Rosa Adormecida escrita por Kuroi Namida


Capítulo 14
No Caminho pra Casa


Notas iniciais do capítulo

Olá, desculpem a demora! Ainda não será nesse capítulo a regressão do Dimka, me pediram mais momentos fofos entre o casal já que eles só brigam então escrevi este! Sutil por enquanto mas espero que gostem! beijos



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Rose simplesmente sumiu enquanto Dimitri vasculhava o quarto atrás de algo que ele não lhe deu satisfações do que se tratava. Depois de esperar alguns minutos pela garota, ele decidiu voltar pra casa logo se retirando da casa da avó, pegando seu carro e seguindo seu rumo de volta pra casa, decidido a tomar um banho assim que chegasse e aproveitar uma boa noite de sono. O moreno permaneceu com a expressão séria prestando atenção na estrada enquanto ouvia a rádio local em volume baixo apenas para se informar das últimas noticias. Enquanto descia por uma via íngreme que o levaria para um túnel seu telefone celular tocou sobre o painel e foi ignorado por alguns segundos, sendo que o moreno odiava atender o celular enquanto dirigia, mas devido aos seus compromissos no hospital ele imaginou que poderia ser importante então atendeu.

– Fala Jack. –disse ao amigo do outro lado da linha.

– Tá de varde? –disse o outro.

– De que?

– Tá de bobeira, de folga, sem fazer nada, coçando?

– Não, eu não to coçando, mas to indo pra casa agora... –riu Dimitri enquanto focava o caminho à frente. – Por quê?

– O que acha de um giro no PUB?

– Tenho que trabalhar cedo amanhã, não to pra beber. –disse colocando o aparelho no viva voz e jogando no painel do carro.

– Não bebe então mané, mas pelo menos me faz companhia.

– Não sei, tenho umas coisas pra fazer. –disse olhando pelo espelho retrovisor.

– Tipo o que? Vai ficar em casa lendo Romeu e Julieta?

– Eu não leio Romeu e Julieta. –retrucou.

– Não, lê aqueles livrinhos de velho oeste que dá no mesmo...

– Não ferra Jack.

– Cara! Tenho duas gatas daquele jeito só esperando por uma noite de sexo animal e vai trocar isso por um livrinho com cheiro de mofo?

– Gatas? Como as ultimas? –ele riu.

– Qual é, a Charlene e Juliene eram gatas cara!

– Eu percebi quando uma delas enfiou as unhas dentro da minha calça no meio do bar.

– Qual é o que você queria a madre Tereza? Deixa de ser bicha.

– Não vai rolar Jack.

– Vai se foder Dimitri.

– Me diz como foi! –ele riu.

– Vou mesmo, quer saber? Vou pegar as duas enquanto você fica no cinco contra um seu babaca!

– Boa sorte. –Dimitri sorriu enquanto voltava os olhos para o reflexo que batia no vidro de sua porta.

– Mané... –dito isso a ligação foi cortada por Jack.

Dimitri sacudiu a cabeça durante um riso fraco e depois voltou os olhos para o retrovisor mais uma vez, justo no momento em que Rose decidiu mostrar-se presente soltando uma de suas:

– Charlene e Juliene? Isso é nome de guerra? –ela franziu a testa fazendo cara de nojo.

– Ah você tá aí? –disse o moreno desviando do assunto.

– To, a mais tempo do que gostaria.

– Tava ouvindo a conversa?

– Infelizmente cheguei bem na hora da sua revelação sexual! –disse ela mudando de lugar e ficando no banco ao lado de Dimitri.

– Aonde você foi? –disse no seu habitual tom formal.

– Não é da sua conta! –ela riu.

– A gente precisa ter uma conversa Rose. –disse ele encarando-a.

– Precisamos mesmo...

– A gente ainda tem uma semana pra dividir a companhia um do outro então... –disse voltando os olhos à frente.

– Uma semana no seu calendário, por que no meu o tempo é indefinido ou você esqueceu que eu to em coma? Não acredito que uma sessão de macumba regressão ou sei lá o que vai resolver o meu estado. Eu não to passando férias na sua casa...

– Dá pra calar a boca? –disse encarando-a com a testa franzida.

Rose arregalou os olhos e ergueu uma das sobrancelhas enquanto se virava no banco e mostrava o dedo do meio para o médico russo, que apenas torceu a boca e seguiu:

– Se você vai ficar me seguindo por aí o resto da semana, ou sabe lá por quanto tempo. –disse voltando a olhar a garota. – Vamos precisar de algumas regras...

– Tipo: fica permanentemente proibido a senhorita Rose fantasmagórica espiar enquanto o senhor Dimitri pé no saco toma banho? –ela disse fazendo careta. –Por que isso eu já sei.

– Você tá obsecada com isso? –disse ele encarando-a com um olhar divertido.

– Com o que?

– Esquece... –ele mudou novamente o tom. – Vai me ouvir ou vai continuar com as piadinhas idiotas que você aprendeu no corredor do colegial?

