POV Por Klaus 

—Eles vão recebê-los agora, Sr. Mikaelson. — A empregada de idade disse para mim e para meu irmão Elijah.   

Nos levantamos e entramos na casa de piscina dos Palmers. Nunca fomos convidados a entrar na casa principal deles,  acho que querem se sentir seguros e eu deixo eles imaginarem que isso é possível.

Alguns de seus homens estavam apontando suas armas para nós, reconheci seus uniformes do dia que fui buscar minha família e cai em uma emboscada.

—Que bela recepção. — Disse sorridente.— Elijah, acho que alguém aqui está sendo bem precavido.

—É o que deveríamos ter feito quando eles invadiram nossa casa, irmão.— Elijah disse bem sarcástico, meu irmão estava com fúria em seus olhos, mas disfarçava sutilmente.

—Mikaelson, podemos conversar a respeito sobre o que aconteceu.— David Palmer disse e estava literalmente cagando pelas pernas.

—Com seus homens apontando armas para nós? Isso pra mim não é uma conversa.—Ele acenou para eles e abaixaram suas armas.—Ótimo, bom eu  pensei em inúmeros jeitos de matar você e TODA sua família, mas sabia que vocês estariam esperando que eu chegasse nas espreitas, sorrateiramente  assim como vocês chegaram... Mas, minha linda filha deu a ideia de chegar pela porta da frente, ela acredita que uma boa morte é aquela em que é olhada nos olhos e eu optei por essa ideia então, seja grato á ela.

Dei um sorriso para ele que se desfez quando meus olhos começaram a ficar sombrios. Ouvi seu coração palpitar e seus olhos se fecharem com medo. 

—Eu sei sobre seu filho, eu posso ajudar! — Ele gritou rapidamente. Fiquei surpreso com a informação que voltei ao normal. 

—O que você sabe sobre meu filho? 

—Se me soltar eu posso contar tudo o que sei sobre ele.— Ergui a sobrancelha e ele me mostrou um colar. O colar.— Somos o guardião disto e pela sua cara você sabe o que é. Se isso cair em mãos erradas, seu filho, sua família e toda a sua espécie estará em perigo.

Olhei para Elijah com um sorrisinho nos lábios, ele revirou seus olhos sabendo que eu estava certo em vir aqui.

—Presumo que queira fazer um acordo— Elijah disse para ele— E algo me diz que é para poupar sua vida em troca desse colar.

—Somos os guardiões do colar por décadas, eu não entregaria á vocês sem um acordo.— Ele disse mostrando um pouco mais de confiança.— Minha família tem um legado e eu quero que permaneça.

—Feito.—Concordei e ele me entregou o colar.—O legado Palmer vai permanecer, só não com você. 

Deixei meu olhos sombrios e mordi o pescoço dele brutalmente. Ouvi alguns tiros disparando. Quando soltei a sua jugular meu irmão estava limpando suas mãos com seu lenço importado e os corpos dos homens estavam caídos ao chão.

—Poderia ter falado que Nathaniel estava vivo, isso o deixaria muito irritado.

—Eu não o matei. Não consegue ouvir o coração dele?— Dei meu sangue para o David.— Ele ainda tem muito o que sofrer em minhas mãos, eu não esqueci o que fizeram com meu filho e minha família. Agora, temos que ir. Lina precisa de nós.

POV por Lina

Basicamente tudo estava pronto, já tínhamos um local para o ritual e  estava ligada com todos os meus híbridos, Kol e Jake. E com a ajuda do meu tio Kol elaboramos um bom feitiço para Takan derivados dos feitiços que meu irmão fez para Camille do qual Esther aperfeiçoou e com todas as informações que Katrina nos deu, estou confiante que vai dar tudo certo.

Tem que dar. 

Mas nenhum sinal dele no momento, talvez ele esteja longe e demore alguns dias para chegar, pelo menos é o que Seth tem me falado todas as vezes em que eu olho no relógio. Estou apreensiva, mesmo fazendo tudo certo, ainda pressinto que tenha algo de errado.

