Rosa Adormecida escrita por Kuroi Namida


Capítulo 22
A Bela Desperta


Notas iniciais do capítulo

Olá, eu acabei de escrever este capítulo e dessa vez não achei que ficou ruim não, ele ficou ainda melhor do que eu esperava, e espero que vocês concordem comigo! Hhaha
OBS: Gente to muito emocionada com as novas recomendações da fic feitas pela KAH MANDI e a Little Damphir! Muito obrigado gurias, eu amei mesmo esse capítulo é pra vocês! ♥



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Dimitri não regressou a sua casa naquela noite ficando a espera de algum sinal que pudesse partir de Rose vindo daquele leito onde ela se encontrava totalmente imóvel sem quaisquer demonstrações de que o que ele havia feito tivesse surtido algum efeito sobre ela. O médico sentiu-se desesperado por que naquele momento além de não ter sequer um gesto que denunciasse uma melhora no quadro de Rose, a mesma simplesmente havia sumido. Ele andou de um lado a outro do quarto, tocando os próprios cabelos enquanto mantinha os olhos atentos sobre o corpo de Rose, e suplicava por uma resposta dela:

– Vamos lá Rose, não pode simplesmente ter sumido assim... –dizia ele em tom baixo, mas nada tranquilo. – Rose? –ele se aproximou da cama e colocou suas mãos uma de cada lado do corpo da garota. – Fala comigo Rose, por favor. –ele fitava o rosto imóvel e sem expressão dela. – Meu Deus, Rose.

Dimitri baixou o rosto deixando seus cabelos caírem enquanto ele fechava seus olhos e apertava os lençóis que cobriam o corpo da moça entre seus dedos. Mil coisas passavam por sua cabeça como um turbilhão de imagens distorcidas de todos os momentos que havia passado com Rosemarie até então, e o desespero se apossou por completo de seu peito, sendo manifestado através de seus olhos quando lágrimas se fizeram presentes nos mesmos logo caindo sobre o rosto dela.

– Não pode me deixar Rose. –ele dizia deixando seus olhos se abrirem mais uma vez. – Volta pra mim... Por favor... Volta. –disse conduzindo seus lábios até a testa dela e fechando novamente os olhos enquanto sua mão acariciava os cabelos de Rose.

Sem conseguir mais segurar o que estava sentindo, Dimitri debruçou a testa sobre o mesmo travesseiro que acolhia a cabeça de Rose, e sentiu os cabelos dela tocarem o seu rosto como se lhe fizessem uma caricia involuntária. As mãos do médico permaneceram todo o tempo presas no corpo dela como se aquilo fosse uma tentativa desesperada dele para tocar a alma dela de certo modo para que Rose pudesse sentir que ele estava ali ainda por ela.

A noite foi se prolongando e conforme o cansaço lhe batia, Dimitri se afastava algumas vezes para repousar o corpo sobre a poltrona no canto do cômodo, e depois voltava para junto de Rose. Ele não perdeu as esperanças de que ela poderia acordar a qualquer hora e ele queria estar lá quando acontece e isso fez com que ele dormisse sobre aquele móvel quando já não mais aguentava manter-se desperto. Durante a manhã, pouco antes das seis horas uma enfermeira que fazia a vistoria de rotina adentrou o quarto e se deparou com o médico adormecido sobre a poltrona e então decidiu o chamar.

– Doutor? –ela dizia tentando sacudir seu ombro gentilmente. – Doutor Belikov?

Depois de alguns segundos tentando a mulher conseguiu fazer com que o médico finalmente acordasse e com certa dificuldade abrisse os olhos que se encontraram bastante apertados. Ele esfregou o rosto com as mãos e ouviu o que a moça a sua frente dizia:

– Passou a noite aqui, doutor?

– É... Passei. –disse ele com voz rouca.

– O que houve, porque não foi pra casa?

– Eu... Estava... –ele voltou seu rosto para o leito onde Rose se encontrava e então a viu exatamente como ele a deixou antes de dormir.

Dimitri se levantou e desviou da mulher indo até o leito de Rose e olhando os aparelhos que se mantinham ligados a ela, e então mais uma vez usou sua mão para esfregar o rosto e foi quando a enfermeira voltou a se manifestar:

– Está tudo bem doutor?

– Não... Não está. –disse olhando para Rose.

Dimitri segurou a mão da paciente sem se importar com o que a enfermeira poderia pensar e depois se afastou logo saindo do quarto sem dizer absolutamente nada. Enquanto isso a mulher franzia a testa e se questionava sobre o que estava acontecendo com o médico. Ela se aproximou da janela e começou a abrir as cortinas para que o sol que já nascia começasse a entrar no cômodo e foi quando algo chamou sua atenção para o leito de Rose.

