Cale a Boca! escrita por Machyri


Capítulo 14
Pai e Filha, a história de Kakashi


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora!! X.X
*simata*
Mas foi por um bom motivo e para compensar o capítulo está gigante o///
Boa leitura.



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Se eu já amava as aulas de biologia agora elas se tornaram mais insuportáveis ainda. Orochimaru me olhava com aqueles olhos de delineador barato dele estudando o meu ventre, sério, senti medo de acordar sem meu útero, sei lá, tem roubo de tudo nesse mundo.

-Sakura é verdade que você está grávida?

-Hum. – os burburinhos que a Karin fez o imenso favor de espalhar já estavam na boca de todos e sempre um mais corajoso vinha me perguntar se era verdade o boato. O problema foi quando as meninas ficaram sabendo.

-Sakura Haruno venha aqui agora! Nós temos algo urgente para falar com você!

-Que foi Tenten?

-É verdade que você está grávida?

-É.

-É?

-É.

-É?!

-É!

-É só isso que você tem a dizer?

-É.

-Como? Quando? Quem? Amiga! Eu nem imagino o que você está passando.

-Nem queira.

-E o seu pai? – Hinata perguntou preocupada.

-Me botou para fora.

-E você está morando aonde? – Ino vinha preocupada.

-Na casa do Sasuke.

-Ele que é o pai? – Temari pulou na conversa.

-Talvez.

-Como assim talvez?

-Eu não sei ao certo quem é o pai.

-Então por que você está morando na casa do Sasuke?

-Porque o Itachi resolveu assumir a criança e para todos os efeitos ele é o pai.

-Por que ele vai assumir? Ele é algum idiota? – Ino vinha com seu tipo sarcástico e prático de falar.

-Que fofo... – suspirou Hinata

-Fofo nada, ele deve estar querendo te pegar amiga... – Temari falava apreensiva

-Deixa a menina falar! – Tentei gritou

-Ele vai assumir por que provavelmente o filho é dele ou do Itachi e ele disse que não vai deixar um Uchiha morar na rua, então me levou para morar na casa deles.

-Deve ser uma barra né? Ver a Karin todo dia... – Hinata calculava o estrago psicológico dessa gravidez

-Ficando com o cara que você gosta... – Ino sempre direta

-Sem poder fazer nada.  – Temari sempre doce e meiga.

-Vocês só estão ajudando sabia?

-Desculpa amiga, saiu sem pensar.

-Normalmente vocês não pensam mesmo.

-Ah! Lembrei!

-Lembrou do que Ino?

-De avisar do negócio da banda!

-Que negócio?

-Aquele dia no intervalo tinha um dos pais dos alunos que é dono da PS Company nos chamou para fazer um teste.

-E?

-E eu aceitei.

-Por que você sempre faz as coisas sem me avisar?

-Ainda tem mais!

-Mais?!

-Eu não aceitei o teste...

-Ufa!

-Eu aceitei o emprego.

-O QUÊ?!!

-Agora nós somos todas profissionais, amor.

-Ino eu estou grávida! Como é que eu vou fazer shows quando eu virar uma bola?

-Girando.

-Seu senso de humor está muito apurado hoje.

-Estou de brinks amiga, mas nós damos um jeito.

-Vocês querem me matar só pode, eu não vou participar dessa loucura.

-Não adianta, já estam todos sabendo, afinal nós vamos estrear o mais rápido possível!

-Ino caia em si, isso pode ser uma brincadeirinha para você, mas no estado em que eu me encontro é impossível para mim.

-Mas nós já assinamos!

-Mas isso foi antes de qualquer um saber que eu estava grávida, talvez o dono da gravadora nem me queira mais como vocalista quando souber disso.

-Ele já sabe, e achou uma boa jogada de marketing, afinal mesmo que o seu pai não queira você ainda é filha dele e mesmo que ele mude seu nome todos irão lembrar de você com o Haruno, logo, vai ser um estouro.

-Você pensou em tudo não foi?

-Claro.

-Não adianta eu discutir não é mesmo?

-Isso mesmo.

-Por que eu sempre acabo fazendo o que você quer?... Agora eu entendo pelo que o Kakashi passa comigo.

-Credo! Falando assim parece que eu estou te usando.

