Nada Alem De Silent Hill escrita por Kay Colchester


Capítulo 3
Capítulo 2 - Sangue?




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Edward andando pela cidade vê um caminhão vindo em alta velocidade bater contra um poste. Ele corre para socorrer o motorista. Do caminhão vazava um líquido vermelho da caçamba fechada e no lugar na placa havia uma mancha vermelha com a inscrição: "41.793".

–Que diabos isso significa? –Grita irado. –Por que esses números me perseguem? Por que est... –Ele é interrompido por um estrondo.

A caçamba do caminhão estourou deixando vazar um rio de sangue com corpos flutuando. O rapaz recua evitando o mesmo e corre para a cabine do motorista onde vê um homem morto debruçado sobre o volante com uma carta na mão sem remetente endereçada a ele. A carta escrita com letras infantis dizia: "Hoje, faz um ano que meu irmão morreu. Não quero chorar, mas a dor é grande. Eu sei que, onde quer que ele esteja, está tomando conta de mim. Ass.: Edward Colchester. 17 de abril de 1994."

Paralisado depois de ler a carta que parecia ser uma de suas lembranças de quando era criança grafada em papel, o rapaz retorna à consciência e pensa: "Devo sair daqui rápido." e corre deixando o caminhão e os corpos para trás.

O Caminho para o prédio de seu irmão é longo, então logo Edward estava cansado de correr e sentou-se no meio fio para descansar. Depois de alguns minutos sentado, ele escuta um grito de pânico, semelhante ao de uma sirene grave, vindo do prédio atrás dele. Então, logo, levanta-se e analisa o mesmo. Um edifício velho com madeiras pregadas na porta e em todas as janelas, exceto uma, que estava com o vidro embaçado. Ele começa a olhar mais de perto e de repente ele vê o rosto deformado que havia visto antes no reflexo do seu espelho. Dessa vez, Edward tinha certeza que era real, e não mais uma peça que sua imaginação lhe pregava.

O rosto some, e o vidro é estilhaçado por uma pedra que sai de dentro do apartamento e cai ao lado de Edward.

Ele pega a pedra e vê umas palavras escritas: "Tryscun Prugto".

–Que língua é essa?

Todas as traduções possíveis passavam na cabeça de Edward. Mas não parecia com nada já conhecido.

Então, enquanto olhava para a pedra, escutou o mesmo grito de pânico. Olhou para cima e viu a criatura saindo pela janela e descendo a parede do edifício como se estivesse no chão, emitindo grunhidos assustadores. Seu corpo humano ficava paralelo ao chão seus braços e pernas estavam dobrados de forma a parecer com as pernas de um grilo. Usava uma roupa velha, desgastada, rasgada. O rosto olhava para baixo e girava 360°. Sua boca cheia de sangue com dentes grandes e pontiagudos e uma língua fora do padrão pendurada. Sua respiração emitia uma fumaça branca, fria.

Edward fica aterrorizado com aquela cena e começa a correr. A criatura se solta do prédio, cai em pé, e corre para o lado de onde Edward veio. Ele vai parando de correr, acha meio estranho isso, e continua andando.

–De onde isso surgiu? O que era aquilo? –Tantas perguntas e nenhuma resposta.

O nevoeiro que cobria a cidade ficava cada vez mais denso, mais pesado, a visibilidade diminuía muito. Agora Edward estava com muito medo. A possibilidade de ver aquele monstro de novo o aterrorizava profundamente. Talvez devesse apenas esquecer aquela criatura e seguir seu caminho.

Alguns quarteirões a frente nenhum prédio, nenhuma forma de vida à vista, nada, além de Edward, o nevoeiro e a estrada. Em certa parte do caminho ele encontra uma placa dizendo "Bem vindo a Silent Hill, Edward."

–O que? Quem escreveu isso? –Edward fala intrigado com os dizeres da placa.

Depois que passa pela placa, ouve o mesmo grito de pânico, ouvido antes no prédio.

Ele nem olha para traz para ver se é a criatura voltando e começa a correr como nunca havia corrido antes. Até que tropeça em uma pedra e cai. Assim que levanta vê outra placa dizendo: "Corra, corra, corra. Mas acabará como seu irmão."

Ele se afasta devagar com medo e, de repente encosta-se a alguém que grita imediatamente e se afasta.

Era um homem alto, com uma calça jeans, uma blusa preta por baixo de um colete à prova de balas e um coturno camuflado. Tinha um cabelo preto arrepiado e uma bandana preta.

–Quem é você? –Perguntou Edward para o rapaz.

–Você não é um deles? –Pergunta o homem antes de responder.

Edward diz que não com a cabeça.

–Sou Tyler Field. Coronel do exército nacional. E você, quem é? –Diz o homem aliviado em saber que ele não é um zumbi ou algo parecido.

–Sou Edward Colchester. Estudante de medicina da faculdade mesmo. –Diz rindo. –Como veio parar aqui?

–Eu voltava de uma reunião no quartel, e caí em um buraco com meu carro. Um pouco depois que eu perdi o caminho de casa e cheguei a uma cidade que tinha uma placa dizendo: "Bem Vindo à Silent Hill, Tyler". Eu pensei que fosse uma recepção calorosa da cidade. Mas acho que estava errado. Quando acordei da pancada, estava ainda dentro de meu carro com esse nevoeiro. Fiquei no carro esperando o nevoeiro sumir, mas fui atacado por uma criatura estranha com duas cabeças e uma espada enfiada em seu peito ainda com uma mão empunhando-a. Saí do carro, e vim correndo. –Explicou o coronel enquanto continuavam andando pela estrada.

