Rosa Adormecida escrita por Kuroi Namida


Capítulo 20
Um Retorno ao Passado


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo só deveria aparecer no final da fic, mas como o capítulo anterior ficou chatinho, eu resolvi postar ele como um bônus pra vocês entenderem bem o que aconteceu entre o casal no passado! Espero que gostem!



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Lucius x Christine

POV Lucius

Christine estava magnífica naquela noite vestindo um modelo bordô que ressaltava a cor de seus cabelos castanhos levemente cacheados nas pontas, que se mantinham presos em certa parte por uma tiara de pequenas pedras cravejadas. Era quase impossível desviar minha atenção que estava totalmente voltada para ela, e dirigi-la para quaisquer dos cavalheiros que exigiam minha atenção. Em certo momento naquela noite, acabei entregando uma taça de meu bom vinho nas mãos de um dos servos do casarão e me dirigi até ela impulsivamente após alguns goles e pedi sua mão para uma dança. Mesmo sabendo o quanto era arriscado sermos vistos juntos, minha adorada Christine cedeu-me a honra de uma dança, provavelmente tomada pelo mesmo desejo que tomava conta de mim naquele momento. Enquanto dançávamos, meus olhares pertenciam totalmente á ela o que a motivou a repreender-me:

– Não devia ficar me olhando dessa forma Lucius, se meu noivo desconfiar do seu afeto por mim isso ocasionará em uma tragédia. –disse fitando os convidados.

– Deixe apenas olhar pra você Christine, é o único privilegio que ainda me resta. –respondi amargamente enquanto erguia meus olhos sobre seus ombros e fitava seu pai a esquerda do salão.

– Sabe como o tenente é ciumento Lucius, temo por nós dois.

– Como eu fui permitir que ficasse noiva daquele homem Christine? –voltei a olhar em seus lindos olhos castanhos que motivavam meus sonhos.

– Era algo fora de nosso alcance Lucius.

– Não, não era... Você poderia ter declinado ao pedido Christine, por que foi aceitar?

– Sabe que se eu pudesse teria dito não Lucius, eu não amo o tenente, mas meu pai exigiu que eu me casasse, minha mão já estava prometida ao tenente desde meus quinze anos por conta de uma divida. Sabe disso...

– Me diga como poderei vê-la casar-se com outro homem Christine sendo que eu a amo?

– Não diga tais coisas aqui Lucius, quer que nos ouçam? –disse preocupada com os pares que dançavam ao redor de nós.

Tomado de uma agonia incessante eu a carreguei pela mão rumo aos corredores, sem que seu pai tivesse conhecimento disso, e logo que alcançamos um lugar seguro longe de todos, eu a coloquei diante de mim, recostada contra uma das paredes do casarão e toquei seu rosto.

– Fuja comigo Christine, não aceite o destino que seu pai escolheu para você.

– Está louco Lucius? O tenente nos caçaria e não descansaria até encontrar-nos e matá-lo pela afronta.

– Não me importo de morrer desde que ao menos tenha feito tudo que estava ao meu alcance para não perder aquela que eu amo com tanta devoção. –senti seu rosto quente entre meus dedos enquanto era tomado pelo desejo de tocar seus lábios.

– Ouça o que está dizendo Lucius... –seus olhos brilhavam com melancolia contida.

– Sei perfeitamente o que digo Christine, prefiro morrer a vê-la se casar com aquele homem, eu a amo demais não entende?

– Acha que estou feliz com isso Lucius? Sabe o quanto eu o amo. –disse tocando meu rosto gentilmente com sua mão delicada. – Mas não posso.

– Não faça isso Christine, eu imploro, não aceite este destino jamais teremos outra chance.

– Eu sinto muito Lucius, mas não devemos mais nos ver...

Com essas palavras decisivas Christine afastou-se de mim decidida a regressar ao salão, mas eu não podia deixá-la ir, eu a queria perto de mim, eu a queria para sempre. Dei alguns passos seguindo-a e a impedi de seguir em frente puxando-a para perto de mim decidido a mostra-lhe todo meu amor, decido a mostra-lhe quem a amava e sempre estaria ali por ela. Apertei-a contra mim entre meus braços e depositei um beijo súbito em seus lábios quentes enquanto praticamente a obrigava a retribuir, o que não foi necessário por muito tempo, pois Christine também me amava tanto quanto eu a amava, e logo senti o beijo dela me acalmar. Suas mãos enlaçaram meu pescoço fortemente enquanto ela erguia seu corpo nas pontas dos pés e então nos recostamos juntos na parede tomados pelo nosso desejo ardente.

– Eu a amo Christine... –eu me manifestava entre os beijos. – Eu a amo.

Foi entre um desses momentos que ouvimos as portas laterais do corredor se abrir e de trás delas surgir os homens comandados pelo tenente Ambrósio. Tal homem surgiu logo depois em passos lentos e pesados encarando a mim com desprezo como quem fitava um rato que merecia ser exterminado. Afastei-me parcialmente de Christine deixando-a ficar atrás de mim, assim podendo encarar de frente meu inimigo, pois era isso que Ambrósio era para mim, um inimigo que desejava tomar o que era meu.