-E não?

-Certo amiga, pense assim: para alguma coisa isso serviu! Porque assim você não vai depender do Itachi e do Sasuke para tudo, afinal eles são homens e adoram ficar jogando as coisas na cara da gente depois.

-Não fale das suas experiências pessoais assim, isso me frustra.

-Você que me deixa frustrada quando fala assim.

Se um dia as aulas foram calmas eu já não me lembrava mais, pois os burburinhos era terríveis, sem falar nos olhares infames que me lançavam, e o mais curioso era que ninguém veio reclamar da paternidade da criança, todos(as) pareciam conformadas e sem ação, mas na verdade eu sentia a cada segundo que poderia ser assassinada a sangue frio, no final os Uchiha não conseguiriam nada mais do que ódio e amores platônicos, talvez seja de família.

-Ei você!

-Oi. – uma menina do terceiro ano vinha na minha direção com cara de poucos amigos.

-É verdade que você está grávida do Itachi-kun? – Itachi-kun?!! De que inferno ela achou esse kun?!

-Até a parte da gravidez você acertou, agora o Itachi ser pai há controvérsias. – falei em tom de deboche

-Você acha engraçado roubar ele da gente?

-“da gente”? Quem são os outros? – não pude conter o sarcasmo

-Nós. – meninas de diferentes séries surgiram e até meninos! Agora é fato, estou ferrada!

-Sorria com deboche agora coisinha. – a menina do terceiro ano pediu e eu humildemente correspondi, abri um enorme sorriso e passei a mão pela minha barriga.

-Vocês não fariam nada ao filho do Itachi-kun não é? – imitei tão bem o tom da voz chato da Karin que até os amiguinhos dela ficaram assustados.

-Como você pode brincar com eles desta forma? Primeira a Karin levou o nosso Sasuke e agora uma desqualificada como você nos rouba o Itachi, você não merece ele, não merece esse filho.

-Na última parte eu concordo, é um saco ter que fazer dieta para o bebê. – algo fora dos padrões humanos e sociais aconteceu, pois não é normal se bater numa grávida.

-Não fale assim do filho do nosso senpai!

-Calma! – uma colega apareceu por trás dela e a segurou, eu já no chão massageando meu queixo, fora um belo soco, mas isso não ficaria assim – Você pode machucar o bebê.

-Por que todos falam tanto nessa criança? Ela é só mais uma, como todas as outras, não importando o pai que ela tenha, mas uma coisa inadmissível é um ser medíocre como você tocar o meu rosto com essas suas mãos sujas. – a colega dela ainda a segurava pasma com o que eu falava aproximei-me dela e descontei todo o meu estresse diário no abdômen dela, eu não perdera nada da minha capacidade destrutiva afinal – Não se levante, fique no chão que é o seu lugar, seu e dessas pessoas infelizes.

-Sakura está acontecendo alguma coisa?

-Não Kakashi, imagina, eu apenas vim ver se esta pessoa estava passando mal, mas parece que ela já tem quem a ajude.

-Certo, vamos embora. – fomos andando em direção a saída

-Mas ainda tem o quarto horário!

-Só que nós temos coisas a resolver, ligue para o Itachi e avise.

-Por que eu tenho que avisar alguma coisa a ele?

-Porque agora você está morando na casa dele, mostre pelo menos algum respeito.

-Tá certo, lá vem você com esse papo de respeito.

-Eu devia ter lhe ensinado alguma coisa quando você era pequena.

-Nem que você quisesse ia conseguir.

-É por isso que eu nunca tentei, eu já sei dos resultados. – entramos no carro

-E a empresa?

-Você quer saber como está a minha relação com seu pai, não é isso?

-Aí que raiva! Você lê meus pensamentos! Pare com isso, eles são meus! – sorri como uma boba

-Está tudo bem, nada de anormal em relação ao humor dele, na verdade para ele você nunca existiu.

-Melhor assim.

-Mas tem uma coisa que o irrita, o fato do nome dele aparecer junto ao seu no jornal.

-Meu nome?

-Além de grávida e deserdada você é vocalista querida, eu não sabia!

-Ah! É isso... É coisa da Ino, sabe como é, não dá para dizer não para ela.

-Vocês são do mesmo tipo.

