Seus Olhos escrita por Beatriz de Moraes Soares


Capítulo 16
Na manhã seguinte


Notas iniciais do capítulo

Hey my dears, acharam que eu tinha desistido? Não mesmo! Apenas passei por uma crise criativa, ela ainda está presente, mas consegui escrever esse capítulo ao menos ;) Bom, peço perdão pela demora do capítulo, mas acho que vai valer a pena, o próximo já estou escrevendo e vai ser bem show! uhules õ/ Espero o comentários de vocês e em breve, bem em breve estarei postando o próximo!

P.S. perdoem-me algum erro de digitação ou ortográfico, o capítulo não está betado, mas assim que minha beta o fizer eu editarei capítulo.

Estou um pouco enferrujada, então me perdoem!



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Eu estava do lado de papai, no banco do carona enquanto ele conduzia seu veículo rumo à nossa casa. No carro também estavam, mais necessariamente no banco de trás Eric e junto dele os recém-casados Peter e Meredith que me narravam os fatos que perdi na noite, ou melhor, na madrugada que se passou desde que eu fugira com Eric para seu apartamento.

Segundo eles, assim que chegaram ao luxuoso hotel onde iriam passar a noite de núpcias, receberam uma ligação desesperada de minha mãe a minha procura, dizendo que havia ligado diversas vezes para meu celular e nada (o que aconteceu foi meu celular estava sem bateria) e então ela foi pedir a ajuda dos Harrison. Meredith como boa Sherlock logo deduziu que eu estava com Eric, eles ligaram para o celular do mesmo, mas ninguém atendia (Eric havia deixado no silencioso) e então na madrugada começou uma saga atrás de mim, ninguém havia me visto, nem nada parecido, ligaram para Deus e o mundo – um tremendo exagero, eu sei. Meu pai se recusava a crer que eu estava com Eric – ela não disse isso, mas eu deduzi facilmente – e minha mãe entrou em pânico, tendo que chamar o médico e tudo mais. Por fim, meu pai desistiu e pediu para que Peter o levasse para o apartamento de Eric, onde eu estava desde o principio:

– Como mamãe está? – perguntei a meu pai.

– Ela está medicada agora – explica – um pouco melhor, mas você não pode nos dar esse susto de novo, Valerie. Não faça isso de novo.

Isso me frustrou e muito, mas fiquei quieta e apenas revirei os olhos. Eu não iria discutir com meu pai, não agora com todos ali no carro, mas eu não iria deixar quieto, como assim eu não poderia mais fazer mais isso de novo? Eu estava com meu namorado, são e salva, era tão óbvio que eu estava com Eric, o porquê de todo esse rebuliço. Tudo bem, que ninguém sabia, mas era tão difícil deduzir isso?

Assim que chegamos em casa, fui para o quarto de minha mãe, ela estava lá, dormindo tranquilamente, observando-a assim ela parecia tão calma, tão frágil, na imensa king size de meus pais, ela não ocupava quase nenhum espaço. Aconcheguei-me ao seu lado, ficando ali e adormecendo junto a ela, pois apesar de tudo, ela era minha mãe e tudo que eu menos queria era que ela não surtasse novamente.

Quando eu abri meus olhos, mamãe já estava acordada, ela ainda estava visivelmente medicada, mas já estava consciente:

– Bom dia, Valerie.

– Creio que já seja boa noite, mamãe – digo olhando para o relógio.

– Onde você esteve esse tempo todo?

– Com Eric, mamãe.

– Valerie...

– Mãe, por favor, não comece – me levanto bruscamente – eu sou adulta e apesar de tudo que eu tenho, eu sou dona do meu nariz.

– Não, pois enquanto você viver nessa casa – replica – enquanto você viver sobre meu teto, terá que me dar explicações sobre onde você anda, com quem anda e como anda.

Saio pisando duro do quarto como uma criança birrenta. Vou até a sala de estar, onde Meredith e Peter estão lá conversando com Eric e papai:

– Já acordou, querida?

– Sim e mamãe também – digo suspirando pesadamente e me jogando no sofá ao lado de Eric.

– Vixe, coisa boa não aconteceu – observa Meredith.

– É melhor eu ir ver sua mãe – diz papai sem graça, levantando e subindo até o quarto.

– E o que a senhora está fazendo aqui?

– Está me expulsando, Valeria?

– Perdemos o voo de hoje de manhã, Valerie – explica Peter - só conseguimos um voo para amanhã.

– Sinto muito ter feito vocês perderem o voo – me desculpo.

– Sem problemas, foi por um ótimo motivo – diz Meredith maliciosamente.

Ruborizo instantaneamente, sem graça pergunto se eles querem comer alguma coisa, eles aceitam e Meredith me segue até a cozinha. Peço para Mercedes fazer alguns sanduiches, enquanto pego algumas laranjas para fazer suco. Enquanto luto contra o espremedor, perdendo de dez à zero, Meredith me segue de um lado para o outro fazendo mil perguntas:

– E então? Conte-me tudo e não me esconda nada!

