POV EDWARD

Demorou um pouco pra que Bella abrisse a janela. Mas a melhor parte foi a cara de espanto que ela fez quando me viu.

–Você é maluco? – ela gritou, irritada.

Ah como ela ficava linda e sexy quando estava irritada.

–Não, não sou.

–E o que tá fazendo aqui? Como sabia a janela do meu quarto? – ela perguntou.

–Bom... primeiro: vim admirar sua beleza mais um pouco e, segundo: Alice me contou.

Ela fez cara de incredulidade.

–Alice... – ela grunhiu.

–Mas e aí, já sabe se vai na minha festa no sábado? – perguntei.

Eu queria realmente que ela fosse, seria minha chance de impressioná-la.

–Ainda não sei. Agora me deixa em paz! – ela respondeu e fechou a janela bruscamente.

Mas eu não iria deixar ela em paz. Não ainda. Peguei mais pedras e continuei jogando na janela. Depois de alguns minutos a janela se abriu. De início ela não apareceu, mas depois vi sua sombra e... de repente eu estava ensopado! Ela me jogou um balde de água fria!

–Agora eu é que pergunto, ficou maluca? – perguntei irritado.

Ela gargalhava na janela enquanto eu pingava no chão, de tanto que minhas roupas estavam ensopadas.

–Isso é pra você aprender a não incomodar os outros assim! Ah propósito, adorei a cueca azul. – ela disse em meio às gargalhadas.

Não pude deixar de notar seu riso contagiante e gostoso. Só depois que fui perceber que a água deixou minha bermuda branca transparente e minha cueca estava à mostra.

Ela fechou a janela e eu fui até Jacob que estava mais afastado do quiosque. Assim que me viu começou a rir.

–Que isso cara! Foi nadar e esqueceu de tirar a roupa? – ele zombou, rindo.

–Haha, muito engraçado! – eu ri ironicamente.

–Sério, o que foi isso? – ele perguntou.

–A Bella fez isso comigo! – respondi alterado.

–O que tem a Bella? – perguntou Alice se aproximando.

Quando ela viu o estado em que eu me encontrava, começou a rir também.

–Pois é, foi a Bela que fez isso. – eu disse.

–Porra, a Bella é melhor do que pensava! – ela disse, ainda rindo.

Pois é, ela é muito melhor do que eu pensei. Tô ficando cada dia mais interessado em conhecê-la, desvendar o mistério de seus verdes olhos e conhecer cada canto de sua boca e seu corpo.

POV BELLA

Desci as escadas, ainda rindo, pra levar o balde de volta à área. Aquela cena foi extremamente engraçada. Edward ficou todo ensopado, parecendo um pintinho molhado. Sua cara de espanto foi a melhor. Juntamente com a cueca azul que não pude deixar de reparar. E a blusa, que ficou colada em seu peitoral lindo e bem definido. Ele tem barriga de tanquinho!

Balancei a cabeça tentando parar de lembrar daquela cena, mas era impossível. Desisti da leitura e devorei meu pote de Nutella. Logo depois, caí no sono.

SONHO DA BELLA ON

Eu estava novamente naquele cenário de horror. Brigas e mais brigas em casa, e a minha vida destruída. Foi quando fiquei sozinha em casa e quebrei um copo enquanto lavava louça.

O vidro reluzente parecia me chamar. Parecia ser minha passagem de ida para a paz. Comecei a fazer pequenos cortes com um caquinho. E quando finalmente ia para os pulsos, um anjo desce em minha frente.

Um anjo lindo, clarinho, de olhos azuis. Era Edward me salvando novamente. Ele colocou a mão na minha e eu soltei o caco de vidro. Logo depois, ele desapareceu.

SONHO DA BELLA OFF

Acordei angustiada e chorando. Eu esperava não ter que reviver isso novamente. No sonho um anjo me salvou, mas na vida real não. Eu me cortei e abri um buraco enorme em meu pulso. Com sorte, fui levada ao pronto-socorro rapidamente e levei 5 pontos.

Olhei para a cicatriz e toda aquela angústia voltou 2 vezes mais forte. Nem eu mesma acredito no que fiz comigo! Meus pais não merecem o que fiz. Depois de tudo que fizeram por mim, eu querer jogar minha vida fora desse jeito. Eu tinha 15 anos quando isso aconteceu. Nas semanas seguintes entrei em depressão, lamentando e chorando pelo que fiz.

Hoje já fazem 4 anos, mas parece que foi ontem. A cicatriz parecia latejar e gritar pro mundo o que eu fiz. Levantei-me e vesti uma roupa rápida e silenciosamente pois Alice e Angela estavam dormindo.

Peguei meu violão, que por sorte eu havia trazido, coloquei o capuz da blusa de frio e saí sem rumo, rentando fugir de mim mesma.

Andei pelas ruas parecendo uma louca, procurando um lugar onde eu possa tocar e cantar e finalmente expulsar isso de mim de novo.

Eram 11 da manhã, já haviam bastante pessoas nas ruas. Então, fui até um canto isolado de uma pracinha e comecei a cantar e tocar “Skyscraper”, da Demi Lovato. Essa música sempre me dá forças.

–You can take everything I have
You can break everything I am
Like i'm made of glass
Like i'm made of paper
Go on and try to tear me down
I will be rising from the ground
Like a skyscraper!
Like a skyscraper!

Enquanto cantava, lágrimas escorriam pelo meu rosto. O nó na garganta apertava e tinha momentos em que eu não conseguia cantar, apenas tocar.

–Like a skyscraper!
Like a skyscraper!

Like a skyscraper!
Like a skyscraper!

Quando terminei, me sentia mais leve, revigorada. A música sempre foi meu porto seguro nessas horas. Levantei-me e peguei o rumo de volta pra casa.