-Não me compare a porquinha devoradora de homens.

-Eu nem iria.

-Acho bom. E o que nós vamos fazer de importante que você disse?

-Assinar a sua adoção!

-Você está brincando né? Quer dizer que eu vou sua filha mesmo?! No papel e tudo?

-Isso mesmo Sakura Hatake.

-AAHHH! É De mais para a minha cabecinha! – pulei no pescoço dele apertando-o entre meus braços

-Olha que interessante: eu que nem sou casado ganhei uma família completa! Com direita a Genro e neto!

-Deve ter sido difícil ficar sozinho esse tempo todo não é?

-Nem tanto, porque no final eu sempre estava com você...

-E quando não estava comigo estava com alguma mulher por aí.

-Sempre tão sincera.

-Eu sei, eu sei. Mas vamos logo! Eu quero assinar isso o mais rápido possível!

-Somos dois.

O apartamento sempre fora bagunçado e fora de ordem, seria natural você se espantar com a distribuição dos cômodos, afinal se deparar com um quarto logo de chegada choca qualquer um, ele não costumava ser assim, mas a medida que ia morando cada vez mais com comigo e cada vez menos na casa dele o pobre apartamento foi sendo deixado de lado, mas sinceramente: já houve dias piores para aquele apartamento.

Seria estranho atestar que ele era normal, mas houve tempos em que ele bebia menos, tinha apenas uma mulher e não caia em noitadas frequentemente. Um tempo no qual eu não vi o qual eu até hoje só soube por alto, que um dia ele amou e foi amado por uma mulher e que ele foi muito feliz, essa mulher cujo nome eu não sei tinha destaque no apartamento, pois a cada cômodo havia uma foto sua, encantadora, olhos profundos e um sorriso meigo, diferente das muitas outras que ele tem hoje que cheiram a depravação.

-Bonita não? – ele me olhou analisando a enorme fotografia da sala

-Ela é linda.

-Eu tenho bom gosto, pensa que sou idiota?

-Metido, acho que você devia agradecer por uma mulher desse tipo ter gostado um dia de você.

-Apesar de você não pensar dessa forma eu sempre primeiramente um garoto e depois um homem cobiçado, sempre tive belas mulheres aos meus pés, eu realmente gostava disso, mas essa se diferenciou em apenas uma coisa das outras...

-O que?! Ela te desprezava?

-Não. Ela talvez me venerasse mais que qualquer outra, a diferença dela para as outra era o amor que o meu melhor amigo sentia por ela, antes de ama-la eu amava muito o Obito, meu melhor amigo, apesar de nossa relação ser muito conturbada, ele sempre foi um bom amigo e apaixonado por ela, mas ela não sabia sequer o nome dele, era engraçado ver os dois lutando pela mesma coisa de maneiras diferentes, essa mulher na foto se chama Rin, uma das modelos mais bem pagas do mundo, é inacreditável como as pessoas mudam não é?

-Mentira?! Que babado! Você namorou a modelo mais bem paga do mundo?!

-Ela não era assim naquela época, eu nunca pude lhe contar essa história direito, mas agora que você já sabe que eu conheci a sua mãe eu posso lhe contar.

-O que minha mãe tem haver com isso?

