O Jogo Da Morte escrita por Sakakibara Chiaki


Capítulo 12
Você... É o Morto?


Notas iniciais do capítulo

Yo *-*
Eu sei que demorei pra postar... É que eu não queria que acabasse T-T MDS askchbshdcbhjfvb ~chora eternamente~
Eu tbm sei que deixei vcs morrendo de curiosidade auehauehaueha mas os melhores ja tinha descoberto U.U
Pois é, o cap ficou enorme, mas ele é importante, eu já previa que não ia conseguir fazer pequeno '-'
Enfim... Espero que gostem *-*



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- Meus parabéns, vencedor.

Riley sentiu um calafrio percorrer seu corpo ao ouvir aquela voz. Ele ainda estava meio trêmulo e incrédulo, tentando digerir a informação de que tudo finalmente tinha acabado. Tudo que ele menos queria naquele momento, era ter que ver aquela pessoa que estava bem na sua frente: Hawkney Kendrick III.

- E-eu ganhei? – Riley tentou dizer algo – Mas... Mas como assim? O morto...

- O morto? – o rei deu uma risada bem alta – Eu achei que você fosse um garoto inteligente, ainda não descobriu?

- Hã? – O de cabelos negros não entendeu direito.

O loiro parou de rir e o lançou um olhar malicioso, dizendo logo em seguida:

- Eu sou o morto!

Riley arregalou os olhos e sentiu seu coração pulsar. Ele quase ficou paralisado, mas seus instintos o fizeram sacar sua Katana e apontá-la para o Rei.

        Hawkney riu novamente, desta vez mais implicante.

- Calma, eu não vou matar você. – disse ele – Além do mais, você pode ser meu sucessor.

O garoto ainda não tinha conseguido assimilar a situação. O morto, aquele maldito morto que ele tinha caçado durante todo esse tempo, era ninguém mais, ninguém menos que o próprio criador do jogo. Aquele que havia... Matado seus amigos. E o pior... Matado sua família.

- Isso não é possível... – Riley tentou dizer algo novamente, ainda trêmulo – Como você... Skyne teria...

- Skyne? Aquele seu amiguinho que via almas? – o loiro riu com superioridade, jogando seus cabelos – Acha que eu ia entregar o jogo tão facilmente? Quando permiti esse poder, fiz questão de garantir que quem tivesse, veria alma em mim, apesar dela não existir mais.

O de olhos bicolores sentiu seu sangue ferver. Ódio era a palavra certa para o que estava sentindo no momento.

- Trapaceiro! – gritou Riley, acusando – Como ousa enganar a todos desse jeito? Fazer todos pensarem que o morto estava no jogo pra deixar todos loucos? Eu sabia que você era imundo, mas não sabia que era tanto!

- Ei, ei! – o de olhos azuis levantou as mãos – Pare de me acusar em vão. Admito que trapaceei quanto ao poder de ver as almas, mas isso foi a única coisa.

- Como é?

Riley não entendeu, então o Rei explicou:

- Minhas exatas palavras foram: "Entre vocês, há 100 participantes inscritos, porém... No jogo... Apenas 99 estarão vivos." Eu menti nisso? O jogo se iniciou exatamente com 99 participantes vivos. Não se lembra?

De repente, Riley arregalou os olhos se lembrando de algo que ele não sabia que era tão importante. Durante a cerimônia de iniciação do jogo, o homem que estava ao seu lado havia sido baleado pelo Rei e morrido.

- O cara que morreu! – disse Riley, finalmente compreendendo a situação.

- Exatamente! – concordou – Então, o 100º participante estava morto, nesse caso, 99 estavam vivos. Pude entrar no jogo sem desfazer minha palavra!

- Você já sabia que ele ia desistir e usou essa desculpa para matá-lo? – novamente elevou o tom da voz – Que desprezível!

- Não é preciso ter poder nenhum pra saber que alguém ia desistir. – Jogou seus cabelos dourados esnobemente.

