Entrevada numa cama era isso que eu estava, sem poder ver nada do lado de fora, só ouvir as risadinhas falsas da Karin, eu ia enlouquecer! Essa criatura agora morava aqui, era noite e dia, e eu tendo aula particular, ninguém merece.

-Sakura nós já terminamos todos os seus exames e a minha avaliação é que você não precisa ficar de repouso absoluto, pode voltar a tudo normalmente, mas sem exageros e com uma boa dieta, certo?

-Quer dizer que eu não vou precisar ficar escutando os gritinhos histéricos da Karin o dia inteiro?!

-É, mais ou menos isso.

-Que bom! Eu vou poder ir a escola, ir ao shopping, ir ao salão!

-Com moderação, pelo amor de Deus!

-Sem problema, só em me livrar da Karin no meu pé tá tudo bem.

No outro dia de manhã eu acordei radiante para ir a escola, nunca quis tanto ver a cara feia do Orochimaru na minha vida, eu nem ia reclamar dos burburinhos e das fofocas, eu poderia exibir a minha barriga sem ninguém para dizer nada, afinal se até o meu pai não estava reclamando, quem eram eles para dizer alguma coisa?

-Itachi? Aonde é que você vai?

-Vou dar uma saidinha.

-E como é que eu vou para escola?

-Com o seu cunhadinho.

-Certo, que brincadeira é essa?

-Não é brincadeira, eu não vou poder te levar.

-Então me dizia! Eu ligava para o Kakashi.

-Quer ligar? – ele jogou o telefone nos meus braços – Ligue.

-Ele já saiu, não vai voltar aqui.

-Então vá com o Sasuke.

-Tá, eu vou, mas não vá pensando que vai ser assim todo dia.

-Nem ia ousar uma coisa dessas, a Karin já está de bom tamanho para ele.

-Engraçadinho.

-Vá logo se não você vai perder a aula.

Desci as escadas relutante, eu não queria ficar num lugar tão apertado quanto um carro só com o Sasuke, porque me dava vontade de estrangulá-lo, de esquateja-lo, e queimar os pedaços, ai que ódio que eu tenho dele! Para completar ultimamente ele estava bancando a “Madalena arrependida” para o meu lado, todo cheio de cuidados e palavras doces, como se eu fosse cair nessa de novo. E o mais interessante era a cara de pau dele e do Itachi com a Karin, era lógico que o Itachi tentava a todo custo salvar a “bonequinha” dele das garras do Lobo mau e o Sasuke me cantava descaradamente na frente da Karin, que só fazia rir com aquele risinho falso dela, ele tinha deixado bem claro que me queria para amante quando eu vim morar aqui, mas esse gostinho eu não ia dar a ele de jeito nenhum.

-Sakura nós vamos nos atrasar!

-Já vou!

-O que é isso? – ele apontou para minha bolsa

-Uma bolsa?

-Bolsa? Parece uma mala! Você não devia andar por aí com tanto peso.

-Quem decide o peso que eu ando sou eu.

-Certo, mas não na minha frente. – ele puxou a bolsa da minha mão e colocou dentro do fundo carro.

-Você está achando que eu vou aí na frente com você?

-Claro! Eu não sou seu motorista. – ele entrou no carro e fechou a porta, esperou a minha entrada que não veio. – Vamos parar com isso! Eu não vou fazer nada com você.

-Fique satisfeito por eu ainda estar olhando para você!

-Pense assim: se eu fizer algo a você o Itachi me castra e sabe eu ainda quero as minhas coisas pro resto da vida. – olhei torto para ele. – Vamos, confie em mim. – “confie em mim” aquilo ressoou na minha cabeça como um tiro, olhei para ele e abrir a porta do fundo carro e entrei batendo com toda força que podia.

Fomos em silêncio para o colégio só se ouvia dentro do carro o som dos agudos do Ruki dentro do carro, ele me olhava o tempo todo pelo retrovisor, e eu sempre encostada ao vidro com o olhar vago, “confie em mim” é isso que você tem a dizer idiota? Por favor, alguém acabe com esse pesadelo! O que foi que eu fiz?! Essa resposta não pode ser respondida pelo meu subconsciente porque o carro parou bem na porta do colégio.

