Quando Mais Precisava escrita por AnaMM


Capítulo 5
Contradições


Notas iniciais do capítulo

Chegou a hora de Dinho e Vitor se conhecerem. E talvez a cena em que Vitor encontre a namorada com o ex não seja das melhores...

http://tvg.globo.com/novelas/malhacao/2012/enquete/qual-o-melhor-beijo-da-temporada-de-malhacao.html
não deixem de votar em Lidinho!

Mil desculpas pela demora, gente! Faltou tempo, mesmo, foi bem complicado.

Agradeço novamente os comentários, as favoritadas, as recomendações... E todos aqueles que leem sem eu ficar sabendo, apenas o fato de vocês gostarem me faz amar todos haha bjos e espero que gostem.



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Abatido, Lorenzo voltou à casa de Marcela. Paulina a princípio não concordou, temendo a reação do filho ao voltar para onde morava com a namorada, mas uma hora ele teria que entrar no casarão novamente. Fazia parte do luto e da superação. Lorenzo tinha direito a se agarrar, enquanto lhe fosse saudável, às lembranças com a mulher que tanto amara, precisava chorar sua morte para seguir adiante. Era tudo tão recente... Agora que a filha estava bem, podia se deixar levar pela tristeza.

Perdeu-se em lembranças. A casa antes tão animada, iluminada pelo brilho de Marcela, agora era grande demais, silenciosa demais, ao mesmo tempo em que risadas e gritos quebravam o vazio. Era um misto de vida e morte, o presente em preto e branco mesclando-se ao colorido dos almoços em família e das noites em que sentiu novamente o que pensara que Raquel lhe havia roubado. Naquela casa foi pai, namorado, adulto, adolescente, marido, amigo, padrasto, Lorenzo. Aquele era o seu lugar, e seu tormento. Estar ali, com a lembrança de alguém que jamais voltaria, de uma vida que dificilmente recuperaria... E ao mesmo tempo em que queria fugir, queria ficar. Agarrar-se às lembranças até que não doesse, até que fossem apenas uma parte maravilhosa da memória de sua família. Talvez o toque de Marcela em cada centímetro do casarão acolhesse Gil. Morar em cima do bar de Nando era perfeito para que Lia lidasse com seus dramas, os passados e futuros dramas e traumas. Lia... Talvez fosse melhor levar Paulina ao casarão, para cuidar da neta. Deus sabe quais seriam as seqüelas do tempo em cativeiro. Por enquanto, ficaria no casarão. Doeria, doeria muito, mas doeria ainda mais abandoná-lo.

-x-

A campainha tocou e Paulina prontamente se levantou para atender e se surpreendeu ao ver praticamente o colégio Quadrante inteiro à sua porta.

-Como é que tá a Lia, dona Paulina? – Ju estava mais à frente, provavelmente liderando o bando.

-Ela está dormindo, mas acho que vai gostar de ver todo mundo. – Paulina sorriu para os amigos da filha.

Todos entraram, espremendo-se para passar pela porta antes dos outros. Avistou Vitor.

-Posso ver a Lia, dona Paulina?

-Para a tua sorte, guri, o Lorenzo não está. Ele ficaria possesso!

-Então é melhor eu nem entrar, né? Ele pode chegar e-

-Concordo! Não deveria nem estar aqui! – Gil se manifestou.

-Gil! O Vitor tem todo direito de estar aqui e de ver a Lia, assim como nós! – Ju argumentou, indignada com o namorado. Bom, eu vou ver a minha amiga, que foi pra isso que eu vim. Vocês vão ficar aí discutindo ou vêm comigo?

Gil, Vitor, Orelha, Fatinha, Pilha, Fera, Morgana, Zé, Pepê, Loiola, Fabi... O apartamento só estivera tão lotado na festa de aniversário de Dinho. Dinho. Dinho, Gil e Vitor. Quando Paulina se deu conta da confusão que se armaria, Juliana já abria a porta do quarto. Tarde demais.

Lia não teve uma noite tranqüila. Pesadelos com o que passara na mata permeavam seu sono e apenas a deixavam quando segurava com força a mão que a mantinha salva. Passara a noite apertando a mão de Dinho, seu porto seguro. Adriano estava sentado no chão, debruçado sobre a cama, segurando a mão da ex. Com o sono, sua mão perdera a firmeza, mas os pesadelos de Lia faziam com que a garota mantivesse suas mãos unidas, ainda que inconscientemente.

