Eu fiquei petrificado quando li a matéria de Dangers. Como assim ondas de energia? Eu me lembrei de Theo e Draco que comentaram algo parecido comigo ontem a noite. Aquela energia vinha de Hermione e Dumbledore sabia disso ele estava lá quando elas começaram. Ele não queria que os outros soubessem disso, e isso me preocupava. Havia alguma coisa errada e eu sabia disso.

– Finalmente! – Disse Theo com um sorriso no rosto. – Finalmente a nossa Grifinoria acordou!

– Concordo, Theo, já estava quase chamando o medibruxo da minha família para examiná-la. – Disse Goyle.

Goyle e Crabbe começaram a adorar Hermione depois que ela começou a andar com a gente. Talvez o motivo seja que ela dava aulas de reforço para eles, mas eles realmente a adoravam.

– Como se seu pai fosse pagar uma consulta para uma sangue ruim Goyle. – Pansy se intrometeu na conversa e Draco a olhou, eu podia ver um pouco de raiva em seus olhos.

– Não é como se isso fosse da sua conta, Pansy.

– Sinceramente Pansy vá da o rabo por ai, vai. – A loira ficou indignada com o comentário de Theo.

– Você vai deixar ele falar assim comigo, Draquinho?

– Não é como se fosse mentira o fato de que você já transou com metade da população masculina de Hogwarts.

– Outch! Essa foi fundo hein, Draco?

– Cale a boca, Blaise! Você sabe que é verdade, Hogwarts inteira sabe! – Replicou irritado enquanto se levantava. Pansy parecia irritada e triste, nada que eu me importasse, já Draco parecia frustrado e eu sabia o motivo. Hermione Jean Granger.

.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.

Estava exausta. E fraca. Depois de tanto tempo dormindo só daria nisso, não? Os raios de sol que invadiam a janela do quarto atingiram minha pele e eu fui forçada a escondê-la, pois estava quase me queimando. Logo Ninky, um dos poucos elfos domésticos realmente agradáveis que eu conhecia, entrou empurrando um carrinho cheio de comida.

– Ninky trouxe o café da manhã da Srt. Hermione. – Disse ele.

– Oh, obrigada Ninky! – Agradeci enquanto via o que ele havia me trazido. Era muita comida.

– A Srt. Granger precisa estar bem alimentada para ficar forte novamente. Sra. Fontaine quem mandou para Ninky o que deveria preparar para seu café. – Eu me sentei na cama enquanto Ninky falava sobre como todos estavam preocupados comigo, o que de certa forma me deixava feliz, o relato de Ninky me fez sentir amada e importante para muitas pessoas de Hogwarts.

– Obrigada, Ninky. E agradeça a todos por mim...

Eu disse enquanto tomava um copo de leite com chocolate. E só então eu percebi o quão faminta eu estava. Comi o suficiente para me alimentar durante o dia e tentei me levantar, o que foi idiota, pois no instante em que eu fiz isso eu quase caí no chão. Sim quase. Não cai porque meu professor de duelos me segurou. O prof. Termopolis me colocou na cama.

– Não acho que esteja apta para tentar andar novamente, Srt Grager.

– Eu já estou bem! – Ele me olhou, com descrença.

– Srt Granger, a Srt desmaiou no meio da minha aula, ficou em coma durante duas semanas, usávamos poções para mantê-la hidratada e nutrida, a cada dia ficava com a respiração mais fraca e sempre que usávamos feitiços a Srt enfraquecia. Realmente acha que vou acreditar que está bem agora? – Me perguntou, cético. E Céus! Como um homem bonito como ele conseguia ser exatamente como Snape?

Porque, convenhamos, alto, loiro olhos azuis e penetrantes. Ele era lindo. Mas era amargurado que nem Snape. Eu desviei o olhar. Sabia que o que ele me falava era verdade, mas não precisava ser jogado na cara.

– Entenda, Srt, você já nos deu um belo susto nessa semana e estamos tentando garantir que a Srt ficará bem... – Explicou com a voz mais amena. Eu sorri para ele.

– Eu apenas sinto que perdi demais da minha vida para continuar deitada nessa cama!

– Posso entender! Duas semanas é muita coisa, porem precisa se cuidar mais. Principalmente porque eu senti falta de respostas inteligentes na minha aula. – Eu ri. – Descanse senhorita Granger é uma ordem! – Eu me deitei na cama e ele tirou um livro e de sua capa. – Seu amigo, Potter, disse que talvez vá gostar de ler algo.

