Anteriormente...

Voltei para dentro da casa, e eles nem tinham reparado que nós dois havíamos saído para rua. Nos despedimos da tia Júlia e o tio Bento, nisso fui dar tchau para o Fred, ele olhou bem nos meus olhos.

-Até amanhã depois da aula, te vejo na sua casa- sussurrou no meu ouvido, senti um tremor passar por meu corpo todo. A escolha já tinha sido feita, o jeito agora será arcar com as consequências.

[...]

No dia seguinte, levantei, vesti calça jeans, uma blusa e minha costumeiras botas, desci para tomar café com minha mãe, que já estava na cozinha.

-Bom dia mãe!

-Bom dia filha!

-Mãe, me responde uma coisa, porque você não me contou que os novos vizinhos eram a tia Júlia e o tio Bento?

-Porque eu queria fazer uma surpresa pra você querida-falou ela, e que surpresa!

-Mais mãe você sabe que eu odeio o Fred, eu merecia saber!- estava com raiva por minha mãe não ter me contado.

-Filha não fale assim, odiar é uma palavra muito forte, e um sentimento muito ruim de ter por uma pessoa- falou, minha mãe e sua filosofia.

-Mais você sabe tudo o que eu passei nas mãos dele, e não foi pouca coisa.

-Eu sei querida, mais isso é passado, ele cresceu, você cresceu- deu uma pausa e continuou- e você está certa, eu devia ter te contado, você me desculpa?

-Ah claro né mãe, você sabe que não consigo ficar de mal contigo, eu te amo muito mesmo.

-Eu também te amo minha filha- falou e nos abraçamos.

Fui para a frente da casa do Fred pegar o ônibus como de costume, a única coisa que parecia não se encaixar na minha rotina, era o mesmo saindo de sua casa para pegar o ônibus comigo.

-O que está fazendo aqui?- perguntei.

-Bom dia para você também dona mal educada!

-Ei olha como fala comigo.

-E você também, formule sua frase melhor da próxima vez, além do mais eu estou sendo muito bonzinho em te dar outra chance para melhorar suas notas.

-Tudo bem, vamos arrumar isso- falei, e tentei minha melhor cara de anjo, mais na realidade, estava quase partindo pra agressão física, mentira nunca briguei com ninguém na minha vida, sou daquelas que acredita que tudo se resolve na base do diálogo, mais ele realmente sabe me tirar do sério, então continuei- bom dia, tudo bem com você, eu estava aqui parada e te vi sair de cara, então resolvi perguntar o que faz por aqui? Vai pegar o ônibus para ir para a escola? Assim está melhor?- ele rio do meu cinismo.

-Bom dia, estou muito bem, e vou pegar o ônibus para ir para a escola, porque minha caminhonete estragou, e realmente assim está melhor- ele entrou na minha brincadeira, e respondeu no mesmo cinismo que eu.

-Mais mudando de assunto, o que você preparou pra eu melhorar minha nota?-estava curiosa.

-Não me lembro de ter combinado de falar com você sobre isso antes de ir pra escola.

-Pois é, você falou depois da escola, mais...- ele não deixou eu terminar.

-Mais nada, combinado é combinado- falou ele se achando o muito mais velho do que eu, como se eu fosse uma pirralha, tá essa até pode ser a realidade, mais precisava disso tudo??

Subimos no ônibus e parecia que eu tinha voltado no tempo literalmente. Sentei com a Paula, e ele passou pelo nosso banco indo se sentar no fundo. Certas coisas sempre continuam as mesma, não mudam.

-Oi- falei.

-O que ele está fazendo aqui??

-Ih a mesma conversa de novo!

-Como assim??- então contei tudo pra ela.

-Então ele vai te “ajudar”, porque sério, não sei se estou convencida com essa dele de bom moço- falava Paula, ela conhecia bem ele, e sabia tudo o que ele já havia me feito passar.

-Pois é, eu estou com um pé atrás, mais não tenho o que fazer, se não conseguir a nota, vou ficar para o provão, e se não passar no provão não tem formatura- falei triste- vou fazer o que ele mandar eu fazer.

-Eu não queria estar no seu lugar!- confessou ela.

-Pois é, nem eu.

Chegamos na escola, e a manhã passou normal. Não vi o Fred em momento algum, estava na parada esperando o ônibus para voltar para casa, junto com a Paula. Percebi que ela falava comigo, mais meus pensamentos estavam longe, realmente eu estava muito preocupada, conhecia bem o Fred, e sabia que ele não me daria nota assim de graça. Vi ele saindo da escola e vindo na direção da parada, esperei ele se aproximar de nós.

-Bom como combinado é combinado, já é depois da escola,se não me engano?

-Tem razão, já é depois da escola- falou ele, se fazendo que não sabia aonde eu queria chegar.

-Então você já pode me falar o que preparou para mim!

-Aí é que você se engana,eu falei, depois da escola na sua casa, já estamos na sua casa??

-Não- respondi seca, estava furiosa já.

-Então quando chegarmos lá, a gente conversa.

Dei graças a Deus quando chegou o ônibus, fui o percurso todo calada,sentada com a Paula, quando chegou a nossa parada, eu desci na frente, sem nem olhar para trás, e fui em direção a minha casa, ele desceu logo atrás de mim e gritou.

-Te vejo daqui a pouco Banana!- ele sabia que eu já estava furiosa, e conseguiu por incrível que pareça me deixar ainda mais.

Cheguei em casa, almocei e acalmei-me, pois no fundo eu precisava dele, e ele sabendo disso, aproveitada pra me irritar ainda mais.

Não demorou muito e ele chegou, de camiseta, bermuda e tênis. Olhou bem pra mim, ainda vestindo calças jeans.

-Ei você vai ter que rocar essa sua roupa.

-Qual o problema na minha roupa?

-Suba e coloquei uma calça de malha e um tênis, ou você acha que vai correr com essas suas botas?- perguntou com um sorriso no rosto.

-Está bem, vou lá trocar- falei emburrada.

Subi para o meu quarto e troquei-me rapidamente. Desci e vi ele bem esparramado no sofá, se sentindo em casa. Cheguei na sua frente.

-Está melhor assim?- perguntei, havia colocado tênis, calça de malha e preso meu cabelo em uma trança.

-Bem melhor, mais vamos!- falou ele levantando do sofá e nos dirigimos para a rua.

-Não vai me perguntar o que eu preparei para você?- perguntou ele, curioso com o meu silêncio.

-Eu não, vá que ainda não está na hora de você me falar!- olhei para ele que tinha um sorriso de lado.

-Muito bem, está aprendendo que tudo tem sua hora, e para sua informação eu já sei o que você terá que fazer!

-O quê?- perguntei um pouco apavorada.

-Vou fazer algumas atividades primeiro, e se você se sair bem, eu te dou a nota que precisa para passar- falou ele, olhei desconfiada.

-Simples assim?

-É simples assim, porque está desconfiada?

-Talves, mais fala aí  quando começamos essas “atividades”?

-Agora mesmo.

Será que só eu tô com medinho do que está por vir???

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OBS: Pra você que está gostando dessa fanfic, conheça outra que eu escrevo: 

Nem tudo é o que parece...

Esta história fala um pouco sobre a excursão que eu fiz no 3º ano, e foi quando conheci um guri numa festa,porém nunca mais vi ele. Resolvi escrever, porque esses dias tive um sonho meio maluco com ele e achei que deveria contar pra voces. A história será divertida. Qual será a reação de Juliana quando der de cara com ele,numa situação inesperada??? Leiam e conheçam um pouco mais sobre Juliana e o suposto argentino.