Então passou-se dois meses. 

Dois meses.

Oito semanas.

E ninguém ainda tinha percebido sua ausência. Sorte que ela não estava lá para ver isso. Que a guilda não tinha mudado nada. Que o mundo deles girava normalmente mesmo sem ela por lá. Não sei como ela reagiria se soubesse disso...

Nessas oito semanas, Lisanna não desgrudara de Natsu. E ele gostara disso. Ele também não desgrudava dela. Naquele dia, depois daquela missão, Natsu e Lisanna estavam sentados conversando. Só eles. Natsu e Lisanna, sozinhos na mesa. Muitos já tinham percebido que eles não desgrudavam mais um do outro. Assim como ele fazia com a Lucy...

Por falar nisso, onde estava a Lucy?

Eles não tinham a visto a algum tempo, será que estava doente? Onde será que ela estava? Numa missão? Em casa?

Então alguém atrás de Natsu comentou que fazia um tempo que não via o Gajeel...

E então, num estalo, veio uma imagem à cabeça de Natsu. Uma loira de olhos castanhos e sorriso contagiante, que andava com seu molho de chaves pendurado na sua saia azul costumeira.

"Lucy..."

Ele ainda não tinha percebido. Quanto tempo faz? Quanto tempo faz que ele não vê aquele sorriso? Quanto tempo faz que ele não vai incomodá-la em sua casa, levando um de seus famosos chutes? É mesmo, quanto tempo faz?

Então, subitamente, ele levanta subitamente com um sorriso enorme em seus lábios e, com as mãos ainda presas à mesa, grita para seu gato azul:

—Ei, Happy! Vamos para a casa da Lucy?

Antes que Natsu pudesse ter alguma resposta, as portas da guilda abriram-se num chute, abruptamente, num barulho que, se a guilda já não estivesse quieta, teria calado a todos. Sob a luz do sol de três horas da tarde, aquele vulto que estava contra o sol lembrava alguém... Quem era? Esse "vulto" não deu tempo para entradas dramáticas. Assim que ele abriu a porta com seus pés, correu para a enfermaria chamando:

—Oi, Wendy. Me dá uma mão. 

Wendy levantou-se imediatamente de sua cadeira e foi para a enfermaria, pronta para atender as feridas de Lucy que estava nos braços de Gajeel.