– Não sei sobre o que está falando.

– Valerie, não adianta se fazer de desentendida, isso não cola mais. Conte-me como foi perder a virgindade com aquele americano boa pinta? – ela arqueia a sobrancelha esquerda.

– E-eu não perdi a virgindade com Eric, Meredith.

– Ah meu Deus! Não me diga que vocês passaram a noite inteira juntos e não aconteceu nada?

– Não, mas é claro que aconteceu. O que eu quis dizer é que não foi com Eric que perdi minha virgindade – expliquei.

– Oras, foi com quem então? – perguntou surpresa.

– Lembra naquela noite, na festa do apartamento de Monise?

– Ah meu Deus! Você trepou mesmo com aquele cara e não me contou?

– Não foi quem ele também – digo tentando encontrar uma mentira boa, mas não sou boa com mentiras então vou direto ao ponto – foi com Conrad.

– O QUE? – berrou Meredith – NÃO. POSSO. ACREDITAR. NISSO! Valeria!

– Meredith, eu sei que eu tinha que ter te contado, mas...

– Você tinha o dever de contar, Valerie. Como você pôde me esconder que você e o Conrad tinham trepado?

– Para de usar essa palavra.

– Qual?

– Trepar – respondo. – é tão sujo.

– E você é tão pura, né Valerie Novack? Você deu pro nosso melhor amigo e ainda fica toda encabulada por eu usar a palavra trepar? TREPAR TREPAR TREPAR! – repete ela visivelmente brava.

– Não entendo o porquê de toda essa irritação, Meredith. Até parece que está com ciúmes.

– E estou – suspira pesadamente – naquela época, eu gostava de Conrad. Na verdade, quem não gostava? Conrad Fitzgerald era o sonho de qualquer garota, ou até mesmo garoto.

– Você era apaixonada por Conrad?

– Não apaixonada. Mas, eu tinha meus devaneios com ele e até uns sonhos eróticos – disse ela um pouco envergonhada – me desculpe, foi idiotice minha, é que pela primeira vez você conseguiu o que eu queria, que senti um pouco de inveja, sei lá. Bobagem. Desculpe-me.

– Tudo bem, sua vadia loira – digo indo abraça-la e ela me recebe de bom grado – somos agora duas adultas com seus americanos gatos, uma está casada e a outra recebeu uma proposta...

Rapidamente Meredith se afasta e grita:

– O que? Conte-me mais sobre isso.

Então vou dizendo a ela sobre a proposta de Eric e sobre minha recusa e ela pela primeira vez concordou comigo. Depois de Mercedes preparar os sanduiches digo que ela pode descansar. Meredith me ajuda levando o suco, enquanto eu levo os sanduíches para os rapazes. Enquanto comemos, ficamos conversando, depois Peter avisa que tem de ir, pois irão acordar cedo, Meredith para que fossemos com eles se despedir no aeroporto e claro, não recusamos. Quando Meredith e Peter saem, Eric e eu voltamos para a sala e ele me olha timidamente, como um rapazinho envergonhado de doze anos e diz:

– Acho melhor eu ir embora – ele coça a cabeça fazendo um careta.

Solto um risinho e me aproximo dele, mordo o lábio inferior lentamente e procuro fazer a voz mais sensual que consigo:

– Ou pode ir comigo ao meu quarto?

– Já ouvi idéias piores... – ele sussurra e me agarra pela cintura me beijando intensamente.

O arrasto para meu quarto, ele faz uma observação idiota sobre meu quarto, mas não dou atenção, pois estou mais interessada em tirar sua roupa.



~x~



Abro meus olhos e vislumbro Eric do meu lado, ele ainda dorme tranquilamente, era magnifico vê-lo dormir assim, se eu pudesse eu ficaria por horas assim, até finalmente ver o brilho de seus olhos. Cuidadosamente saio da cama, olho para o relógio na cabeceira da cama de Eric são sete horas, ainda dá tempo de eu fazer o café de Eric antes de ir ao trabalho.

Faz algum tempo desde que Eric e voltamos e tudo tem sido tão maravilhoso, estou em seu apartamento como de costume, onde tenho passado a maioria do meu tempo cuidando de Eric e de seu apartamento. Meus pais não gostam nem um pouco, mas isso pouco me importa, eu estou apaixonada por Eric e quero estar com ele. Sempre.

Visto meu roupão e vou à cozinha, pego o pó de café no armário e coloco na cafeteira, pego alguns pães e ponho na torradeira. Coloco algumas frutas e frios à mesa, espremo algumas laranjas e não tenho muito resultado com o suco, mas mesmo assim o coloco a mesa.

