Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim escrita por Suzy Cullen


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi! Voltei amores com mais um capítulo prontinho! Boa leitura!



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PDV Esme

Edward me deixou em frente a sede da revista. O caminho havia sido silencioso, nos afastamos depois da conversa sobre meu mal estar. Mas apesar disso, estava confiante. Eu tinha que estar. Hoje era a entrevista.

Uma semana antes, tinha trocado telefonemas com a Alice e até nos encontramos em uma doceria para que eu desse minha matéria para que ela avaliasse. Se eu merecesse, poderia iniciar como colunista! A semana estava boa, mas eu não tinha visto o Carlisle. Não que isso me deixasse mal, mas eu queria ve-lo. Só ve-lo. Tentar conversar, deixar um clima agradável entre nós. Ele e meu irmão eram muito amigos, então eu não poderia evita-lo.

Entrei no prédio. Fui caminhando até achar a Alice sentada em uma poltrona numa espécie de salinha de estar.

- Esme!

- Olá. – respondi sorrindo.

- Está pronta?

- Estou. Só um pouco nervosa.

- É normal. Mas sua matéria é ótima! Com certeza vai se dar bem aqui. – assenti respirando fundo. – vamos. – ela abriu uma porta. A sala do chefe.

Meu queixo caiu quando eu vi o meu “chefe”. Ele poderia ser meu afilhado! Era tão jovem! Me lembrava Carlisle quando tinha aquela idade. Louro, alto, forte, mas magro. Os cabelos estilo “príncipe”, embora Carlisle sempre gostou de penteá-los para trás. E tenho que admitir, sempre ficou bom.

- Jasper, esta é a Esme. – Alice disse me levando em direção à ele.

- Bom dia, Esme. – ele estendeu a mão. A apertei.

- Bom dia Jasper.

- Ela é a autora daquela matéria que lhe dei. Então conversem! – e assim Alice foi saindo.

- Bom, Esme, gostei muito da sua matéria. – ele falou se sentando. Fiz o mesmo. – você escreve muito bem. Sempre foi assim?

- Sempre me interessei muito na leitura e sempre gostei de criar, escrever...

- Mas aqui não podemos criar. – ele disse, me deixando nervosa. Como eu pude falar “criar” ? Isso é uma revista feminina! – Mesmo assim, você escreve de uma forma interessante. Acho que faria muito bem à nossa revista. Mas me diga, o que te fez vir aqui? – estremeci.

- Bom, eu já administrei uma loja. Mas de todo jeito, não era bem minha vocação. Passei um tempo fora, e preciso me estabilizar. Conheço o Emmet...

- O irmão da Alice. – ele suspirou.

- Ele mesmo. – ignorei sua expressão. – ele havia dito que a Alice gosta muito daqui. Meu irmão me incentivou a tentar e agora estou aqui. Afinal, se eu passar posso fazer o que eu gosto.

- Boa história. – ele falou sorrindo e relaxei mais um pouco. – como em qualquer entrevista de emprego, eu quero saber, quais as suas qualidades Esme?

- Sou comprometida, responsável e aceito bem desafios.

- Bom, porque para muitos aqui e um “desafio”. – ele gesticulou as aspas com os dedos. – entregar a redação em pouco tempo. Mas voltando, quais os seus defeitos?

- Acho que por ser comprometida, sou perfeccionista. E às vezes fico imperativa quando tem algo para fazer ou irritada quando acho que não vou conseguir. – sorri satisfeita. Boa resposta.

- Ótimo. Você parece realmente ser uma ótima profissional. Mas preciso apenas de mais uma coisa para ter certeza. Quero uma nova redação. Tema livre. – me enrijeci na cadeira. Fazer tudo de novo? – preciso ver se você consegue selecionar um bom tema e se sabe explorar esse tema.

- Tudo bem. – tentei mostrar ao máximo a confiança que agora, parecia fugir de mim. – quando preciso te entregar?

- Qualquer dia desde que não ultrapasse duas semanas. Preciso disso o mais rápido que puder. – me levantei e ele também.

- Ok. Foi um prazer te conhecer Jasper. – estendi a mão.