– Obrigada. – Eu peguei o livro que ele me estendeu e vi o titulo Persuasão de Jane Austen.

– Indicação de Clair! – Disse. Ele seguiu até a porta. – Só vim para avisar que Monica chegará em 2 h, então irá começar a bateria de exames, sugiro que relaxe até lá.

– Certo, obrigada prof. Termopolis. E agradeça a Harry por mim. – Agradeci enquanto ele sorriu de lado e saiu pela porta do quarto. Eu sorri enquanto olhava para a capa do livro, eu já o havia lido, mas ainda sim adorava ele.

.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.

Eu sai do quarto de Hermione e suspirei, ainda dava para sentir a energia que ela emanava, seria impossível deixá-la sair daquele quarto ainda. Era uma energia quente, forte e esmagadora, que me faria alguém perder o fôlego. Enquanto saia vi Clair parada nas escadas, me esperando.

– A energia ainda está muito forte! – Respondi assim que ela levantou os olhos para mim.

– Eu consigo senti-la daqui. – Suspirou. Ela jogou os cabelos loiros para trás. – Eu não sei se essa energia pode ser ou não escondida, talvez...

– Essa energia vai ser mascarada com o tempo! – Eu interrompi seu momento de desespero com brusquidão que fez Clair me olhar torto. – A energia está muito forte, mas está bem mais fraca do que ontem, mais cedo ou mais tarde já não a sentiremos mais.

Ela suspirou, sabia que era verdade, mas ela era uma druida. E druidas são, por natureza, teimosos. Joguei minha cabeça para trás. Era verdade de que a energia estava bem mais fraca, mas ainda estava forte o suficiente para que eu a sentisse das escadas. E isso poderia ser muito problemático. E demorado.

Nos pés da escada pude ver Potter sentado, esperando por alguma coisa. No caso alguém. Hermione Granger. Nos aproximamos de Potter com calma. Porque sinceramente eu não tinha pressa nenhuma para falar com um moleque.

– Sr. Potter o que faz aqui? – Potter se levantou ao ouvir a voz de Clair e olhou para nós, que já estávamos próximos a ele.

– Prof. Fontaine, prof. Termopolis... Eu queria poder ver Hermione? – Rolei os olhos. Acho que o Avada de Voldemort causou bem mais que essa cicatriz na cara dele. Será que ele não é capaz de entender o significado da palavra repouso?

– Não! – Interrompi o quer que Clair fosse dizer. A minha forma curta e grossa de dizer fez com que tanto Potter quanto Clair olhassem para mim. – Sr. Potter quando Dumbledore disse repouso ele quis dizer sem visitas, movimentação mínima em seu quarto. Não ache que por ser o melhor amigo dele vai mudar o fato de você não pode vê-la no momento, se não sabe esperar, vai ter que aprender agora.

– O que Termopolis quer dizer é que...

– Que você não pode vê-la.

Sai antes que Clair tentasse fazer minhas palavras mais amenas. Ela sabia que era verdade, Potter precisava aprender a ouvir os “nãos” da vida. Segui em direção a minha sala, a próxima aula começaria em breve.

.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.

– Atrasada! – Disse Sam assim que entrei em sua sala. – Mais uma vez atrasada, Srt Helena La Vecchia (Keira Knightley)! – Brincou ele, mas era sério.

– Desculpa, aconteceu um pequeno acidente lá em casa... – Eu sussurrei. Sam era um amigo, e era meu chefe a pessoa que mais sofria com meus atrasos.

–O que houve dessa vez? – Ele ergueu a sobrancelha ao me olhar.

– Minha mãe está enchendo a paciência por causa do casamento de Harpina. Galatea está enlouquecendo. – Eu ri e me lembrei da minha família. O clã La Vecchia. – E levando Harpina pelo mesmo caminho. – Ele riu. Sam conhecia muito bem minha família e não sei como ainda não a mandara para um manicômio. – Tive que leva-las para a Eterna, vão fazer os convites hoje.

– Sua família é hilária.

– Claro, você passou uma semana com ela em um sítio, eu convivo com ela o ano inteiro. – Eu sorri. Vi em sua mesa um jornal e olhei para ele e me assustei ao reconhecer uma foto.

– Acho melhor você ler essa matéria...

Peguei o jornal de suas mãos e comecei a lê-lo. A matéria de Skeeter podia ser sensacionalista (ou sem noção), mas ainda podia ser real o fato de que Hermione estava doente. E se aquele jornal estava correto ela estava doente há duas semanas.

