X-Men: O Renascer Da Fênix escrita por Tenebris


Capítulo 6
Nome


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi gente... Desculpem-me! Sei que prometi dois capítulos, mas a coisa tá meio difícil, rs. Acabei fazendo um mais longo, mas não deu tempo de escrever tudo o que eu gostaria. Não se preocupem... No capítulo 9, que eu planejei mais ou menos, sai o primeiro beijo do nosso casal *-------------------* Sei que não devia contar spoilers, mas esse eu precisava contar hahahaa Enfim, boa leitura! Beijos e me digam o que acham!



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Erik nem se deu ao trabalho de dormir. Sabia que não conseguiria. Dirigiu-se ao seu quarto, mas ficou sentado na cama apenas. Muitas coisas para um dia comum. Primeiro, encontrara a moça que ele dera a liberdade. A moça que o salvara do congelamento.

Erik achou curioso que ela fosse a primeira mutante em tanto tempo. Não sabia o que pensar dela ou o que achar. Pensou que ela devesse sentir o mesmo em relação a ele naquele momento. Por ora, Erik só sabia que ela era poderosa. Muito poderosa. E esse fato lhe atraía demasiadamente. Então, ele decidiu aos poucos se aproximar dessa garota, a fim de conhecê-la melhor, de decifrá-la por inteiro...

Fazia isso por mero interesse, ele não negaria isso. Interessava-se por ela em múltiplos aspectos. Primeiro, pela pureza genética dela. Depois, pelo fato de o poder dela ser praticamente inesgotável e único. E também, porque ele já a conhecera antes. De alguma forma, tudo isso contribuía para ele querer conhecê-la ainda mais. No entanto, havia o fator crucial: Liam Field. O pai de Alice.

Esse nome não saíra da cabeça de Erik desde que Alice o mencionara, por um único motivo: Liam Field era o torturador que prendera Erik em sua adolescência. Ora, Erik nascera na época da Segunda Guerra Mundial, mas seus poderes não permitiam que ele envelhecesse. Ele se rejuvesnescia. E, talvez por isso, fizera muitos inimigos.

O fato é que ele chegou a ficar preso por quase um ano seguido nos Estados Unidos. E quem mais lhe torturara durante esse tempo era justamente esse homem. O pai da garota que o salvara. Irônico, pensava Erik. O pai tentou matá-lo, e a filha o salvou anos depois.

Bom, esse fator era decisivo para ele. Erik viu em Alice a chance única de chegar até o pai dela para se vingar. Ele viu nela a chance perfeita. Não pretendia atingi-la de maneira nenhuma, porque ela era apenas uma peça para o jogo de Erik... Mas quanto ao pai... Ele era o alvo. Erik queria infligir-lhe todos as dores possíveis e impossíveis.

Portanto, depois de passar a noite refletindo, planejou seus próximos passos. Viu que o mais interessante era aproximar-se de Alice, porque só seria beneficiado com isso.

Aproximaria-se dela porque ela era geneticamente perfeita e pura; porque tinha poderes inimagináveis; porque ele já a conhecia e queria conhecer mais, decifrando-a inteiramente; e porque queria vingar-se do pai dela. Vingar todo o mal que sofrera outrora pelas mãos dele. Todos esses motivos fariam Erik aproximar-se de Alice cautelosamente. O plano exigia tempo, mas desde quando tempo era um problema para aquele que se intitulava Magneto: O Senhor do Magnetismo?

Ambos não sabiam, mas tinham estado na mente um do outro durante toda aquela noite. Erik achando Alice, à primeira vista, instável, imprevisível e um tanto descontrolada. Alice, achando-o indecifrável, enigmático e misterioso. Assim, não tardou e o dia amanheceu.

Alice foi guiada por Kitty, que até então tinha sido muito legal com ela. Alice tomou um banho, se arrumou e elas tomaram o café da manhã no refeitório. Depois disso, Alice foi chamada por Charles e uma hora depois estava com ele em um das salas próximas à Sala Médica. Ela não viu Erik em lugar algum.

- Olá, Alice. – Cumprimentou Charles. Alice retribuiu com um aceno de cabeça e se sentou na cadeira que havia defronte à mesa do professor.

- Bem... Descobri algumas coisas sobre a sua mutação. – Começou ele. Parecia nervoso, porém, controlado. A voz era estável. – As células do seu corpo são capazes de entrar em combustão espontânea captando o oxigênio do ar. Assim, você consegue entrar em chamas. Acho até que conseguiria queimar pelo corpo todo, mas ainda é cedo para realizarmos esse tipo de experimento.