-Deixe de ser impaciente! Vocês são tão parecidas. Tudo começou quando eu me formei em apenas dois anos na faculdade, além de super dotado eu sempre fui lindo, – metido, pensei – não era mais que natural que as meninas me olhassem de uma forma diferente, para ficar mais claro eu era o mais alto dos troféus, eu gostava disso, mas a Rin que sempre me observou de longe foi ficando cada vez mais próxima de mim, a principio eu pensei que ela fosse apenas como mais uma das minhas fãs, mas ela mostrou-se interessante, Obito que apesar de meu melhor amigo sempre foi meu rival eterno era loucamente, perdidamente, descabidamente apaixonado por ela e eu de brincadeira usei-a para pirraça-lo, nós começamos a sair e ele morri a de inveja, eu simplesmente me sentia cada vez mais triunfante quanta a ele, mas a Rin não sabia disso, ela não sabia que Obito gostava dela, não sabia que eu não gostava, não sabia que estava usando-a, ela só sabia que gostava de mim e pronto, para ela era suficiente isso, e por mais que todos dissessem a ela que eu não prestava, que eu não passava de um festeiro ela continuava a me aceitar de todas as formas, mas o fato de sair com ela não me tornava fiel a ela, eu continuava com minhas noitadas, com as minhas outras muitas namoradas, com as festas e ela não falava nada, era engraçado uma menina dizer que “ O que os olhos não vêem o coração não sente”, ela dizia que no tempo que eu passasse ao lado dela, eu estaria ao lado dela e isso seria imutável, não tinha como eu estar em dois lugares ao mesmo tempo, eu fui levando essa brincadeira por muito tempo e Obito não estava gostando mais, não era mais engraçado, eu já estava trabalhando, ela também, ela já falava em casar, ter filhos, Obito não estava achando mais divertido eu iludi-la daquela forma, ele ainda gostava dela, mas não era por ele que eu ainda estava com ela, para mim havia se tornado mais que natural ter ela ao meu lado com suas piadas sem graça e o jeito neutro de se vestir, ela sempre foi neutra, calma, o porto-seguro para um cara como eu, se eu estivesse bêbado ela tiraria meus sapatos e me colocaria na cama, se eu estivesse doente ela iria cuidar de mim, se eu estivesse triste ela colocaria a minha cabeça no colo dela e ficaria tudo bem, mas eu nunca havia dormido com ela, por mais que ela insistisse, eu não podia, ela era minha amiga, a única de verdade, aquela mulher diferente das outras, ela era especial, eu sabia o nome dela, o endereço, o telefone, conhecia os pais delas, eu sabia tudo que se podia saber dela, das outras eu não lembrava nem o nome, por isso eu resolvi manter essa distância dela e com o tempo ela foi aceitando, éramos como um casal de velhos: muito amor e nada de sexo.

Eu estava afim de uma garota, ela era linda, mas pela primeira vez uma mulher me dispensou, liguei para ela por dias, mas nada, e nada novamente, eu não podia dividir isso com Rin, porque eu não queria magoa-la, então resolvi ir a luta sozinho, o sem a minha fiel escuderia, a única pessoa que sabia da minha paixão, além de mim e de Deus, era Obito. Eu já havia desistido quando ela apareceu no térreo do meu prédio quando eu estava saindo, sozinho com uma cestinha na mão parecia uma princesa, fui falar com ela lógico, mas antes que eu chegasse a ela Obito veio, abraçou-a por trás e a beijou, ela o olhou radiante, de longe eles dois brilhavam, por um minuto não acreditei no que estava vendo afinal eu sempre fora melhor que Obito, eu sempre FUI e SEREI melhor que Obito, eu estava com um ódio mortal dele, meu melhor amigo me traindo dessa forma era deprimente, mas eu também já tinha o traído uma vez, ele estava pagando na mesma moeda, foi uma pena que eu não tivesse deixado assim...

 

FLASH BACK ON

Eu subi para casa pisando firme, queria a morte! Aquela tampinha tinha conseguido ganhar de mim, mas eu não ia deixar dessa forma, eu sabia que ele ainda gostava da Rin e que ela tinha ele como melhor amigo, ela contava tudo para ele, eu ia por um fim a essa disputa de uma forma bem rápida e provar de uma vez por todas que eu era melhor que ele.

-Kakashi? – Rin surgiu da cozinha com o avental todo sujo – O almoço vai ficar pronto daqui a pouco não precisa ficar urrando que está com fome pela casa...

-Rin?

-Sim?

-Você gostaria de passar o dia fora hoje?

-Você bebeu?

-Não, vamos sair, comer alguma, coisa ir ao shopping... – ela me olhou desconfiada – Eu pago tudo!

-Sério?! Claro que eu vou, estava mesmo precisando comprar umas roupas...

-Ótimo! Por que não vai pro salão também? Passa o dia cuidando de você? De noite nós saímos que tal?

-Você está muito feliz hoje...

-Você nem sabe quanto.

-Certo, então depois você me deixa em casa?

-Se você quiser pode dormir aqui. – ela ficou pálida, ela nunca tinha dormido lá quando eu não estava doente, nunca, eu sempre dizia para ela que não e hoje eu estava a convidando para passar a noite lá, eu nunca faria isso se fosse outra pessoa, manchar a minha casa com uma mulher, mas se fosse ela não tinha problema e amanhã minha vingança estaria completa.

