X-Men: O Renascer Da Fênix escrita por Tenebris


Capítulo 5
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Oi gente :) Fiquei feliz de vocês terem gostado do flashback que revelou o passado do Erik e da Alice. Como essa segunda feira é feriado, vou tentar postar na terça feira dois capítulos de uma vez só pra vocês. Gostaram? Hhahahaha, mas bom, esse capítulo aqui vai falar sobre o reencontro do Erik e da Alice e das primeiras impressões deles. Ansiosos??? Boa leitura! E agradeço muito qualquer review ou comentário!



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E agora Erik finalmente se dera conta.

O nome da garota era Alice. E ela estava bem diante dele, sem poder vê-lo por causa do vidro que os separava.

O que Erik não sabia era como Alice chegara até ali depois que fora resgatada. Bem, ela fugira. Saíra correndo. Pediu abrigo para um casal de velhos que morava próximo ao galpão. Lá, ela ficou até se recuperar, o que durou cerca de três semanas. Depois, procurou um banco. Por causa da família infuente, ela tinha alguns contatos especiais. Não demorou um mês e estava de volta à São Francisco, Califórnia. Estava levando a vida que sempre levava, a exceção dos pesadelos e do pânico que sentia quando estava sozinha. Revivia os momentos de tortura na prisão, mas pouco a pouco aprendera a lidar com isso.

Além do mais, ela aprendera a reprimir seu poder mutante e continuou se escondendo de tudo e de todos. Ficou vivendo dessa maneira por três anos, e o resto da história ela já estava cansada de imaginar. Acidente no banco, tentativa de fuga, e seu momento presente na sala de interrogatório. X-Men.

E Erik, após aquela fatídica noite, reunira-se com seus comandados e voltara para a Mansão dos X-Men, que era a sede deles na época. Brigou com Charles, mas não passou disso. Continuou levando sua vida como sempre levava.

Dessa forma, depois de reviver o momento por um instante, Erik voltou a si.

Observou Vampira, que o olhava aturdida.

- Não... Não a conheço. – Respondeu ele, mas tornou a encarar a garota através do vidro. Pensou como ela reagiria ao vê-lo... Pensou se o segredo deles permaneceria congelado, como deveria ser.

- Está liberada, Alice. Mandarei alguém chamar você mais tarde. – Disse Charles.

Alice não se deu ao trabalho de assentir ou de se despedir do Professor. Estava cansada depois de tantas perguntas. Por fim, pediu para Kitty levá-la ao seu quarto e lá ficou.

Utopia era regada de corredores estreitos e tortuosos, mas ela decorou o caminho, com alguma dificuldade. Em breve estava em seu quarto.

Era de tamanho médio e muito simples. As paredes eram de metal, assim como a mobília. Alice deitou-se na cama para testá-la e ficou feliz por perceber que era confortável. Tomou um banho quente em seu banheiro e tratou de arrumar sua mala, organizando suas roupas no guarda roupa. Tudo o que ela tinha estava com ela. Pensou se não deveria alertar os pais de onde estaria agora, mas achou que isso tumultuaria demais sua situação. Seus pais não sabiam que ela possuía o gene X.

Por fim, ela acabou adormecendo em sua cama por algumas horas.

No entanto, foi acordada por um chamado suave vindo de alguém atrás da porta. Era Kitty. Dizia que Charles queria vê-la na Sala de Treinamento.

Alice, orientada por Kitty, vestiu uma roupa simples e inteiramente preta. Uma regata e uma calça legging de tecido especial. Nos pés, um par de tênis comuns. Kitty tentou convecer Alice a prender os cabelos, mas ela preferiu mantê-los soltos e rebeldes como estavam.

Em questão de minutos, elas estavam na tal Sala de Treinamentos.

Era uma sala ampla, com muitos recursos e armas. Ficava no fim do segundo andar. Era lá que todos os mutantes treinavam, tanto em combates como em simulações. Charles ainda não havia chegado. Kitty disse que tinha outras tarefas para fazer e deixou Alice sozinha lá.