Alice ia assentindo e concordando. Ficou feliz, ou pelo menos, satisfeita de estar entendendo melhor o mecanismo da sua mutação.

- Enfim... Seu fogo é azul por causa de alguma substância físico-química que não consegui identificar. Provavelmente, algum elemento novo na tabela periódica. Preciso trabalhar nisso. – Contou Charles, sorrindo levemente.

- Algum elemento novo? – Indagou Alice, cerrando as sobrancelhas em sinal de dúvida.

- Sim. É o que mantém seu fogo aceso até que deseje apagá-lo. É parecido com hidrogênio, com alto poder explosivo. Mas ainda há tempo para estudá-lo... O problema é que... Descobri outra coisa.

Alice empalideceu. Sentiu que não viria coisa boa, mas pediu que Charles continuasse. Agora, estava preparada para tudo.

- Diga, Charles. Estou nervosa. – Ela falou, suplicante.

Charles fez-se sério de repente. Uniu as mãos em um sinal de nervosismo perante a situação.

- Acredita em lendas milenares, Alice?

Alice riu com surpresa, por causa da fala inesperada de Charles.

Lendas milenares? O que isso teria a ver com o poder dela? Enfim, resolveu ouvir a explicação toda do professor. Alice não duvidava de mais nada desde que entrara em Utopia.

- Acredito em tudo a partir de agora, Professor. – Ela afirmou, resignada.

Charles falou, mantendo o tom de voz estável e categoricamente científico:

- Ótimo. Bem... Seu poder é bem parecido com o poder de Jean Grey, a Fênix. Sabe disso. Porém, enquanto analisei seus genes X, percebi que há uma semelhança ainda mais crucial com vocês duas. Seu poder também é ilimitado, como o dela. Percebi, analisando seu DNA, que seu poder ainda não desenvolveu nem um centésimo de sua capacidade total. Você vai evoluir, Alice... Não é uma opção. Vai acontecer. Seu poder vai mudar, progredir... E acho que não há limites para isso. Seu poder ainda está, digamos, adormecido. E, pode ter certeza, vai se modificar muito. Você e a Fênix não só tem o poder parecido, como a forma de evolução dele também.

Alice olhou-o boquiaberta. Então, seu poder era ilimitado... Não atingira a capacidade máxima e iria evoluir. Mudar. E, quem sabe, dominar Alice. Fazê-la sucumbir como Jean sucumbira diante de seu próprio poder. Ela não queria isso.

- Não quero ser um monstro, Charles. – Comentou ela, olhando intensamente para o Professor.

- Não se preocupe. Eu vou lutar por você, Alice. Não quero que tenha o mesmo destino que Jean. Sabe disso. É nosso trato. Como estou monitorando você de perto, posso acompanhar qualquer mudança. Vamos trabalhar juntos para que isso não aconteça. Tenha isso em mente. Agora, vamos à história. – Disse Charles, dando tapinhas nas costas de Alice.

Ele começou, como um avô que conta uma história para um neto antes de dormir:

- Tive um sonho bem longo noite passada. A história era a seguinte. Há milhares de anos, quando não havia nada, senão o nada, havia uma criatura boa, amante do fogo vermelho, que cuidava do universo. Tratava-se de uma Fênix. Ela nunca morria, pois, como se sabe, tinha o poder de renascer. Além da Fênix, havia também uma Águia, cujo poder era bem parecido com o do outro pássaro: Era amante do fogo azul. O outro poder da Águia era absorver energia. Com inveja, a Fênix perdeu sua pureza, sua serenidade, e passou a perseguir a Águia para tomar-lhe o poder. As duas brigaram, mas a Águia não era má como a Fênix.

Alice pensou, com agonia, que algo naquela história se encaixava com os fatos atuais.

- Quem ganhou a briga? – Perguntou ela, aflita.

- Não se sabe. A lenda é chinesa, mas há variações em que a Fênix ganha, em que a Águia ganha... Enfim. Sabe o que isso significa? – Disse Charles, aparentemente satisfeito com a pergunta de Alice.

- O que? – Ela indagou, ainda nervosa.

