Pov. Caroline.

  Continuei lendo a revista mesmo quando senti Carlisle entrar.

-- Quando eu saio daqui? – Perguntei virando a pagina.

-- Você se esforçou naquele dia, infelizmente irá demorar uns dois ou três dias.

  Respirei fundo.

-- Eu aguento…

-- Bem, você tem que fazer um exame agora para ver se está tudo bem, talvez, se estiver melhor, você sai amanhã. – sorriu abaixando minha revista.

-- Tudo bem! – disse animada ficando de pé. Ele arregalou um pouco seus olhos olhando para minha camisola. Corei um pouco. EU usava uma camisola quase transparente vermelha com algumas rendas e fitas pretas, e era curta e regata.

  Ele não desviou tão cedo, ficou me encarando de uma forma intensa e corei sob seu olhar, quando me remexi ele desviou o olhar, sua pele adquiriu um leve tom de vermelho e eu reprimi o sorriso, porém não resisti.

-- É... hum... m-melhor trocar de roupa, tem no armário do banheiro. – continuou olhando para baixo. – Eu.. Já volto.

  Ele saiu e eu sorri abertamente sem motivos. Sabia que eu deveria estar feliz assim se fosse o olhar de Matt sob mim, não de um médico que havia se tornado um grande amigo.

  Suspirei ao pensar em Matt. AH Matt... Nosso relacionamento… Ah Matt, queria tanto gostar de você assim…

  Não daria certo, mas terminaria com ele aqui, eu falaria com ele quando saísse desse hospital e então conversaríamos pessoalmente e eu acabaria o que mal começou entre nós. Não daria certo, e eu também não queria que desse.

  Com um bufo, fui trocar de roupa no banheiro. Coloquei aquela roupa horrível branca com triângulos azuis que faziam-me parecer gorda e feia.

  Esperei Carlisle de mal-humor, ele logo apareceu e me levou para uma sala de exames.

(...)

Dia Seguinte.

-- Caroline... Hora de acordar. – sua voz soou doce.

-- Não quero. Só mais um pouquinho.

-- Agora você poderá dormir esse pouquinho na sua casa…

-- Eu estou de alta. – rapidamente me sentei na cama, arregalando os olhos. Carlisle soltou uma boa gargalhada.

-- Sim está. Está livre para ir.

-- Sério? Está mesmo falando sério? – Fiquei de pé e segurei seus ombros, erguendo o rosto para vê-lo.

-- Sim, estou mesmo falando sério.

-- Ah obrigada, obrigada, obrigada. – Pulei e passei meus braços por seus ombros, o sufocando em um abraço.

  Seus braços lentamente repousaram em minha cintura, fazendo-me estremecer quando finalmente me abraçou. Suspirei em seu pescoço depois inalei seu cheiro.

  Ele tinha um bom gosto para perfume.

  Me afastei devagar, ficando com as mãos em seus ombros e o rosto próximo.

-- Obrigada Carlisle, você fez essa internação aqui ser ao menos agradável. – Beijei sua bochecha, demorando um pouco para me afastar, porém o fiz.

-- De nada Carol. – disse baixo, sorrindo de leve e um tanto corado. Sorri também e ele se afastou. – Vou deixar se trocar.

-- Tá. Hey, que horas são?

  Ele ergueu o pulso.

-- 7:30.

-- Meu Deus! Vou chegar atrasada na escola!

-- Escola? Você acabou de receber alta!

-- Há tantas coisas pra fazer, conversar com o povo, organizar festas, ah meu Deus, foi o momento certo! Obrigada Carlisle, pode ir.

  Ele soltou uma boa gargalhada e então saiu do quarto. Fui rapidamente tomar um banho de 5 minutos e me vesti. Por mais incrível que pareça, fiquei pronta em 10 minutos, juntei minhas coisas e pedi um táxi, fui levada pra casa o mais rápido possível. – E tive que pagar o dobro. – apenas peguei uma maçã boa, a mochila e o cachecol e a jaqueta de couro e corri para o táxi me deixar na escola.

  Quando cheguei todos já haviam entrado, suspirei e sorri pela atenção maior que receberia agora.

  Caminhei rapidamente pelo pátio e pelos corredores, meu salto mínimo da bota fazia barulho pelo chão, eco pelos corredores vazios. Bati na porta da minha sala onde Alaric dava aula. E historia.

  Ele veio atender a porta, sério. Quando abriu a porta se assustou.

-- Você… Caroline Forbes, não estava internada?

--Estava até meia hora atrás.

-- E veio direto para a escola? – Julio Elliot perguntou. Revirei os olhos.

-- Alguém precisa colocar ordem aqui, soube que houve confusão com o cardápio vegetariano e isso não é nada bom. Então…

  Alaric riu levemente.

-- Entre Caroline e vá se sentar.

  Stefan e Elena ficaram me encarando, surpresos. Sorri para eles e me sentei na frente perto de Bonnie.

-- Sua louca! E se passar mal?

-- Carlisle Cullen me socorre oras!

  Ela segurou o riso.

-- Voltando… -- Alaric chamou a atenção e como boa aluna e exemplo de classe eu prestei atenção.

(...)

-- Senhorita Forbes, ainda estou preocupada com sua saúde. – Disse a diretora. Bufei impaciente por estar perdendo o intervalo. A comida da escola era ótima e eu estava morrendo de fome.

-- Eu estou bem Senhora Monterrey, acredite em mim. Eu recebi alta e quando perguntei sobre a escola o médico não disse nada contra. – Sorri triunfante.

--- Mas nada a favor. – Desmanchei o sorriso. – Creio que será melhor passar o resto da semana em casa, semana que vem você poderá voltar e fazer tudo que tem pra fazer.

-- Mas eu não posso. Em plena segunda-feira eles fizeram briga no refeitório por conta do prato vegetariano que só temos um dia por semana! A reunião do grêmio ainda não foi marcada e o baile dos anos 80 ainda não foi organizado! Isso é um absurdo e ninguém me contou quando recebemos com o show de talentos!

  A mulher já velha soltou uma risada, fechando seus olhos e deixando os cabelos ruivos artificiais caírem sob o rosto.

-- Ah Caroline, você tem um futuro brilhante. – Apoiou as mãos na mesa e sorriu. – Tem sorte quem vá a querer, sua formação será a melhor aqui da escola e Mystic Falls inteira se orgulhará disso.

  Eu sorri tímida.

-- Bem, pode ir para seu intervalo querida, faça o que tenha que fazer, só me deixe informada.

-- Eu deixarei, muito obrigada senhora Monterrey.

-- De nada querida, eu que agradeço.

  Sorri e rapidamente sai de sua sala, ainda boba por seu elogio.

  Estava caminhando pelos corredores quando esbarrei em Matt.

-- Matt! Que bom, estava querendo mesmo falar com você.

-- Hã… Sim, o que foi? – Perguntou.

  Bufei e pensei rapidamente em mil maneiras de dizer aquilo. Nunca fui boa para um termino e não queria ser agora.

-- Er… Estou terminando com você.

-- Por quê?

-- Porque eu quero terminar com você.

-- Mas… O que eu fiz?

-- O que você não fez? Mas, fique tranquilo ainda sou sua amiga. Não daria certo e não gosto de você mais do que amigos. Tudo bem? – beijei sua bochecha. – Vamos pegar alguma coisa para comer que eu estou faminta.

-- É a primeira vez na vida que escuto Caroline Forbes dizendo que tem fome.

  Ri fraco e continuei com um sorriso no rosto. Estava feliz por tudo terminar bem assim.