—E se ele não vier? E se ele não for mais ele?

Stefan tirou o lanche que eu estava comendo pela terceira vez das minhas mãos e as segurou para me acalmar.

—Lina, se acalma você conhece Henrik, sabe o quanto ele é astuto e eu tenho certeza que logo mais ele estará aqui.

Ele me deu um beijo carinhoso nos lábios que fez meu corpo todo estremecer e por um momento toda aquela apreensão sumiu, toda preocupação tinha ido embora, mas durou até o momento que ele se afastou de mim e tudo voltou.

Ouvimos um copo cair no chão e Caroline deu um grito com um dos meus híbridos que estavam bebendo no hall do complexo, deixei que eles fizesse uma mini festinha para esvaziar a mente de que todos podemos morrer.

—Alguma noticia? —Ela perguntou quando entrou na biblioteca, mexi a cabeça que não. —Bom, então acho que essa é a minha deixa...Tudo bem mesmo pra você eu ir?

—A ideia foi minha Car— Sorri pra ela— E é o melhor para a bebê, eu quase fiz mal pra ela um dia, quero me redimir a protegendo agora.

Ela sorriu e veio me dar um abraço carinhoso.

—Você sabe que qualquer coisa é só me ligar que eu volto voando.— Ela me deu um beijo na testa.— Vai dar tudo certo, eu amo você.

—Eu também te amo, obrigada.

E ela se foi. 

[...]

Estava tarde quando desci do terraço. Stefan fez um jantar romântico para nós, claro que pra tirar minha atenção do que estava em jogo, e pra ser sincera eu amei. É tão bom ter um tempo a sós com ele...

Assim que eu desci senti um cheiro familiar.

Olhei para Terumy e não precisei dizer nada, ela apenas jogou o objeto mistico para mim.

—Olá Agnes.— Disse quando a vi entrando no complexo parando na barreira magica.— Finalmente você apareceu.

—Olá Lina, deve estar ansiosa para encontrar seu irmão.

Alguns dos híbridos que ainda estava no hall se levantaram e ficaram atentos, como ela saberia disso? 

—Como você sabe?

—Eu estava com ele esse tempo todo, eu não podia contar á ninguém, pedido dele.

—E cadê ele?— Cruzei meus braços querendo saber.

—Ele está basicamente hibernando. Não se preocupe, foi a melhor forma que achamos para que Takan não possuísse todo o seu corpo. Quando você se curou enviou um sinal para Henrik, por isso eu estou aqui para te levar até ele.

—Ele não vem até mim por motivo de segurança acredito. — Eu meio que falei pra mim mesma e ela balançou sua cabeça concordando. — Bom, eu não vou sair daqui sem o consentimento do meu pai e  agora ele está tratando de um assunto de família. Se quiser esperar, fica á vontade.

Ela me encarou por alguns segundos como se estivesse pensando no que falar, mas não disse nada, apenas acenou e eu removi a barreira para que ela entrasse. 

[...]

Meu pai estava demorando para chegar, estava impaciente. Minha Tia Rebekah e minha mãe estavam conversando de canto enquanto olhava Agnes sentada na biblioteca, elas não estava gostando muito daquela situação.

—Você está mesmo com o meu filho?— Minha mãe perguntou impaciente, Agnes apenas acenou com a cabeça. — Você não vai falar mais, é isso?

—Hayley. — Rebekah questionou, mas se mostrou mais impaciente que minha mãe.— Você não vai falar?

—Somente o necessário. — Ela disse. — E com ela. — Ela apontou pra mim e eu larguei minha comida japonesa na mesinha e limpei a boca.

—Você está mesmo com o meu irmão?— Perguntei erguendo a sobrancelha refazendo a pergunta da minha mãe.    

—Sim.

Cheguei mais perto dela.

