Quatro Elementos: O Começo escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 4
Ar


Notas iniciais do capítulo

Sorry pelos erros :/



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Claire

O passado nem sempre traz lembranças boas, ele às vezes joga culpas em suas costas sem dó. Você não consegue lutar contra ele, ate porque não tem como muda-lo, não tem como voltar e fazer de novo.

A raiva me dominava sempre que eu me lembrava daquela maldita tarde no parque de diversões. Meus pais eram as pessoas mais importantes no mundo para mim e eu sabia que faria qualquer coisa para defendê-los com unhas e dentes, independente de quem seja que os atacasse. Mas infelizmente eu não consegui, eu fui fraca, fui estúpida, fui culpada, eu falhei... E nada mudará o que aconteceu, nada me faria sentir melhor, eu nunca vou me esquecer da dor da culpa em mim.

...

Lembro-me quando começou a surgir à pequena marca no meu braço esquerdo. Eram curvas perfeitas e delicadas, eu tinha uns quatro anos e quando completei cinco ela já estava completa e me lembrava do vento da manha.

Eu e meus pais gostávamos de ir ao parque quando ele vinha para a pequena cidade de Curvelo no interior de Minas Gerais. Eu nasci neste lugar e para mim era o melhor de todos os lugares que pudessem existir. Numa tarde de domingo nós resolvemos ir ate um parque novo que tinha acabado de chegar. Eu tinha nove anos e adorava ir a brinquedos novos, adorava experimentar coisas novas e minha mãe sempre dizia a mesma coisa assim que eu entrava em qualquer brinquedo:

– Claire toma cuidado, e olha as crianças menores perto de você!

Eu sempre sorria e via o meu pai rir baixo atrás dela. Sempre apoiando minhas vontades loucas.

Meu nome era algo estranho na escola, mas minha mãe colocou este porque minha avó tinha o mesmo. Ela era Canadense, e sempre dizia que um dia qualquer eu iria pro Canadá conhecer e ver como era bonito. Mas primeiro eu tinha que aprender inglês e não era algo que eu gostava muito e nem que me interessasse. Pronuncia-se “Clear” e sim, é estranho, mas não anormal. Meu pai dizia que se eu morasse no Canadá teria muitas meninas com o nome igual ao meu.

Era bom ser diferente, mas não tão diferente... Eu descobri que meu nome estranho não era nada ao lado do que eu realmente era ou do que eu realmente fazia.

...

Entrei num brinquedo no qual nos fazia virar de cabeça para baixo. Minha mãe estava ficando doida de preocupação e para mim era divertido. Sorri quando o brinquedo começou a se mover bem devagar e logo foi aumentando a velocidade. Minha cadeira estava fazendo um barulho estranho e assim que o brinquedo virou, a droga do cinto que me matinha ali se soltou e eu fui direto para o chão. Foi tudo rápido, mas como se os segundos tivessem parado para mim, só pra mim.

Primeiro eu estava caindo, sentindo o vendo bater nos meus cabelos compridos, depois um grito de minha mãe. Uma onda de pressão sair do meu corpo e por fim meus olhos se abrirem e eu ainda estar viva e inteira.

No momento que abri os olhos, automática me concentrei naquela brisa que vinha a minha volta e antes de bater com tudo na calçada o meu corpo ficou leve e quando dei por mim eu não tinha caído e sim, flutuava com delicadeza vendo as pessoas de olhos arregalados enquanto eu descia devagar ate tocar meus pés no chão e olhar feliz para os meus pais que pareciam congelados.

Não deu tempo de dizer nada e nem pensar. Só vi minha mãe me puxando pelo braço e me tirando dali, do meio das pessoas que me olhavam incrédulas como se eu fosse algo de outro mundo. Eu não entendi direito quando chegamos a casa e vi os dois correndo e pegando as malas e logo colocando as roupas dentro.

Me forcei a perguntar.

– O que vocês estão fazendo?

– Nós vamos embora filha! – meu pai falou já pegando o telefone.

– Embora pra onde? – perguntei ainda confusa seguindo com os olhos eles se moverem rapidamente.