Entediada, ela começou a andar em círculos. Estava impaciente. Por que Charles, que a chamara, demorava tanto? Então, ela decidiu começar o treinamento sozinha.

Alice ficou parada, encarando o mar lá fora através da enorme parede de vidro daquela sala. Era fim de tarde. Ela respirou fundo e tentou se concentrar em seu poder. Logo, suas mãos entraram em conbustão. Emitiram aquele fogo azul escaldante que logo passou a tomar conta de seus antebraços...

Foi quando ela ouviu uma voz grave e firme elogiá-la:

- É um poder incrível, realmente.

Ela virou-se e sentiu seu rosto petrificar. O lábio secou involuntariamente. Suas sobrancelhas se arquearam numa expressão de incredulidade. O fogo que emitia em suas mãos vacilou.

Alice reconheceria aquele rosto em qualquer lugar. O rosto do homem que a libertara da prisão. O rosto de um homem de trinta e tantos anos, moldado pelo tempo e pelos acontecimentos... Os olhos azuis impenetráveis e serenos, os lábios cerrados num sorriso que exprimia mais do que qualquer seleção de palavras. Sim. Ela o conhecia.

No entanto, estava mortificada demais para manifestar-se. Algo em seu íntimo dizia que o homem também a reconhecera... Alice percebia isso.

- Permita-me apresentar-me. – Disse o homem, curvando-se num gesto cortês. – Sou Erik Magnus Lehnsherr.

E Alice pensou, infeliz, que não conseguira cumprir a promessa de jamais encontrar o homem que agora jazia em sua frente.

Alice recuou alguns passos e seus olhos astutos percorreram aquele homem por inteiro. Ela disse, com a voz vacilante e fraca:

- Você...

Erik sorriu casualmente, inclinando os lábios lateralmente. Gostava do efeito que causava nas pessoas, principalmente nela.

- Sou Alice. Alice Field. – Prosseguiu Alice, fazendo um gesto tolo que significava uma saudação. Decidiu não tentar parecer tão idiota na frente desse homem.

- Quanto tempo se passou desde aquele dia? Dois... Três anos? – Interrogou Erik, aproximando de Alice.

Ela pôde, então, observá-lo melhor, por meio da luz laranja pálida que vinha do sol poente. Tinha as mesmas feições de que ela se lembrava. Talvez estivesse um pouco mais forte, apenas. Os olhos oscilavam entre azul e verde, mas sempre límpidos e pouco expressivos.

- Três. Três anos. – Ela falou. Sentiu-se corar, porque Erik também a examinava. Ele a achou mais bela do que outrora, porque agora estava mais saudável. Uma beleza simples e jovem.

- Curioso... Mal nos conhecemos e já quebramos nossas promessas antigas. – Disse ele, olhando para Alice de um jeito que ela não soube decifrar. Ela apenas assentiu.

 Parecia, de alguma forma, que aquelas palavras de Erik continham algo a mais em seu significado. Mas ela não soube interpretar nada. E Erik... Este, depois de ver a demonstração do poder de Alice, ficara encantado com  a mutação dela, que fluíra tão naturalmente naquele momento. Ele decidiu se aproximar dela aos poucos, por interesse. Havia algo nela que havia de ser especial e único.

Foi aí que Charles chegou, parecendo ansioso e alegre.

- Ora, Erik, vejo que já conhece nossa mais nova integrante. Esta é Alice Field. – Comentou Chales, postando-se ao lado de Erik.

- Já fizemos as apresentações, Charles. Você estava atrasado. – Disse Erik, sem tirar os olhos de Alice.

Ela entendeu. Charles não sabia que ela e Erik já se conheciam. Alice tentou retribuir o olhar para Erik de modo que ele compreendesse que ela entendera o recado. E, a julgar pela expressão momentaneamente séria de Erik, Charles continuaria sem saber de nada. Alice se perguntou o pôrque de tudo aquilo, mas também sentiu que não seria ideal Charles saber de tantas coisas. Ela, assim como Erik, eram iguais em seus mistérios. Cada um tinha seus segredos particulares.

