Rosa Adormecida escrita por Kuroi Namida


Capítulo 21
Apenas um Toque


Notas iniciais do capítulo

Já aviso que o capítulo não ficou nem a metade do que eu queria...
AGRADECIMENTO: A CarolChan que escreveu mais uma recomendação a fic! obrigado moça! ♥



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Dimitri e Rose se encontravam deitados sobre a cama com a fronte de seus corpos voltada para o teto enquanto conversavam um ao lado do outro sobre os acontecimentos anteriores e sobre toda a conversa sobre a regressão de Belikov.

– Você disse que quanto mais tempo eu demorar fora do meu corpo, mais os meus sinais cerebrais diminuirão. –disse Rose olhando para o teto.

– Por isso preciso descobrir o quanto antes o que te impede de voltar pra ele Rose. –ele seguiu fitando o mesmo ponto enquanto suas mãos repousavam sobre a barriga.

– Tudo bem, e se... For verdade. –disse ela se virando e colocando a cabeça sobre uma das mãos enquanto o cotovelo apoiava sobre o colchão. – Vamos considerar só por um momento que essa regressão tenha sido algo real.

– Hum? –disse ele desviando o olhar do teto e olhando-a. – Continua...

– Bom... E se você realmente for a reencarnação desse Lucius... Nossa como isso soa ridículo. –ela resmungou desviando o olhar.

– Sua reação não tá ajudando. –ele riu.

– Ta, voltando... Digamos que você tenha sido em algum momento da sua vida esse cara todo apaixonado. E que... Não acredito que eu vou dizer isso... –mais uma vez ela pensou alto. – Eu era Christine. –ela disse isso tão rápido que soou divertido.

– Certo.

– Tá acompanhando meu raciocínio?

– Não!

– Droga Dimitri. –ela resmungou.

– Tudo bem, Lucius, no caso eu... –ele levou a mão ao peito. – Me apaixonei perdidamente por uma moça, e ela foi tirada de mim.

– Você se sentiu culpado por ela ter morrido por sua causa, por você...

– E preciso encontrar um jeito de reviver isso pra tentar salvá-la? –ele disse parecendo confuso.

– Eu... Não sei... –ela respondeu tão confusa quanto.

– Como eu posso simplesmente descobrir como te acordar Rose, se eu nem sequer consigo compreender nada disso? –disse ele respirando fundo e passando as mãos sobre o rosto.

– Calma, a gente vai encontrar, só precisamos aprofundar mais essa questão.

Eles ficaram em silencio por algum tempo, enquanto Rose voltava a sua posição anterior e voltava a fitar o teto. Mais ou menos quinze minutos se passaram e então finalmente ela se manifestou:

– Talvez ele nunca a tenha deixado partir...

– O que?

– Talvez ele tenha se culpado tanto pela morte dela e desejado tanto resolver tudo que não percebeu que só precisava deixá-la partir... –disse ela voltando os olhos para a face de Dimitri.

– Eu não entendi aonde você tá querendo chegar com isso. –ele franziu a testa não gostando do tom melancólico com o qual ela se dirigiu a ele.

– Talvez não tenha jeito. Não existe um meio cientifico de me curar, de descobrir o que me mantém naquela cama, talvez seja só... Talvez eu precise me acostumar com a ideia de que não vou mais voltar. E talvez caiba a mim te convencer disso... Talvez você só precise me deixar ir.

– Deixar você ir? –disse ele se erguendo e sentando-a enquanto olhava pra ela. – De onde foi que você tirou isso? Eu não vou desistir de você Rose.

– Não se trata de desistir, se trata de me deixar ir... –ela se sentou e ficou frente a frente com ele.

– Não. –ele disse quase em um berro enquanto se levantava da cama.

– Dimitri não tem jeito, eu não gosto da ideia de morrer, mas...

– Você não vai morrer. –ele se virou e a encarou colocando uma das mãos na cintura e apontando o dedo indicador para a mesma. – Eu não vou deixar... Você não foi parar no meu hospital só pra que eu te perdesse Rose, eu não vou te perder... Eu não vou...

– Então o que a gente faz Dimitri? –disse ela com os olhos tristes.

– Eu não sei... –disse ele movendo os olhos rapidamente de um lado para o outro depois se sentando na beira da cama com os cotovelos sobre as pernas e baixando a cabeça colocando o rosto entre as mãos.

Rose respirou profundamente e levou sua mão em direção ao ombro de Dimitri como se quisesse confortá-lo mesmo sabendo que passaria direto por ele, então a decepção de não poder senti-lo fez com que ela recusasse e apenas baixasse os olhos sobre o colchão.

– Quem mais você sentiu tocar em você Rose? –perguntou ele ainda cabisbaixo.

– Como?

– Você disse que sentiu quando eu te toquei... –ele disse e se virou para encarar Rose. – Quem mais você sentiu?

– Ninguém... Só você. Janine segurou minha mão, ela beijou meu rosto, mas eu não senti absolutamente nada. Mas senti quando você me tocou... Eu sempre sinto...

– Você acredita mesmo no que a Rhonda disse?

– Sobre você e eu?

– Sim.

– Você acredita?

