Rosa Adormecida escrita por Kuroi Namida


Capítulo 15
Uma Semana com Rosemarie


Notas iniciais do capítulo

I deveria ser o resumo da semana com Dimitri e Rose, mas não ficou muito bom não.. Espero que gostem!
OBS: Ouçam a música!
OBS (2): Agradecimento especial as meninas que recomendaram a fic! Suelen e Malura ♥ Obrigado



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Dimitri tomou um banho quente e se vestiu com sua roupa de dormir habitual, calças folgadas de moletom e camiseta branca, e permaneceu com os pés descalços. Ele saiu do banheiro e procurou por sua distinta convidada.

– Rose? –disse olhando ao redor do cômodo.

– Aqui fora! –respondeu a garota.

– Aqui fora onde? –disse ele olhando em direção a janela.

– Aqui fora!

Dimitri franziu a testa, andou até a janela de vidro, abriu a mesma e encontrou Rosemarie sentada com as pernas dobradas sobre o telhado da casa a poucos centímetros da janela do quarto.

– Rose tá fazendo o que aí fora? –ele questionou enquanto girava os olhos pela rua vazia.

– Há quanto tempo mora aqui Dimitri? –perguntou Rose olhando para o céu noturno.

– Eu sei lá, desde que comecei a trabalhar no St. Vladimir. –respondeu sentindo certo incomodo ao ver a garota do lado de fora da janela.

– E quantas vezes você veio aqui fora? –disse voltando os olhos para o rosto do moreno.

– Rose isso é um telhado. –respondeu. – Pessoas normais costumam ficar debaixo dele.

– Quer dizer que você nunca saiu do conforto do seu quarto pra vir aqui fora? –Rose o interrogou com descrença.

– Por que eu faria isso?

– Por que não tenta? Tem uma primeira vez pra tudo, e a sua pode ser comigo! –ela sorriu.

– Eu não vou me pendurar do lado de fora da casa por que a minha paciente maluca acha isso normal! –disse ele com ar divertido.

– Ou você tá com medinho porque não aguenta um desafio! –ela sorriu.

– Tá me desafiando é isso?

– É eu te desafio a sair da sua zona de conforto e vir até o telhado da sua casa nesse momento doutor Dimitri Belikov!

– A questão é que eu devo pesar pelo menos uns oitenta quilos Rose.

– Esse telhado é feito de que, de palha incrível Hulk?

– Eu não vou até aí. –ele riu após piscar os olhos.

– Medroso.

– Isso não vai funcionar Rose, eu tenho vinte e oito anos e um diploma. –disse fazendo gestos.

– Não to te provocando, só to te desafiando e você vai arregar!

– Eu não tenho que fazer isso. –ele riu.

– Não, mas você é um idiota por ter uma vista como essa e não aproveitar.

– Fica aí o tempo que quiser se precisar de mim eu to aqui dentro lendo.

– Medroso! –Rose resmungou baixinho enquanto ria e voltava os olhos para o céu estrelado.

Dimitri encarou a meia face da garota e sorriu sacudindo a cabeça negativamente enquanto deixava a janela aberta e regressava ao interior do quarto. Dimitri se sentou na beira da cama como sempre fazia todas as noites, colocando seus óculos habituais de leitura, apanhando seu livro habitual de cabeceira e se dedicando a sua rotina de leitura. Do lado de fora uma suave melodia provia dos lábios de Rose:


LOVE NEVER DIES

http://www.youtube.com/watch?v=-Qj_LMy-zNY


– I picked up my guitar

Tried to write you a song

But every word i wrote just sounded wrong

Love

Another four letter Word...


Do lado de dentro Dimitri retirava seus óculos de leitura e cruzava os braços um sobre o outro enquanto se deixava entreter pela voz suave da garota que cantarolava ima serenata na sua janela. Rose seguiu com a cantoria até se dar conta de que Dimitri passava pela janela e com todo cuidado do mundo se aproximava dela devagar e cautelosamente com os pés e o traseiro sobre o telhado. Rose manteve o ritmo da cantoria enquanto observava o moreno e sorria para o mesmo, depois interrompia a canção para se manifestar:

– Como se sente?