- Significa que não há vencedores ou perdedores, Alice. A vida e o ato de viver são uma batalha contínua, sem fim. Cabe a cada um de nós lutar com deteminação cada batalha do dia a dia. – Charles disse. Um silêncio pairou no ar, enquanto Alice entendia o significado daquilo pouco a pouco.

- Nesse meu sonho, houve muitas coisas. Novamente, acessei uma pequena parte dos pensamentos da Fênix. Ela pensa em se aproximar da Terra em breve. E só há uma pessoa capaz de lidar com ela, Alice. Você entende isso? – Perguntou Charles, olhando para ela como se quisesse que ela percebesse algo a mais do que meras palavras de uma lenda.

Alice compreendera. E tentou transmitir isso a Charles, olhando-o com firmeza, determinação e força. Alice sabia o que estava por vir, e estava resoluta a não fugir de seu destino.

- Sim. – Ela afirmou. Decidida. – Só quem pode derrotar a Fênix é a Águia.

Charles suspirou e disse sem hesitar:

- Sim. E você, Alice, é a Águia.

- Só você possui o poder da Chama Azul. Agora, eu entendo. Não sei como não percebi antes, mas agora, estudando seu poder, tudo está claro. Você possui o poder da Águia, como na lenda. Meu sonho foi o sinal de que precisávamos. Você deve enfrentar a Fênix quando ela retornar sedenta de vingança. – Disse Charles, alteando levemente o tom de voz. Estava empolgado.

- Não posso fazer isso. – Disse Alice, temerosa. – Charles, como eu vou enfrentar a maior ameaça de todos os tempos? Não sou capaz disso, e acho que um simples fogo azul não vai parar aquele monstro.

Alice tremia as mãos e gesticulava, mas Charles nada fez. Parecia ter previso tudo aquilo.

- Não posso prever seus pensamentos. Há uma espécie de bloqueio, como se seu poder formasse uma camada impenetrável. Mas sei que está nervosa, e não preciso de poderes telepáticos para entender como se sente. – Disse ele, afável.

- Mas Alice... Se a Fênix estiver a caminho da Terra, não temos nada contra ela. Tudo será destruído. A menos que você a impeça. Não entende que é tudo o que temos? Não entende que é nossa última e única esperança? – Exclamou Charles.

Alice pensou que ele fosse chorar. Ele levou as mãos à testa e ficou assim por alguns minutos.

Alice sentia-se estranha. Ela sabia que sua função em Utopia tinha a ver com o desespero de Charles em relação à Fênix. Sabia, de outra forma, que seu poder tinha a ver com esse ser. Estava nervosa. Muito. Tinha medo. Receio. Mas via tudo como um jogo. E as cartas que a vida punha na mesa tinham a ver com ela derrotar o tal monstro, quando fosse a hora de fazê-lo. Como Alice era bem imediatista, decidira novamente deixar que a vida e o destino lhe levassem. Agiria de acordo com o momento, com o agora. Por mais que estivesse nervosa e com medo, como ela poderia fugir de enfrentar a Fênix, quando era isso que havia em seu destino? Ela não podia fugir disso. Não havia nada a fazer, a não ser enfrentar esse desafio que a vida estava lhe impondo. Ela falou, firme, olhando diretamente no olho de Charles:

- Eu sabia, de alguma forma, que era isso que ia acontecer. Estou nervosa, mas sei que você vai me ajudar. Vamos nos ajudar. Não vou mentir, Charles. Não preciso fazer isso. Estou realmente com muito medo. Mas, se é assim que deve ser feito, ótimo. Eu serei a Águia.

Depois daquela manhã, Alice e Charles concordaram que ninguém em Utopia ficaria sabendo dos detalhes de toda aquela conversa. Somente Scott, porque ele dividia o comando de Utopia com Charles. Alice ficou grata por isso. Em seguida, começou a fazer parte dos treinamentos. Treinou sozinha, treinou com os outros X-Men, treinou com equipamentos e participou de simulações de combate. Fora tudo muito cansativo.

Alice ainda não tinha muita resistência. Ela conseguiu se sair bem, mas sabia que era por causa da mutação, que a fizera um pouco melhor em agilidade e força. Mas ainda precisava aprender muito.

Depois de um treino exaustivo, Kitty falou, animada, porém arfando:

- Alice... Você precisa de um apelido...

- Que tal a Águia? – Mencionou Scott, piscando os olhos, por baixo dos óculos vermelhos, para Alice. 


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Notas finais do capítulo

ÁGUIAAAAAA, adorei o nome! E vocês?