Apenas Uma Garota escrita por Bruna Lemos


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Bem, estou aproveitando os poucos dias livres que ainda tenho para postar alguns capítulos, porque quando a quarta- feira chegar... será difícil postar em dia de semana.Agradeço muito a a curious que vem comentando e acompanhando minha história. Espero que gostem.



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— Adam, como ela está?

— Ela...- era perceptível. Seus olhos se encheram de lágrimas – logo depois que terminamos de falar, ela começou a passar mal. Os médicos a examinaram e mandaram para UTI. De madrugada, me chamaram e disseram que ela teve uma hemorragia interna e não resistiu.

Olhei para ele tentando encontrar dentro de mim o que dizer, mas dentro de mim apenas havia uma tristeza em ouvir aquilo. Eu consegui apenas ficar imóvel e deixar a lágrima escorrer. Nunca consegui ver outra pessoa próxima a mim triste e ficar tranquila. A dor dele era a minha. Não na mesma intensidade, mas era. Ele enxugou a lágrima que escorreu em meu rosto e tudo o que consegui fazer foi puxá-lo para um abraço. Eu podia ter ido vê-lo no hospital ou ter insistido. Mas apenas fiquei quieta. Pedi desculpas a ele e apenas senti o abraço ficar mais forte.

— Não peça. Por favor. Você só respeitou meu espaço. Eu me isolei. Você não sabia, eu devia ter mandado notícias. Não peça desculpas.

— Não está tudo bem. Eu me preocupo. Você é meu amigo. O que esperava que seja a minha reação? - as lágrimas desciam mais constantemente.

— Não se preocupe.

— O intervalo acabou meninos. - era a inspetora.

— Nos vemos depois Bruna.

— Adam…

Então ele saiu para a sala. Com o coração pesado, fui para a minha. O que eu deveria dizer a partir de agora?

Não consegui prestar atenção em qualquer palavra que o professor disse. Apenas uma vontade de chorar. Mas não podia deixar que ninguém visse.

Na saída, não o encontrei. O ônibus saiu e nada dele. Perguntei a um dos garotos que vi que andavam com ele e ele havia saído mais cedo.

Pelo resto do dia, não consegui fazer nada direito. E ele não respondeu as dez mensagens que mandei a ele.

Outro dia. Olho o celular e nenhuma mensagem dele.

— Filha, vem tomar o café.

— To indo mãe.

A mesma rotina de toda manhã. Pegar o ônibus, ir para a aula e esperar o horário do almoço. E quando digo a mesma, digo a mesma porque não havia mensagem dele.

— Então o trabalho deverá ser entregue na semana que vem, ok turma?

— Vamos fazer o trabalho juntas Bruna? - Gabriela virou rapidamente para mim.

— Vamos sim.

— Professora de inglês me encontrou e disse que precisa falar com você.

Aproveito que fomos liberados mais cedo, e vou até a sala da professora. Ela queria apenas pegar meus dados para me cadastrar no sistema do colégio.

Volto então para a sala para pegar o dinheiro do almoço. E tudo o que está na minha cabeça é ele. O que diabos ele está fazendo. Então acabo batendo de frente com alguém. Ao olhar, me lembro quem é. O garoto que a professora de inglês estava em reunião.

— Me desculpa.

— Tudo bem.

— É, deixa eu te perguntar. Como é seu nome?

— David.

— Me chamo Bruna.

— Prazer.

— Seu projeto é sobre o que mesmo?

— Ah, é um projeto baseado no uso de tecnologia no aprendizado sobre literatura.

— Entendo. Parece bem interessante. Se quiser, posso te ajudar.. Conheço diretores de algumas escolas e poderia conversar com eles.

— Seria de grande ajuda.

— Então ótimo. - dei um sorriso amarelo pra ele.

— Você… vai almoçar agora?

— Vou, só preciso pegar meu dinheiro na sala.

— Eu pago e depois vamos até sua sala e você me dá o dinheiro. Que tal?

— Pode ser..

— Isso se eu puder almoçar com você.

— Pode sim.

David é o típico garoto inteligente de origem humilde. Por ser da primeira turma, passou por muitas coisas e me contou algumas, desde as polêmicas até as engraçadas. Era fácil e divertido o escutar, mas não demorou muito para Adam voltar a minha mente. Então não demorou muito para que eu me dispersasse.

— Tá tudo bem?

— Sim.

— Não parece. Você ficou calada de repente e mal tocou na sua comida desde então.

— Preocupação com um amigo.

— Quer conversar?

— Acho que não

David era persistente, mas respeitava meu espaço. Continuava conversando comigo assuntos variados. Era fácil encontrar algum. E ele não era como a maioria dos outros veteranos. Muitos se achavam por ser da primeira turma, mas ele não.

Como nossas salas eram no mesmo corredor, ele me acompanhou. Dei o dinheiro a ele e então nos despedimos com um beijo na bochecha. E então percebi algo. Seu cheiro era muito bom. Ele acenou com as mãos e entrou na sua sala.

A nova aula começaria logo, mas eu sabia que seria mais uma sem a minha atenção. Olhando novamente no celular, nada do Adam. Que dia complicado.

Mais uma tarde sentada no ônibus. Nada de Adam. Nem presença nem mensagem. Olhando pela janela como sempre, percebo alguém olhando pra mim e acenando. Era David. Dou um sorriso pequeno e ele retribui. Me volto para meu celular e coloco os fones. Fireflies. Uma melodia incrível e que me acalmou. E por ter sido um dia desgastante, sinto que vou cochilar no ônibus.

 


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Esperando os comentários.