– Como se tivesse dezesseis anos! –ele riu escorando os cotovelos sobre os joelhos dobrados e olhando ao redor da vizinhança. – Se alguém me ver aqui em cima vai achar que eu perdi o juízo.

– Aí você diz que sua amiga imaginária queria companhia!

– Costuma fazer isso o tempo todo? –disse o moreno cerrando os olhos e fitando a face de Rose.

– Subir em telhados? Não, eu moro em um apartamento então só posso ir até o terraço!

– Fazer o que vem na sua cabeça... –ele continuou a encarando.

– Você sempre faz tudo planejado?

– No que eu faço é preciso seguir algumas regras. É um trabalho sério, eu lido com a vida das pessoas, não posso dar margem ao erro.

– Mas você não tem que ser médico em tempo integral Dimitri. Você só tem vinte e oito anos e nunca subiu no telhado de casa...

– Você me acha sério demais?

– Não! Eu acho que você é um cara legal, só que cobra demais de si mesmo. Por que não tenta ser mais espontâneo?

– O que você sugere?

– Você vai ter uma semana inteira pra ficar comigo, eu te mostro como se faz! –ela piscou e voltou a olhar para o alto.

Rose mantinha um brilho novo no olhar enquanto focava o céu estrelado, sem perceber que os olhares de Dimitri estavam totalmente sobre ela, analisando-a meticulosamente como ele vinha fazendo desde a viagem de carro até sua casa. Havia algo novo em Rose, algo que ele não tinha notado antes, mas que sabia que estava lá o tempo todo desde que a viu naquela cama de hospital. Ele não sabia explicar bem o que era, mas tinha algo naquela garota que por mais irritante que fosse às vezes, ainda assim lhe causava um bem estar com ela. Nas noites seguintes, Dimitri se dedicou a conhecer um pouco mais sobre a vida de sua paciente, enquanto esta se esforçava ao máximo para descobrir mais sobre a vida misteriosa de seu médico. Na segunda noite, Dimitri deixou sua leitura de lado para jogar xadrez com sua nova companhia, que mesmo não podendo mover os objetos com suas próprias mãos ainda podia narrar sua posição, enquanto ele fazia a honras. Na terceira noite, Dimitri voltou a sua leitura sendo acompanhando pela presença de Rose que em certo momento se mostrou interessada pela estória.

– Me fala sobre a estória! –disse ela deitada sobre a cama com os pés voltados para a cabeceira onde Dimitri se escorava.

– Quer que eu leia pra você? –disse ele afastando o livro e encarando-a.

– Me conta um pouco sobre os personagens! –disse ela se sentando e dobrando os joelhos em posição de meditação.

– Bom, tem uma garota bem durona que trocou os longos vestidos e joias por calças de couro e armas! Um forasteiro que chega a cidade despertando o interesse de todos, menos da garota...

– O que motiva ele a se interessar por ela certo?

– Certo!

– E depois?

– Bom, o pai dela que era o xerife foi assassinado diante dos habitantes da pequena e pacata cidade, enquanto ela estava na cama com seu amante...

– Espera! –ela sorriu. – O forasteiro tem um rival?

– Quer me deixar contar?

– Por favor!

– Um garoto avisa do ocorrido, e então ela decide ir atrás dos bandidos, sozinha. No geral o livro se resume a muito tiroteio e cenas de perseguição, é muito chato pra você... –disse voltando a abrir o livro e baixando a cabeça.

– Quem disse? –ela franziu a testa.

– Gosta de estórias de velho oeste? –ele cerrou os olhos e a encarou.

– Não exatamente, mas eu gosto de cinema e adoro filmes de ação...

– Provavelmente daqueles com caras dotados de músculos e poucas falas... –ele riu e baixou os olhos em seu livro.

– Que coisa feia julgando as pessoas pelas suas expectativas. –disse Rose enquanto se deitava de bruços sobre os travesseiros. – Na verdade nem todos são musculosos! Eu adoro Duro de matar e o Bruce Willis nunca foi nenhum Vin Diesel!

– Bom filme... –concordou sem tirar os olhos do seu livro.