- Perdoe-me, mas administrar essa fortaleza não é a tarefa mais fácil. Alice... Você já me explicou muita coisa... Agora, quero ver o que você sabe fazer. – Pediu Charles, afastando-se com Erik  um pouco para trás.

Alice não sentiu dificuldades em evocar o seu poder novamente. Logo, estava com chamas azuis cobrindo-a até os ombros. Um calor escaldante e intenso emanava do local. Ela tentou se controlar, porque Charles vertia suor. Erik também.

Para finalizar, Alice foi até uma fresta aberta do vidro e lançou um pedaço de chama ao mar. O pedacinho de fogo azul caiu no Oceano e flutuou sobre as águas calmas, os tons de azul quase se misturando. O fogo de seu poder era infinito. Ou pelo menos, não se extinguia enquanto ela não quisesse. Charles e Erik aproximaram-se das paredes de vidro e viram a chama flutuando no mar. Estavam admirados. Depois disso, Alice fechou sua mão firmemente, e a chama extinguiu-se no azul índigo do Oceano.

- Brilhante! – Elogiou Charles. Estava realmente alegre, mas ainda havia algo de preocupação em seu olhar.

- Obrigada. – Agradeceu Alice. Erik apenas a admirou.

- Agora vamos até a Sala Médica. Temos que realizar alguns exames. – Intimou Charles.

Alice foi com ele até a tal sala, que parecia um laboratório médico. Ficava no mesmo corredor que a Sala de Treinamentos. Erik, sem falar nenhuma palavra, tomou o caminho oposto e saiu. Alice achou-o excessivamente intrigante. Na Sala Médica, Charles, com a ajuda de Fera, recolheu amostras sanguíneas de Alice e fez uma série de exames para identificar a mutação dela. Eles conversaram mais um pouco e Charles disse que, assim que tivesse os resultados do exame, conversaria com ela.

Por ora, o que Alice deveria fazer era treinar. Assim, a noite caiu.

Alice comeu alguma coisa no refeitório, junto aos demais mutantes. Não viu Erik entre eles. Em seguida, resolveu caminhar por Utopia. Havia a Sala Comum, local onde geralmente todos se reuniam para momentos de descontração. Naquele momento, por ser tarde da noite, ninguém mais estava por lá. Ela caminhou até a varanda daquela sala, foi em direção à sacada e apoiou-se ao parapeito, observando o mar. Os últmos dias foram tão corridos... Tantas mudanças repentinas e acontecimentos repetinos... Tão repentinos quanto as ondas que quebravam na superfície das rochas.

- Primeiro dia difícil? – Perguntou uma voz. Uma voz que ela não demorou a identificar.

- Não. Sei que podem piorar. – Comentou Alice, virando-se e encontrando a figura alta de Erik. Ele se aproximou tão soturnamente que irritou Alice.

- Não seja tão pessimista... – Dizia Erik, rindo de maneira grave.

- É muita informação. Meus poderes... Minha mutação. – Ela contou, fitando o horizonte difuso.

- Realmente... Desde a primeira vez que nos vimos, quando você usou seu poder... Eu soube... Não seria fácil. – Disse Erik, olhando para Alice com seus olhos engimáticos. – O que fez depois daquele dia?

- Fui parar na casa de um casal de velhos, ali perto. Fiquei lá um tempo, depois consegui dinheiro e voltei para São Francisco. Nada que um nome idiota de família não consiga arrumar. – Comentou ela com amargura, referindo-se à influência do pai.

Erik sentiu que precisava insistir para Alice contar mais. Contar mais sobre sua família. Ele precisava conhecê-la mais, decifrá-la...

- Nome? – Indagou ele.

