Chegaram ao colégio quando o relógio marcou sete horas da manhã. Dean escolheu Abela como parceira, como sempre fazia. Não porque amava a mulher e sentia a necessidade de estar perto dela, longe disso, ele a escolheu porque sabia que, se alguma coisa desse errado, tinha uma mestra para ajudar a resolver o problema e além do mais, era bom estar com ela.

As duas duplas sondaram todo o lugar com o EMF e depois de uma hora, Dean e Abela ainda não haviam encontrado nada. Até que o sino da faculdade tocou e tudo pareceu ficar mais acinzentado, desbotando a cor. Os caçadores desmaiaram no lugar onde estavam, assim como todas as pessoas a sua volta. Os alunos que chegavam para mais um dia de aula.

Quando acordaram, não se lembravam de ter desmaiado e apenas continuaram a fazer as coisas de onde haviam parado.

– Diana, está na hora de irmos. – falou o loiro guardando o EMF. Ele usava uma roupa de jogador do time da faculdade. Aquela jaqueta vermelha e amarela, típica.

– Droga! Eu falei para a Sam que era uma péssima idéia, mas ela me escuta? É obvio que não e olha que eu sou a mais velha. Você, ela e Antony são os nerds daqui, eu não.

– Pensa comigo, vai ser divertido. – falou ele e colocou os cabelos cumpridos da loira para trás da orelha, ajudando a desenrolá-lo do colar que Samantha havia lhe dado quando eram pequenas.

– Vai ser divertido para vocês, Abel, não para mim. – Ela arrumou a jaqueta de couro, que era de sua mãe, no corpo e seguiu com os cadernos na mão. O rapaz correu até ela e a segurou pelo braço.

– Qual é o problema? – perguntou ele.

– Nada.

– Diana Campbell Winchester, eu lhe conheço melhor do que você mesma, sei bem quando alguma coisa lhe incomoda.

– É que, tem pouco tempo que a mamãe... – ela parou de falar e encarou os olhos verdes do rapaz. -... Que a mamãe morreu e ainda não estou aceitando isso muito bem.

– Eu estou aqui para você... – falou o rapaz e alisou o rosto da jovem. -... Sempre estive. Então, não se acanhe em me pedir ajuda, está bem? Posso ser homem, mas sou um ótimo ouvinte.

– Eu sei disso. – falou a mulher e sorriu. Abel a puxou para um abraço e a apertou contra o peito.

– Então vamos fazer o que sabemos fazer de melhor e resolver esse caso, okay?

– Okay. – falou ela e sorriu. Não perceberam que o restante do grupo se aproximava.

– Acharam alguma coisa? – falou o outro homem, o gêmeo de Abel, Antony.

– Não e vocês? – respondeu Diana.

– Algumas mudanças de temperatura em um lugar exclusivo e o EMF ficou louco há alguns minutos atrás quando passamos pelas salas da secretária. – falou Samantha, a única morena da equipe.

– Finalmente isso está chegando a algum lugar. – falou Abel e sorriu.

– Acho melhor irmos para a aula. – concluiu Samantha.

– E falou a nerd. – a loira sorriu.

– Idiota. – falou a morena

– Vadia. – respondeu Diana e as duas seguiram para a sala de aula. Antony e Abel se olharam.

– Se colocar algum apelido assim em mim, eu juro que te mato. – falou Antony.

– Mané. – concluiu Abel e seguiu na frente do irmão.

– Palhação.

...

As aulas acabaram exatamente as três horas da tarde. Se demorasse mais um pouco, Diana iria dar um tiro na própria cabeça.

– Não foi tão ruim assim. – falou Samantha.

– Claro, claro... Era você que queria ser advogada. – A loira passou por uma cesta de lixo e arremessou os cadernos dentro. - Stanford.

– Isso é passado e você sabe disso. – repreendeu a irmã.

– E ai gatinha? – falou um dos rapazes do time de futebol, olhando para Diana.

– Oi. – falou ela com um sorriso largo no rosto.

– Abel sabe disso?

– E o que eu tenho haver com o Abel.

– Achei que havia me dito que era apaixonada por ele.

– Enquanto o certo não aparece, eu me divirto com os errados. – falou ela e olhou novamente para o homem musculoso. – Avisa que só vou chegar mais tarde.

A loira seguiu até o jogador e Samantha balançou a cabeça. Seguiu até o ponto de encontro do grupo.

– Onde está Diana? – perguntou Antony.

– Com um carinha do time. – falou a morena.

– Nós temos trabalho a fazer. – falou Abel visivelmente chateado.

– Ela disse que só chegaria mais tarde.

– Isso é o que vamos ver. – O homem entregou a mochila para o irmão e seguiu para dentro da faculdade.

– É melhor a gente ir atrás. – falou Samantha e os dois entraram correndo.

Diana estava encostada em um dos armários e o jogador de futebol mantinha um dos braços encostado na parede, como se fizesse uma barreira. Abel não pensou duas vezes, empurrou o rapaz para longe da loira e se colocou na frente dela.

– Qual é o seu problema?

– Fica longe da minha garota. – falou ele e Diana sorriu.

– Sua garota? Tem que aprender a controlar a sua vadiazinha. Ela estava me dando o maior mole.

– Seu desgraçado. – falou ele e se jogou para cima do homem. Os dois começaram uma luta violenta, sendo que Abel levou a melhor, é claro. Porém, antes que ele pudesse fazer o jogador se arrepender de ter dito aquilo de Diana, o reitor da faculdade chegou e separou a briga, levando os dois para a secretaria.

Cerca de meia hora depois, Abel se encontrou com os outros três na saída da faculdade. Estava com um corte no supercílio e sem falar o olho roxo e a boca que sangrava.

– Você está horrível. – falou Antony.

– Precisa ver o outro cara. – respondeu Abel.

– Porque brigou com ele? – perguntou Diana.

– Não vou deixar qualquer um colocar a mão em você. – respondeu o loiro e Diana se derreteu por completo. – E além do mais, eu precisava de uma desculpa para ir até o lugar onde vocês disseram que havia tido o sinal do EMF. Uni o útil ao agradável.

– Seu cretino. – falou Diana e deu um tapa no rosto de Abel. Saindo com raiva em direção ao Opala.

– Eu disse alguma coisa errada? – falou ele e encarou os outros dois que estavam abraçados, encostados no corrimão da escadaria.