– P... Por... –a voz abafava e quase inaudível da moça fez com que a enfermeira corresse até o leito e verificasse a paciente.

– Rose? –ela perguntou vendo os olhos da garota se movendo sem se abrir.

– Á... Água... –disse ela tentando abrir os olhos.

– Ah meu Deus! –a mulher sorriu e então se afastou logo apertando o alarme de chamada para avisar que precisava de ajuda.

A mesma correu um instante até a porta do quarto a procura de Dimitri, mas não o viu no corredor. Mesmo assim ela chamou uma médica que estava no local e imediatamente esta se aproximou para ver do que se tratava. Não demorou muito para que o cômodo estivesse cheio de enfermeiros que faziam cada um a sua parte enquanto a doutora presente examinava Rose e tentava conversar com ela.

– Rose meu nome é Alberta como se sente? –dizia pacientemente.

– On... Onde estou? –perguntou a garota.

– Em um hospital, o St. Vladimir querida... Está sentindo alguma coisa, alguma dor?

– Se... Sede...

– A enfermeira Jane foi buscar água para você... –sorriu Alberta.

– Aqui... –disse Jane entrando rapidamente ao cômodo.

– Ótimo. –Alberta apanhou o copo plástico das mãos da enfermeira e logo ajudou Rose a beber. – Vamos, devagar... –auxiliava a mulher enquanto Rose curvava o pescoço para sentir a água descer pela sua garganta. – Já encontrou o doutor Belikov? –questionou Alberta encarando Jane.

– Não senhora, ele sumiu.

– Vá até o telefone e mande chamar por ele.

– Certo.

Assim Jane se virou rapidamente e correu rumo aos corredores até chegar ao telefone de onde avisou a recepção de que a presença do doutor se fazia necessária no quarto da paciente Rose. Em poucos segundos o nome do médico estava sendo chamado pelos comunicadores espalhados pelo corredor de todo hospital. Do banheiro, Dimitri ouviu seu nome ser chamado enquanto lavava o rosto e quando ouviu que se tratava do quarto de Rose ele correu o mais rápido que pode porta a fora e se dirigiu até o cômodo praticamente atropelando todo mundo. Ele entrou no quarto encontrando a médica Alberta ao lado de Rose assim como mais três enfermeiros que faziam os exames devidos para saber se a moça estava bem.

– Belikov. –disse Alberta ao ver o moreno se aproximando com os olhos fixos na garota. – Sua paciente acordou! –ela sorriu.

– Rose! –ele sentiu seus olhos se umedecendo de imediato a cada passo que dava.

Dimitri passou por uma das moças, e em seguida por Alberta que lhe abriu espaço entregando a paciente nas mãos do seu médico enquanto dava alguns passos para trás, vendo Dimitri parando ao lado da cama e olhando docemente para Rose.

– Como se sente? –disse ele.

– Bem... Meio tonta, e com... Dor na cabeça.

– É normal se sentir assim, dormiu por muito tempo. –disse Alberta às costas de Belikov.

– Meu corpo tá dolorido, parece que um caminhão me atropelou... –ela disse franzindo a testa e todos acabaram rindo porque fora exatamente isso que aconteceu.

– Você não se recorda do que aconteceu querida? –continuou Alberta sem saber por que Dimitri parecia estático.

– Como eu vim parar aqui? –disse Rose com olhar confuso fitando a face de Alberta.

– Como assim Rose, você sofreu um acidente não se lembra? –finalmente Dimitri conseguiu esboçar um pensamento enquanto sorria olhando pra ela.

– Não, eu... Só me lembro de ter estado com Mase e... Meu Deus, porque minha cabeça dói tanto? –disse ela levando a mão até a nuca.

– Talvez seja melhor deixar que ela descanse um pouco, as coisas podem estar confusas pra ela agora Belikov. –disse Alberta.

– Rose você... Não se lembra? Não se lembra de... Mim?

– Não... –disse ela olhando nos olhos do médico. – Quem é você?

– Sou eu Rose, Dimitri. –disse confuso enquanto aproximava sua mão da dela.

– Eu não te conheço. –ela franziu a testa e afastou a mão antes que ele pudesse tocá-la.

– Ele é seu médico querida, você está sob os cuidados do doutor Belikov. –Alberta se aproximou mais uma vez percebendo que a garota parecia incomodada. – Não tinha como você ela se lembrar... –ela encarou Belikov que a olhou de volta. – Tinha?

– Eu posso me levantar? –ela encarou Alberta ignorando a presença de Dimitri o que o deixou confuso e perdido. – Mal sinto as minhas pernas...