-É... Pode ser, eu não sei... Vou ver com meus pais...

-Eles não precisam saber não é? – segurei a mão dela e senti a pressão dela cair, ela se sentou na cadeira, mas próxima.

-A gente pode resolver isso mais tarde?

-Certo, mas nosso jantar ainda está de pé?

-O jantar sim.

Eu a deixei no shopping e passaria para busca-la na casa dela mais tarde, não era do meu feitio andar muito arrumado, até porque eu não precisava andar arrumado para cima e para baixo, mas era questão de honra, eu não podia falhar de forma alguma, coloquei uma camisa branca de linho fino e branco que deixava a mostra meu tórax bem definido, um blazer um preto, a calça jeans escura e os sapatos fechado que eu tanto gostava, parei na porta dela e pela primeira vez na minha vida percebi o quanto uma mulher ficava bonita quando se arrumava, ela estava linda! Ou talvez ela sempre tenha sido linda? Ela entrou no carro tímida, que linda ela ficava corada, abri um sorriso largo.

-Parece até que você não me conhece, olha direito para mim boba.

-É que você nunca me deixou entrar no carro, nem sair com você a noite, e muito menos dormir na sua casa, eu não sei o que você está pensando.

-E quando você soube?

-Eu sempre soube o que você pensava, no momento a única conclusão que posso tirar é que você está confuso, perdido, com raiva, indeciso e talvez um pouquinho triste, sem saber em como se livrar disso tudo e se é realmente certo o que você está pensando em fazer. Acertei?

-Você acha que sempre sabe o que estou pensando não é? Você não é nenhuma vidente viu? Às vezes você devia confiar mais nas pessoas.

-Eu não estou desconfiando de você, apenas estou achando estranho.

-Depois reclama que eu sou bruto com você. Não te chamo mais para sair também.

-Está vendo? Agora parece mais com o você que eu conheço.

-Falando assim parece que eu não sei tratar uma mulher.

-E sabe?

-Se não soubesse não teria tantas namoradas.

-Aquilo lá não são mulheres de verdade.

-Está com ciúmes?

-Eu? De quem?

-De mim.

-Só em sonho. Nos seus sonhos.

-Eu sei que você me ama, não precisa falar tão alto.

-Besta.

Ter um pai influente é uma das melhores coisas do mundo, se já não bastasse meu dom natural para tudo meu pai era o dono do maior e melhor escritório de advocacia de Tokyo, meu pai trabalhava para gente poderosa o que me dava alguns privilégios como ter uma cobertura de frente para torre de Tokyo e ter as melhores mesas nos melhores restaurantes, eu levei a Rin para o melhor de todos, ficamos na melhor mesa, a vista era linda, ela dizia nunca ter visto algo mais lindo na vida dela, era realmente bonito, mas nem todas aquelas luzes que brilhavam na cidade eram mais bonitas que os olhos castanhos vivos brilhando de alegria, mas eu não poderia pensar assim dela, pois eu estava prestes a usa-la. E ela percebeu isso.

-Kakashi você não acha que está bebendo de mais?

-Não, estou bem, eu não estou bêbado.

-Eu não perguntei se você está bêbado, estou apenas sugerindo que você pare de beber.

-Eu bebi pouco.

-Sei, então não vou mais lhe acompanhar mais, você vai beber sozinho.

-Rin.

-Essa vista não te inspira.

-É realmente muito bonita.

-Eu não gosto de coisas desse tipo.

-Como?

-Coisas que são bonitas, porque são, porque nasceram assim e morreram assim, sem nenhum esforço.

-Eu não estou te entendendo.

-Rin olhe para mim, - eu estava realmente muito bêbado, eu mal conseguia enxergar as coisas a minha volta – eu nasci assim e vou morrer assim, eu não pedi para nascer perfeito, então por que eu tenho que ser culpado por isso? Na faculdade, no trabalho, na família, com os meus amigos, até você, Rin, me culpa sem perceber, ou você acha que eu não sei que você pensa que se eu fosse menos milhares de coisas você poderia ter ficado comigo como uma pessoa normal e não como uma mãe?