- Mas todos achavam que o morto era um jogador! – protestou

O Rei suspirou, dando uma leve risada convencida. Riley sentiu apenas mais raiva ao ver que o loiro estava o achando ingênuo.

- Eu nunca disse que o morto era um dos jogadores. – o rei explicou – Eu disse: "Entre vocês, está uma pessoa... Que aparentemente está viva, mas já morreu". Onde está a mentira? Eu estive sempre entre vocês, observando o jogo, e as pessoas me viam lá. E sim, eu transformava os seguidores e ninguém nunca desconfiou de mim, hahaha! Achavam que eu estava lá apenas para observar.

- Maldito! – gritou, se contendo para não voar nele.

- Pense bem garoto. – o de olhos azuis começou a explicar – Ser o Rei não é a maior glória de todas? Por que alguém como eu, que ainda sou meio jovem, renunciaria ao trono e procuraria um sucessor? No mínimo esperaria ficar velho. Porém, como o Rei pode ter poderes, joguei um em mim mesmo, para quando eu morresse, ressuscitaria meu corpo, para que pudesse escolher meu sucessor, já que não tive filhos. Assim, aproveitaria ao máximo meu reinado.

Riley ainda estava em choque, e não conseguia falar nada. Ele não queria admitir que o que havia acabado de ouvir fazia sentido. De repente, começou a se condenar por não ter percebido antes.

O Rei percebeu que o garoto não ia falar nada, então resolveu ir direto ao ponto:

- Ah, mas ainda não acabou – sorriu maliciosamente – Você pode ter sido o último sobrevivente, mas lembre-se do que eu disse. Você terá que me enfrentar antes de se tornar rei.

Riley finalmente pareceu sair de seu transe, olhando para o homem que agora ria insanamente.

De repente, o garoto começou a ficar com a visão meio embaçada, e se sentir meio pesado. Sem que percebesse, acabou caindo ao chão.

Poucos segundos depois, quando conseguiu abrir os olhos, Riley olhou em volta para ver onde estava. Tudo que ele via era um grande céu noturno, e grandes arbustos rodeando um pequeno espaço. Era definitivamente macabro, com aquela névoa que pairava por todos os lados, e com aquele maldito morto que escondia algo atrás das costas e o olhava com um sorriso psicopata.

- Sabe onde está? – perguntou Hawkney.

- Naquele... Labirinto? – Riley respondeu.

O sorriso do Rei apenas se intensificou. Logo depois ele disse:

- Sim... E aqui começa nosso desafio.

O loiro revelou o que tinha atrás do corpo: A Katana de Riley. Arremessou-a para o garoto, dizendo:

- Seu objetivo é me matar – depois, riu insanamente, outra vez.

O de cabelos negros, depois de recolher sua espada do chão, recuperou a pose e disse:

- Como mato alguém que já está morto?

O de olhos azuis parou de rir, mas seu sorriso só aumentou. O olhar psicopata se transformou para um malicioso, e logo ele disse:

- Isso você terá que descobrir.

O homem então correu para uma passagem que tinha naquele círculo que levava ao resto do labirinto.

- Tchauzinho! – cantarolou e correu

O garoto respirou fundo e cerrou os punhos. Estava decidido a vencer aquilo, não importava o que teria que passar. Ele definitivamente descobriria um jeito de acabar com aquela criatura.

Ele então, saiu daquele círculo, que era exatamente no meio do labirinto e começou a correr, procurando Hawkney.

Riley tentou usar seu poder de Raio-X, mas ele não conseguia. Não fazia sentido o poder ter acabado, pois ele ainda enxergava com os dois olhos, apenas não via através das coisas.

“Merda, seria muita vantagem se pudesse usar meu poder no labirinto! Ele deve ter me manipulado pra dificultar o desafio!” pensou, ainda correndo.

De repente, o garoto viu longos cabelos loiros passando por um lugar. Correu para lá imediatamente, mas ao chegar ao local, viu que não tinha nada. Apenas viu o mesmo de sempre, arbustos espinhentos que pareciam ser iguais pelo labirinto todo.

