Rosa Adormecida escrita por Kuroi Namida


Capítulo 23
Voltando pra Casa


Notas iniciais do capítulo

Olá, mais um cap pra vocês!!!!



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Durante três dias Dimitri tomou conta de todos os últimos exames e relatórios que deveria fazer para os arquivos do hospital em relação a sua paciente Rosemarie Hathaway enquanto esta se recuperava do seu pós coma. Nesses dias Dimitri tentou conversar com Rose sutilmente sobre alguns assuntos tentando fazer com que ela se lembrasse do que se passou enquanto ela estivera fora de seu corpo, mas todas suas tentativas apenas deixavam Rose confusa e a mesma sempre acabava cortando a conversa dizendo que se sentia cansada demais para responder perguntas. Assim aos poucos o médico acabou desistindo de falar sobre o que sentia e sobre o que houve entre os dois.

Na data marcada para a alta de Rose, a mãe da moça apareceu no hospital para a máxima surpresa da filha que não conseguia conciliar os novos acontecimentos com absolutamente nada. Janine auxiliou a filha a se vestir e arrumar-se para partir enquanto Lissa aguardava no saguão principal daquele mesmo andar junto com o namorado Christian. Assim que estava pronta, Rose recebeu uma ultima vizita de seu médico que se dirigiu ao quarto carregando uma prancheta de exames e foi recebido por Janine.

- Doutor Belikov! –se manifestou a mulher expressando alegria, embora do seu jeito quase imperceptível se sorrir.

- Como vai? –ele cumprimentou apertando a mão da mulher.

- Melhor agora que minha Rose está voltando para casa.

- É estamos todos felizes com sua melhora. –disse desviando o olhar e fitando a face de Rose que o olhava,porém desviou o olhar quando se viu alvo dos olhares do médico.

- Rose realmente pode voltar tranquilamente para casa doutor?

- Sim, os exames mostram uma melhora incomum no seu quadro. Ela ficará bem. –mais uma vez ele desviou seu olhar para a garota que vestia um casaquinho cor creme sobre uma blusa regata preta.

- Ótimo. –respondeu Janine. – Então podemos ir?

- Sim. –respondeu ele com uma vontade enorme de mantê-la ali com alguma desculpa, mas ele sabia que aquilo seria antiético de sua parte.

Assim Rose se virou e encarou o médico enquanto sua mãe se aproximava e apanhava a bolsa que havia deixado ali com alguns pertences da filha durante aqueles dias. Dimitri manteve os olhos fixos na face de Rose querendo lhe dizer mil coisas, ou ao menos desejando poder abraça-la antes que ela fosse embora e ele não pudesse mais voltar a vê-la. Mas tudo que ele teve coragem de fazer foi manifestar algumas poucas palavras que sequer soaram como ele queria:

- Boa sorte Rose. –disse ele.

- Obrigado. –ela respondeu levando as mãos aos bolsos da calça jeans e logo atravessando a porta.

Janine seguiu a filha e parou ainda na porta estendo sua mão novamente para o médico e dizendo:

- Muito obrigado por tudo doutor Belikov.

- Não precisa agradecer absolutamente nada! É pra isso que estamos aqui, não somos heróis.

Rose ergueu os olhos curiosamente e fitou a face do médico ouvindo aquelas palavras e franziu a testa sentindo uma sensação de dejavu. Em seguida Janine se virou e tomou a filha pelo braço gentilmente e a conduziu pelo corredor enquanto Rose voltava o rosto para o médico e acenava com um sorriso doce que o fez sorrir também, mas de maneira fraca quase melancólica. Um dos colegas do médico se aproximou do mesmo e disse ao se escorar a porta:

- Que bom que ela conseguiu.

- É.

- Uma garota tão bonita, seria uma pena continuar naquela cama.

Dimitri respirou profundamente sentindo um incomodo terrível dentro do peito e então apenas se afastou e seguiu pelo mesmo corredor indo até um dos balcões de acesso do andar e se escorando no mesmo enquanto falava com a atendente. Daquele ponto ele pode ver quando Rose recebeu o abraço da amiga Lissa, que a tomou com força no abraço e lhe disse tudo que achava que a amiga precisava ouvir. As duas pareciam tão felizes e emocionadas que algumas enfermeiras que assistiam de longe sorriam com a doce cena. Dimitri teve sua atenção voltada para alguém em particular quando este se levantou do acento e parou diante da garota logo a encarando nos olhos e depois tocando seu rosto carinhosamente logo a aproximando de si e depositando nos lábios dela um beijo.

Dimitri respirou pesadamente ao ver a cena, reconhecendo o sujeito como sendo Adrian o único real responsável por Rose ter ido parar naquela cama durante tanto tempo. O médico apertou os punhos sobre o balcão sentindo um desejo intenso de ir até lá e socar a cara do rapaz, mas se controlou apenas batendo no balcão e girando sobre seus calcanhares e se retirando dali para evitar ser torturado ainda mais com aquilo.

Rose por sua vez, se afastou parcialmente do ainda namorado e franziu a testa sentindo certo incomodo com aquele beijo.

- Tudo bem Rose? –disse Adrian.