—Você tá hipnotizada? Não é possível, você é bruxa.

—Eu não estou hipnotizada, eu só quero que isso acabe logo, assim como você.

Ficamos olhando para ela, mas não nos falamos mais e eu voltei a comer toda essa situação estava me dando muita fome.

Tio Kol entrou na biblioteca e franziu a testa vendo Agnes, mas não disse nada. Senti o cheiro do meu pai e do meu tio. Fui ao encontro deles na frente de todos e acabei vendo Stefan ao lado do meu pai, estava bem próximo á ele que tive um pressentimento de ver meu pai entregando alguma coisa, pois Stef quando me viu colocou suas mãos rapidamente no bolso e deu um sorrisinho. Não os questionei porque tem uma situação mais importante.

—Sweet...—Ele abriu um sorriso e os braços para me abraçar e eu o abracei encostando minha boca em seu ouvido.

—Agnes está aqui e diz que Henrik está com ele, esperei por você pra saber se posso ir com ela. — Ele me soltou e franziu a testa.

—Pra você me pedir é porque tem duvidas demais, você é teimosa já teria ido sem minha permissão.

E ele tem razão, não sei se devo confiar na Agnes, meu irmão nunca mencionou que confiava nela e sim em mim.

—Pai, eu não sei o que fazer. — Disse baixinho só pra ele.

Agnes apareceu com minhas tias, tio Kol veio depois e ficou encostado na parede apenas observando.

—Vai encontrar seu irmão. — Ele disse sério.— Traga-o para casa. Vamos fazer esse ritual e acabar com isso. 

Me virei e Agnes encarava meu pai  franzindo a testa.

—Tem alguma coisa que eu precise saber Mikaelson?

Meu pai e tio Elijah se entreolharam e ele deu um passo até ela.

—Se alguma coisa coisa acontecer com a minha filha, você irá descobrir o que é o inferno na terra.

—Algo me diz que eu irei descobrir mais cedo ou mais tarde, e não será por você. — Ela encarou ele, ela não tinha medo do meu pai. Estranho.

—Acho que podemos ir.— Disse — Eu vou buscar o Henrik e leva-lo ao local.  Seth faça tudo como combinamos, promete?

Ele veio até mim e me abraçou forte.

—Já disse que sim, tenha cuidado, amo você.— Dei um beijo na bochecha dele e olhei em seu rosto.— É sério Lina, vai salvar seu irmão.

Acenei que sim, olhei para todos e Stefan pegou na minha mão.

—Lina.— Agnes chamou.— Eu só posso levar você, sem discussão.

—Tudo bem.—Stefan achou estranhou minha reação.—Os híbridos saberão se alguma coisa de errado acontecer comigo, estamos todos ligados.

—Você se ligou ao seu híbridos?— Agnes perguntou surpresa, ergui a sobrancelha pra ela.— Não...Não tem problema,  afinal é mais segurança pra você,  foi esperto de sua parte. 

Abracei Stefan forte e dei um beijo rápido, me despedi de todos e fui com Agnes buscar meu irmão.

[...]

Durante todo o caminho Agnes não falou uma só palavra e eu também não quis puxar nenhum assunto, não tenho interesse nela. Estava reconhecendo o caminho, mas estava diferente, havia neblina e quando menos esperei não estava conseguindo enxergar muito bem, Agnes pegou em minhas mãos e continuamos caminhando. Quando dei por mim já tínhamos entrado no cemitério de New Orleans.

—Isso não está me parecendo certo, por que Henrik estaria logo aqui?

Me lembrei das torturas que a Strix me fez passar.

—Esse lugar é praticamente um santuário, aqui tem muita magia Lina você deveria saber disso.

—Eu sei disso, mas achei que Henrik não gostaria de estar no mesmo lugar que a irmã ficou presa.— Falei irônica e paramos.— Por que você parou?

