Meu Ponto Fraco - Litor escrita por Gi, LihBC


Capítulo 7
Capítulo 7 - Praia do Perigoso.




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No dia seguinte, Fatinha acorda e vê Lia e Vitor dormindo um ao lado do outro, abraçados.

- Que bonitinho! - berra Fatinha, pulando em cima deles.

- Que isso Fatinha, tá maluca? - fala Lia, acordando.

- SE ASSUMIRAM, É? - a piriguete falou, toda animada.

- Não tem nada pra assumir. A gente só ficou amigos, só isso. - Lia desconversa, sentando no colchão. 

Vitor só olhava.

- Fala sério, olha pra minha cara e vê se tá escrito “Trouxa” na minha testa, seus safadinhos.

Lia riu.

 - Fatinha, sai de cima da gente. - fala o garoto.

 - Tá bom, mas levantem. A gente tem aula. - Fatinha disse ao se levantar.

 - Eu não vou pra aula, a doutora disse que é melhor eu ficar deitado. - fala o motoqueiro.

 - E eu nem trouxe uniforme. - diz Lia.

- Não tem problema, eu te empresto um meu. - diz Fatinha, colocando as mãos na cintura.

 - Eu não vou usar uniforme seu de jeito nenhum. Vou ficar parecendo um projeto de piriguete que não deu certo. - retruca a roqueira, rindo.

 - Relaxa, tem uns que eu nem cortei ainda - ela ri -  Agora vamos levantar meu povo. - berrou, batendo palmas para apressá-los. 

Lia se levanta e vai tomar banho, enquanto Vitor continua deitado.

 - Tá, agora me conta tudo. - fala Fatinha empolgada, se sentando no colchão.

- Han? - o motoqueiro se faz de desentendido.

- Ela tá no banho e nem deve tá ouvindo, me conta o que rolou! Vocês ficaram? - insinua a irmã.

- Não rolou nada. Eu bem que tentei beijar ela, mas ela não deixou.

 - Eu falei pra você que ela é dura na queda. - ela ri. - Cê vai ter que penar muito pra conseguir algo da Lia.

 - Deve ser por isso que eu gostei dela - ele fala, sorrindo.

 - Vish, já xonou é? - a piriguete ri.

- Eu não, credo. - o motoqueiro faz uma careta -  Esse negócio de se apaixonar é fria...prefiro só ficar. Me ajuda? - pede ele.

- Ajudo, mas é o seguinte: Se você conseguir ficar com ela e depois fazer ela sofrer, eu juro que eu quebro sua cara. - ameaça Fatinha - A última coisa que a Lia precisa agora é de sofrimento, entendeu? 

- Tá bom, tá bom. 

- Mas já to falando que vai ser difícil. O último namorado dela traiu ela e agora ela não acredita em mais ninguém. - conta a irmã ao motoqueiro.

- Vish. - diz ele com uma cara não muito boa.

Fatinha olha para o relógio.

 - Ok, eu vou indo porque tenho que passar na Ju. - ela fala, pegando a mochila e colocando um boné estilo aba reta -  Boa sorte com a Lia e vê se não faz merda!

 - Tá, tá. - ele diz, sem se importar muito -  Tchau.

Lia saiu do banho 10 minutos depois. Ela apareceu com um dos únicos uniformes de Fatinha que não estavam cortados, mas ainda sim era curto. Vitor a olhou da cabeça aos pés.

 - Nossa, nossa, assim você me mata ein! - ele diz, respirando fundo e arrancando risos da garota.

 - Cala a boca idiota, não acredito que a Fatinha tá me fazendo ir pra escola assim. E aliás, cadê ela? - pergunta Lia ao notar que a amiga não estava mais ali.

 - Já foi... ela disse que queria passar na Ju, algo assim. - responde Vitor.

 - Eu mato aquela vadia - Lia fala, rindo. - Também já tô indo, tô atrasada pra variar. Beijo. - ela diz revirando os olhos e saindo.

 - Tchau, beijo. - responde Vitor, observando a garota sair do quartinho.

Depois que Lia saiu, Vitor dormiu por algumas horas. Quando acordou, lembrou que sua moto tinha ficado na frente do prédio de Lia, e resolveu ir buscá-la, já que Fatinha não estava em casa.

Vitor pegou um ônibus até o prédio onde Lia morava e encontrou sua moto.

Ao subir na moto, colocou o capacete e quando iria dar partida Lia entrou em sua frente.

- Eu não acredito Vitor, sério. - berra ela, indignada.

 - O que você tá fazendo aqui? Não era pra você estar na aula? - ele fala, com um certo desespero, sabendo da discussão que estava por vir.

- Eu vim trocar meu uniforme né, a gente tá no intervalo agora. Mas bom saber que você veio até aqui buscar sua moto, e a Fatinha vai adorar ficar sabendo também. - ela fala, passando por ele. A aquela altura, Lia já não se preocupava mais com seu uniforme, só queria voltar ao quadrante e ficar longe dele. Ela sente um puxão em seu braço.

 - Você não pode contar pra ela, tá me ouvindo? Você tinha me dito que não ia contar. - ele diz, a olhando nos olhos.

 - Do mesmo jeito que você me disse que não ia dirigir né, fazer o que. - ela diz, fazendo força para soltar seu braço do dele.

Lia saiu da frente de Vitor e ia pegar um táxi para voltar ao quadrante quando ele desceu da moto - ainda mancando por causa da dor -  e entrou em sua frente.