- O prazer foi todo meu. – ele apertou minha mão.

Fui andando em direção à porta. Alice estava sentada no mesma poltrona. Me despedi dela sorrindo. Metade do caminho andado.

PDV Alice

Esme foi embora sorrindo. Parecia confiante, mas não sei... Não é tão fácil sair sorrindo quando se saí de uma entrevista de emprego com o Jasper. Ele não é grosso, mas é bem inteligente. Não é raro cair em alguma armadilha em meio aquelas perguntas.

Entrei na sala dele.

- O que achou dela?

- Será uma boa para nós. – ele respondeu indo em direção à ampla janela. – ela me lembra você.

- Eu?

- Profissionalmente. – rimos. – ninguém é igual a você.

- Eu sei, querido. – ri. – e por isso mesmo tenho que trabalhar. Até mais!

- Até.

PDV Carlisle

Meu plantão havia acabado. Saí do hospital apressado, pois começava a chover forte e a ultima coisa que eu queria era chegar em casa molhado. Entrei no carro e fui para o trânsito de Boston.

Sempre congestionado, mesmo a essa hora. 10:00h da manhã. Fui seguindo tranquilamente, até que parei bem em frente ao prédio onde a irmã do Emmet trabalha. E Esme estava lá. Encolhida, se protegendo da chuva, a espera provavelmente de um táxi ou algo assim.

Eu tentei fingir que não vi, ou simplesmente acelerar com o carro, mas não pude deixa-la ali. Estacionei o carro bem em frente a porta. Abaixei o vidro do passageiro e a chamei. Ela veio correndo, se protegendo daquela chuva que só aumentava.

- Quer carona?

- Não precisa se incomodar. – ela disse, assenti negativamente com a cabeça.

- Vamos lá.  Um táxi vai demorar de parar nessa chuva.

- Então tá. Eu estava desejando que alguém aparecesse. – abri a porta do passageiro e ela entrou rápido. Já segura dentro, ela tirou a jaqueta da cabeça.

-  Você foi lá? – entrei no engarrafamento.

- Ah fui.

- Conseguiu?

- Espero que sim, ainda tenho uma tarefa antes de ser realmente aceita.

- Qual? – ela me olhou.

- Uma nova redação. Tema livre. – dessa vez, quem olhou fui eu.

- Já tem algo em mente?

- Não. Vou pesquisar e ver se acho algo interessante.

- Não se sei se vai ajudar, mas você poderia escrever sobre o que aconteceu com você nos últimos anos. É bom ter a opinião da autora. 

- Escrever sobre a violência contra a mulher? – ela perguntou preocupada. - não sei se consigo falar sobre isso assim.

- Não precisa ser precisamente a violência, pode ser sobre outra coisa. É só pensar melhor.

- Obrigada.

- Pelo o que?

- Pela ideia e pela carona. Se fosse outra pessoa teria me deixado ficar gripada.

- Esme, entende uma coisa: Eu não te odeio. Já odiei, mas três anos se passaram, reconstruí minha vida e você sofreu muito. Acho que o mínimo para nós é que respeitamos um ao outro.

- Você tem razão. – sorrimos.

A viagem seguiu tranquila. Chegamos a casa de Esme e estacionei bem em frente a porta.

- Não quer mesmo entrar?

- Não.

- É o mínimo que posso fazer por você.

- É sério, eu tenho que ir pra casa.

- Se é assim, então, muito obrigada. – ela levantou a mão e apertou meu ombro de leve. – Tchau.

- Tchau. – respondi.

PDV Esme

Saí do carro de Carlisle. Subi para o apartamento e assim que entrei, corri para meu quarto e me joguei na cama. Que idiota! Como eu fui capaz de me aproximar dele daquela forma? Meu dia foi tão bom para eu estragar agora! Fiz uma boa entrevista, falta pouco para eu ter um emprego, consegui manter uma conversa agradável entre mim e meu ex-marido durante o caminho, para chegar na hora de se despedir eu dar uma mancada dessa!

- Pelo menos, - falei para mim mesma. – minha vida tá tomando um rumo. Eu só não posso estragar tudo de novo.

   


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Notas finais do capítulo

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