– Lê pra mim Dimitri.

– Eu to no meio da estória Rose, você não vai entender...

– Eu quero ouvir sua voz... Lê pra mim. –insistiu fazendo com que Dimitri retirasse os olhos da página e a encarasse em silencio. – Lê...

Rose permaneceu séria enquanto seus olhos fitavam os olhos de Dimitri, que por sua vez manteve os dele dentro dos dela por alguns segundos antes de respirar profundamente e voltar a olhar seu livro.

– Tudo bem...

Rose esboçou um sorriso singelo enquanto mantinha os olhos fixos na face do russo, enquanto ele lançava sobre ela mais uma vez o seu olhar compenetrado, depois dava inicio a sua leitura. Rose ouvia atentamente cada palavra lida pelo moreno sem interromper sua leitura em momento algum, ela apenas se movia sobre a cama algumas vezes para trocar de posição, mas continuava ouvindo a narração enquanto fechava os olhos apreciando o tom tranquilo na voz de Dimitri. Naquela noite, por mais estranho que parecesse Rose adormeceu ao lado de Belikov e ali permaneceu até que ele notasse seu silencio. Dimitri fechou seu livro e se livrou das lentes deixando ambos sobre o criado mudo, depois voltando a analisar a garota que dormia de lado, com as pernas dobradas uma sobre a outra, com os cabelos cobrindo o pescoço, e com as palmas das mãos unidas embaixo do rosto. Rose estava exatamente como ele imaginava toda vez que entrava naquele quarto de hospital e a encontrava, adormecida sobre aquele leito. Dimitri ficou olhando-a por longos segundos, até decidir ajeitar os travesseiros, algo totalmente sem sentido que ele fez sem perceber ou sem admitir que na verdade queria tocá-la de modo carinhoso. Enquanto sua mão repousava sobre o topo da cabeça de Rose sem aproximar-se, Dimitri sentiu um desejo espontâneo de aproximar seus dedos dos cabelos dela, e fez o gesto contornando tal área sem poder sentir a matéria em si. Frustrado por não poder tocá-la, ele respirou profundamente e se levantou passando os dedos entre os próprios cabelos e indo até o banheiro onde lavou o rosto e se escorou na pia enquanto fitava seus próprios olhos refletidos no espelho.

No quarto, e no quinto dia Dimitri se manteve novamente distante percebendo o que sentia toda vez que se deixava envolver em suas conversas com Rose. Toda vez que olhava pra ela, Dimitri era tomado de um pensamento que ele tomava para si como condenável. E a maneira mais eficaz de contornar aquele sentimento novo, era fingir que ele não existia, e assim ele tomava seus diálogos com Rose de maneira formal como sempre teria feito antes.


(...)


Amor Nunca Morre - Ben Barnes

Peguei minha guitarra

Tentei escrever uma canção para você

Mas cada palavra que escrevi soou errado

Amor

Outra palavra de quatro letras

Eu disse "eu te amo"

Você mesmo disse que me ama

Mas é tudo o que tem

É que significava ser

Amor

Eu quero ter certeza que você amava

O verdadeiro amor

Nunca mente

Apenas olhe dentro dos meus olhos

Devo estar louco

Para desistir do que tínhamos

Você sabe que eu nunca quis te deixar triste

Amor

Foi bem ali na minha frente

Eu posso escrever uma canção sobre o para sempre juntos

Para melhor ou pior

Rico ou pobre ou o que quer que seja

O verdadeiro amor

Que muito eu garanto

O verdadeiro amor

Às vezes chora

Apenas olhe dentro dos meus olhos

Mesmo se você acha que isso é adeus

Diga-me o que fazer e vou tentar

Nada mais importante que você e eu

O nosso amor nunca morrerá

Mesmo se você me disser que isso é adeus

Olhe em meus olhos procurando minha resposta

Ohhhhh, se isso for adeus

O amor nunca vai morrer


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Notas finais do capítulo

Gostaram da música? meu lindo tem uma voz muito fofa né?! Enfim, espero que tenham gostado do cap no próximo teremos a regressão de Dimitri! Beijos



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