—Porque chegamos.— Ela levantou sua mão e a neblina que estava em nossa frente estava saindo, ela abriu um pequeno portão com magia e entramos.

Caminhamos um pouco e entramos em uma pequena caverna até encontrar o corpo do meu irmão dormindo como ela disse que ele estaria, cheguei perto e tentei toca-lo mas havia uma barreira, claro, ele se protegeria.

—Pode acorda-lo?

—Com prazer—Ela disse sorrindo retirando a barreira e se distanciou. Henrik não se moveu, coloquei minhas mãos sobre a dele que estava gelada.

—Rik, eu estou aqui...Tudo vai ficar bem.— Ele não estava se movendo e eu comecei a ficar preocupada. —Irmão....— Mexi as mãos dele e seu corpo respirou fundo como se ele estivesse sentindo o meu cheiro.

—Kahilah.— Ele disse ainda com os olhos fechados.

—Ah merda!— Quando tentei dar um passo para trás ele segurou minha mão bem forte e eu me assustei.— Me solta!

E então ele começou a rir igual um idiota.

—Eu estou brincando com você irmãzinha!

—Você é doente ou o quê?— Ele abriu os olhos e eu dei uns tapas nele, mas ele me segurou e me deu um abraço forte.

—Isso é estranho, mas eu senti tanto sua falta...

Não consegui ficar mais brava com ele e o abracei mais forte.

—Eu também senti a sua.— Me soltei, mas ele continuou segurando a minha mão e me olhando atentamente.— Vamos, eu já preparei tudo, achei um lugar longe da cidade.

—Lina...—Ele ficou me olhando— Você está... diferente.

—Eu estou cansada, tem dias que não durmo direito tentando fazer isso dar certo e eu não quero perder tempo! Vamos logo Henrik!

Ele ainda segurava minha mão e me olhou dos pés á cabeça.

—Não...É outra coisa, você está diferente — Ele parou de falar como se tivesse a resposta.

 —Olha se vai falar como eu engordei esses dias não fale! Eu estou comendo mais do que o necessário porque estou estressada!— Falei mais alto do que eu queria.

 —Tá legal, vamos.— Ele disse levantando as mãos em gesto de rendição.— Não me conte nada, eu ainda sinto ele dentro de mim.

—Outro motivo para irmos logo.— Segurei em suas mãos e estávamos para sair quando Agnes ficou na nossa frente.

—Desculpe crianças, eu não posso deixar vocês irem a nenhum lugar.

Soltei minhas mãos do Henrik e deixei meus olhos sombrios.

—Eu sabia que tinha algo errado. Agnes eu não ligo em matar você, sai da frente.— Mostrei minhas presas— Agora.

—Eu sei que não liga, vocês não se importam com ninguém além de vocês mesmo! —Senti um cheiro familiar se aproximando.— Os Mikaelson's foram a destruição do mundo, foi o inicio de uma raça cruel e insana sem propósito! E eu estou disposta a sacrificar minha vida para o fim dos vampiros!

Deixei meus olhos normais quando senti as mãos de Henrik começar a tremer, ele estava ficando enfurecido e isso só podia dizer uma coisa.

Takan.

—Agnes sua idiota, não vai ser só o fim dos vampiros se ele se transformar agora. Bruxas e lobos também irão sofrer as consequências, sai logo da frente!

—O mundo precisa recomeçar, os humanos precisam ter suas vidas sem interferências de seres sobrenaturais, somos todos invasores em mundo que não é nosso.

—Blá blá blá...Obrigada Agnes por cuidar deles, mas você fala demais. — Agnes ficou olhando intensamente pra mim até que eu percebesse que Camille havia arrancado o coração dela.— Desculpem pelo transtorno, onde estavam mesmo? Ah, na parte que Takan aparece. 

Olhei para Henrik que estava me olhando com medo e ao mesmo tempo com raiva, senti as mãos dela no meu pescoço e Henrik tentar impedi-la de me machucar ,mas tudo ficou escuro.