Subi as escadas o mais separado dele que eu pude e fui em direção a sala, sentei onde as meninas estavam bem longe dele e fui ver o que eu tinha perdido de aula, e de fofocas.

-Amiga rolou o maior barraco com seu exinho! – Tenten cantarolou

-Não me importo.

-Que frieza é essa? Você até veio com ele que eu vi! – Ino sempre alfinetando.

-Motivos de força maior, o infeliz do Itachi saiu e disse para eu ir com o irmãozinho dele.

-E você não quer realmente saber? – Hinata perguntou enquanto procurava alguma coisa da bolsa.

-Não.

-Tem certeza? – Ino veio com seus enormes olhos azul para cima de mim.

-Tenho.

-Tem mesmo?

-Sim.

-Absoluta?

-Absoluta.

-Mesmo, mesmo?

-É Ino, certeza absoluta do fundo da minha alma, nada que venha dele eu quero saber.

-Mas mesmo assim eu vou falar.

-Eu já sabia que você ia falar mesmo, não ia adiantar eu dizer que não.

-Karin nojentinha veio aqui na sala e sentou na carteira dele, ficou lá toda oferecida esperando ele chegar, mas parece que ele estava de mau humor e pediu para ela não vir mais aqui, ela se acabou em lágrimas, se fez de vitima, foi uma confusão! Atrasou a aula e tudo! Ela ainda disse que com você ele era todo cheio de cuidados, morreeendo de ciúmes, aí foi aquela fofocalahada porque ninguém sabe que você e o Itachi não namoram e ficou todo mundo pensando que o Sasuke estava furando o olho do Itachi e a Karin dando show enquanto isso.

-Era só isso?

-Você acha pouco?

-Nada que vá mudar a minha vida. Mais alguma “mega” novidade?

-Tem sim. – Temari falou ainda dormindo. – A parada do show.

-Ah é! Começaram a agendar os shows. – Ino logo se empolgou.

-E?

-E você é a nossa vocal, esqueceu?

-Claro que não, mas eu não vou.

-Vai sim, porque eu liguei para o Itachi me falou que a médica autorizava você participar.

-Você está sabendo de mais para o meu gosto, viu?

-Certo, a gente conversa mais depois, porque o Orochimaru tá em sala.

-Bem, - começou a cobra, digo o querido(a) e amado(a) professor(a) Orochimaru – antes de começarmos a aula temos um novo aluno que vai se apresentar, entre, por favor. – todos olharam para porta e de lá surgiu um garoto branco, olhos verdes e profundos, cabelos vermelhos como fogo e um porte incrivelmente sexy, senti que já o tinha visto antes, acho que na festa de despedida do Sasuke, mas talvez fosse apenas impressão.

-Meu nome é Gaara, Sabaku no Gaara – ele nos olhou e disse isso, só isso!

-Pode escrever seu nome no quadro, por favor, Gaara?

-Você não acha que nós já passamos do maternal para escrevermos o nome no quadro?

-Interessante. – Orochimaru lambeu os lábios, coitado vai virar cobaia agora.

-Onde eu me sento?

-Ali ao lado da senhorita Yamanaka Ino. – todos olharam enquanto ele caminhava despojado até todos encontrarem o olhar de terror da loira de olhos azuis ao encarar o ruivo, esse olhar não durou muito tempo porque Ino desmaiou.

-Ino! – Hinata a segurou antes que batesse com o chão – Ei! Ino! – ela dava tapinhas no rosto dela – Amiga! Acorda! Professor eu vou leva-la a enfermaria.

-Deixa que eu levo. – Orochimaru falou.

-NÃO! – a sala em uníssono

-Então, por favor, Sasuke você poderia leva-la?

-Claro professor. – ele foi em direção a Hinata e pegou Ino no colo.

-Não vá fazer nada estranho viu?

-Por que ele faria? Ele tem a Karin. – falou Naruto do fundo – Não é Sakura? – todos me olharam sem entender a pergunta, nem ele mesmo, que nesse caso foi inocente, percebeu o que tinha dito.

-É pode confiar nele.

-Se a Sakura diz, então pode levar.

