Nada Alem De Silent Hill escrita por Kay Colchester


Capítulo 4
Capítulo 3 - Uma viagem ao passado




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–Eu também queria saber. –Diz Edward empurrando a faca para o lado.

No interior da Van havia apenas quatro bancos dispostos dois de frente e dois do lado oposto. Todo o forro era preto.

Tyler, ainda com dor, dá um soco na costela da mulher que desvia fazendo uma ponte pondo os braços no banco em que ela estava. Quase que imediatamente ela retira o pé do chão, passando por cima da cabeça de Edward e acertando a de Tyler, logo então, voltando a sentar com as pernas cruzadas no banco oposto.

–Então, Quem são vocês? –Diz ela balançando a perna superior como se nada tivesse acontecido.

–Sou Tyler. –Diz o rapaz passando a mão no rosto onde está o inchaço do chute. –Tenho que admitir: Eu nunca vi ninguém lutar assim. Nem mesmo no exército.

–Eu sei. –Responde ela fechando os olhos e abaixando a cabeça como agradecimento.

–Mesmo depois de ela te acertar com um chute, você a elogia? –Diz Edward intrigado. –Não entendo vocês do exército.

–Não mude de assunto rapaz. Quem é você? –Ela pergunta nervosa.

–Sou Edward Colchester.

–Letíshia Echeveria. Prazer. –Diz ela apertando a mão do rapaz. –Colchester... Você é parente de Albert Worluck?

–Sim. Na verdade, o nome dele é Dante Colchester, mas tivemos problemas na família. Ele decidiu sair de casa. Mudou seu nome, seu endereço, e não entrou mais em contato com ninguém da família. –Disse Edward olhando pelo vidro traseiro da van procurando pelo irmão.

–Entendo Eddy. –Diz Letíshia fechando uma cortina do vidro de traz. –Mas diga-me. O que houve com seu irmão?

–Acho que ele virou um zumbi, ou algo do tipo. Ele não tinha os olhos, andava rastejando, deixando um rastro de sangue. Aquele não era o Dante que eu conhecia.

–Eu lembro que ele comentava do irmão caçula dele comigo. Por isso fiquei um pouco intrigada, quando disse o seu nome. Lembro perfeitamente. Aquele dia foi muito estranho. –Dizia Letíshia. –Enquanto conversava com ele, reparei uma foto de vocês dois em cima da cômoda de seu quarto. Imediatamente perguntei quem era. Ele disse que era a única pessoa que queria ver de novo de sua família. Ele era muito apegado a você. –Diz Letíshia.

–É. Eu confirmo isso. –Edward abaixa a cabeça. –Parece que foi ontem que estávamos na varanda da minha casa. Eu me machuquei. Ele me levantou, me fez um curativo. Senti-me tão seguro enquanto ele me segurava. Ele é seis anos mais velho que eu. - Disse Edward olhando pela janela a chuva que começara a cair.

–Imagino. –Disse ela abrindo uma janelinha que dava para o acento do motorista. –John, Pare a van. Vou ver uma coisa.

A van para. Eles estavam no meio de uma floresta, no fim da tarde. Um nevoeiro mais denso que o da cidade cobria o local. Letíshia desce do veículo e os manda descer também. Ele sobe na van novamente, pega uma caixa branca com uma cruz vermelha e enfaixa a barriga de Tyler. Assim que termina, ela volta para a van, fecha a porta e vai embora deixando os dois sozinhos no meio daquela floresta.

–Espere... –Grita Edward para a van indo embora.

–Por que ela fez isso? –Diz Tyler olhando a mesma.

Um grito agudo ensurdecedor é ouvido. Eles olham para traz e vêem uma criatura estranha. Esse era diferente do outro. Ele tinha duas cabeças de bebês, o corpo era uma espécie de lençol preto rasgado. Não tinha pernas, se locomovia com os braços que eram muito compridos. Na cabeça desses bebês, as pálpebras dos olhos foram arrancadas, havia agulhas com aproximadamente 15 centímetros em cada olho, a mandíbula também fora arrancada deixando a língua, que era maior que o normal, pendurada. O rosto todo estava sem pele, apenas os músculos e seu nariz foi arrancado parcialmente mostrando só a cavidade nasal. Ele se movimentava de forma estranha e aterrorizante, batendo suas duas cabeças uma contra a outra.

Eles, com muito medo, começam a correr, mas Tyler estava muito ferido. Mesmo com o curativo, ainda sentia muita dor, então caíra no chão.

Edward Volta para ajudá-lo.

–Vá. Não morra por minha causa. No exército nós também valorizamos a vida. Então vá. –Grita Tyler desesperado.

–Não, amigo. Não te deixarei morrer. –Edward volta para socorrer o amigo.

–Ouça o que eu digo. Corra e salve-se.

–NÃO! –Edward o pega no colo e corre.

A criatura dá um grito e enfia uma mão no chão. Imediatamente surge outra na frente de Edward e o segura pelo pé. O solavanco faz ambos caírem. O monstro começa a andar lentamente na direção deles. Tyler pega uma faca que costuma carregar consigo e começa a cortar a mão que prende o pé de seu amigo. Eles levantam logo em seguida e correm. A criatura tira o braço que havia enfiado no chão e cai se contorcendo de dor sem seu antebraço emitindo um grito agudo ensurdecedor. Eles continuam correndo até que o grito fica muito longe e para. Eles param de correr e se apóiam em seus joelhos, muito cansados.

–Foi por pouco, amigo. –Disse Tyler bufando de cansaço.

–Muito pouco eu diria. –Edward senta-se no chão.