- Me procurando? – Riley ouviu a voz do Rei vindo do outro lado.

Quando se virou, o loiro apenas acenou e correu para outro canto, enquanto Riley também corria atrás dele.

O garoto percebeu que o Rei estava apenas brincando com ele, e isso só fez com que ele ficasse ainda mais furioso.

E isso se seguiu por um tempo. Hawkney aparecia em um lugar, e antes que Riley percebesse, já estava em outro. O garoto de cabelos negros percebeu que ele se teletransportava, ou que havia dois dele lá.

Outra coisa que acabou percebendo, era que aquele labirinto mudava de acordo com o tempo. Passagens se fechavam e abriam sem mais nem menos. Aquilo estava tornando tudo mais difícil.

Quando Riley achou que nada mais poderia acontecer, avistou uma pessoa. Correu para lá, mas ao se aproximar, constatou que aquele não era o Rei, mas sim uma mulher que ele nunca tinha visto.

Ele ficou parado, sem saber se devia atacá-la ou não. Porém, a mulher apenas passou por ele, como se nem tivesse o visto lá. Isso só fez com que o garoto ficasse mais confuso.

Enquanto o moreno caminhava pelo labirinto sem forma definida, várias pessoas começaram a aparecer de repente. E nenhuma delas reagia quanto à presença de Riley.

Aquilo dificultava bastante, pois quando ele ouvia passos vindo de algum lugar, poderia ser outra pessoa, não aquele que procurava.

Riley já tinha ficado cansado de procurar, quando de repente, olhou para frente e viu uma luz branca vindo do final do corredor do labirinto.

Quando se aproximou, percebeu que na verdade, eram três passagens. Uma azul, outra rosa, e outra amarela. A mistura daquelas cores dava a impressão da luz ser branca vista de longe. Olhou para fora delas e constatou que as três davam para o mesmo lugar, fora do labirinto.

Ele pretendia voltar para o labirinto e continuar procurando Hawkney, mas foi quando ouviu uma risada divertida do próprio. Decidiu correr atrás do som e atravessou uma das passagens.

Riley arregalou os olhos ao ver onde estava. Era um espaço completamente distorcido. O chão ficava em vários níveis e formas diferentes. Cores bizarras que ele nem sabia que existiam coloriam tudo. E tudo tinha forma esguia e indefinida.

Parecia uma alucinação. Os objetos sem forma variavam entre ter listras, bolinhas, ou estampa xadrez, e levitavam no ar, se locomovendo ou não.

Riley ainda estava em choque com o que viu, mas foi tirado do seu transe quando ouviu novamente aquela risada. Olhou para baixo e viu o Rei correndo na trilha distorcida que levitava.

O de olhos heterocromáticos também seguiu aquela trilha, em direção ao homem. Era muito estranho andar por lá. Aquele lugar sem forma definida estava o deixando meio tonto.

Riley só conseguiu ver Hawkney correr para trás de uma pilastra que não estava distorcida, mas sua estampa em espiral girava, causando certa tontura. Quando olhou de novo, ele havia sumido.

O garoto não aguentava mais andar por lá. Tinha impressão que ia cair a qualquer momento. Parecia que aquele lugar não tinha fundo, e ele cairia eternamente.

Ele seguia a trilha, tentando encontrar o Rei, mas assim que passou por uma porta, se viu em um corredor. Olhou para trás, mas aquele mundo distorcido havia desaparecido. Só se via aquele enorme corredor cheio de portas.

Riley ouviu novamente aquela risada, mas desta vez ela parecia ecoar por todos os cantos. Foi abrindo as portas do corredor para ver de onde vinha aquilo.

A cada porta que abria, via uma cena mais bizarra que a outra. Na primeira porta ele viu uma floresta toda em vermelho. As árvores, a grama, o céu, tudo estava em vermelho.

Fechou logo aquela porta ao constatar que Hawkney não estava lá. Foi olhando nas outras, e sempre via a mesma coisa. A mesma floresta, só que em cores diferentes. Azul, verde, roxo, branco, preto, etc...