– Tá bom, vamos brincar de o mestre manda! –disse ela girando parcialmente o corpo para o lado de Dimitri.

– Eu to falando sério Rose.

– Vai direto ao ponto Dimitri.

– Tudo bem... –ele olhou para a pista e continuou. – Primeiro, eu preciso de um pouco de espaço então eu agradeceria se você me deixasse sozinho de vez em quando. Eu tenho as minhas necessidades e careço de um tempo a sós comigo mesmo.

– Tá querendo ficar sozinho pra brincar com seus brinquedos? –ela riu franzindo a testa enquanto desviava o olhar para um nível abaixo do umbigo do moreno.

– Não Rose. –ele disse alterando um pouco a voz. – Eu preciso de um tempo sem as suas piadas irritantes na minha cabeça como esta, por exemplo.

– Tudo bem eu também tenho algumas regras pra você.

– Tipo o que? Não tentar te estrangular?

– Não, minha regra é bem simples, se você não bancar o idiota comigo o tempo todo e começar a me tratar como tratava antes eu te deixo quieto. Caso contrário quando você estiver vendo TV eu estarei lá, quando você estiver dormindo eu estarei lá, quando você estiver pensando em ter paz eu estarei lá. Ou seja vou te atazanar até você surtar e se auto internar em um hospício. Certo?

– Você já faz isso Rose. –disse olhando-a com um sorriso fraco, mas espontâneo.

– Você é a única pessoa com quem eu posso conversar Dimitri, custa ser um pouco menos babaca?

– Tudo bem Rose. –disse olhando-a nos olhos. – Contanto que você pare de tentar me irritar o tempo todo. –ele olhou a frente. – Já vi que você faz isso de propósito. –ele deu um sorriso de canto sem que ela visse. – Não sei por que, mas faz.

– Eu gosto de brigar com você. –disse ela fazendo seu habitual biquinho.

Dimitri sorriu apenas com um movimento simples de lábios e voltou a olhar a garota que virou o rosto na sua direção e mostrou um sorriso prestes a transformar-se em riso, o que aconteceu assim que seus olhares se cruzaram. O riso foi unanime entre os dois, que por fim concordaram internamente que aquelas discussões eram mesmo divertidas, mas apenas guardaram tal informação para si. Dimitri sacudiu a cabeça enquanto mostrava os lindos dentes brancos em um sorriso aberto e virava o rosto para a estrada tentando disfarçar.

– O que vai fazer? –disse ele.

– Não sei... É noite e eu não durmo, pelo menos não como antes.

– Como é?

– Eu não sei, eu simplesmente apago e quando “acordo” estou sentada em algum lugar para onde eu não me lembro de ter ido. –o olhar de Rose pareceu meio melancólico ao dizer tais palavras.

– Quer ficar comigo? –disse sem olhar Rose e com certa indecisão na voz.

– Tá me convidando pra dormir na sua casa? –ela o encarou.

– Tem alguma coisa melhor pra fazer? –ele a encarou.

– Sei lá! Eu tava pensando em ir até a ponte do Brooklin e pular lá de cima pra ver o que acontece! Sempre quis fazer isso, mas eu não sei nadar então morreria afogada provavelmente, mas agora que eu não peso nem uma grama, talvez...

– Rose...

– O que? –ela o encarou enquanto o moreno apenas lhe fitava a face com os olhos bem estalados que talvez fosse culpa da luz, mas pareciam brilhar naquele negro intenso como se fossem duas estrelas devassas tentando chamar atenção. – Quero. –disse por fim.

Dimitri continuou sério e voltou a olhar para o caminho a frente logo saindo do túnel e vendo as luzes da cidade brilhando ao redor. Rose permaneceu quieta depois daquele momento apenas olhando para as luzes que passavam rapidamente pelos vidros do carro. Volta ou outra, Dimitri se pegava olhando para ela de canto apertando os olhos como se estivesse tentando decifrar algo no rosto dela. No rádio do automóvel podia-se voltar a ouvir o som baixo que antes fora abafado pela discussão dos dois, e naquele instante tocava uma canção tranquila e aconchegante que preencheu o caminho e o silencio estabelecido por ambos. Depois de um tempo Dimitri pode ouvir alguns sons passando pela garganta de Rose, como se ela cantasse intimamente aquela canção sem abrir os lábios, era mais um gemido em forma de melodia, e embora ele provavelmente achasse isso irritante, naquele momento ele passou a apreciar como se o som da voz da garota não fosse assim tão ruim aos ouvidos dele. Rose manteve supostamente a nuca escorada no encosto enquanto seus olhos corriam pelas ruas da cidade. Ambos estavam confortáveis naquele momento...


...



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Notas finais do capítulo

PS: To aceitando mais uma recomendação valeu? haahha só isso1 Em breve mais capítulo! Querem dar uma dica, uma sugestão? Eu to aceitando! O que acham que pode acontecer nos próximos capítulos, tipo momentos divertidos entre o casal! beijos aguardo respostas



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