–O que está fazendo?

–Descansando, ora.

–Isso é hora pra descansar? Tem uma criatura nos perseguindo e você para pra descansar? Levante-se e vamos embora daqui.

–Você devia escutar o seu amigo. –Diz um homem saindo de traz de uma árvore.

Edward se espanta.

–Dante? Como pode? Eu vi você morto naquele apartamento. –Diz Edward correndo e dando um abraço em seu irmão.

–Você viu? Eu não. Aliás, que irmão?

Edward o solta. Dante começa a se contorcer e cai ajoelhado no chão.

–Eu tentei te avisar, mas você não quis me ouvir. –Disse Dante com uma voz grossa, demoníaca.

Sua pele foi ficando branca, parte de sua mandíbula caiu, seus olhos saltaram para fora de suas órbitas. Ele se levantou devagar soltando um barulho amedrontador de sua respiração.

–Corra, corra, corra. Mas vai acabar como seu irmão, Edward. - Ele escuta a voz que havia ouvido quando corria pela estrada. - Fuja, fuja, fuja. Mostre a eles o que sua máscara não deixa, Coronel.

–Então era você! –Diz o coronel arremessando sua faca.

A criatura a pega com facilidade com o dedo indicador e médio em frente ao seu rosto. Ele a coloca na língua e dá um corte. A faca fica com sangue na lâmina. Ele a arremessa na barriga enfaixada de Tyler que cai imediatamente no chão e começa a gritar de dor.

O grito agudo da criatura com duas cabeças começa a ressurgir ao longe.

–O que houve com meu irmão? –Grita Edward para a criatura.

–Nem me apresentei ainda. –Estala o pescoço. –Sou Albert Worluck.

–ALBERT? Esse foi o nome que meu irmão escolheu.

–Na verdade. Esse foi o nome que eu escolhi para ele. Você lembra quando ele saia de casa e só voltava tarde no outro dia? Você lembra quando ele estava feliz e, repentinamente, ficava furioso e começava a quebrar as coisas? Lembra quando ele foi embora? Fui EU no controle. Sua mãe e seu pai brigavam com ele por sua falta de preocupação, por sua ignorância, por sua indiferença. Nada do que seu irmão se tornou foi culpa dele. EU fiz isso. O nome que ele pôs em si próprio quando decidiu sair de casa foi escolha minha. Nada mais justo, não acha? –Disse Albert enquanto via Edward cair ajoelhado no chão sendo arrebatado por suas memórias da infância.

Lágrimas corriam seu rosto. "Eu me lembro disso tudo. Mas tudo é normal em uma família normal." Pensou Edward. Enquanto suas lágrimas misturavam-se com as gotas de chuva que caiam do céu sobre seu rosto.

–Difícil pensar deste jeito não é? –Disse Albert andando, com as mãos para traz, em volta de Edward. –Difícil imaginar que o irmão que você ama tanto fez isso tudo com outra pessoa que você também ama de tal forma: sua mãe.

–É MENTIRA! –Grita Edward limpando as lágrimas e correndo para lhe acertar um soco e passa por Albert que some repentinamente em uma fumaça preta. –Volte aqui e lute como homem.

–Corre Edward! –Diz Tyler assim que avista a criatura de duas cabeças se aproximando lentamente sem uma de suas mãos emitindo ainda aquele grunhido apavorante.

–Não! Ele me deve respostas. –Diz Edward

–Esqueça ele Edward. Temos problemas maiores. –Diz olhando para a criatura se aproximando.

Eles começam a correr e Edward pensa em que Albert disse. "Será que ele está certo? Será que meu irmão virou uma marionete de Albert? Não pode ser. Ele era tão amável.”

(Memória)

–Edward. –Grita Dante ao longe. –O que aconteceu?

–Dante. –Ele responde com a voz trêmula deitado no chão em frente sua casa. –Acabei de ser atropelado por uma bicicleta.

–Não se preocupe irmão.

Dante pega Edward e o leva para casa. Lá ele começa a fazer um curativo.

–Onde aprendeu isso irmão? –Diz Edward curioso com as habilidades do irmão.

–Na escola. Quando eu crescer, vou seu médico, só para te curar sempre que estiver doente, irmão.

Edward dá um abraço bem forte em Dante interrompendo-o.

(Floresta)

"Tenho certeza de que se aquele é o corpo do meu irmão, o lado bom dele ainda deve estar vivo em algum lugar. Sou médico, pois eu sempre o admirei. Sempre quis ser o que ele é." Pensa Edward ainda correndo com Tyler da criatura.

–EDWARD! ­–Grita o Coronel.

–O Que?

–Me responda quando eu estiver falando com você.

–Desculpe. Algumas memórias vieram à minha cabeça agora. Eu só queria meu irmão de volta.

–Desencana Eddy. Ele está morto. Você viu. Eu vi. Siga em frente. Temos apenas que sair desse lugar horrendo.

Eles despistam a criatura e chagam a uma espécie de cabana onde encontram um alçapão. Eles descem por uma escada até um lugar muito escuro. Um cheiro podre forte dominava o lugar. Eles pisavam em coisas duras que faziam um eco. Tyler acende um isqueiro que também sempre carrega consigo. O lugar parecia um lixão de corpos. As paredes feitas de músculos humanos jorravam sangue de alguns buracos feitos por todo seu perímetro.

–O que será isso? –Diz Edward muito assustado revirando os corpos.

–Só o que se tornarão depois que eu acabar com vocês –Diz uma voz atrás deles.

–DANTE?!?! –Tyler e Edward dizem juntos.


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