Riley já estava ficando louco, sem entender o que estava acontecendo. Correu até o final do corredor e abriu a porta, entrando de uma vez.

Parou de correr ao ver onde estava. Um espaço completamente preto e vazio. As únicas coisas que tinha lá, eram uns balões, parecendo pequenas nuvens, contendo uma imagem.

Riley reparou direito, e viu que não eram imagens, e sim, cenas que passavam como um filme. Cada um tinha uma cena diferente.

Nem pode reparar direito no conteúdo das cenas, quando ouviu a voz do Rei dizendo:

- Ei, não pode espiar aí!

Antes que pudesse ver de onde vinha a voz, o chão onde Riley pisava abriu, o fazendo cair. O garoto não conseguiu gritar, de tão confuso que estava. Fechou os olhos já se preparando para a queda, mas não sentiu nada.

Abriu os olhos e percebeu que agora estava em um lugar repleto de espelhos. Era estranho, pois ele não sentiu tocar o chão durante a queda.

Olhou para seus inúmeros reflexos, sem entender nada. Começou a pensar: “O que está acontecendo? Que lugar estranho.... E o que eram aquelas cenas que eu vi? Pareciam... Lembranças...”

- Estou aqui! – cantarolou Hawkney

Riley se virou para trás rápido, vendo o Rei acenando e sorrindo. Rapidamente sacou sua Katana e avançou nele. Porém, se decepcionou ao ver que tinha quebrado um espelho, e que aquilo na verdade era apenas um reflexo.

Começou a andar pelo lugar, procurando o verdadeiro Hawkney. Porém, era difícil andar por aquele espaço confuso, pois tudo lá era refletido, não sabia o que era real e o que era reflexo.

Riley parou de andar e ficou olhando para um espelho, observando seu reflexo. De repente, o garoto viu sua imagem abrir um sorriso psicopata, sem que ele mesmo estivesse sorrindo. Riley pulou para trás de susto, começando a pensar:

“Ele... Está querendo me deixar louco! Já percebi que ele controla tudo por aqui... E aquelas cenas... Aqui poderia ser...?”

- Rei! – Riley gritou, torcendo para receber uma resposta.

- Sim – o homem apareceu atrás de um espelho, ainda sorrindo daquele jeito.

Riley nem tentou avançar nele, pois sabia que ele fugiria com facilidade. O garoto então disse:

- É impossível vencer isso!

O loiro fez uma cara indignada. Saiu de trás do espelho, dizendo:

- Impossível? E por quê?

- Não há como vencer enquanto você manipular tudo por aqui. – disse Riley com uma cara decidida – Não há como vencer enquanto eu estiver na sua mente!

O Rei arregalou os olhos. E de repente, começou a ventar bem forte. Como não tinha onde se segurar, Riley se abaixou para não ser levado pelo vento, fechando os olhos bem apertados.

Quando parou de ventar, Riley abriu os olhos, se levantando devagar. Olhou em volta, e viu que estava em um lugar totalmente branco e vazio. A única coisa que tinha lá era o Rei, parado na sua frente, mais ou menos há uns 10 metros de distância.

- Acertou... – disse o loiro, em um tom calmo – Você está na minha mente.

O Rei olhou em volta, admirando o espaço que ele mesmo tinha criado, e depois disse, em um tom até meio melancólico:

- É um lugar legal, né? Minha mente é tudo que me resta, já que minha alma já se foi há muito tempo...

- Por que me trouxe pra cá? – perguntou Riley

O de olhos azuis sorriu levemente. Ele estava calmo, não parecia aquele Hawkney exagerado e dramático de sempre.

- Acho que eu só queria te testar... – respondeu, sem olhar para ele – Queria ver até onde aguentava nesse lugar até ficar doido. Bem... Mas pelo visto, você é mais forte do que pensei.

Riley nada respondeu, apenas continuou o olhando friamente. O homem voltou a olhar para o garoto e disse:

- Bem, já que você passou no teste, vou te contar um segredinho...

