Pov. Caroline.

-- Toc Toc.

 Ergui o olhar e lancei um sorriso doce para Carlisle, abaixando a revista. Ele entrou sorrindo.

-- Como se sente?

-- Eu preciso sair daqui. – me sentei. – Terá uma festa amanhã a noite para arrecadar fundos para a escola e eu sou a organizadora e tudo estará perdido se eu não for organizar, poderia me dar alta urgente? Estou me sentindo perfeitamente perfeita e se quiser eu posso até voltar depois.

  Ele riu e apoiou as mãos em meus ombros, obrigando-me a deitar novamente. Bufei.

-- Eu sinto muito senhorita Forbes, mas você terá que permanecer mais alguns dias aqui no hospital. Seu quadro não está 100% e você corre risco de piorar longe do hospital, então... Sugiro que fique aqui.

-- Mas eu não posso! Será que não entende? Eu preciso organizar tudo. Não tem quem organize o dinheiro, precisamos organizar com os policiais para a segurança e quem ficará na barraca de doces, na barraca de jogos, brinquedos, que horas que irá acabar, horário de troca de cargo, as caixas de bebidas sem álcool precisa ser trocada frequentemente dependendo de quantas são usadas, organizar como será servido e quem irá servir as pessoas. É m mini show de talento e ninguém organizou a ordem das apresentações! São tantas coisas pra fazer e ficar em um hospital não da certo. E olha essa roupa horrível e...

-- Caroline, se acalme, por favor.

  Bufei e me arrependi de ter falado demais. Abaixei o rosto envergonhada.

-- Desculpe.

  Ele agora deve me achar uma maluca... Perfeito Caroline!

  Ele soltou uma risada baixa.

-- Pelo visto você é bem ocupada.

-- Você não faz ideia do quanto. – Ergui o olhar e acabei ficando presa em seus olhos.

  Ele ficou parado me encarando, até que me repreendi por ficar presa nele e desviei o olhar.

-- vai me deixar sair? – O olhei com mais firmeza agora.

-- Não posso…

  Bufei e cruzei os braços.

-- Ao menos tem alguma roupa melhor que essa? – Olhei com nojo para a roupa de hospital. Carlisle soltou um riso.

-- Não. Você será livre daqui três dias.

-- Mas eu estou no tédio.

-- Bem, como você é minha única paciente… Acho que podemos conversar um pouco. – puxou a poltrona para perto da cama, coloquei novamente as pernas embaixo do lençol e ajeitei a cama para ficar sentada.

--Hum… Me conte sobre você doutor. Minha mãe disse que você é de Chicago. Como é lá?

-- É incrível, cidade bonita, lugar gostoso.

-- Ah,sou louca para conhecer lá. Em breve irei para lá!

-- Isso é bom, irá adorar a cidade.

-- Eu sei. – ri fraco. – Você tem família?

-- Sim, tenho uma esposa. – Ergueu a aliança. – E três filhos. Duas meninas e um menino. – ele sorriu como um bobo ao mencionar os filhos.

- Ah, nossa que legal. – Sorri, um tanto chateada.

-- E você? Como é sua vida ocupada?

-- AH, bem agitada. Tenho um namorado, Matt. Ele é do time de futebol da escola e líder do time de basquete e trabalha no Mystic Grill. Já foi lá?

-- Hã… Não.

- Você tem que ir! É incrível. E... EU sou a Miss Mystic Falls.

-- Nossa, que legal. Parabéns. – sorriu sincero. – Conte-me mais Caroline.

  Me animei e ficamos conversando. Ele era meu médico e não era normal essa conversa. Mas ele era misterioso, engraçado e inteligente.

  Nunca me senti tão bem ao redor de uma pessoa, ele não me conhecia e eu estava adorando contar as coisas boas de mim, contar sobre o que eu fazia e ver alguém me elogiando pelo esforço, pela capacidade...

 Eu estava sendo tão paparicada ali por Carlisle...

  Ele me contou mais, me contou de seus filhos e contou que os mais velhos eram gêmeos, parecidos com ele e que namoravam, e que a mais nova tinha apenas 16 anos e que era a mais carinhosa, amorosa e amigável. Então contou de sua esposa, que a conheceu em um hospital quando ela quebrou a perna..  Percebi certo receio enquanto ele falava sobre ela, ele parecia ter problemas mas se desviou de contar.

  Depois de horas de conversa animada ele se foi, dizendo que precisava agora ir pra casa e que eu era obrigada a ficar lá e eu não tinha como fugir.

  Fiz então ligarem para Tyler que saiu vivo e inteiro e saudável e o ordenei para que me trouxesse os cadernos, celular e notebook e que depois ele deveria mandar um recado a todos que participariam como ajudantes. Era a única forma que eu poderia perdoá-lo.

  Assim ele fez.

  Quando ele chegou carregado de coisas, seu olhar de culpa me fez derreter. Suspirei e me sentei.

-- Aqui suas coisas. – Me entregou.

-- Obrigada Tyler.

--Sinto muito Carol... Eu não sei o que houve.

-- Não tem problemas, tá? Fica despreocupado.

-- Obrigado. – sorriu de leve. – E... tem que fazer homenagem ao prefeito. Meu pai morreu.

-- O quê? Como? – exclamei preocupada.

-- Ele... Morreu queimado. Um incêndio em um porão velho.

-- Eu sinto muito Tyler, sinto muito. – o puxei para um abraço, ele sorriu de leve e me abraçou. Depois partiu sem dizer nada.

  Oh droga, Tyler perdeu o pai! A cidade está sem prefeito!