 - Você não pode falar nada pra ela Lia, por favor... - suplica ele.

 - Por que não? Eu tô tentando te ajudar. - ela diz - Além de ser errado você dirigir sendo menor de idade, olha como você tá, todo machucado.. Me dá 1 bom motivo pra eu não falar pra ela. - ela fala, cruzando os braços.

 - Tem muita coisa que você não sabe e... - ele dizia, quando é interrompido.

 - Então me conta, Vitor! Que saco! - ela berra.

Naquele momento, o celular dele toca. Era o amigo que tinha lhe vendido a moto.

- Alô? - ele fala, ao atender.

- Fala brother, de boa? - diz o amigo.

- Ah, eaí Sal. Tranquilo e você?

- Pô brother, vou bem também. Se liga, eu e uns malucos estamos numa praia maneira pra cacete! Chega aqui com a gente pô. Tem umas gatinhas aqui também e um monte de parada.

- Pô cara, já é...que praia? - pergunta ele.

- Praia do perigoso. - responde o amigo.

 - Praia do perigoso...? Onde é isso, cara? - pergunta Vitor, desentendido.

 - É perto da Barra de Guaratiba. Vai perguntando ao longo do caminho que você acha fácil, fácil. - o amigo explica.

 - Fechou então. - concorda ele - Daqui a pouco eu tô ai. Abraço.

Vitor desligou o telefone e voltou a falar com Lia, que ainda esperava uma explicação.

- Ah, quer saber Lia? - ele começa - Se quiser contar, pode contar. Não vai fazer diferença nenhuma pra você mesmo, não é? Tudo bem, não ligo. Tenho coisa mais interessante pra fazer, tchau. - ele fala, desaparecendo da frente dela e a deixando inconformada. 

Vitor subiu na moto novamente e deu partida. Lia voltou para o Quadrante, tentando conter as lágrimas, ela achou que podia confiar nele quando ele disse que não iria dirigir enquanto estivesse machucado, e mais uma vez, foi enganada.

O intervalo já estava acabando quando Lia entrou no colégio e foi falar com Fatinha, que estava com Ju, Gil e Pilha.

 - Fatinha, eu preciso te contar uma coisa. - fala a roqueira, respirando fundo.

 - Que foi, Lia? - fala a amiga, notando o desespero na expressão de Lia - Me diz.

Lia puxou ela para um canto onde ninguém pudesse ouvir as duas, respirou fundo novamente e começou a falar.

 - Fatinha, o Vitor comprou uma moto. - ela revela, tentando não chorar.

 - Mentira? De novo não... - lamenta a irmã do motoqueiro.

 - Como assim? - pergunta a roqueira, desinformada.

- Nada, nada. Eu vou matar aquele moleque. - Ela fala, já indo pegar um ônibus rumo ao hostel, quando Lia a puxa pelo braço.

 - Calma, eu não acabei. - ela continua - Ele não tá no hostel.

- Então diz logo. - fala a piriguete, aflita.

 - Sabe os machucados dele? - ela começa - Não foi por causa de um tombo e nem nada. Ele quase bateu num carro e acabou caindo da moto, na porta do meu prédio. Eu levei ele pro meu apartamento e tudo, minha mãe ajudou a cuidar dele e ele ainda queria ir pro hostel naquela moto, mas não conseguia nem andar direito e...

- Me diz onde ele tá Lia. - interrompe a garota.

- Eu não sei direito. A gente tava discutindo e o celular dele tocou, era um amigo dele, um tal de - ela tenta se lembrar - ...Saulo?

- Saulo? - pergunta Fatinha - Espera... não era SAL?

- Isso mesmo! - fala Lia, ao se lembrar.

 - Vish...é problema. - a irmã de Vitor lamenta.

 - Como assim? Você conhece ele?

 - Longa história, Lia. O que o Sal queria?

- Sei lá, tinha uma história de praia... - ela faz um certo esforço para se lembrar - Praia do perigoso! Eu acho que ele foi pra lá.

 - Tá, valeu Lia. Tenho que ir, tchau. - diz Fatinha e logo em seguida sai correndo.

Fatinha foi para a porta do Quadrante, se dirigindo à um ponto de táxi que tinha lá em frente.

- Onde você vai? - berra Lia - Me explica essa história direito!

- Lia. não se mete nisso, é melhor pra você amiga, sério. - a piriguete a corta. -  Desculpa. Tchau.

Fatinha pediu para o primeiro taxista que viu para levá-la à praia.

O sinal tocou e todos foram para a sala, menos Lia.

 - Vem, amiga. - diz Ju, na porta da sala.

- Amiga, enrola o professor aí - Lia fala - Diz que eu tava passando mal, sei lá. Preciso resolver uma coisa.

 - Onde você vai? - pergunta Ju.

- Preciso resolver umas coisas com a Fatinha e o Vitor. - explica Lia, apressada.

- Pera, então eu vou com você. - fala a amiga.

 - Não precisa, sério amiga. Tchau.

 - Não Lia, eu vou sim. Se não eu vou falar pro professor que você saiu da sala de propósito. - ameaça.

 - Ai Juliana, você me complica viu? - ela bufa -  Vem então.

- Ju, se você for eu vou também. - fala Gil.

- Então vem caramba. - Lia o chama - Mas vem rápido. 

Gil corre até elas e os três pegam um táxi, rumo à Praia do Perigoso.


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Notas finais do capítulo

continuem comentando, favoritando a história e bem-vindas leitoras novas :) beijo