Sasuke saiu da sala com Ino nos braços e voltou sem ela, eu encarei durante toda aula aquele menino estranho, o estranho irmão da Temari que estremecia a minha frente toda vez que forçava um sorriso para ele, que ao menos balançava a cabeça em retorno. Ao final do primeiro horário fomos ver como a Ino estava na enfermaria. Não podia ser pior, ela estava em pânico.

-Ino? – Hinata chamou

-Que foi?

-Que bom que vocês chegaram! – disse a enfermeira com cara de alívio – Ela estava querendo fugir.

-O que foi amiga? – Temari sentou ao lado da cama

-O que foi? Você tá curtindo com a minha cara é?

-Nós não estamos entendo nada! – Tenten falou o que todas nós estávamos pensando.

-O que foi? Foi o seu irmão Temari!

-O Kankurou?! – todas olhamos assustadas para ela.

-Não sua besta! O Gaara! Ele é seu irmão não é?

-É sim, mas se nem eu sabia da existência dele como é que ele virou um problema tão grande em tão poucos segundos?

-O problema é que eu não descobri a existência dele agora.

-Como assim? – Hinata frustrava-se ao tentar entender.

-Eu já o conheço há um tempo.

-Você conhece o meu irmão há um tempo? Que história é essa.

-Ele morava em Nova York e era o administrador das boates do seu pai, eu nunca pensei que ele fosse filho dele, lógico, e após as aulas eu ia muito as boates, ainda mais que o seu pai tinha me dado passe livre e mesas VIP era quase toda noite eu nas boates, sem dúvidas que todas eram ótimas, mas eu tinha a minha preferida, a de Times Square é absolutamente radiante e cheia de gente bonita, eu comecei a ir lá todas as noites e acabei conhecendo Gaara durante uma briga, depois disso e de descobrir o porque de eu sempre ter mesas VIP no meu nome nós começamos a sair, saímos por toda a minha estadia, mas a algum tempo atrás ele terminou tudo comigo e sumiu do mapa, por isso que eu voltei para o Japão, eu sempre sobe dos negócios sujos dele, e devo pensar que ele tem dois motivos para estar aqui, 1º - ver o pai dele e 2º - para firmar os negócios por aqui.

-Você sabe mais do que eu que sou irmã!

-Pois é, mas é por pouco tempo, eu estou voltando para Nova York.

-O quê?! Você pirou? – olhei para ela incrédula – Logo agora que eu estou desse jeito? Você não pode ir porquinha!

-O que eu não posso é ficar aqui! Ele tá sentado DO MEU LADO! Deu para entender? DO MEU LADO!

-E você vai se mudar de novo por causa dele?

-Se você não quiser que eu seja presa por assassinato, sim.

-Amiga pense assim: vocês terminaram e pronto, foi só um cara que você saiu, igual a tantos outros, não tem motivo para essa bagunça toda. – passei a mão pelo cabelo loiro dela que cintilava com a luz.

-Não Sakura, não é só mais um cara que sai, esse que é o problema.

-Amiga eu não estou entendendo.

-Nem eu, explica direito Ino! – Tenten já estava impaciente.

-Eu, eu, eu... – ela começou a se desfazer em lágrimas e esconder o rosto com a mão, seja lá o que fosse ela estava morrendo de vergonha.

-Você?

-Eu morei na casa dele durante esse tempo todo.

-O QUÊ?! – todas gritamos e a enfermeira veio pedir silêncio.

-É por isso que eu não posso ficar aqui.

-Você morou na casa dele, ou você morou com ele? – Hinata perguntava tentando assimilar a informação.

-Não se faça de boba Hinata, você me entendeu. – ele se jogou na cama cobrindo os olhos com o cotovelo – Eu sou uma idiota não é? Só faço besteira!

-Seu pai sabe disso?  - Temari perguntou enquanto fitava o nada.

-Sabe, mas vocês sabem como ele é, nunca liga para nada, tudo está sempre bom para ele, ele não me reclamou quando ficou sabendo, só me disse para eu ter cuidado, é incrível como ele sempre está certo.

-Você pode mudar de lugar na sala! – Hinata falou com seu jeito inocente e doce.

-Eu vou pensar num jeito, pode deixar. – falei sem ter certeza das minhas palavras.

-Você é tão otimista Sakura! Eu juro que vou pensar com carinho no que eu vou fazer, até porque nós temos a banda e tudo mais, mas sabe o que é o pior de tudo? – ela começou a lacrimejar mais uma vez – É que ele não se lembrou de mim!