-Kakashi você não é perfeito. – ela estava sorrindo, como ela conseguia sorrir? – Você é um bêbado, desorganizado, bruto, grosso, mulherengo, abusado, chato, conquistador, metido, esnobe, boçal, ridículo, tem como uma pessoa assim ser chamada de perfeita? Se você um pedacinho do que você é eu nunca ia gostar de você, porque eu me apaixonei pelos seus defeitinhos chatos e não por você ser o senhor perfeito.

Não sei o que aconteceu, eu não planejava sentir aquilo, mas eu senti, eu queria ela, queria de verdade, mesmo ela sendo meio louquinha e eu a tratando como um homem muitas vezes, ela sempre foi diferente das outras, não porque era uma amiga, mas porque eu sempre a amei, e nunca percebi isso, cada tempinho que eu passava com ela , era calmo porque eu não tinha que me arrumar, eu não tinha que ser o perfeito e por eu não ser perfeito que ela me amava.

-Rin.

-Hm.

-Quer dormir lá em casa?

-É claro que eu vou dormir lá, ou você acha que eu vou deixar você dirigir assim?

-Eu não estou falando nesse sentindo.

-Você quer que eu fique lá para fazer café e ver você vomitar? Tá eu fico.

-Não se faça de boba. – ela corou violentamente e pegou o guardanapo para se distrair – Eu não quero de forçar a nada...

-Eu vou. – ela sussurrou baixo o suficiente para somente eu ouvir.

-Não precisa me olhar desse jeito. – levantei o rosto dela com os dedos

-Eu estou com vergonha.

-Que bonitinhaaa!! – apertei as bochechas dela

-Ai! Seu louco!

-Você fica melhor assim.

-Você borrou meu blush todo!

-Vai chorar nenis?!

-Bem que eu deveria, mas não.

-E vai fazer o que? Me bater?

-Não, isso. – ela veio devagarzinho e beijou a minha boca, tinha os lábios tão macios e doces que eu sentia vontade de ficar ali até o final dos tempos, mas foi tão rápido, como se por maldade tivesse me deixado provar da droga – Agora você vai provar que é um bom menino e vai parar de beber e esperar eu voltar do banheiro.

-Certo... Mãe.

-Hahaha. Adoro as suas piadinhas.

Depois do jantar nós fomos pro meu apartamento, ela parecia estranha, apreensiva em algum sentido, como se tivesse medo de algo, primeiro eu pensei que fosse normal, mas chegou ao ponto de incomodar nós dois.

-Para.

-Que foi?

-Não dá, eu não consigo.

-O que é que você tem?

-Eu não quero ficar igual as outras.

-Ah é isso.

-É, é isso, me promete que não vai fugir amanhã de manhã.

-Como eu vou fugir se aqui é minha casa?

-Sei lá, você é mestre nisso.

-Prometo, pronto.

-Não, não, não. Quem me garante?

-Tá vendo essa cama?

-Claro.

-Você se lembra de alguma vez eu ter trazido alguém aqui?

-Eu não moro aqui para saber.

-Quer que eu interfone para o porteiro? A única mulher que entra e sai nessa casa é você.

-Mas...

-Mas o que agora?

-Mas eu sou virgem.

-Você o que?! Pera aí que eu devo ter botado vinho no ouvido. Você é virgem?

-Que cara de assustado é essa? Isso é normal.

-Não é não é normal. Tem menina de 14 anos que não é mais e você uma tia... Meu Deus...

-Isso quer dizer que você já dormiu com uma menina de 14 anos?

-Não, eu não quero ser preso, mas você já exagero! Como é que ? ... Você nunca teve namorado foi? Tadinha, eu entendo a sua dor...

-Não, é que eu sempre estive com você então eu não tinha tempo para estar saindo e os caras achavam que eu namorava com você e todo mundo sabe que você é poço do ciúme, então ninguém se quer olhava para mim direito e como eu nunca estive muito interessada em nenhum outro cara eu nunca me incomodei.

-Em outras palavras nós somos casados e eu não sabia?

-É, tirando essa parte.

-Certo, então vamos casar direito agora.

