Música do capítulo : https://www.youtube.com/watch?v=DYZCw4LXwWo

Ele não me respondeu. Dentro do ônibus, resolvi guardar o celular. Coloquei meus fones e tentei relaxar.

Ao chegar em casa, meu telefone tocou. Era minha tia, pedindo um favor. Ao desligar, notei que tinha uma mensagem. Era de Marcelo, me chamando pra sair. Na hora respondi. Combinamos o dia e esperei ansiosamente.

Nos encontramos num sábado, em uma praça próxima ao centro da cidade. Ele parecia estar bem mais feliz.

- Obrigada pelo convite Marcelo...-ele sorriu

- Eu precisava me distrair um pouco. Você tinha razão. Ficar em casa, isolado não é bom.

- Viu?! Eu disse- sorri para ele

- Ei, que acha de tomarmos sorvete?

- Acho uma boa, está calor...

- Então vamos. Conheço um lugar, e o sorvete fica por minha conta.

- Tudo bem , mas saiba que eu amo sorvete...você pode sair no prejuízo- brinquei com ele

- Não me importo, tá valendo...

Fomos a uma sorveteria no centro da cidade...Compramos o sorvete e fomos para uma praça que havia lá perto...

- O que pretende fazer agora Marcelo?

- Ainda não sei, estou pensando em fazer faculdade de engenharia.

- Olha só...Querendo dar uma de pessoa estudiosa...

- Haha...eu sou viu...

- Eu sei que sim...

- Acho que vou fazer Engenharia Civil.

- Sempre achei interessante, mas Engenharia Química me chama mais atenção...

- Não do conta de química...

- Ei, acho melhor você tomar sorvete mais rápido, porque aqui na cidade, rapidinho derrete.

De repente, um pouco do sorvete caiu no colo dele...

- O que é que você estava dizendo mesmo Bruna...- rimos da situação

- Eu avisei...

- É né..-rimos mais

Depois, ele me levou a uma loja de jogos. Lá, decidimos jogar um contra o outro...

- Bem Marcelo, acho que você deve estar arrasado por ter perdido..

- De fato estou, perdi pra uma garota...

- Ah!! Seu machista- dei um leve tapa em seu ombro e ele riu.

- Não posso aceitar isso, quero revanche...

- Acho que você sabe que perderá novamente...

- De maneira alguma...Vou te massacrar dessa vez...

Novamente iniciamos uma partida, e novamente ele perdeu.

- Admita, você não vai conseguir ganhar de mim...

- Não vou admitir... Tem algo errado..Você está roubando...- eu cai na risada

- Admite logo amigão...Ou você quer tentar de novo?

- Não , não quero estou cansado...

- Então admite que perdeu...

- Não..

- Admite!...

- Tá bem...Eu perdi- nessa hora comemorei e ele ficou chateado.

Da loja, fomos novamente para a mesma praça, desta vez para conversar.

- O que quer jogar agora?

- hahaha engraçadinha...

- Cansou??

- De maneira nenhuma...

- Então...

- Tem um jogo que eu sei que ganho de você...

- Será? Qual seria?

- Cócegas...- neste momento ele começou a me cutucar e eu morria de rir...

Resolvi correr, ele vinha logo atrás. Não consegui fugir dele por muito tempo. Logo ele me agarrou e voltou a me cutucar, provocando cócegas. Eu tentei várias vezes sair dos braços dele, mas era em vão. Durante uma dessas minhas tentativas de fuga, acabamos batendo com uma senhora que vinha atrás de nós. Nos assustamos, mas logo pedimos desculpa pelo ocorrido. Ela aceitou as desculpas e continuou seu trajeto. Olhei para Marcelo e nos pusemos a rir...

- Viu o que você fez?

- Eu sua maluca? Você que tentava escapar- ele começou a rir

- Maluca sempre fui, mas estava tentando escapar por um bom motivo...- começamos a rir..

- É né...

- Sim!!- comecei a fazer cocegas nele, e ele começou a correr. Consegui segurá-lo.

- Para por favor!!!- gritava ele, já de joelhos no chão...

Assim que parei ele ameaçou começar a fazer cócegas em mim. Mas de repente ele me abraçou e começou a rir. Resolvi retribuir o abraço, e acabei sentindo algo diferente. Eu queria poder ficar abraçada a ele e não sair mais. O que estava acontecendo? Seria o que eu estava imaginando?

Ele se afastou e olhou no relógio.

- Bem, o tempo passou né? Eu preciso ir...

- Ah, tudo bem

- quer q eu te leve em casa?

- Não precisa, vou procurar algumas coisas por aqui.

- Então tá bem.

Ele se despediu de mim e foi embora em sua moto. Sentei em um dos bancos da praça e comecei a pensar sobre o ocorrido. Será que eu estava gostando do Marcelo? Poxa, ele é meu amigo. Um sentimento a mais que a amizade estragaria tudo. E estava tão bom... Eu precisava fazer com que esse suposto sentimento não aumentasse.

Resolvi parar de pensar naquilo e ir comprar algumas coisas que estava precisando.