-Oh amiga! Não fica assim não! – todas abraçamos Ino o mais forte que pudemos.

-Você vai voltar para a aula né? – Tenten perguntou meio preocupada.

-Vou sim, afinal tem aula de matemática hoje e a Kurenai me mata se eu não aparecer.

-Quer que a gente tente mudar você de lugar? – perguntei pensando em ela ter outro desmaio se a borracha dela caísse do lado errado da carteira.

-Não precisa, eu vou assistir a aula normalmente e vou agradecer ao Sasuke por me trazer até a enfermaria também.

-Então é melhor nós andarmos rápido porque já vai bater.

Fomos até a sala e o nosso aluno novo problemático (será que é carma desse colégio?) já estava rodeado de meninas, os meninos olhavam de longe o assédio com ar reprovação, tudo normal, Ino foi até Sasuke agradecer por ele te-la levado, ele apenas sorriu e disse que não foi nada, ele esgueirou-se pela multidão e foi sentar-se, ignorando totalmente a existência do ruivo na sala. Kurenai entrou em sala e logo se desfez toda aquela aglomeração.

-Parece que nós temos um aluno novo na sala. Você poderia se apresentar?

-Sabaku no Gaara, prazer em conhece-la.

-Então você é irmão da Temari-chan? – todos olharam chocados para Temari que apenas sorriu e deu tchauzinho como quem diz “oi?”

-Sou.

-Que estranho, nós nunca o vimos por aqui.

-Eu morava fora.

-Bem, seja bem vindo. Vamos começar a aula! Todos abram os cadernos, eu quero ver a atividade que eu passei ontem , Gaara se você quiser pode puxar a cadeira para perto da Ino e acompanhar a atividade – eu achei que ela fosse desmaiar, pois desvencilhou-se por um momento, mas não, ela se recompôs, manteve-se forte e fez uma coisa impressionante: sorriu.

-Claro. – ele puxou a carteira para perto da Ino que apertava a borda da cadeira com tamanha força que os nós dos dedos dela ficaram brancos.

-Vamos começar a correção e lembrem-se que amanhã é a apresentação dos trabalhos.

Ino e Gaara permaneceram juntos até o final da aula de matemática, queria eu que esse fosse o menor dos problemas porque eu estava ficando enjoada.

-Temari me acompanha até o banheiro?

-Que foi amiga?

-Estou enjoada.

-Certo eu vou com você.

-Não! Deixa que eu levo! – Ino praticamente suplicou para ir.

-Tá bom então, cuidado com ela Ino! – Temari advertia.

-Pode deixar, vamos. – Ino pegou na minha mão e me levou ao banheiro.

Fomos para o banheiro, mas felizmente era só enjôo, lavei o rosto respirei fundo um pouco e passou, pelo menos eu estava melhor, mas Ino estava visivelmente abatida, parecia que o chão tinha se aberto ela caiu no meio.

-Amiga tá tudo bem?

-Não, não está tudo bem.

-É por causa dele né? Eu disse para você mudar de lugar.

-Não Sakura, não é isso, como é que uma pessoa mora quase dois anos com a outra e não lembra? Simplesmente não se lembra?!

-Vai ver ele tem memória ruim...

-Vai ver ele é puta de um escroto filho da puta.

-Pode ser também.

-Sakura eu sou tão comum assim para ele não lembrar?

-Sinceramente? É. Afinal tem milhões de loiras dos olhos azuis por aí, mas você é única porque é minha amiga né?

-Ajudou e não ajudou.

-Faz assim eu vou lá digo umas poucas e boas para ele e fica tudo bem? Que tal?

-Só você amiga.

-Agora a gente tem que voltar porque já vai bater o último sinal e nós temos que pegar nossas coisas.

Voltamos para sala e eu já tinha melhorado completamente e tinha conseguido tirar um pouquinho da palidez do rosto da Ino, já tinha batido quando nós entramos e todos já tinham saído correndo da sala então nós podíamos conversar e arrumar nossas coisas em paz, os corredores já estavam vazios quando nós saímos, era nostálgico ver aquele lugar vazio e pensar que tudo isso começou quando eu filei uma palestra, nesses mesmos corredores vazios uma menina bobinha conhecia o menino mais lindo (e idiota) que ela já tinha e visto.