- Tá. –ela respondeu sem ter certeza. – Tudo bem, eu só quero ir pra casa.

- Você vai pra minha casa. –disse Janine. – Eu pedi dispensa das minhas tarefas e pretendo ficar com você até ter certeza de que está bem mesmo.

- Janine eu to bem, você ouviu o médico eu posso ficar com Lissa no meu apartamento.

- Não discuta comigo Rosemarie.

- Ah tudo bem... –ela concordou sem disposição para discutir.

Assim todos logo se retiraram do hospital e seguiram para casa de Janine.

Mais tarde, Dimitri pediu dispensa de seu turno e se dirigiu ao estacionamento onde adentrou ao carro e esperou alguns segundos antes de girar a chave. Ele respirou fundo e olhou para o banco do carona praticamente vendo a fisionomia de Rose sentada ao seu lado enquanto sorria de maneira aberta e feliz. Ele fechou os olhos e escorou a cabeça no banco, batendo algumas vezes com a nuca na parte mais macia. Em seguida as chaves foram giradas na ignição e o medico estava na estrada seguindo rumo a sua casa. Assim que entrou na residência e jogou as chaves na mesinha, Dimitri sentiu mais uma vez o vazio da falta de alguém, o vazio da falta dela...

Meia hora depois Dimitri estava batendo na porta da casa de sua avó Yeva que ao abrir a porta e se deparar com a expressão desolada do neto, apenas esboçou uma expressão preocupada enquanto ele dizia em voz melancólica:

- Ela se foi.

- Rose? –ela questionou.

- A família foi buscá-la esta tarde.

- Ela ainda não se lembra de você?

- Não. –disse com os olhos levemente úmidos.

- Oh querido. –a mulher logo se aproximou do neto e o fez reclinar-se para um abraço.

Yeva tocou os cabelos do rapaz enquanto este afundava seu rosto na curva do pescoço dela e segurava seus ombros como apoio fraternal. Ambos permaneceram de pé a porta apenas em silencio desfrutando daquele abraço até que Yeva decidisse colocar o amado neto para dentro e fechar a porta. Yeva conduziu Dimitri até o sofá e depois foi preparar um chá para ambos, e quando regressou o moreno estava afundado no sofá olhando um ponto fixo sobre a mesa enquanto revirava as chaves do carro nos dedos com uma expressão péssima.

- Dimitri? –disse Yeva ao chegar à sala.

- Porque ela não lembra? –reclamou sem olhar a mulher. – O que eu fiz de errado? –então seus olhos cruzaram com os da avó.

- Não é culpa sua querido. Nem todos se recordam de suas experiências fora do corpo. Outros levam um tempo... Precisa de um pouco de paciência.

- Parecia tão intenso. –ele seguiu. – Agora é como se... Nada tivesse acontecido. Até eu chego a duvidar que realmente aconteceu... –disse se curvando e colocando os cotovelos sobre as pernas enquanto baixava a cabeça. – Parece que tudo foi só uma ilusão da minha cabeça.

- Não foi e você sabe disso.

- Mas ela não. –ele ergueu novamente os olhos retirando os cabelos que lhe cobriam a face. – E que é pior... Ele estava lá.

- Quem?

- O responsável pelo acidente. –ele se levantou um pouco transtornado. –E ela sequer se lembra.

- Você fala do que meu filho? –perguntou a mulher em confusão.

- O tal do Adrian. –respondeu em tom rude. – O namorado dela.

- Ele foi responsável? Como sabe disso?

- Ela me disse. Foi por causa dele... Ele... Estava em um jantar com outra mulher, e ela o viu.

- Céus!

- Agora ele age como se estivesse tudo certo. Claro, ela não lembra. –dizia indignado.

- Acalme-se querido. Isso não vai resolver.

- O que eu faço? –parou ele encarando a avó.

- Eu não sei. Mas... Se você gosta dessa menina... Não desista dela. Não importa se há outro homem na jogada, ela é sua Dimitri. Vocês estão ligados um ao outro e ninguém pode desfazer isso. Você só precisa dar tempo as coisas. Tudo vai se resolver. Apenas espere. Nada acontece por acaso...

- Esses seus conselhos de hippie são ensinamentos da Rhonda? –ele sorriu e se sentou novamente.

- Não engraçadinho! –ela riu e serviu chá. – Vamos, beba isso vai te fazer bem, tem calmante.

- Eu vou dirigir Yeva, não é legal me dopar.

- Essa noite você dorme aqui meu amor. –sorriu. – Sua cama ainda está lá em cima, e o quarto é seu. Pode ficar lá sempre que precisar. Além do mais sabe que eu adoro ter o meu neto favorito por perto. –ela se levantou e sentou-se no braço do sofá tocando os cabelos de Dimitri.

- Obrigado! –ele a olhou com olhos de menino.

- Eu amo você! –ela disse e beijou o topo de sua cabeça.

- Também te amo.


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Notas finais do capítulo

Gente tadinho do Dimitri que dó, alguém aí não ficou com vontade de colocar ele no colo? :3 eu fiquei! Enfim, ainda ter que ver Adrian metendo a língua na garganta da Rose é foda né? Bom, nos veremos no próximo cap! Beijinhos