A Escolhida escrita por Jamie Hazel


Capítulo 12
Capítulo 11 - Amar ou não amar? Éis a questão.


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, leitores! Felizmente, acordei com vontade de reescrever o capítulo, então fiz isso hahahaEspero que gostem desse capítulo revelador e fofo :3Vejos vocês nas notas finais (:



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POV - Sarah

Andei por muito tempo, embora soubesse que aquele cenário não mudaria. Senti o calor latejante do fogo em volta dos meus pés, a fumaça enchia cada vez mais o lugar avermelhado. Estava tão perto que o calor das chamas queimaram meu rosto, o cheiro do meu cabelo queimado era forte, protegi minha face com as mãos e avancei o mais silenciosamente possível. Estava perto. Eu podia vê-lo debruçado sob um alçapão aberto, pude sentir que seus batimentos estavam acelerados, ele chorava com amargura e culpa em sua voz esganiçada .

Esforcei para alcança-lo, minhas pernas tremiam, mas obriguei-as a ficarem firmes. Corri o mais rápido que consegui e quando me aproximei dele, em um desespero automático, gritei seu nome:

–Nicholas! - Minha voz ecoou no lugar escuro que, aos poucos, se tornou vazio e branco. A imagem que vira antes de Nicholas desapareceu lentamente como se eu estivesse sendo interrompida de um sonho; um sonho muito real.

Acordei me sentindo pior que ontem á noite, minha cabeça latejava e mal sentia os músculos do meu corpo, além disso, que sonho fora aquele? Parecia tão real; quase posso sentir as chamas vindo em mim. Estou tendo alucinações, só pode ser, qual seria a outra explicação? Minha cabeça está totalmente embaralhada, nada faz sentindo, sinto que estou morta, que não me resta nada desse mundo.

Virei á procura de Nic, o espaço ao meu lado estava vazio, exceto pelo lençol abarrotado. Tive esperança de que tivesse deixado um bilhete, mas não o fez. Levantei apressadamente da cama não feita e vesti um pulôver antigo de minha mãe. Minha mãe. Ainda não me caiu a ficha de que ela foi trabalhar mesmo em Denver e outra, só volta daqui a seis dias. Mas isso não é importante agora, preciso me abrir com Nicholas e resolver as coisas. Isso. Peguei o livro de David e passei meus dedos na capa envelhecida; seja o quer for, vou descobrir o mistério desse livro.

Ouço um barulho de vidro caindo vindo lá debaixo, no desespero, quase deixo o livro cair. Corri até as escadas, entretanto, parei relutante antes de descer. O medo brotou nas minhas pernas, calafrios subiam por todo meu corpo, não podia escutar mais nada, será que foi embora?

Reprimi as emoções e voltei a relaxar, Nicholas deve estar fazendo o café da manhã, é isso. Desci as escadas fazendo barulho com os pés, até que escorreguei em um degrau, meus olhos arregalaram, prendi a respiração e num sufoco, lutei para não gritar, desci com toda a velocidade, meu traseiro batia nos degraus e machucavam, terminei a descida assustadora sentada no chão de pernas abertas. Incrível.

Escutei passos se aproximando, cada vez mais altos, recolhi minhas pernas e abracei meu joelho, o ar subiu dos meus pulmões para a garganta, ficou preso ali. Não conseguia soltar a respiração com medo de me sinalizar. Não era Nicholas; ele não se aproximaria assim. Os passos ficaram mais fortes, vi de relance um vulto, era um homem. Pensei em gritar por ajuda, mas ninguém escutaria além de mim e o homem. Permaneci calada.

Logo, a sombra do homem apareceu na porta do banheiro á minha frente; apesar do medo, resolvi esperar para ver o que ia acontecer e então, ele apareceu; parado ali na frente, seus olhos negros reluziam a luz da lâmpada acessa, seus cabelos loiros estavam bagunçados e seu rosto sujo, como uma criança que tinha acabado de brincar no campo. Dennis me encarou com os lábios entreabertos, espantado.

– Sarah! – ele gritou se aproximando de mim. – Me perdoe, não queria te assustar. – ele falou enquanto acariciava meu rosto com uma das mãos. Era estranho, Den exercia a mesma proteção de Nicholas, me sentia segura e confortável perto dos dois, como se nada pudesse me machucar.

– Por que está aqui a essa hora da manhã? – perguntei meio sem jeito.

– Porque estava preocupado com você, não a vejo desde as aulas e Nicholas nunca comenta nada. – Dennis respondeu, sério.

– Nic nunca fala sobre mim? Por que não?

– Eu não sei, Sah. – confessou revirando os olhos e pegando minhas mãos, ele as segurou forte entre as suas e olhou para mim com lágrimas nos olhos negros. – Acho que ele já sabe.

– Já sabe o que? – perguntei sem entender.

Dennis largou minhas mãos e levantou, andou até a porta aberta e ficou encarando o dia lá fora. Estava chovendo e o céu estava nublado, uma frente fria entrava pela casa, deixando-a com um ar um tanto sombrio. Den parecia confuso, começara a andar para frente e para trás, geralmente, fazia isso para pensar.

Levantei relutante do chão e fui até ele, estiquei meu braço e peguei sua mão fria. Ele virou para mim, nós estavámos um de frente para o outro, Den puxou meu braço e me envolveu num abraço quentinho, recostei minha cabeça em seu ombro e ele relaxou o corpo.