Antes que Riley pudesse responder algo, viu o cenário se alterar diante de seus olhos novamente. Desta vez, ele estava em uma casa antiga, de pessoas humildes.

O local estava em cores, mas quando o garoto olhou para suas mãos, percebeu que ele estava em preto e branco, como se não pertencesse àquele local.

- Para! Para com isso, por favor! – Riley ouviu uma voz chorosa.

Olhou para trás e viu uma cena aterrorizante. Um homem, que parecia embriagado, enforcava uma mulher, que tentava se soltar, enquanto um garotinho loiro de olhos azuis chorava, implorando para o homem parar com aquilo.

Riley observava tudo aquilo, mas parecia que ninguém de lá notava sua presença.

O homem soltou uma das mãos do pescoço da mulher para empurrar o garotinho no chão. A mulher, cuja era ruiva, se aproveitou da distração para chutar o homem, que acabou por soltá-la sem querer.

A ruiva correu para a cozinha, tentando pegar uma faca, para que pudesse se defender. Porém, o homem foi mais rápido, pegando um facão que escondia embaixo de um armário.

O pior de tudo foi a cara do garotinho ao ver o homem atravessar o corpo da mulher com o facão. Ele não conseguiu chorar mais, apenas ficou paralisado.

O homem empurrou o corpo da mulher ao chão, depois de tirar o facão de dentro dela. Ele se aproximou do garotinho, que ainda mantinha seus olhos arregalados.

- Não tente me impedir de novo! Entendeu? – o homem apontou o facão para o garoto – Senão... Terá o mesmo destino que ela!

O garotinho estava tão trêmulo que não conseguia falar, apenas voltou a chorar desesperadamente.

- Pare de chorar, cão imundo! – o homem gritou impaciente – Como pode ser tão fraco? Um inútil como você nem deveria ter nascido! Pare de ser tão sentimental, assim você não vai ser ninguém no mundo! Com amor nunca se ganha nada! Você nunca vai ser poderoso! Então por que ainda vive?

O homem agarrou o garoto pelas roupas, colocando o facão embaixo do seu pescoço. Estava pronto para matá-lo, porém, o homem ficou meio zonzo e desmaiou, soltando o pequeno.

O garotinho, depois de ficar mais um tempo paralisado, gritou tão alto que provavelmente aquele vilarejo todo ouviu.

De repente, Riley viu tudo se escurecer, e quando percebeu, já havia voltado para aquele local todo branco.

O de cabelos negros estava horrorizado com o que acabara de ver. Ele olhou para o Rei, e percebeu que lágrimas escorriam do rosto deste.

- A-aquele garotinho... – Riley tentou dizer algo

- Sim. – o outro respondeu – Era eu...

Riley arregalou os olhos. Pela primeira vez, ele não sentia repulsa daquele ser, mas sim, pena.

Como Riley não ia falar nada, Hawkney decidiu explicar:

- Meu pai matou minha mãe diante dos meus olhos. Eu nunca esqueci esse dia, por isso você pôde ver essa lembrança nitidamente.

O loiro enxugou os olhos, enquanto Riley ainda não sabia o que dizer.

- E aquilo que ele disse... – continuou – Nunca saiu da minha cabeça. “Assim você não vai ser ninguém no mundo!”, “Você nunca vai ser poderoso! Então por que ainda vive?”. Depois disso, eu jurei para mim mesmo que seria a pessoa mais poderosa do mundo. Não importava o que eu tivesse que fazer. Eu não me importaria de matar quem fosse, minha mãe havia morrido, o que importava se outras pessoas morressem também?

Riley o olhava indignado, finalmente começando a compreender tudo aquilo.

- Por isso, – continuou – acabei criando guerras para conquistar o mundo todo. E em uma dessas guerras, eu morri... Sorte que tinha jogado esse “feitiço” em mim, pois tive como fazer o jogo da morte.

Riley continuou calado, ouvindo atentamente, então ele completou:

- Mas no final de tudo... Acho que o que eu realmente queria... Tudo o que eu fiz... Foi para me vingar do meu pai.

