Fabiano.

Assim quando fomos liberados, encontro Flávia no corredor. A professora Garra? Voltou com tudo! Diferencial? Só muito na cara. Todo mundo percebeu algo diferente na mulher, só não sabia dizer o quê. Agora sim o povo tava com medo... pensando que é uma nova estratégia de tortura ou pegadinha.

- Nada, Flávia, te preocupa não. Te garanto, não é pegadinha.

- Sei não, Lena. Você tá sabendo de algo? Há muito tempo que não ouço essa mulher dar “boa noite”. Só quando ela dava palestra e ainda assim... foi estranho. Quando a notícia é muito boa, a gente desconfia, né?

- Menina, te concentra só no conteúdo. Isso são só meros detalhes. Relaxa.

- Ok, agora é você que está me assustando. O que vocês tomaram mesmo? Melhor dizendo, por que vocês voltaram? Recebeu minha mensagem?

- Era melhor voltar. E não, nada no meu celular. Deve ter extraviado. Ou rodando no sistema.

- Estranho.

Graças, o dia estava acabando. O pouco que ficamos trabalhando compensou bastante, constata meus pés que perambularam para um lado e para outro, sem contar as escadas. Fabiano só podia achar que eu era pombo-correio e esqueceu que eu não tinha asas. Daqui pra esse evento, vou permanecer de sandália baixa, se não, não tem condições desses pés sobreviverem até lá.

Quando chego ao estacionamento – feliz por não ter que pegar ônibus e pelo Bruno ter oferecido carona – eis que alguém novamente interrompe minha carona.

- Meninos, posso falar um instante com vocês?

Não sei se Dani e Bruno ficaram tensos achando que iam levar bronca ou algo assim, mas certamente também paralisaram ante ao carro. Já eu, tendo o que esperar dela, não achei que ela traria o assunto junto dos meus colegas. Na realidade torcia para que ela não me chamasse para passar no hospital agora, estou esgotada. E sem plano de orientação formulado até agora.

- Fabiano ainda está me atualizando do tempo que passei fora, mas não pode me contar todos os detalhes porque também anda ocupado. Amanhã devo chegar mais cedo e espero poder checar direito com vocês como anda o processo. Era só pra dizer isso mesmo, então estão liberados.

Aliviados, entram logo no carro para dar como encerrada a conversa. E eu permaneço onde estava porque senti no olhar que a professora me deu que ela diria “espera, Milena”. Bocejo um pouco para enfatizar meu cansaço.

- Depois quero conversar com você. Amanhã de manhã eu ligo. Tchau.

- Tudo bem. Boa noite, professora.

Entro no carro e seguimos falando baboseira. E do frio na barriga da medrosa da Dani. Só eu não tenho medo dessa mulher?


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Notas finais do capítulo

Dica de cast?
Bruno - Michael Steger (90210)
Daniela - Jessica Lowndes (90210)



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