– Acredito que você não apareceu na minha vida por acaso Rose. Acredito no que eu senti a primeira vez que te vi... Eu não sabia dizer o que era, mas... Era forte.

Rose fitou profundamente os olhos de Dimitri enquanto ele a olhava diretamente nos olhos e se mantinha próximo. as mãos de Rose repousavam sobre a cama e ao desviar o olhar vendo seus dedos próximos aos joelhos de Dimitri, ela fez com que ele fizesse o mesmo então por alguma razão mesmo sabendo que não poderia tocá-la, ele conduziu sua mão direita até a dela a depositou bem próxima como se tivesse a intenção de segurar a mesma. Rose o olhou mais uma vez e afastou os dedos antes encolhidos de forma que estivesse pronta para receber um aperto de mão, enquanto Dimitri aproximou mais sua mão mantendo-a espalmada com os dedos esticados e então uniu a palma de Rose, mesmo sem sentir apenas deixando-as parelhas. Ele ergueu seus olhos e fitou a face dela, enquanto seus olhos pareciam estar cobertos por um brilho molhado, depois ele a viu fechar os olhos e franziu a testa sentindo algo quente tomando conta de seu punho inteiro. O coração de Dimitri passou de batidas leves para mais aceleradas e então ele fechou os olhos e...

“Christine?” as imagens se faziam presentes em sua memória vividas como uma lembrança recente. “Eu te amo” era sua voz, e seu rosto dizendo aquela mulher o quanto a amava.

“E eu amo você Lucius” –respondia ela diante dele o olhando sinceramente nos olhos.

Ele a tomava em seus braços, e então um beijo aconteceu.

...quando Dimitri voltou a abrir os olhos, Rose fazia o mesmo logo encarando-o profundamente como se tivesse sentido a mesma coisa que ele. Com os lábios entre abertos, ele não sabia bem o que dizer até que Rose se manifestasse:

– Você... Sentiu isso? –disse ela.

– Senti...

As expressões confusas no rosto do médico se desfizeram, e então apressadamente ele se levantou e começou a calçar seus sapatos, depois se levantou a procurou seu casaco.

– Dimitri? O que foi?

– Eu sei como acordar você Rose... –respondeu ele encarando-a.

– Como?

– Vem comigo... –disse ele seguindo rumo a porta e abrindo a mesma.

Confusa sem saber o que fazer e o que estava passando pela cabeça de Dimitri naquele momento ela o seguiu. Então ambos seguiram até o hospital sem que ele dissesse o que planejava deixando Rose preocupada. Então finalmente eles estavam no quarto de Rose, diante do leito e enquanto cada um se prostrava diante de cada lado da cama Rose perguntou já tomada pelo nervosismo:

– O que pretende Dimitri?

– Você confia em Rose? –disse ele olhando-a.

– Confio, mas...

– Você disse que podia me sentir não disse?

– Sim.

– Talvez só tenha uma coisa que possa te trazer de volta... Pode parecer uma coisa idiota, e provavelmente é, mas... Eu preciso tentar.

– Tudo bem, mas... O que vai fazer?

– Você viu o que aconteceu quando te toquei...

– Aquelas imagens...

– Eu preciso... Te tocar Rose.

– Você... –ela entendeu o que ele queria dizer. – Tem certeza?

– Eu não sei se vai funcionar, mas... Precisa me deixar tentar.

– Tudo bem...

Dimitri recebeu o olhar confiante de que precisava e então se aproximou mais de Rose naquele leito retirando os aparelhos que lhe cobriam os lábios e voltou a olhar para a mesma como se buscasse sempre permissão para o que tinha de ser feito. Então ele voltou a se inclinar sobre o leito, e tocou carinhosamente o rosto de sua paciente enquanto aproximava os lábios aos dela e a beijava.

Rose fechou seus olhos instintivamente enquanto sentia o calor dos lábios dele sobre os dela, e sorriu com a sensação quente que se apossou de seu ser. Aos poucos algo forte foi a preenchendo de maneira que ela não conseguia controlar nem sequer lutar contra, era como se algo a tivesse arrancando dali contra sua vontade, então ela se manifestou:

– Dimitri... Tá acontecendo alguma coisa...

Ele abriu os olhos e fitou a face dela, sobre o leito depois fitou seu espírito e percebeu algo diferente. Rose parecia menos real, como se estivesse desaparecendo.

– Rose, você... Tá desaparecendo...

– Tem alguma coisa me puxando Dimitri... Eu to com medo.

– Rose, fica calma... –ele voltou a colocar os tubos sobre o rosto dela e então ergueu os olhos e quando deu por si, Rose não estava mais ali. – Rose? Rose?

Ele voltou a olhar a face dela sobre aquele leito e dirigiu sua atenção para os monitores a procura de algum sinal vital, alguma reação, mas nada parecia mudar. Ele se debruçou sobre o corpo dela e chamou por ela mais vezes do que podia se lembrar então percebeu que ela não estava ali, nem em no quarto, nem em seu corpo. Ele teve medo que algo tivesse saído errado, então ele esperou...


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Notas finais do capítulo

E agora será que ela acorda ou foi só um susto?