Riley arregalou seus olhos, sentindo seu coração bater bem forte. Ele ficou tão trêmulo, que derrubou sua Katana no chão.

- Isso é... – o moreno tentou dizer – Isso... É igual a mim...

O garoto não coseguia acreditar que se identificava tanto com aquele que mais odiava. Os dois tiveram quem amavam mortos, e queriam se vingar de quem fez isso.

- Isso mesmo. – o rei sorriu sutilmente, se aproximando de Riley devagar – Nós somos iguais.

O garoto se recusava a acreditar que tinha um pingo de semelhança com aquela criatura.

O de olhos azuis recolheu a Katana do chão e a colocou nas mãos de Riley. Depois, se ajoelhou e direcionou a ponta da espada para sua barriga.

Riley ficou surpreso com aquele ato, então o Rei disse:

- Eu sei como se sente. Eu sei que tudo o que você mais quer nesse mundo é me ver em pedacinhos, não é? Se vingar daquele que matou sua família.

O moreno estava meio trêmulo, fazendo a Katana balançar, então, o loiro segurou suas mãos para que a espada ficasse fixa.

- Essa é sua chance. – continuou Hawkney – Eu não tenho mais meu poder de me regenerar. Vai, me “mata”. Bote pra fora todo esse ódio que tem acumulado de mim.

Riley segurou firmemente na Katana, fazendo uma expressão decidida. Ergueu-a bem alto, dando a entender que encravaria com força bem no rosto do Rei.

O mais velho, por sua vez, apenas sorriu sutilmente e fechou os olhos, aceitando seu destino. O que ele não esperava, foi ver Riley arremessar sua Katana para longe.

- O quê? – Hawkney se levantou – Por que fez isso?

- Não vou te “matar”. – respondeu no seu típico tom frio – Não quero mais isso.

- Como assim? – o outro ficou indignado – Não era tudo o que você queria? Por que está desistindo agora?

Riley desviou o olhar. Respirou e fundo e disse, desta vez não tão frio:

- Eu percebi uma coisa... Uma coisa que devia ter percebido há muito tempo. Vingança é uma coisa horrível. Realmente, tudo o que eu mais queria era me vingar por tudo o que você fez... Mas tudo que você fez foi para se vingar de algo que outra pessoa te fez.

O garoto foi até sua Katana e a recolheu do chão, colocando de volta na bainha. Continuou logo em seguida:

- Percebi que a vingança é um ciclo vicioso. Alguém faz o mal, e essa pessoa, para se vingar, também faz o mal. E isso nunca vai acabar, até que alguém não queira se vingar. Está na hora de quebrar esse ciclo.

O garoto olhou para o Rei, e completou:

- Não se combate o mal com mal, e sim com bem.

Hawkney arregalou os olhos, que já escorriam lágrimas grossas. No meio das lágrimas, ele abriu um sorriso de tranquilidade, dizendo logo em seguida:

- Você tem razão... Realmente, você é a pessoa certa para reinar.

O loiro se aproximou do moreno, lhe dando um abraço. Riley ficou meio desconfortável, mas não fez nada para impedir.

- Por favor... – o de olhos azuis disse, sem sair do abraço – Concerte aquilo que eu estraguei.

- Sim – respondeu decidido.

Hawkney então, se afastou do garoto, mas ainda continuou com as mãos nos seus ombros. Ele sorriu, enquanto lágrimas desciam pelo seu rosto. O loiro então, disse decididamente:

- Eu lhe concedo meu trono!


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Notas finais do capítulo

Final? Ainda não XD
Bem, eu já postei o último capítulo, pq eu achei ele pequeno de mais e já estava pronto, então postei logo.
E por favor, não deixem pra comentar só no último e fazer uma análise dos dois. Comente o que achou desse nesse, e o que achou do outro no outro, porra >:|
Bem, vcs podem ter achado esse cap ridídulo, mas eu gostei U.U
Enfim... Espero que tenham gostado *-*