Eles se deparam com um precipício separando essa estrada. Segundos depois a criatura que Edward encontrou no edifício aparece correndo na direção deles emitindo aquele grunhido apavorante. Eles entram em pânico e saem do caminho. A criatura passa sobre o precipício como se tivesse chão e segue em frente. Eles, meio confusos, começam a andar naquele vão e notam que é apenas uma ilusão. "Há algo errado aqui" pensa Edward. Então o penhasco desaparece mostrando a estrada normalmente.

Eles finalmente chegam à parte da cidade onde há casas, prédios, lojas, e etc.

–Tudo deserto. –Diz Tyler.

–Nunca vim aqui antes, mas parece que não é um bom lugar para se morar. É muito hostil. Não me admira que esteja deserto. –Edward Completa. –Mas eu preciso ir a um lugar específico. Venha comigo?

–Eu tenho outra escolha? –Diz o Coronel. –Estou em uma cidade aparentemente zumbi, sem destino concreto. Minha única escolha é continuar com você. No exército, nós valorizamos o trabalho em equipe.

Eles andam pela cidade, até que finalmente chegam à Rua Lavign numero 41.

Edward chama, mas ninguém responde. Tyler diz para subir em suas costas e pular o portão principal. O prédio era azul, as janelas antiquadas de madeira com entalhes. O portão de um ferro muito antigo, já enferrujado. Edward entra na recepção onde vê o guarda debruçado sobre o balcão, aparentemente morto. Um painel atrás dele portava as chaves dos apartamentos, e das outras salas do prédio. Ele pega a chave do portão e vai abri-lo para Tyler passar, mas a chave estava tão enferrujada que acabou quebrando.

–Suba você sozinho, que eu espero aqui. Se algo estranho acontecer eu fujo. –Disse Tyler.

Edward sobe as escadas, pois o elevador não funcionava, até o 7º andar e nota algo estranho nos outros andares. Eles pareciam normais. Nesse mundo é algo estranho.

No 7º andar, ele chega ao apartamento de seu irmão e o abre com a chave que encontrou em seu guarda-roupa. Ao abrir a porta se depara com marcas de sangue por todo o apartamento, como se houvesse tido uma luta, e todos tivessem morrido.

–Sangue? Será do meu irmão? –Diz Edward agachando-se para verificar o mesmo.

A sala era ampla, com um sofá, uma TV e um armário trancado.

Um barulho estranho vem do quarto. Ele se levanta e vai com cautela até o mesmo. Quando chega à porta, nota o mesmo vazio com apenas um livro grande no chão, com uma capa de couro escrito: "Línguas nativas de Silent Hill". Ele abriu e tinha três ao todo. Pangeano, Latim e Luciférico. Ele decidiu sentar-se e procurar as palavras que estavam escritas na pedra e, depois de alguns minutos, ele encontrou. Tryscun-Saiam Prugto-Agora. Ele lê algo na parte de trás do livro. Watneyke. Ele escuta alguns barulhos de coisas caindo, e grunhidos estranhos seguidos do grito de Tyler. Ele levanta rapidamente e corre para a sala onde vê as coisas flutuando e girando em torno do centro da sala onde havia um circulo de pedra pequeno com uns desenhos estranhos e um olho em cima.

De lá sai um braço morto levando consigo alguns músculos e pedaços de tecidos e bate com força no chão como que se segurando para puxar o resto do corpo. Outro braço sai. E logo depois a cabeça baixa se levantando vagarosamente mostra o rosto de Dante Colchester.

–MEU IRMÃO?! –Grita Edward.

Dante sai completamente do círculo e vai rastejando em direção a Edward. O rapaz corre, e desce as escadas rapidamente e vê mais dessas criaturas saindo dos outros apartamentos.

–Ele está como meu rosto naquele reflexo no espelho. –Diz Edward enxugando uma lágrima que acabara de escorrer pelo seu rosto.

Na recepção ele vê que o guarda já não estava mais ali, então sai. Do lado de fora encontra Tyler caído com a barriga dilacerada, sentindo muita dor.

–Me ajude Edward. Aquele monstro me atacou. –Diz Tyler com muito esforço e a voz meio fraca devido à dor.

–Acalme-se meu amigo. –Edward põe o braço do amigo envolta do pescoço e o levanta.

Tyler vai mancando ao lado do amigo e pergunta:

–O que houve lá em cima? vi algumas luzes saindo de lá logo antes do guarda me atacar.

–Meu irmão... É... Um d-deles... –Diz Edward com a cabeça baixa.

Mancando eles seguem andando. Alguns minutos depois eles escutam os grunhidos apavorantes novamente e olham para traz. O prédio desmorona e dos escombros começam a emergir braços dos zumbis que rastejando conseguem encurralar Edward e Tyler. Uma van preta em alta velocidade atropela alguns zumbis, para do lado deles e abre a porta. Eles no dilema de entrar ou não, entram para não morrerem pelos zumbis.

Passado o perigo, eles encontram, sentada de frente para eles, uma mulher com um vestido preto, óculos escuros, um cabelo ruivo comprido até o meio das costas com as pernas cruzadas e uma faca na mão.

–Eu ajudei vocês apenas porque quero respostas. –Ela diz isso levantando a faca, na ameaça de atacá-los e pula em Edward pondo a mesma em sua garganta.

–O que fazem em Silent Hill? –Diz ela retirando os óculos revelando uma cicatriz que deixava um olho cego


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