Alice deveria hesitar e não contar tudo a um homem que mal conhecia. No entanto, não o fez. Ela não queria esconder sua história de ninguém, porque não tinha motivos para fazer tal coisa. Poderia contar a Erik mais sobre ela, sobre sua família, sua história... Tentou encontrar motivos para não contar nada, mas não os encontrou de fato. Além disso, Erik a libertara. E nunca tivera como conhecê-la desde então. Alice sentiu que lhe devia algumas explicações de quem ela era, embora omitisse algumas coisas.

Ninguém a conhecia por inteiro.

- Sim. Minha família é muito influente. Do ramo da política. Não demorou nem cinco minutos até eu pegar um empréstimo no banco, assim que disse quem era meu pai. – Comentou Alice, cabisbaixa.

- E quem é seu pai? – Perguntou Erik, ansioso pela resposta.

- Liam Field. Ele é deputado. Alguns milhões na conta e zero escrúpulos. Assim que tive chance, saí de casa. Ele e minha mãe, Olívia, nunca me deram muita atenção. O alvo sempre foi meu irmão mais velho, Adam. Enfim... Não me sentia bem naquele lugar. Principalmente quando descobri minha mutação. – Continuou ela, ora olhando para o mar, ora para o rosto marmóreo de Erik.

- Seu pai não sabe que você é mutante? – Perguntou Erik, clara e nitidamente incomodado com algo. Remexia-se inquieto, aparentemente controlando um tremor que lhe percorria os braços. Alice não entendera o motivo de súbita apreensão.

- Não. E nem poderia saber. Ele... Não simpatiza muito com... Gente como nós. – Alice contou, de modo a atenuar a verdade. O pai dela odiava mutantes.

Alice sabia desse fato, apenas. Mas nunca chegou a confirmar nada sobre o pai liderar perseguições diretas e violentas aos Homo Superior... Simplesmente sabia que o pai odiava-os mortalmente. Mas nada além disso.

- Imagino... – Comentou Erik. Ele ainda tentava esconder o transtorno que subitamente sentiu.

- E, depois de explodir um banco e ser perseguida pelo Governo novamente... Cá estou. – Alice contou, melancólica. – Essa é minha história. Espero que melhore daqui pra frente.

- Vai melhorar. – Disse Erik, aproximando-se de Alice e fitando-a diretamente nos olhos. Ela se sentiu desconfortável.

Erik encostou sua mão no braço esquerdo de Alice, como que para confortá-la. O toque firme dele fez com que ela mordesse o lábio, sentindo algo indefinível.

- E quanto à sua história, Erik? – Perguntou Alice, sentindo-se no direito de cobrar dele que lhe contasse algo, também.

- Fica para outra noite. Outra noite tão agradável e bela quanto esta. – Disse ele, piscando para Alice. – Você ainda tem... O vibranium?

Alice mostrou a ele o colar com o pingente em seu pescoço. Erik sorriu. Em seguida, saiu e sumiu pela sala adentro.

Alice não se demorou muito tempo, também. Logo, foi para seu quarto e dormiu tranquilamente, só desejando um próximo dia tranquilo. Não sabia o que achar do encontro com Erik. Mas aquele homem sempre ficara na memória dela, desde o dia em que ele a libertou. Enfim, fora a isso, ela não o conhecia. Não podia fazer julgamentos sobre ele. Aliás, não sabia nem o que pensar ou achar a respeito dele. Sabia apenas que tinha uma espécie de gratidão para com ele.

Ora, ele a salvara. Era irrefreável essa sensação que ela tinha... Então, Alice decidiu que nada faria. Deixaria o momento conduzir suas atitudes e pensamentos, tanto em relação à Erik, como em relação à sua própria vida. Deixaria que o momento a levasse. Além dessa sensação de dívida que tinha com Erik, ela definiu-o como indecifrável. Enigmático. O resto, o destino se encarregaria de revelar.


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Notas finais do capítulo

E então? O final não foi tão legal quanto o dos outros, mas curti hahha reviewwwwws??



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