– Então era você todo esse tempo caro Belikov? –disse tal homem enquanto parava no meio do corredor. – Nunca pensei que de todos os homens dessa sala seria justo um Belikov que me trairia dessa forma, depois de tudo que fiz por sua família.

– Você não fez absolutamente nada por esta família Ambrósio. –respondi amargamente. – Foi seu pai quem deu seu sangue para ajudar os Belikov em tempos de guerra, não você, não um homem ganancioso e arrogante como você que só pensa em seu próprio bem estar.

– E além de tudo ainda decide me afrontar em minha própria casa.

– Eu não devo respeito algum a você.

– Chega Lucius, por favor. –me pedia Christine enquanto puxava as mangas de meu paletó.

– Quanto a você senhorita minha noiva, como ousa se dar ao desfrute uma semana antes do nosso casamento ser consumado?

– Não se dirija a Christine dessa forma, não ouse sujar a honra dela com suas ofensas. –respondi cerrando meus dentes enquanto dava um passo a frente e apartava meus punhos.

– Não, Lucius. –mas Christine me segurou e por ela apenas eu parei.

– Tragam-na pra cá. –disse Ambrósio ordenando seus capatazes.

– Não toquem nela. –eu me manifestei.

Mas pouco adiantou minha revolta pois tais homens se aproximaram e tomaram Christine abruptamente de perto de mim, me afastando dela. Enquanto ela era levada para o centro do corredor de maneira quase rude por aqueles calhordas pude ver quando Ambrósio abriu os botões de seu paletó mostrando uma arma de seu porte presa em sua cintura.

– Está vendo isso Lucius? Deveria ter mais respeito...

– Não tenho medo de você seu miserável. –afrontei-o.

– Deveria... –ele sorriu sendo irônico enquanto se aproximava de Christine e lhe tocava o queixo apertando-o entre seus dedos. – Minha adorável noiva é mais inteligente do que você, ela sabe que me deve respeito, não sabe querida?

– Por favor, não o machuque senhor. –ela implorava por mim enquanto ele a fitava.

– Teme pela vida dele noiva?

– Estou prometida ao senhor, não pretendo quebrar o acordo entre o senhor e meu pai, por favor.

– Eu poderia Christine, se você não tivesse manchado meu nome com essa traição. Mas agora não me resta outra opção...

Ambrósio retirou de seu cinto a arma com a qual pretendia me ameaçar e todo aquele momento pareceu acontecer em tempo lento. Eu senti as mãos de seus capatazes me segurando pelas costas e me deixando de peito aberto diante de Ambrósio enquanto Christine gritava por socorro e piedade em meu nome. Tentei me soltar me debatendo o quanto podia, mas foi em vão. Porém enquanto Ambrósio se aproximava dois passos em minha direção, Christine conseguiu soltar-se das mãos dos soldados e correr em minha direção se colocando em frente à bala disparada pela arma do tenente antes que ele pudesse desistir de puxar o gatilho. Vi a terrível expressão de dor no rosto delicado de Christine enquanto ela parava abruptamente há poucos passos de mim, e me fitava os olhos com os seus cheios de lágrimas. Por alguma razão naquele momento os homens que me seguravam me deixaram livre e eu pude correr até ela antes que a mesma caísse no chão. Senti-a em meus braços enquanto seu sangue era drenado de seu corpo cobrindo o vestido bordô assim como minhas mãos e o chão coberto por carpete.

– Christine... –eu dizia desesperado. – O que você foi fazer? –senti meus olhos queimarem em toda minha dor. – Como pode?

– Eu... –ela dizia com dificuldade enquanto erguia seus dedos e tocava meu rosto. – Amo você Lucius... –ela sorriu enquanto lágrimas escorriam pela sua face.

Christine levou sua mão suja de sangue até uma corrente que carregava sempre consigo e a arrancou do pescoço depositando-a em minhas mãos, segurando firme enquanto tentava ficar acordada.

– Quero que guarde isso... Pra sempre, como... Prova do seu amor... Eu...

A frase não pode ser completada enquanto sua respiração se perdia assim como sua vida que era levada de seu corpo para sempre. Tomei-a em meu colo enquanto meus joelhos se arrastavam sobre o carpete, e apertei-a contra meu peito enquanto meus olhos derramavam toda a lágrima contida neles. Desesperado eu chamava por ela, como se aquilo pudesse trazer sua alam de volta. Breve os convidados estavam todos ao redor da sala, e Ambrósio que naquele momento estava estático por ter atirado na razão do meu viver, foi derrubado no chão por meu pai assim como mais dois amigos da família. Eu deveria ter me erguido a matado o miserável como ele fez com minha Christine, mas minhas pernas não respondiam aos meus comandos, eu apenas conseguia ficar ali de joelhos naquele chão embalando o corpo de minha amada Christine.

.x.

vestido Christine:


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Notas finais do capítulo

Então, isso vai se repetir em breve no final da fic, que eu pretendo acabar logo. Sim, os capítulos não vão chegar a 30 então se preparem para o final que está chegando! Espero que tenham gostado, guardem esse cap pois ele vai voltar de outra forma no final da fic! Beijos



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