Anteriormente...

Chegamos na porta da casa, e a minha cara de surpresa, ou desespero, para a pessoa que abriu a porta da casa.

–Oi Júlia, quanto tempo!- falou minha mãe,pera ai, ela não parecia surpresa que nem eu, eu não acredito, ela tá com cara de que já sabia, e não me falou nada,aff.

–Oi Marcela querida, quanto tempo mesmo- falou, as duas se abraçaram,quando se separaram ela virou e prestou atenção em mim- Meu Deus é você mesma Anna?- perguntou.

–Sou eu sim!- respondi e ela me puxou para um abraço apertado.

–Como o tempo passa depressa, já está uma moça feita, e continua linda como sempre.

–Que isso tia Júlia, obrigada!

–Mais entrem- falou ela, dando espaço para entrarmos- Querido vem ver quem está aqui- nisso tio Bento chega e nos cumprimenta, tia Júlia chega próxima do começo da escada, que leva aos quartos e grita- Frederico desça aqui.

–Agora não posso mãe!- grita ele lá de cima, provavelmente do seu quarto.

–Frederico desça agora mesmo antes que eu vá aí em cima buscar você!!!- nisso escuto barulho vindos lá de cima, ele estava descendo as escadas,olha para sua mãe.

–Tá mãe,estou aqui, o que a senhora quer?- falou ele,que ainda não havia percebido a nossa presença.

–Quero que cumprimente as visitas!- ele parece não entender, então olha para o lado e vê eu e minha mãe sentadas no sofá, conversando com seu pai. Caminha até nós.

–Olá tia Marcela!- fala ele, pois é, ele também chama minha mãe de tia. Minha mãe levanta e abraça ele.

–Frederico como você cresceu menino, oh não, está um homem já, me lembro do tempo em que te pegava no colo- falou ela, ai a coisa tá ficando constrangedora. Então ele parou bem na minha frente, levantei por educação e abracei ele. Senti o cheiro do seu perfume, e que cheiro bom, e ainda pude perceber que ele é bem forte, que isso Anna você odeia ele, nos afastamos.

–Quanto tempo Banana!- falou ele.

–É verdade Pernudo!- falei olhando em seus olhos.

–O tempo passa e essas crianças continuam as mesmas- falou tia Júlia, todos riram.

Os pais do Fred acabaram nos convidando para jantar. Jantamos e voltamos para sala para colocar o papo em dia. Enquando eles conversavam, saí de fininho para rua. Andei um pouco e me deparei com o banco que eu tanto adorava, ele parece aqueles que tem nas praças. Sentei nele e fiquei olhando as estrelas, tinha boas e más lembranças dessa casa. Nisso o motivo das más lembranças senta do meu lado, sinto um arrepio.

–O que faz aqui fora?

–Sei lá, sempre gostei de sentar aqui e olhar as estrelas- falo e vejo ele mudar o olhar de mim para o céu.

–Hum- fica um silêncio constrangedor.E ele resolve puxar papo.

–Andei vendo suas notas em educação física, e elas não estão nada boas.

–É mesmo?- me fiz de boba, pois sabia que minhas notas estavam baixas.

–É mesmo! Mais porque isso acontece, você não faz as atividades?

–Pior é que eu faço, o problema é o professor, e a culpa da minha mãe.

–O que a tia Marcela tem a ver com as suas notas?

–Eu comecei a me dar mal porque o professor descobriu de quem eu era filha- fiz uma pausa – ele era apaixonado pela minha mãe, e como ela nunca deu bola pra ele, ele começou a me torturar como uma forma de castigo.

–Mais ele não pode fazer isso.

–Eu participava da aula, fazia trabalhos de casa, que eram só pra mim, e as vezes nem a nota mínima eu tirava.

–Mais você deveria ter falado com o diretor, ele resolveria isso.

–Aí é que você se engana, pois o diretor é muito amigo dele.

–Estou vendo que vou ter que dar um jeito nisso, já que agora eu sou seu professor.

–O que quer dizer com isso?

–Você está passada no restante das matérias?

–Estou, só está faltando educação física mesmo, e se eu não passar, vou ter que ficar no provão final do ano- falei triste.

–Eu já sei o que vou fazer, mais não pense que vou te dar nota de mão beijada, vai ter que provar que merece a nota.

–Tá falando sério?

–Eu estou rindo por acaso?- falou sério ,aff, quando parece que ele tá sendo bonzinho, tudo se estraga.

–É acho que não!- falei.

–Está disposta a fazer o que eu mandar pra poder recuperar sua nota?

–Depende do que vai mandar- falei meio com medo.

–Não tem depende, é sim ou não?- falou ele, fiquei quieta e pensei, o que eu tenho a perder?

–Está bem, minha resposta é sim- respondi, ele abriu um sorriso de lado.

–Então a gente se vê depois da aula na sua casa,pra conversar sobre o que terá que fazer- falando isso ele voltou pra dentro da casa me deixando ali, com meus pensamentos, será que eu tinha errado em responder sim, pois é, acho que amanhã vou descobrir.

Voltei para dentro da casa, e eles nem tinham reparado que nós dois havíamos saído para rua. Nos despedimos da tia Júlia e o tio Bento, nisso fui dar tchau para o Fred, ele olhou bem nos meus olhos.

–Até amanhã depois da aula, te vejo na sua casa- sussurrou no meu ouvido, senti um tremor passar por meu corpo todo. A escolha já tinha sido feita, o jeito agora será arcar com as consequências.