  Droga, droga, droga. É mais complicado do que parecia.

  Eu não deveria estar no hospital!

(...)

-- Bom dia Caroline. – Carlisle entrou no quarto. – Wow, que olheiras são essas?

-- Não olhe para mim, eu ainda estou trabalhando. – Continuei sem encará-lo.

-- O que esta fazendo com um notebook? A senhorita deveria repousar.

-- A festa é hoje e eu passei a noite inteira organizando tudo! Não durmo nadica de nada, mas agora... – terminei de encerrar o notebook e o fechei, colocando embaixo das cobertas ao meu lado. – Posso dormir.

-- É proibido notebook aqui, e você deveria ter descansado.

-- Eu vou descansar agora e acordar as 17h para que nada de errado aconteça quando tudo começar, ainda  são 8 horas, tenho o tempo certo para o sono.

-- Hã...

-- Não se preocupe, Tyler já me trouxe comida. – sorri.

-- Caroline...

  Me ajeitei na cama, me cobrindo com meu edredom que Elena trouxe depois, um vermelho.

-- Bons Sonhos pra mim. – fechei os olhos e tentei adormecer, fugindo da bronca que levaria.

  Poderia levar bronca depois que tudo saísse perfeito. Aí ele poderia brigar comigo. O importante já teria sido feito.

...

  Terminei de passar o gloss e liguei a webcan.

-- Olá pessoal. – sorri para as 10 pessoas na tela. – Só temos isso? Só isso? Não sei se este pouco servirá para tudo! Eu pedi para arrumarem 15 pessoas, não só dez!

- Caroline, seu neura. – Matt tentou me acalmar do lado, bufei.

-- Bem, quem irá trabalhar na loja de comida levante a mão.

  5 pessoas levaram.

-- Temos três barracas de comes e bebes, preciso que mais uma pessoa fique para ter exatamente seis pessoas trabalhando com comida. O avental de vocês Elena irá entregar para vocês. É o avental e a toca, devem usar. – ordenei, eles assentiram. – É de extrema urgencia que achem mais uma.

-- EU posso ficar. – Ammy disse. Sorri.

-- Obrigada Emmy. Comidas perfeitas. Enquanto uma atende, outra serve. Caso vocês precisem de mais comida para servir, mais refrigerantes e outros, é só ligar para Bonnie, os rádios para vocês serão entregues pela mesma. Agora, sobrou só quatro mas preciso de mais duas pessoas. As barracas de brinquedos, tiro ao alvo e etc. são no total seis, cada pessoa em uma barraca dará conta. Entenderam?

  Eles assentiram.

-- Obrigada. – sorri agradecida.

  Terminei de passar as ordens e eles desligaram, Matt foi rapidamente ajudar os outros e eu bufei impaciente sem poder fazer nada.

  Minutos depois Carlisle apareceu com a prancheta e com um belo sorrindo.

-- E como vai rainha? Está se sentindo bem?

-- Eu preciso saber de como eles estão! Eles não me deram mais noticias. Carlisle, preciso sair daqui.

-- Está arrumada demais. – ergueu as sobrancelhas.

 Eu havia me arrumado é obvio para falar com o pessoal, não poderia ficar feia e com cara de morta.

-- Por favor, me deixe sair. – pedi.

  Ele susirou e passou a mão nos belos cabelos loiros.

-- EU volto as 22h; Prometo.

-- Vai me arranjar problemas...

-- Eu volto, juro!!

-- Eu não te vi sair, eu não sei de nada.

  Reprimi a vontade de soltar um grito quando ele saiu do quarto. Ajeitei minhas coisas e dez minutos depois fugi disfarçadamente, com óculos e chapéu.

...

-- O que faz aqui Caroline? Ficou louca? – Bonnie ralhou.

-- Quem está na barraca do churros?

--Caroline! Volte para o hospital, tudo saíra bem.

-- Eu fugi, só até as 22h.

-- Carol…

--  Eu tenho que ir organizar o resto das coisas, até depois.

  Me afastei de Bonnie e fiquei o tempo todo organizando as barracas, quase morri de raiva quando ninguém iria apresentar o show de talentos e a homenagem ao prefeito, eu não podia aparecer em publico, ainda estava disfarçada, era uma fugitiva.

  Então roubei Stefan e o fiz falar, envergonhado, ele apresentou tudo perfeitamente e até fez a homenagem ao prefeito. Deu exatas 22h e eu sai correndo deixando tudo pra cima de Elena, Bonnie, Stefan e Matt e voltei disfarçadamente para o hospital, fingi estar tomando banho quando entraram no quarto.

-- Senhorita Forbes. --  enfermeira cumprimentou, ajeitei a camisola que veio com as mudas de roupa e me deitei na cama.

  Logo ela saiu e Carlisle entrou, no momento em que eu fazia careta pela dor.

-- Você se esforçou demais, como castigo terá que ficar mais tempo aqui. – Sua mão pousou em minha testa.

-- Não tem problema, ao menos isso foi perfeito.

  Ele riu.

-- Você é bem esforçada.

-- Tenho que ser perfeita, agir perfeitamente e fazer tudo perfeito.

-- Para que tanta perfeição?
-- Por que eu gosto. Acho legal fazer todas essas coisas.

-- Mas conta... – se sentou na poltrona. – Como foi lá?

  Sorri animada e contei tudo o que houve, ele se divertia com a forma que eu ordenava as pessoas, brincou dizendo que eu era a rainha do gelo. Me diverti com apenas duas horas de conversa, coisa que nunca havia acontecido antes.