-Para de brincadeira! Eu estou falando sério! Eu não quero ficar sozinha igual a tantas outras e que você não olhe mais para mim e não me deixe mais vir aqui fazer bagunça aqui e dormir esparramada pela sala, ou que você ignore meus telefonemas...

-Eu te amo. Tá bom assim?

-É para ser sincera?

-É.

-Está, mas...

-Feche seus olhos. – ela fechou – Agora pense em alguém, quem você vê?

-Você, e você, quem você está vendo?

-A mulher mais linda do mundo.

-Seu bobo! Abra os olhos agora!

-Eu estou de olhos abertos.

-Então não minta.

-Eu não estou mentindo.

FLASH BACK OFF

 

 

-Daí você pode imaginar o que aconteceu, eu meti os pés pelas mãos e perdi ela.

-Como você conseguiu esse feito?

-Simples, mesmo sem querer eu feri o Obito, ou você acha que ela não ligou para ele?

-E?

-E ele veio aqui me bateu e contou toda a “brincadeira” a ela, depois disso ela saiu por aquela porta e nunca mais voltou, eu sou um idiota não sou?

-É, mas o que minha mãe tem haver com isso?

-Você se lembra da sua mãe?

-Claro que não se ela morreu despois que eu nasci.

-Mas você sabe que ela era modelo certo?

-Disso eu sei.

-Então sua mãe conheceu a Rin, sua mãe que tornou a Rin a estrela que ela é hoje.

-E você entra aonde nessa história?

-Depois que a Rin foi embora eu entrei em depressão pela segunda vez na minha vida, a primeira foi quando a minha mãe morreu, eu monitorava cada passo que ela dava, mas apesar deu ligar quinhentas vezes por dia ela não me atendia, e um dia por acaso eu resolvi me matar me jogando da cobertura do prédio da sua mãe, foi o lugar mais alto que eu achei, e sabe quem estava lá no terraço? Sua mãe, muito linda, sentada a beirada fumando despreocupada, ela exalava juventude pelo corpo, era como o Sol, eu estava na beirada quando ela me perguntou se eu queria realmente fazer aquilo, eu não a tinha visto, foi um susto enorme ver uma mulher tão linda sentada daquele jeito, achei que fosse a morte e me desequilibrei, eu ia morrer, mas ela mostrou uma força estranha para uma modelo, ela me segurou e me trouxe de volta, como uma mulher podia fazer aquilo tudo? Depois disso nós ficamos amigos até o dia que ela pediu para eu ser seu pai.

-Minha mãe era como eu, uma mulher forte.

-Só se for na língua, porque você não carrega nem um quilo de feijão.

-Engraçadinho.

Ele pegou um papel numa montanha para eu assinar.

-Parece que agora eu vou ter uma cantora na família.

-É o que parece, - eu assinei – eu nem queria, mas vai ser bom depender menos daquela família.

-Está sendo horrível não é?

-Nem me fale! Aquela insuportável da Karin transita por lá todo dia e ainda tem o Itachi enchendo o saco o tempo todo me chamando de boneca de porcelana!

-Eu tenho um genro interessante.

-Ele não é seu genro! Você não tem genro, ele é apenas o pai do meu filho.

-Mas vocês vão casar. Não vão?

-Não. Eu não quero me casar, eu acredito em casamentos por amor e já que eu não posso casar com o homem que eu amo, eu não vou casar nunca.

-Você é tão estranha...

-No final eu sou sua filha não é?


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Notas finais do capítulo

*-------*
Eu amo o Kakashi!!
Parece que nós vamos ter mais músicas nos capítulos a partir de agora, vou começar a pensar em boas músicas e bons cantores para colocar aqui ^o^///

Acessem o blog :

http://machyri-chan.blogspot.com/


Quero pedir a participação de vocês para uma idéia muito louca minha.

Vocês me mandam uma MP com uma sugestão de anime/mangá/banda ( tudo menos Yuri/Orange u.u ) e eu vou assistir/ler/ouvir e faço uma oneshot dedicando a quem indicou ... Que tal ? =D

Fiz uma série especialmente para isso e já postei a primeira : http://fanfiction.nyah.com.br/historia/77057/Arigatou_Lelouch

É sobre Code Geass, dedicada a minha amiga Ju *3*


Mandem MP's, leiam as oneshots, deixem reviews o//


Reviews? xD