– Há quanto tempo você...

– Vi o jornal na casa de Evelin hoje, ela ia jogar fora. Quando reconheci Hermione ela brigou comigo por ter tocado em seu nome. – Revirei os olhos e continuei lendo a matéria. Evelin era a noiva de Sam e tinha ciúmes de mim, o que era ridículo, já que Sam era meu melhor amigo.

Mas se fosse meu noivo admito que também sentiria ciúmes. Sam (Jesen Ackles) possuía os olhos esverdeados e cabelos castanhos em corte militar, que combinava muito com ele. Era forte e divertido, além de inteligente. Ele era da mesma sala que eu quando estudávamos da Delfos School. Brigávamos muito, mas nos tornamos amigos com uma velocidade impressionante. Evelin (Michelle Monaghan) era um ano mais nova que nós. Tinha belos olhos claros e cabelos castanhos lisos. Completamente ciumenta e possessiva detestava quando eu, ou qualquer outra mulher, conversávamos com Sam.

Voltei minha atenção para o jornal inglês e fiquei preocupada. O que quer que tenha acontecido pode ter sido grave e os infelizes decidiram não avisar a minha família que a minha sobrinha estava doente. Eu vou matar o diretor da escola dela.

– Eu já liguei para Kim e ela confirmou a historia, mas...

– Tudo bem, Sam... Eu sei que eu não deveria te pedir isso, mas... – Meus olhos suplicantes pediam para que ele me liberasse para que eu fosse até a Inglaterra.

– É a Mione, Lena, claro que pode ir. – Eu o abracei. E lhe dei um beijo no rosto. – Vá cuidar da Mi, por nós e mande lembranças para ela, tá bom?

– Obrigada, Sam... Mas não se preocupe Athos vai ficar no meu lugar! – Eu avisei e sai da sala.

Acertei tudo com Athos, que ficaria como secretário de Sam pelo período em que eu estivesse fora. Liguei para minha mãe e meu pai e avisei que precisaria fazer uma viagem de última hora e fui para meu apartamento. Meu apartamento ficava na parte trouxa de Milão, perto da casa de minha mãe. Preparei uma mala, pequena ficaria no máximo quatro dias então não precisava de muitas coisas.

.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.

Não demorou muito para que Sra Fontaine chegasse. A mulher de grisalhos cabelos loiros e profundos olhos azuis escondidos pelos óculos era realmente inteligente e gentil. E sua forma viva e divertida quase me fazia esquecer ela tinha a idade da minha avó, se bem que Galatea La Vecchia não parecia nenhum pouco com uma velha. A Sra Fontaine fez uma bateria de exames comigo. Mediu pressão, tirou sangue, e outras coisas. Ela também me ajudou a tomar banho, o que foi ótimo, eu já sentia muita falta da água contra minha pele.

Ela também me passou uma lista do que eu poderia, não poderia e deveria comer por dia. E nenhuma delas foi pequena. Na hora do almoço eu tive que comer muito e foi bom, eu estava a pele e osso.

– Sra Fontaine... – A chamei, quando ela iria se retirar. – Por que Blas, estava aqui ontem a noite, quando eu acordei? – Perguntei para ela, quando ela se virou para mim. Ela suspirou e se aproximou da cama, e se sentou próxima de mim.

– Srt Granger, você já ouvi falar de druidas?

– Sim, são uma “raça” de bruxos especiais, que possuem poderes diferentes e muitas vezes são mais poderosos que um bruxo normal, mas...

– Eu e minha filha, Clair, somos druidas, Srt Granger. – Arregalei os olhos. Os druidas eram considerados extintos. – Assustada, não a culpo. Há muitos druidas por ai nos dias de hoje que simplesmente não fazem ideia de seu poder e acabam viciados apenas no uso da magia bruxa. Druidas possuem também o dom da cura, mas tanta a minha magia quanto a magia de Clair foram rejeitadas quando tentamos curá-la. Felizmente Clair percebeu que seu amigo, o Sr Zabini era um dos druidas que não sabiam de sua descendência e sugeriu que nós o treinássemos para realizar o ritual de cura com a Srt. O que foi uma ótima ideia, já que não fazíamos ideia do que fazer.

Ela sorriu para mim com seu relato e eu me surpreendi. Blas era poderoso, e graças a ele eu consegui me libertar das trevas. Me perguntei como seria se ele começasse a usar seu poder para Voldemort e temi, não queria estar perto dele neste momento. Não mesmo.