-Ino! – nós olhamos para trás para ver quem estava chamando-a e para meu choque Gaara vinha subindo as escadas do outro lado do corredor e estava vindo na nossa direção eu e Ino nos olhamos incrédulas.

-Você quer sair correndo? – sussurrei para ela.

-Quero, mas estou paralisada. – ela respondeu no mesmo tom.

-Contanto que você não desmaie tudo bem, porque você sabe que eu não posso pegar peso né?

-Sei, sei, o problema é que o Sasuke está te esperando lá na frente.

-E ele que fique lá esperando sentando que eu vou demorar o tempo que eu precisar. – não dava para conversar mais porque Gaara já tinha chegado até nós.

-Ino que bom te ver aqui! – ele abriu um sorriso incrivelmente lindo que me deixou desconcertada e foi o mesmo que um tiro no peito da Ino.

-O-o-o – dei beliscão nela para ela desengasgar – oi.

-Eu nem acredito que você estuda aqui! Que mundo pequeno! A príncipio eu pensei que não fosse você afinal existem muitas loiras por aí, mas aí a professora Kurenai mandou eu sentar junto a você para acompanhar a atividade e eu vi que era você mesmo, só que parecia que você não lembrava e eu fiquei com medo de pagar o maior mico na frente da sala toda, – ele passou a mão pelos cabelos ruivos arrepiados de uma forma graciosa – depois daquele dia no aeroporto eu achei que nunca mais ia te ver.

-Eu também... – ela falou de modo sombrio.

-Eu achei que você tinha ficado lá, eu até deixei a chave do apartamento com você.

-Foi, mas eu me senti um pouco sozinha naquele apartamento enorme e resolvi voltar para casa, estava com saudades das minhas amigas. –ela olhou meigamente para mim que apenas sorrir em retribuição.

-Eu não te conheço de algum lugar?

-Eu?! – ai meu Deus! Era ele mesmo na festa! – Não, não me lembro de te-lo visto alguma vez.

-Deve ser só impressão... Então você está morando aqui, com seus pais?

-É sim, para onde mais eu iria? Afinal eu estou em casa.

-É bom ter um lugar para chamar de casa...

-E você está aonde?

-Na casa do meu pai e da Temari.

-Hm... Você também tem uma casa.

-Não brinque com essas coisas, - ele sorriu desconcertado – mas se você quiser eu posso ir ficar lá com você. – Ino deixou a bolsa cair no chão de susto.

-Não brinque com essas coisas. – ela sorria nervosa

-Ino nós temos que ir.

-Ah! Desculpa, eu estava incomodando, eu também já vou, vou conhecer meu quarto hoje, estou suuuper empolgado sabe? – ele ironizou

-Sei. Então tchau.

-Até amanhã. – ele puxou Ino pelo braço e deu m beijo na bochecha dela que corou violentamente, fez o mesmo comigo que apenas sorri em retribuição – Você devia tomar mais cuidado com a sua barriga. – ele falou apontando para o meu ventre, mas eu ainda nem tinha barriga para ele perceber. – Não é todo mundo que pode encostar em você. – ele deu as costas para nós e acenou.

-Ino porque você só arranja caras problemáticos?

-Olha quem fala.

-Ele é muito diferente do que eu pensava, meigo, fofo, pervertido, sorridente e prestativo.

-E como você pensou que ele fosse?

-Violento, bruto, grosso, lesado, de mau humor constante e maldoso.

-Como você conseguiu pensar isso daquela carinha de anjo?

-Só se for no inferno que ele tem cara de anjo, cara de mau que ele tem.

-Tadinho, ele teve que crescer assim afinal agora ele é rei do sub mundo.

-Agora vamos logo que o Sasuke já fez umas mil ligações aqui!

Descemos as escadas correndo e entramos no carro, Ino iria comigo para me ajudar com a matéria atrasada, Sasuke nos viu entrar no carro sorridente, mas não me dirigiu a palavra em momento nenhum, ele sabia que por mais feliz que eu estivesse não queria ouvir a voz dele com seu falso “confie em mim”, eu já estava cansada de ouvir mentiras, dele e de todos.