– O que nós mais temíamos aconteceu Claire. Agora precisamos protegê-la. - minha mãe falou se aproximando de mim. - Não se preocupe! Sabemos o que estamos fazendo. – minha mãe falou de modo protetor e me deu um beijo na testa.

...

Olhei em volta me sentindo extremamente confusa. A longa viagem me cansou e cabei pegando no sono. A cidade a minha volta, agora era era grande. Com préiod enormes por todos os lados e pessoas andando rapidamente.Olhei para o retrovisor e vi um sorriso do meu pai.

O carro ainda andou a mais ou menos meia hora, ate parar em frente a ma casa pequena e pelo jeito afastada da cidade grande. O lugar era aconchegante como aqueles que filme.

– Onde estamos? – minha voz estava rouca.

– Em São Paulo querida! – meu pai respondeu pegando as nossas coisas e abrindo a pequena casa.

...

E dai em diante foi assim, fugindo de um lugar para o outro, e agora eu sabia o porquê. Meus pais me contaram tudo que estava acontecendo e me ajudavam com todas as novidades que sempre vinham. Às vezes eu me olhava no espelho e via a figura com a pele pálida da minha mãe, os cabelos castanhos dourados que batiam no meio das costas e os olhos cor de mel do meu pai, que por sinal ele sempre dizia que eram os mais bonitos do mundo.

...

Mais chega um dia que não dá mais para fugir e que você tem enfrentar a verdade. A FEM era uma instituição idiota que vinha atrás de mutantes, ou melhor, os caçavam. E era isso que faziam comigo. Sempre tinha noticias na TV e o que eles mais procuravam eram os vampiros. Eu não acreditava muito, mas tinham varias mortes inexplicáveis pela cidade, e eles procuravam também mutantes raros assim como eu. A dominadora do ar.

Tinham mais três por ai... os outros dominadores que eu tinha certa vontade de conhecer, mas nem sabia se isso era possível. Eu só sabia que precisava me manter viva. Pelo menos era isso que meus pais viviam dizendo.

Foi numa noite fria. Estava eu, meu pai e minha mãe assistindo a um filme na sala quando um barulho me despertou. Olhei para eles que logo se levantaram e ficaram em alerta.

Foi tudo rápido demais, dolorido demais e... ruim. Eu vi os homens com roupas pretas entrando e vindo em minha direção. Meus pais lutaram o máximo que puderam e me mandaram correr. Eu não conseguia e via-os lutarem para me defender.

Eu podia fazer alguma coisa, certo? Podia ajudar.

Minha raiva subiu imediatamente e senti o ar me dominar. Os objetos da sala flutuaram logo indo de investida na direção dos homens. Eu usei de tudo o que podia para tira-los dali. A casa tremia e eu não estava mais ali, só via tudo acontecer rápido em minha volta enquanto tudo levantava junto comigo, mas algo me impediu. Uma dor me invadiu e só vi minha mãe gritar e cair ao lado do meu pai e a escuridão me tomar.

– Aconteça o que acontecer nunca se esqueça de quem você é. Nunca esqueça de que nós te amamos! – as palavras de minha mãe não saiam de minha cabeça.

Abri meus olhos e estava escuro. Olhei em volta e tinha muitas arvores e a terra estava molhada. Eu estava viva, pelo me parecia que sim.

Um cheiro novo me acertou: sangue. Olhei algumas folhas bagunçadas no chão úmido. Me levantei lentamente e me dirigi ate lá. Puxei as folhas e senti tudo desabar. Meu corpo ficou pesado e senti os joelhos baterem com força no chão.

Lá estavam eles. Meus pais. Cobertos de sangue, sem medo, sem dor, sem vida. Eles tinham morrido para me defender e eu nunca me esqueceria.

As lágrimas desciam grossas tampando minha visão, mas não minha consciência. Eu me vingaria. Nem que tivesse que ir ate o fim do mundo, eu me vingaria. Mataria um por um. Que fizeram isso com eles. Nem que a droga da minha vida tivesse que ir embora, eu me vingaria.


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Notas finais do capítulo

Esses capítulos são só para conhecer um pouco mais o começo dos personagens!!bjs



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