– Está tudo bem, confie em mim. – eu disse para tentar convence-lo.

– Queria que isso fosse verdade. – Dennis falou sem me soltar.

– Como assim?

– Nós. – ele sussurrou em meu ouvido me fazendo arrepiar. – Nós juntos.

Empurrei-o para longe e coloquei as mãos na cintura, irritada. Não acreditara no que acabara de ouvir, quer dizer, Nic e eu estamos juntos pra valer e Dennis acha que podemos ficar juntos? Ele está louco, com certeza.

– Não posso acreditar que o próprio irmão de Nic faria uma coisa assim pra ele! – gritei fuzilando-o, provavelmente agora meu rosto deveria estar vermelho de raiva.

Dennis me olhava de boca aberta, seu rosto, antes confuso e triste, agora estava decidido e irritado.

– Você não entende! – ele gritou pra mim. – Não entende que eu a amo? Não entende que isso doí em mim? Será que você não consegue entender que isso está me matando? – Dennis levava as mãos aos cabelos enquanto falava e não parava de andar em círculos.

Não conseguia falar, fiquei calada só olhando pra ele, não sabia se me sentia culpada ou com raiva dele não ter me dito isso antes.

– “Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor.” – ele citou William Shakespeare. Parou de andar e virou-se para a porta, mas não saiu, só fitava o céu. – Se não posso tê-la sem lutar, então, eu lutarei por você, espero que um dia, possa entender que o amor é mais forte que qualquer um de nós. – ele inclinou a cabeça para o lado. – Sarah, não lhe peço chances para me amar, só te peço que aceite que te ame.

E saiu pela porta.

Corri até o portão mesmo com a chuva e tive a esperança de vê-lo ainda ali, mas nada consegui ver. Só o que via era o asfalto alagado, o comércio abrindo, já que era Domingo de manhã, e algumas pessoas de guarda-chuva caminhando pela calçada sem muito o que fazer, acredito.

Tranquei o portão e dei meia volta, não queria mais pensar em tudo que aconteceu mas era impossível, corri até meu quarto, entrei e me joguei na cama. As lágrimas que antes estavam presas, caíram sem a menor vergonha.O lençol ficou molhado pela minha emoção líquida. Me tranquei no quarto a tarde toda.

Olho para o relógio na cabeceira, 19:00 h. Para onde Nicholas foi e por que ainda não voltou? Estava começando a ficar preocupada, ele nem se deu o trabalho de me avisar que ia sair.

Levantei da cama e fui até o armário escolher alguma roupa. Peguei um suéter vermelho, afinal estava frio e uma calça jeans. Desci as escadas e antes de sair, verifiquei a casa, vazia e silenciosa sem minha mãe por perto, suspirei e continuei o caminho até um restaurante conhecido na esquina.

Assim que adentrei no lugar aconchegante, vi que estava lotado, o que não era muito comum. Fui para o balcão e fiz meu pedido, a atendente simpática me levou até uma mesa e me trouxe um copo d´ água para esperar. Fiquei sentada observando o restaurante por alguns minutos.

Era um lugar velho, por mais que não parecesse com os pisos brancos e reluzentes e paredes levemente marmorizadas. No centro do local tinha até uma pista de dança, mas ninguém nunca se encorajava de dançar, era mais um lugar para reencontrar velhos amigos e conversar, digamos assim.

O garçom trouxe meu pedido e deixou-o sob a mesa, mas antes de voltar para a cozinha seus olhos pararam nos meus, com a boca entreaberta ele tentou disfarçar e revirou os olhos.

– Desculpe. - falou me dando as costas, não me importei.

Segui com o olhar o garçom até a cozinha, foi então que eu o vi sentado numa mesa ligeiramente afastada das outras com uma garota loira ao seu lado, Nicholas ria de algo que ela falava e a garota ajeitava os cabelos de cinco em cinco segundos, pareciam próximos.

A raiva subiu pelo meu corpo, como ele pôde fazer isso? Depois de tudo que me disse, depois de eu ter me aberto com ele. Comecei a fuzila-lo com os olhos, mas ele não percebeu. Meu rosto deveria estar muito assustador pois os clientes começaram a me encarar, dei de ombros e me levantei absorta. Acho que meu cérebro ainda não se tocou que Nicholas estava me traindo, mas meu coração percebeu e agora estava destruído.

Eu tremia enquanto me movimentava pelo restaurante lotado, tentei não ser vista por ele, porque, nessa altura, ele já estaria se encaminhando para o hospital.

Assim que cheguei á saída, comecei a correr independente da chuva, meus sapatos se sujavam com a lama pela rua, minha roupa ficara encharcada e meus olhos pareciam que escorriam mais água que a própria chuva.

Alcancei minha casa atordoada, comecei a ouvir meu nome sendo gritado por alguém ao longe, não conseguia ver quem era, meus olhos não focalizavam a imagem e minha cabeça girava e girava, meu corpo amoleceu e cai logo que adentrei em casa. Não ouvi e senti mais nada.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?? Eu tenho que confessar para vocês que entre os dois, sempre gostei mais do Dennis e vocês logo vão descobrir porquê. Mas a pergunta é: Quem a Sarah vai escolher, Nicholas ou Dennis? Quero que respondam nos reviews quem vocês querem que fiquem com ela e quem acham que vai ficar, ok? Juro, juradinho que vou responder todos os comentários :)Beeeijos e até os reviews hahah
PS: Vou continuar com POV - Sarah.