Quando Mais Precisava escrita por AnaMM


Capítulo 4
Choro e Consolo


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me o atraso, eu andei escrevendo uma one que será postada em breve, perdendo internet, tendo que escrever trabalhos pra faculdade... Loucura! E, claro... DINHO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Estive a MIL ontem querendo saber todos os detalhes, catando foto de guilice na social da licinha... AMO ♥

Preparem os lencinhos que esse é pra chorar bonito! Pela Lia e uma homenagem à Marcela, espero que esteja à altura da nossa amada professora.

Trilha indicada para a sequência LiDinho:
http://www.youtube.com/watch?v=JF8BRvqGCNs
(como todas que indico, a cena foi detalhada ao som dessa música ;))



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Adriano e Lia estavam sentados na cama da garota, discutindo desde a saída de Paulina do quarto.

–Dinho, por favor, vai embora! Você salvou a minha vida, eu agradeci, estamos quites, agora vai!

–Eu já disse que não vou embora, marrentinha!

–Não me chama de marrentinha! Aliás, não me chama de nada, só vai embora!

–Liaa! – a roqueira escutou uma voz vinda da rua cantar seu nome e parou onde estava. Era ele. - Não adianta se esconder!

Lia imediatamente se agarrou a Dinho com toda a força que tinha, apavorada.

–Lia, o que foi? –Dinho perguntou preocupado, traçando círculos nas costas da garota, tentando tranqüiliza-la.

–É ele, D-Dinho! Ele voltou atrás de mim! – a voz de Lia estava trêmula e lágrimas percorriam seu rosto.

Dinho rapidamente entendeu de quem a loira falava e tentou acalmá-la.

–Calma, Lia, é só um bêbado qualquer saindo do Misturama...

–Eu ouvi, Dinho, era o Sal!

–Shhh... Você não tá bem, eu vou chamar o seu pai. – Adriano tentou se desvencilhar dos braços de Lia.

–Não, por favor, não me deixa, Dinho, ele vai me pegar! – a garota o puxou de volta para si tão logo sentiu o ex-namorado se afastar, agarrando-se a ele com força, quase mordendo seu ombro para segurar o choro e a dor das lembranças.

–Eu não vou te deixar, Lia. – sussurrou no ouvido da amada. – Nunca mais. – abraçou-a de volta, preocupado com sua alucinação. – Eu te amo. – beijou-lhe a face. – Eu te amo. – sua voz foi enfraquecendo e algumas lágrimas escaparam de seus olhos. – Eu te amo... – Lia chorava em seus braços, agarrando-se a ele como um porto seguro. – Eu te amo.

Lia ainda chorou e tremeu por um tempo até cair no sono, exausta pelos acontecimentos dos últimos dias. Nos braços de Dinho, ainda que não quisesse, pela primeira vez em mais de 24 horas se sentia segura para dormir. Adriano a posicionou deitada em sua cama, secando seu rosto úmido. Ao passar a mão por seu próprio rosto percebeu que também chorava. Secou suas lágrimas e observou a ex-namorada dormir. Parecia tão calma... Em nada lembrava a garota histérica e apavorada de alguns minutos antes. Como se não bastassem os problemas com a mãe, ou o que ele mesmo lhe havia causado, agora novos traumas surgiam. Lia estava alucinando com Sal e a qualquer momento sentia-se novamente no cativeiro. Tremia, chorava... Sua marrentinha teria paz algum dia?

Sentou-se no chão, ao lado da cama, observando a roqueira dormir. Passou parte da noite acordado a observando, até enfim cair no sono também, sua mão segurando a de Lia.

–x-

Na manhã seguinte, Lorenzo abriu silenciosamente a porta do quarto de Lia para ver como estava. Da cozinha, Paulina esperava uma resposta. A família Martins estava dormindo em peso no apartamento, reunida em função da primogênita do médico e do próprio médico, que havia acabado de ficar viúvo.

–Como ela está? – Paulina perguntou assim que o filho fechou a porta e voltou para a sala.

–Dormindo. O Dinho felizmente está vestido e no chão, só não acho que esteja muito confortável... Não que isso seja ruim, é claro. – Lorenzo tentou uma risada.

