Apenas Uma Garota escrita por Bruna Lemos
Notas iniciais do capítulo
Bem, estou aproveitando os poucos dias livres que ainda tenho para postar alguns capítulos, porque quando a quarta- feira chegar... será difícil postar em dia de semana.Agradeço muito a a curious que vem comentando e acompanhando minha história. Espero que gostem.
— Adam, como ela está?
— Ela...- era perceptível. Seus olhos se encheram de lágrimas – logo depois que terminamos de falar, ela começou a passar mal. Os médicos a examinaram e mandaram para UTI. De madrugada, me chamaram e disseram que ela teve uma hemorragia interna e não resistiu.
Olhei para ele tentando encontrar dentro de mim o que dizer, mas dentro de mim apenas havia uma tristeza em ouvir aquilo. Eu consegui apenas ficar imóvel e deixar a lágrima escorrer. Nunca consegui ver outra pessoa próxima a mim triste e ficar tranquila. A dor dele era a minha. Não na mesma intensidade, mas era. Ele enxugou a lágrima que escorreu em meu rosto e tudo o que consegui fazer foi puxá-lo para um abraço. Eu podia ter ido vê-lo no hospital ou ter insistido. Mas apenas fiquei quieta. Pedi desculpas a ele e apenas senti o abraço ficar mais forte.
— Não peça. Por favor. Você só respeitou meu espaço. Eu me isolei. Você não sabia, eu devia ter mandado notícias. Não peça desculpas.
— Não está tudo bem. Eu me preocupo. Você é meu amigo. O que esperava que seja a minha reação? - as lágrimas desciam mais constantemente.
— Não se preocupe.
— O intervalo acabou meninos. - era a inspetora.
— Nos vemos depois Bruna.
— Adam…
Então ele saiu para a sala. Com o coração pesado, fui para a minha. O que eu deveria dizer a partir de agora?
…
Não consegui prestar atenção em qualquer palavra que o professor disse. Apenas uma vontade de chorar. Mas não podia deixar que ninguém visse.
Na saída, não o encontrei. O ônibus saiu e nada dele. Perguntei a um dos garotos que vi que andavam com ele e ele havia saído mais cedo.
Pelo resto do dia, não consegui fazer nada direito. E ele não respondeu as dez mensagens que mandei a ele.
…
Outro dia. Olho o celular e nenhuma mensagem dele.
— Filha, vem tomar o café.
— To indo mãe.
A mesma rotina de toda manhã. Pegar o ônibus, ir para a aula e esperar o horário do almoço. E quando digo a mesma, digo a mesma porque não havia mensagem dele.
— Então o trabalho deverá ser entregue na semana que vem, ok turma?
— Vamos fazer o trabalho juntas Bruna? - Gabriela virou rapidamente para mim.
— Vamos sim.
— Professora de inglês me encontrou e disse que precisa falar com você.
Aproveito que fomos liberados mais cedo, e vou até a sala da professora. Ela queria apenas pegar meus dados para me cadastrar no sistema do colégio.
Volto então para a sala para pegar o dinheiro do almoço. E tudo o que está na minha cabeça é ele. O que diabos ele está fazendo. Então acabo batendo de frente com alguém. Ao olhar, me lembro quem é. O garoto que a professora de inglês estava em reunião.
— Me desculpa.
— Tudo bem.
— É, deixa eu te perguntar. Como é seu nome?
— David.
— Me chamo Bruna.
— Prazer.
— Seu projeto é sobre o que mesmo?
— Ah, é um projeto baseado no uso de tecnologia no aprendizado sobre literatura.
— Entendo. Parece bem interessante. Se quiser, posso te ajudar.. Conheço diretores de algumas escolas e poderia conversar com eles.
— Seria de grande ajuda.
— Então ótimo. - dei um sorriso amarelo pra ele.
— Você… vai almoçar agora?
— Vou, só preciso pegar meu dinheiro na sala.
— Eu pago e depois vamos até sua sala e você me dá o dinheiro. Que tal?
— Pode ser..
— Isso se eu puder almoçar com você.
— Pode sim.
David é o típico garoto inteligente de origem humilde. Por ser da primeira turma, passou por muitas coisas e me contou algumas, desde as polêmicas até as engraçadas. Era fácil e divertido o escutar, mas não demorou muito para Adam voltar a minha mente. Então não demorou muito para que eu me dispersasse.
— Tá tudo bem?
— Sim.
— Não parece. Você ficou calada de repente e mal tocou na sua comida desde então.
— Preocupação com um amigo.
— Quer conversar?
— Acho que não
David era persistente, mas respeitava meu espaço. Continuava conversando comigo assuntos variados. Era fácil encontrar algum. E ele não era como a maioria dos outros veteranos. Muitos se achavam por ser da primeira turma, mas ele não.
Como nossas salas eram no mesmo corredor, ele me acompanhou. Dei o dinheiro a ele e então nos despedimos com um beijo na bochecha. E então percebi algo. Seu cheiro era muito bom. Ele acenou com as mãos e entrou na sua sala.
A nova aula começaria logo, mas eu sabia que seria mais uma sem a minha atenção. Olhando novamente no celular, nada do Adam. Que dia complicado.
…
Mais uma tarde sentada no ônibus. Nada de Adam. Nem presença nem mensagem. Olhando pela janela como sempre, percebo alguém olhando pra mim e acenando. Era David. Dou um sorriso pequeno e ele retribui. Me volto para meu celular e coloco os fones. Fireflies. Uma melodia incrível e que me acalmou. E por ter sido um dia desgastante, sinto que vou cochilar no ônibus.
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Então, o que acharam? Esperando os comentários.