Edward

Terminei de me arrumar e fui para a cozinha comer alguma coisa, estava totalmente confuso pela maneira que Bella reagiu aos meus comentários, eu não tinha visto nada de mais. Alice chegou e sentou na mesa ao meu lado.

- Pensei que a sua noite tinha sido excelente, a julgar pelos ruídos que ouvi do meu quarto até altas horas da madrugada. - Eu fechei meus olhos tentando ignorar o fato de que a minha irmã caçula tinha me ouvido em um momento de total falta de controle e pudor.

- Desculpe por isso eu...

- Se empolgou com a mulher maravilhosa que está ao seu lado, que não é nada parecida com sua antiga noiva e que você diz que o relacionamento é estritamente profissional. - Ela estreitou os olhos perspicazes.

- Não enche! - Disse impaciente.

- Oops! A noite foi boa ou não? - Ela perguntou servindo-se uma xícara de café.

- Foi ótima. O amanhecer que não foi. - Mordi uma torrada com raiva.

- O que aconteceu? - Eu suspirei.

- Eu não sei bem...talvez ela não tenha gostado de algo que eu falei.. - Alice me olhou já desconfiada.

- O que foi que você disse?

- Ah sei lá muitas coisas.

- O que você falou? - Ela estreitou os olhos prevendo algo.

- Ah Alice! Que foi um golpe de sorte ter dado certo, que as pessoas estavam famintas e por isso gostaram da ideia dela e que não correria mais esse risco de outra vez. - Alice fechou os olhos e colocou os dedos nas têmporas massageando-as.

- Você é um cabeça dura Edward! - Ela abriu os olhos e me encarou brava. - Seu estúpido! Por que você tinha que dizer essas coisas a ela? Você realmente não gosta de ser feliz não é verdade irmãozinho?

- Ah me poupe! Não estou disposto a ouvir sermões de irmã caçula. Tanto você quanto a Bella estão levando isso ao extremo e nem sei porque. - Ela bufou furiosa. - Vou trabalhar agora. - Beijei sua testa. - Tenha um bom dia. - Levantei e sai do apartamento pegando minha pasta e o leptop. Quando cheguei no escritório liguei para ela, mas ela não atendeu. Imaginei que estava muito brava ainda.

Dois dias depois e eu estava na sala conversando com o Jasper.

- Então você almoçou com Dave? - Jasper comentou com um erguer de sobrancelha.

- Sim, almoçamos juntos. Ele queria discutir alguns projetos.

- Claro...mas não precisa lhe pagar um almoço para isso. Você conseguiu cara! A festa deu certo. Eu lhe disse que uma mulher maravilhosa como a Bella iria ajudar. - Jazz brincou.

- Menos Jazz. Nada está garantido. - Afirmei.

- É verdade, mas você tem que admitir que é o candidato mais provável para o cargo. Bom, tenho uma reunião. A gente se vê depois.

- Certo.

Apesar da sensação desagradável que vinha me acompanhando nas últimas semanas, percebi que dava passos na direção certa. Meu chefe me pediu conselhos sobre questões importantes, incluindo-me em planos da empresa e me convidou para jogar golfe. Quem diria que a espevitada Isabella Swan seria de tal utilidade para mim? Dois dias já haviam se passado e Dave mencionou a festa várias vezes. Todos se encantaram com o estilo casual de Bella e com a sua beleza.

Eu, por outro lado, não conseguia parar de pensar nos lábios dela, nas suas pernas que me envolveram, no perfume de morango que emanava do seu corpo macio. Tê-la nos braços foi muito bom. Fiz amor com ela e me senti no topo do mundo. E agora ela estava furiosa comigo.

Eu me levantei e fui até a janela, observando a paisagem de Dallas sem ver. A presença de Bella fazia com que eu me sentisse invencível, não apenas pelo sexo maravilhoso, mas pelo suave elo que pareceu se formar entre nós dois. Eu queria vê-la, ouvir sua voz. Ela deixara o apartamento muito aborrecida e eu não conseguia me dar conta do motivo. Pensava a respeito todos os momentos e me perguntava por que a manhã terminara tão mal.

O que tinha acontecido não passou de sexo, repeti várias vezes, contudo aquela terna sensação quando pensava nela nada tinha a ver com sexo. Eu estava acostumado como quase todos os homens a ficar excitado ao ver certas partes do corpo de uma mulher. Os seios, as pernas, as nádegas. No trabalho, procuro tratar as minhas colegas como iguais e me comprometi a nunca namorar alguém da empresa.

As emoções que Bella me despertava, porém, me enchiam de sensações estranhas. Não conseguia parar de pensar nela ou de querer me desculpar não sabia bem pelo quê. Não tinha certeza se essas emoções me agradavam, mas também não podia dizer que me incomodavam. Afastei-me da janela, voltei para a mesa e tentei sem sucesso concentra-me no trabalho. Apesar da inexperiência, Bella preparou a festa com criatividade e transformou um desastre em potencial num inesperado sucesso. E eu não deveria ter agido com tanta insensibilidade naquela manhã.

Deixei a caneta cair na mesa. Nunca na vida fiz amor com uma mulher tão ardente e sensual. Bella me fizera sentir mais forte, mais corajoso, não podia evitar querer mais. O contrato ficou esquecido na mesa e eu olhei o telefone, imaginando o que ela estaria fazendo naquele momento, me perguntando se ela aceitaria um pedido de desculpas.