–Esse guri ama mesmo a sua filha, Lorenzo... – Paulina inicialmente não apoiava a relação da neta com Adriano, mas desde sua volta –e mesmo antes de sua partida- o garoto dava provas de que o irresponsável inconseqüente que fugira com a roqueira também faria de tudo para protegê-la.

Observou o filho sentar no sofá exausto.

–E você, como está?

–Eu? – Lorenzo olhou surpreso.

–Sim, você. Não pense que a minha preocupação com a Lia me impediu de me preocupar com o meu próprio filho, Lorenzo! Coração de mãe vira coração de vó para ter mais espaço. Agora com a Lia em casa, resta o outro motivo de choro. Se você quiser passar uns dias lá em casa, Lorenzo-

–Não, mãe, de jeito nenhum, eu não quero incomodar... Eu posso-

–Voltar para aquela casa e conviver diariamente com as lembranças? De modo algum, Lorenzo!

–Tem o Gil também, eu preciso voltar pro casarão e... conviver com a minha dor até que se torne uma bela lembrança. – Lorenzo tentou controlar a voz, mas era impossível. Com o seqüestro de sua filha, havia se distraído, mas agora a dor da perda da mulher que amava voltava com força total. Marcela morrera para salvar sua primogênita e, nos últimos dias, por mais que sua filha estivesse ainda viva, havia perdido as duas. Uma voltara; a outra, jamais veria novamente. A dor era imensa, insuportável. Esperava que, sendo médico e tendo sido abandonado por Raquel daquela maneira, além da idade já madura, estaria preparado para momentos como aquele. Mas estava tudo tão bem... Amava tanto aquela mulher... Tão jovem, tão cheia de vida... Não era o momento de Marcela, tampouco era o seu momento de perder aquela que devolvera brilho a seus dias. Era um homem feliz antes, com sua mãe e suas duas filhas, estava satisfeito com sua família. A professora, no entanto, significava tanto... Não conseguia explicar, era como voltar a ser adolescente. Marcela encantava a todos por onde passava, iluminava onde quer que estivesse. Era a professora favorita de Lia, a mãe amorosa de Gil- Gil... O garoto devia estar ainda pior. Jamais superara a morte do pai e agora perdia também a mãe. Estava sozinho. Por sorte tinha Juliana, mas Lorenzo sabia que não seria o bastante. Gil precisava de uma família, de um pai. Era seu dever cuidar do enteado como cuidava de suas filhas. Gil, Lia, Tatá... Tão desafortunados... Gil agora era órfão de mãe e de pai, Lia ainda carregava consigo o trauma do abandono de Raquel e agora ainda carregaria o fardo da morte da madrasta que tanto amava. Conhecia sua filha, iria culpar-se por tudo. E o seqüestro? Deus sabe quais seqüelas viriam... Além de Dinho e os conflitos emocionais que seu retorno acarretaria. Tatá... Lorenzo deu graças a deus por Tatá ter aceitar Raquel como Lia jamais pudera. Marcela era a primeira perda irreparável da garotinha de 12 anos, e logo após uma briga. Constância também se culpava. Era hora de os adultos se unirem pelos três. A ajuda de Paulina, de Rômulo e de Raquel seria imprescindível para curar os três enquanto ele mesmo tentava lidar com o luto. Como se ouvisse seus pensamentos, dona Paulina se aproximou.

–Eu estou aqui, filho. Nunca se esqueça disso. – Abraçou Lorenzo, consolando-o. Conhecia seu filho como ninguém e reconhecera seu olhar. Como quando Raquel partiu, Lorenzo provavelmente ergueria uma fachada de dureza e de responsabilidade para cuidar das filhas(agora filhos), não se permitindo chorar, quando precisava de consolo tanto quanto as crianças. - Antes de tudo eu sou sua mãe. Se a você faltar colo, eu estarei aqui.


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Notas finais do capítulo

Queria agradecer os comentários de todos, as favoritações, as marcações de leitura e todos que leem e eu não fico sabendo ou simplesmente não têm conta aqui ;) espero que vocês gostem, que postei mais cedo por vocês(tava procrastinando demais aqui) ;) bjs e espero que gostem!



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