Hold On escrita por Meredith Kik


Capítulo 2
Atitude Generosa


Notas iniciais do capítulo

Lá vai o capítulo 2.



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- Ei, eu já tenho que ir. Já sabem, tenho que ajudar minha mãe no mercado. - Thomas falou, e depois de se despedir dos amigos e dizer um "até amanhã", ele saiu dali pelo caminho que sempre fazia, de skate, é claro.

Passou pela mansão e deu uma olhada na janela do quarto de Sophie, se decepcionou um pouco, ela não estava, e as cortinas estavam fechadas. Será que ela tinha saído? Passou devagar por ali, esperando que ela aparecesse, mas não. Não demorou muito para que ele chegasse na vila onde morava. Entrou e acenou para algumas pessoas que estavam no lado de fora, não tinha uma pessoa naquele lugar que ele não conhecesse. Chegou em frente a sua casa e passou a chave na porta, avistou uma cena diferente de todos os sábados, seu pai e sua mão estavam sentados à mesa, seu pai lendo um manual de instruções e sua mãe tentando desvendar o que parecia ser uma cafeteira, os dois pareciam estar felizes. O olhar de Anna foi até a porta e ela levantou, indo até o filho. 

- Thom! - Ela exclamou, e foi correndo abraçar o filho. Thomas deu um beijo na cabeça da mãe.

- Nossa, que bicho te mordeu, mãe? Sei que é amorosa, mas tá demais. - Ele falou, rindo e saindo do abraço da mãe. 

- Tenho ótimas notícias, amor. - Dona Anna disse, com um sorriso grande no rosto.

- Meu Deus, ganhamos na loteria e você comprou uma cafeteira? - Ele perguntou, de um jeito brincalhão. 

- Não não não. Sente aí. - Anna sentou no sofá, e assim como ela pediu, Thomas sentou ao seu lado. Louis tentava desvendar a cafeteira, na mesa, sem dar atenção aos dois. - Hoje eu fui fazer a unha da filha dos Montini's, Thom. - Ela disse, depois deu um sorriso de orelha a orelha. Thomas arregalou os olhos, ela tinha feito a unha de Sophie, a filha linda dos Montini's. Mas por que motivo ela havia ficado tão feliz, afinal?

- E eles te deram uma gorjeta tão gorda que resolveu comprar uma cafeteira? - Thom perguntou, franzindo a testa e tentando entender. Não que uma cafeteira fosse a coisa mais cara do mundo, mas a família tinha suas prioridades.

- Não não não, Thom. Não seja bobo. - Ela disse, sorrindo. - Eu fiquei conversando com a garota enquanto eu fazia a unha dela, ela parecia não se interessar muito no que eu falava, mas em momento algum foi grossa, comentava o que eu falava com monossílabos, estava um pouco distante. Bem, depois eu comecei a falar de você, a falar que fazia medicina e que era um aluno muito dedicado. Foi aí que ela começou a falar mais, a conversar realmente comigo. Disse que admirava muito essa profissão. Daí não sei porque eu comecei a falar dos livros, e disse que são caros e não temos condições pra comprar todos juntos, e que são muitos. Mas que eu e Louis trabalhamos duro para que você possa seguir com seus estudos, e que você valoriza muito isso. Quando eu terminei de fazer a unha dela ela pediu que eu a acompanhasse ao quarto dela, eu fui. Foi então que ela entrou no que parecia ser seu closet e voltou com muitos livros nas mãos. - Thom ouvia tudo sentado em frente a mãe , cada vez parecia mais interessado no assunto. - Ela me disse que na época em que estava no colégio queria fazer medicina, e comprou alguns livros porque se interessava muito, mas optou por psicologia um tempo depois, então esses livros não serviriam mais. E, Thom, ela me deu. Disse que prefere que seja utilizado por alguém que saiba o que fazer com eles, alguém que no futuro, com ajuda desses livros, possa fazer bem ao mundo. Eu a agradeci, claro. Ela foi muito bondosa, disse que se sente bem fazendo esse tipo de coisa.

Os olhos de Thomas estavam arregalados. Sophie havia dado para Thomas todos os livros dos quais ele precisava para faculdade. Thom perguntou a Anna onde estavam os livros e ela o levou até seu quarto, onde em sua cama estavam mais de 5 livros grossos e em perfeita qualidade, pareciam novos. Meu Deus, por que ela tinha feito aquilo? Era um dos gestos mais bonitos que ele já havia visto na vida, nunca ninguém tinha feito nada parecido. E eles ao menos se conheciam.

- Mãe, preciso agradecê-la. - Thomas falou, bagunçando o cabelo, em sinal de nervosismo.


- Eu já a agradeci, Thom. - Ela respondeu, sorrindo.


- Mas eu tenho que agradecer, e pessoalmente.


- Amanhã você agradece, filho. Eu já fui no mercado com o seu pai. - Anna falou. - Agora vá tomar um banho, o jantar já está quase pronto. - Ela falou, e o empurrou para dentro do banheiro.

O resto do sábado foi de pura alegria. Poderia não parecer grande coisa, mas os livros que Thomas havia ganhado, todos juntos, custavam cerca de 1400 reais, e agora sem esses gastos, novas coisas poderiam ser compradas, outras necessidades poderiam ser priorizadas. Como por exemplo, um celular para Thomas, que deveria ser a única pessoa do mundo que não tinha um celular, e é claro, a cafeteira de dona Anna. Na hora de dormir, Thom resolveu dar uma olhada nos livros. Ficou folheando cada um, e um o chamou atenção. No sumário, tinha uma unidade que estava marcada com um marca texto bem amarelo. "Distúrbios Alimentares". Nos capítulos da unidade, Bulimia e Anorexia nervosa estavam circulados. Thomas engoliu em seco e colocou na página de um dos capítulos. Nos sintomas, pôde ver que alguns estavam sublinhados. Thomas fechou o livro. Ficou a pensar por alguns minutos deitado na cama, e finalmente se rendeu ao sono. 


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Notas finais do capítulo

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