Foi com essa imagem que Ju se deparou ao abrir a porta. Lia e Dinho dormindo de mãos dadas, um no chão e outro na cama... Por algum motivo encaixavam tão bem... Sentiu Vitor se aproximar e parar ao seu lado. Olhou para o garoto e viu um misto de surpresa, confusão, decepção e revolta. Antes que pudesse explicar a situação para o namorado da melhor amiga, os outros entraram, assustando Lia com o barulho.

Dinho sentiu a movimentação a sua frente e olhou para a roqueira, ainda sonolento, preocupado com a garota.

-Lia?! – Sentou-se na cama e a abraçou. – Tá tudo bem, relaxa, tá tudo bem.

-Calma, marrentinha, é só a gente! – Disse Orelha. – Nós que estamos surpresos! Então é assim, você volta depois de meses e nem avisa os amigos? – Orelha tentava esconder sua comoção em rever Dinho fingindo irritação.

-Lia, quem é esse cara? Ela tem namorado, sabia? – Vitor se manifestou irritado. Adriano olhou para a roqueira. Entendeu seu olhar e parou de abraçá-la por um momento, continuando ao seu lado.

-Dinho, você voltou!!! Eu nem acredito nisso!!! - Fatinha correu para abraçar o amigo, seguida por Pilha, Fera e o resto da galera.

-Então esse é o seu ex? O que ele faz aqui? O que vocês fazem juntos? – Vitor cobrou enquanto Dinho era abraçado por seus amigos.

-Ele me salvou, Vitor. – Lia mediu as palavras para falar. – Dinho, esse é o...

-Não precisa falar nada, eu já entendi. – Adriano cortou antes que tivesse que ouvir as palavras da boca de Lia.

-Se já entendeu, por que ainda não desgrudou da minha namorada? – Vitor perguntou irônico.

-Depois vocês brigam, a gente veio aqui pela Lia! Então quer dizer que o Dinho te salvou? Quando você voltou, Dinho? Como vocês se encontraram? – Morgana interrompeu a discussão dos meninos. Guardou os comentários para si, para não magoar Vitor, nem dificultar a situação, mas nem em seus romances favoritos poderia ter imaginado um reencontro assim. O ex pelo qual a protagonista ainda suspira a salva quando nunca mais esperavam se ver...

Ju não pensava diferente de Morgana. Era irônico como Lia começara a sair com Vitor para esquecer Dinho e acabou sendo salva do irmão de seu atual justamente pelo ex... Gostava do moreno de olhos azuis, mas conhecia sua amiga. Era nítido que a roqueira ainda amava Adriano.

-Isso mesmo, o povo quer saber! Conta tudo, dona Lia! Deve ter sido tão romântico! Imagina? De repente ser salva assim pelo seu grande amor que jurava nunca mais ver e... – Fatinha se lembrou da presença de Vitor. – Desculpa, anjo, me empolguei.

-Anjo? – Dinho riu. – Qual é, Fatinha?

-Não contente em roubar a sua marrentinha, ele também conquistou a Fatinha, irmão! – Orelha explicou, indignado.

-Ele não me roubou de ninguém, você que me perdeu. – Lia interveio, olhando para Dinho.

-Relaxa, Dinho, você pode não ser mais o meu único amigo, mas teu lugar continua intacto no meu coração. – Fatinha piscou, rindo.

-E eu, minha deusa? Tenho meu lugar garantido no seu coração também? – Pilha perguntou esperançoso e Fatinha riu.

-Conta logo, Dinho, como foi que vocês se encontraram? – Morgana cobrou.

Adriano explicou o que estava fazendo, como encontrou a ex e como fugiram. Enquanto falava, era observado por Lia. A roqueira não entendia a atração que sentia pelo garoto. Estava a salvo, em casa, rodeada por seus amigos, e apenas se sentia segura ao lado de Dinho, segurando sua mão. Ainda sentia calafrios, ainda tremia, e a proximidade do garoto emanava um calor que parecia protegê-la do frio, do medo. Vitor estava vendo tudo, mas não conseguia se afastar de Dinho como gostaria. Não podia expulsá-lo, gritar, dizer que não o queria ali, que era Vitor que queria... Sequer podia mentir pra si mesma que a presença do namorado tinha mais importância que a do garoto ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha valido a pena a espera. Será que a fragilidade da dona Lia vai permitir a presença do Dinho por muito tempo? Só lendo pra descobrir ;)