– Vocês acha que consegue? –disse Alberta vendo um Dimitri estático diante da paciente e se colocou no lugar do mesmo afastando-o de Rose. – Sente firmeza para tal?

– Acho que sim...

– Jane pode me ajudar a retirar Rose da cama?

– Sim doutora... –disse a mulher depois de fitar a face de Dimitri que variava de incompreensão para desolação.

Ambas as mulheres ajudaram Rose a se levantar do leito bem devagar tomando todo o cuidado para que ela conseguisse se firmar por si sobre as próprias pernas enquanto Dimitri se afastava devagar e apenas observava tudo de fora sem conseguir entender porque ela parecia não se lembrar dele.

Rose teve certa dificuldade para parar de pé, mas com a ajuda das duas mulheres ela logo conseguiu e pediu para ser levada até o banheiro que ficava no próprio quarto e foi para lá que elas se dirigiram. Dimitri ficou de cócoras encostado contra a parede do cômodo enquanto um dos enfermeiros se aproximava e tocava seu ombro:

– Tá tudo bem doutor Belikov?

– O que? –disse meio perdido como se não estivesse ouvindo.

– Está se sentindo bem, parece meio pálido?

– É... Eu... –seus olhos castanhos negros dançavam de um lado para o outro como os de uma criança assustada. – Estou bem. –respondeu por fim encarando o rapaz.

– Tudo bem. Acha que devemos fazer mais algum exame na paciente?

– Doutor? –se manifestou Jane regressando do banheiro e interrompendo a conversa. – A doutora Alberta pediu que o avisasse que ela pretende ficar com a paciente por hoje. Se desejar ir ara casa e descansar...

– Rose é minha paciente... –respondeu ele forçando-se a voltar a realidade.

– Sim, mas o doutor não parece se sentir muito bem esta manhã.

– Eu estou bem. –disse se levantando e afirmando em tom sério. – Rosemarie Hathaway é minha paciente, e eu acho que posso cuidar dela.

– Tudo bem, mas se não se sentir bem...

– Eu estou ótimo, Jane. –respondeu ele com os olhos totalmente gélidos naquele momento. – Precisamos fazer alguns exames pra saber como está a paciente. –disse desviando da mulher e retirando das mãos do enfermeiro a prancheta da paciente.

– Já retiramos um pouco de sangue, e verificamos os monitores, assim como a pressão e todos os outros procedimentos padrão doutor. –respondeu o rapaz.

– Ótimo, então peça que deem urgência para os resultados, e... –ele respirou profundamente e passou as mãos sobre os cabelos colocando-os ara trás. – Avisem a família.

– Já nos encarregamos disso também doutor. –respondeu Jane sentindo que o médico lutava para continuar seu trabalho.

– Certo... Eu... Vou até a minha sala e regresso em alguns minutos... –Dimitri percebeu que praticamente haviam feito todo seu trabalho enquanto ele estava longe e então ainda bastante incomodado com a situação ele devolveu a prancheta às mãos do rapaz e logo saiu do quarto.

Jane e o enfermeiro se entre olharam sem entender nada daquela atitude do médico, já que jamais o haviam visto naquele estado antes e depois voltaram as suas tarefas. Dimitri atravessou os corredores sem prestar muito atenção para onde estava indo, e logo adentrou ao elevador que o levaria até sua sala. Quando se viu sozinho o moreno escorou a cabeça assim como as costas contra a parede lateral do elevador e fechou os olhos respirando todo ar que parecia lhe faltar naquele momento. Assim que o elevador abriu, ele passou por dois médicos esbarrando nos mesmos e voou até sua sala logo passando pela porta e batendo a mesma atrás de si. Dimitri escorou as mãos na primeira cadeira que viu, e baixou a cabeça em seguida apertando o encosto com os dedos e ringindo os dentes, como se estivesse sendo possuído por uma raiva reprimida, mas aquilo não era raiva. Era frustração... E medo.

...


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Notas finais do capítulo

Ai gente, não me matem, será que a Rose esqueceu do Dimka? Como assim? Ela não lembra dele? Então eu disse que a fic estava no final, mas eu achei tão lindas as novas recomendações que eu pensei: Eu acho que vou dar continuidade a esta estória, e então adicionei essa questão sobre a Rose não se lembrar de Dimitri. Pra quem lembra no filme E SE FOSSE VERDADE, a Elizabeth (Reese) não se recordou do David (Mark) quando acordou, e ele teve que fazer ela se lembrar dele. Então decidi que Dimka terá de fazer o mesmo se quiser sua Rose de volta! Beijos, e espero que tenham apreciado a ideia de prolongar a fic assim!



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