POV BELLA

Chegando na casa, Alice suspirou.

-Onde você estava piriguete? Fiquei preocupada! – ela disse.

-Saí pra tocar.

-Ah tá. O café ainda tá na mesa. – ela indicou a cozinha.

Assenti e fui pro quarto guardar o violão e trocar de roupa novamente. Agora já está mais quente.

Tomei café rapidamente e decidi que vou tirar o resto da tarde pra fazer o trabalho. Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo alto e saí pelas ruas.

Meio que entrevistei algumas pessoas, fazendo perguntas e incentivando-as à contar suas experiências de vida. Conversei com bastante pessoas até o entardecer. Quando escureceu, sentei-me em uma mesa isolada no quiosque e comecei a montar o trabalho.

O material que recolhi hoje foi ótimo, deu pra fazer metade do trabalho. Enfim quando estava revisando, alguém puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado. Era Alice.

-E então, como tá o trabalho? – ela perguntou.

-Tá com a metade pronta já. – respondi sorrindo.

-Ah, que bom. Eu ainda não comecei o meu, mas ainda tenho bastante tempo.

-Pois é, o tempo aqui não passa nunca! Não sei se vou aguentar ficar o verão todo aqui.

-Ah para, vai ser divertido! – ela sorriu.

Vi Jacob se aproximar e a abraçar por trás. Ela sorriu e deu-lhe um selinho.

-Olá, Bella! – ele me cumprimentou.

-Olá, Jacob! Desculpa, eu já estava de saída.  – eu disse.

Juntei minhas coisas e me despedi deles. Passei no balcão e pedi um sanduíche pra levar. Não pude deixar de notar um casal que quase se comia na parte mais escura do quiosque.

Sei que e idiota, mas quando vi quem eram fiquei decepcionada. Era Edward e Kelly, uma menina da minha turma. Ele pareceu não me notar ali, pois estava ocupado demais apertando a bunda dela.

-Seu sanduíche. – disse o moço do balcão.

-Ah sim, obrigada! – peguei o sanduíche, paguei e saí pisando forte.

Idiota!, pensava comigo mesma. Eu sabia que iria me deixar levar pelo seu charme e pelo fato de ele ter me salvado. Esse é o meu problema, apego facilmente às pessoas.

Entrei em casa, fui direto pro quarto pegar as coisas e tomei um banho. Dessa vez tomei um banho frio pra ver se me alertava. A água fria escorria pelo meu corpo enquanto eu pensava na minha vida. As coisas estavam estranhas demais desde que cheguei aqui. Primeiro, o arrepio; depois o afogamento, e agora esse meu sonho da noite passada.

Decidi ignorar tudo isso. Acabei de tomar banho e fui pro quarto. Angela estava lá.

-Oi, Bella! Vamos assistir filme, você vem? – ela perguntou.

-Qual filme?

-A Órfã. – ela respondeu, sorrindo.

Argh! Eles sabem que eu odeio filme de terror. Mas eu vou né, fazer o que.

-Tá, tudo bem eu vou. – me rendi.

Descemos as escadas e todos já estavam em seus lugares na sala. Alice estava na cozinha, terminando de fazer o brigadeiro e a pipoca. Eu fui ajudar, enquanto comia meu sanduíche.

Quando terminamos, fomos para a sala.

-Bella, guardei um lugar pra você aqui. – disseEmmett, indicando um lugar vazio ao seu lado.

Dirigi-me ate lá e sentei-me ao seu lado. Emmett era meu melhor amigo. Podia contar com ele pra tudo. A prova de que amizade entre homem e mulher existe sim.

E então Alice deu play no filme. Essa seria uma longa noite! O começo do filme até foi legal, mas depois começou a ficar assustador demais pro meu gosto. Emmett me envolveu em seus enormes braços em um abraço aconchegante.

E começaram os gritos. O filme era de arrepiar, e eu só me encolhia nos braços de Emmett. Até que senti uma chuva de pipoca em minha cabeça.

-Quem fez isso? – irritei-me.

Todos me olharam confusos. Olhei no rosto de cada um e quando olhei para Alice ela soltou uma gargalhada. Foi ela.

Peguei meu balde de pipoca e joguei-lhe uma mão cheia. Daí começou a guerra de pipocas. Todo mundo começou a jogar. Eu, como sperta que era, ia pegando as pipocas do chão pra poder comer as minhas depois. Rimos horrores.

Depois que acabaram as pipocas, Alice foi fazer mais e continuamos a ver o filme. Quando peguei meu balde de pipoca atrás do sofá, Emmett esbravejou:

-Bella! Você é esperta, hein?

-Posso fazer nada. Eu penso, vocês não. – respondi colocando pipoca na boca.

-Ah é? – perguntou Emmett.

E quando eu vi ele já tinha pegado meu balde de minha mão e jogou tudo em minha cabeça, sem chance de reação.

Todos riram de meu cabelo cheio de pipoca. Até eu estava rindo.

-Emmett, seu filho da puta! – disse, dando-lhe uma cotovelada.

E comecei a bater nele. Era de brincadeira, mas deu uns tapas bem fortes. Ele tentou me dar uns golpes, mas eu montei em suas costas e lhe batia. Até que ele se desequilibrou e caímos em cima da estante, que bombardeou-nos com livros. Me esquivei de todos, fazendo-os cair em Emmett. Quando pararam de cair, me virei pra ele e lhe mostrei a língua. Logo depois senti um livro grosso cair em minha cabeça.

-Porra! – gritei, rindo.

Emmett ria, apontando o dedo pra mim.

-Bem feito! – ele gargalhava.

E todos estavam nos olhando de cara feia pela bagunça que fizemos.

-Ooops. – disse.

E de repente todos caíram na gargalhada. Quando nos recuperamos do surto de risos, levantei-me do chão.

-Agora, vocês dois, arrumem tudo! – disse Angela.

-Tudo bem. – respondi.

Emmett e eu começamos a arrumar os livros na estante e eles voltaram a ver o filme que, com todas essas interrupções, não acabava nunca.

Quando terminamos, sentamos novamente. Até que eu não aguentava mais ver aquelas cenas, e em uma hora que todo mundo gritou, eu gritei também e saí correndo pra fora da casa, com uma panela de brigadeiro. Ouvi gritarem meu nome, mas não voltei, e sentei-me na areia próximo ao mar, onde havia um homem sentado. Não dei importância e continuei comendo.

-Como pode ter um corpo de modelo comendo porcarias desse jeito? – perguntou uma voz conhecida.

Olhei pro lado e o tal homem, era Edward.

-Essa não. – bufei, enquanto ele se aproximava.