"Eu prometo". essas palavras de juramento, feitas numa voz que não lhe era estranha mas da qual ela não tinha recordações, continuava a rodear na sua cabeça, mesmo segundos depois de ela acordar. Seus olhos abriram rapidamente, seu coração disparou do nada, como quem acorda de um pesadelo. Dando um segundo para respirar, Lucy levantou rapidamente, enquanto flashes ainda passavam na frente de seus olhos. Ela agora, tinha uma noção do que tinha passado.
Arrancou a coberta de suas pernas jogando-a proutro canto, enquanto puxava com seu corpo suas pernas ainda adormecidas. Ela se lembrou da dor que sentira da outra vez que fizera isso. Então, levemente tocou seus pés no chão, esperando a dor chegar. Só então, ela percebeu a leveza que sentia em suas pernas.
Ela não sentia mais dor.
Ela testou suas pernas, tomando a força necessária para ficar de pé. Cambaleou um pouco enquanto seu calcanhar se acostumava a ficar para baixo. Tonteou e então caiu sentada na cama. Pela primeira vez em dias, desde que descobrira que não conseguia mais andar, caíra. Sozinha. Gajeel não estava lá para segurá-la, não que ela precisasse. Em parte, ela estava se sentindo aliviada por poder respirar, entretanto a outra parte estava triste por ele não estar ali para segurá-la. Ela levantou-se novamente, tomando a coragem de se erguer, especialmente por ele não estar ali.
Então, seu herói apareceu na porta.
—Lucy. — Ele disse surpreso. Polyuska tinha dito que ela ainda demoraria a acordar. — Você já está de bem? Pode ficar de pé? — Ele disse, com uma urgência em sua voz. Ele parecia ansioso em poder ajudá-la.
—Gajeel. — Ela disse. — Você pode me dizer que vai ficar tudo bem?
—Hã? Pra que isso de repente?
—Me diga que vai ficar tudo bem. — Ela insistiu, seus olhos decididos. Ele suspirou. Não tinha nada que ele pudesse dizer que tirasse aquele olhar dela. E que mal faria dizer aquilo? Afinal, "vai ficar tudo bem".
—Não se preocupe. — Ele disse, aumentando sua fala. Ele improvisou um sorriso. — Vai ficar tudo bem.
Ao ouvir aquelas palavras, ao invés de passar uma sensação de tranquilidade, ela voltou àquela paisagem de fogo e sentiu um soco quente passar-lhe pelo estômago, fazendo-a cair na cama, novamente. Suas pernas falharam.
Pela primeira vez, ela parara para perceber a voz dele. Uma voz grossa e rude, com um toque escondido de gentileza. Não era a mesma voz de seus sonhos. —Então não foi você... — Ela dissera, baixinho, de forma que Gajeel não pudesse ouvir. Então, empurrara-se da cama, dando o impulso para se levantar. Dessa vez ela se levantou sem problemas, queria levantar-se e procurar pelo dono daquela voz. Teria sido Natsu? Será que foi Natsu que a tirara da cabana de fogo? Ela precisava saber. E ela tinha uma ideia de onde ele estava. E mesmo se não fosse Natsu, teria sido alguém da vila. E, à essa hora, estaria no mesmo lugar de antes.
De qualquer forma, ela teria de procurar pelo seu herói.
—Oi, Lucy! — Gritou Gajeel, ao ver Lucy caminhando cada vez mais rápido em direção aos portões da Fairy Tail. — Aonde você vai?
Ela sussurrou algo das portas de Fairy Tail e começou a correr, reacostumando-se com suas pernas.