Vejo que as torradas e o café vão demorar um pouco e vou ao banheiro tomar banho. Não espero a banheira encher muito, entro despreocupada, vou passando o sabonete liquido que Eric comprou para mim.

Ouço um barulho na porta e já sei que é Eric que acabou de acordar:

– Val? – estrou pronta para meu sorriso mais sexy quando ele completa - que cheiro de queimado é esse?

Dou um salto da banheira e corro para a cozinha, uma nuvem de fumaça se espalha, tento contê-la até que chegue sensor de incêndio, consigo com sucesso fazê-lo, mas então a cafeteira faz um barulho e olho para o café, que na verdade não está mais lá, havia evaporado tudo. Desliguei a cafeteira antes que tudo explodisse e respirei aliviada:

– Valerie?

Olho para trás e vejo Eric me olhar confuso de cima à baixo, é quando percebo que estou nua, toda molhada e agora completamente roxa de vergonha:

– Por que ficou vermelha? – pergunta ele olhando maliciosamente, sorrio sem graça – vamos lá, eu ainda não acordei direito, preciso de um banho!

Saio correndo quase escorregando no meio do caminho e me jogo em seus braços. Tomamos banho, nos enxugamos e depois fomos para cozinha. Enquanto Eric prepara algo para comer, eu limpo a sujeira que fiz mais cedo, o cheiro de fritura me incomoda, meu estomago dói e sinto ânsia de vômito, mas não digo nada a Eric:

– Eu sou um desastre – comento com Eric.

– Sim você é – concorda, faço uma careta – mas, é perfeita.

– Perfeita bem longe da cozinha.

Ele ri, desliga o fogão e vem até mim que estou com o pano e me agarra por trás beijando meu pescoço, me viro para beijá-lo e o cheiro de fritura emana de sua camiseta, meu estômago dói e agora não dá para segurar a ânsia, saio correndo para o banheiro e jogo tudo para fora:

– Val, está tudo bem?

– O que você estava preparando?

– Bacon.

A ânsia aumenta e volto a vomitar.

– O que está errado?

Dou descarga no vaso sanitário e vou até a pia lavar meu rosto:

– Deve ser alguma reação dos meus remédios – o tranquilizo.

– Falar nisso, onde estão seus remédios?

– Na minha bolsa – respondo e em seguida vou até seu quarto atrás de minha bolsa com meus remédios, Eric me segue preocupado.

– Graças a Deus, finalmente você os trouxe, eu estava quase impedindo você de dormir aqui sem seus remédios, Valerie – ele disse sério e então não perco a oportunidade e me viro fazendo uma cara de afronta e envolvo meus braços em seu pescoço.

– Você nem ousaria ficar um noite sem mim – o provoco.

Ele dá um pequeno selinho em meus lábios.

– Não mesmo – diz – essas cinco semanas tem sido incríveis.

De repente algo estala em minha cabeça.

– O que houve, Valerie? – pergunta Eric percebendo minha expressão.

– Bobagem – respondo.

– Não, não foi bobagem. O que houve, Valerie?

– E-eu... – eu começo a tremer de nervoso – eu estou atrasada.

– Não entendi.

– Eu estou atrasada Eric, minha menstruação está atrasada – repito já prestes a desabar.

– Valerie, meu amor – diz Eric me guiando até a cama para sentar, ele já estava ciente do que estava por vir – olha para mim! – ele segura meu rosto me fazendo olhar diretamente para seus olhos – acalme-se!

– Não, não, não, por quê? – desvio meu olhar do seu e já estou chorando – e-eu eu não... Eu não posso!

– Valerie se acalme – ele continua a olhar fixo para mim, me fazendo voltar a olhá-lo, mas eu não o vejo com clareza, tudo está tão turvo – você tem que relaxar, você não pode ter uma crise, está ouvindo? – faço que sim, mas minha cabeça está pensando somente em como eu não posso estar grávida, sinto um pequeno espasmos em meu pescoço – Valerie! – Eric berra me sacudindo – Me ouça! – eu o ouço e finalmente consigo enxergá-lo com clareza, vislumbrar com intensidade seus belos olhos azuis e eu relaxo, meu nervosismo diminui.

– Eric, eu... – começo, mas ele me cala com apenas um olhar.

– Val, relaxe. Nós vamos sair, tomar um café porque você precisa comer e depois vamos ao médico ouviu? – diz decidido.

– Não, não vamos a Dra. Schawartz, ela vai contar para os meus pais e eu não quero que eles saibam.

– Uma hora eles terão de saber, Valerie.

– Mas, e se eu não tiver? Será um transtorno à toa e minha... Deus! Minha mãe vai fazer de tudo para nossa vida se tornar um inferno – respondo – vamos a uma farmácia e comprar um teste qualquer e depois veremos o que vai se suceder.

– Mas, antes você vai tomar café, não quero que meu filho nasça com cara de torrada queimada.

Eu não suportei, tive que soltar um risinho levado.


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