Depois de um longo tempo, Hermione pode finalmente abrir os olhos. Estava no Salão Comunal, mas ele não estava cheio de corpos mortos e estranhamente, nem vivos. Provavelmente está em época de férias, pensou Hermione. Tinha de sair dali, para tentar fazer com que seu plano por enquanto ainda mal elaborado desse certo. Não se importou em andar pelo castelo, já que só Filch ficava ali nas férias, e em um castelo daquele tamanho, a probabilidade de se encontrarem eram mínimas.

   Foi até o corredor do terceiro andar, e suspirou aliviada vendo que a estátua da bruxa de um olho só estava lá.

   - Dissedium – sussurrou o feitiço dando uma batida na bruxa de pedra. Era a única passagem que conhecia, e por sorte Harry havia dito como passar por ela. Andou por aqueles corredores escuros e parou nos fundos da Dedosdemel e com cuidado foi para frente da loja, que também estava vazia, como toda a Hogsmead, sem os alunos de Hogwarts, o vilarejo ficava bem vazio.

  Já fora de Hogsmead, desaparatou para uma pequena rua em Londres. Começou a andar pela cidade, e quando passou em frente a uma banca de jornal, viu a data que marcava em todos os jornais: 1944. Todas as notícias presentes também eram sobre a 2º Guerra Mundial, que estava acontecendo no mundo trouxa. Hermione ficou assustada. O que faria agora? Precisava encontrar aquele maldito orfanato onde Tom Riddle morava. Quantos orfanatos existem em Londres? Ela demoraria séculos para achar. Se pelo menos lembrasse do nome... Woods, Wolfs... Como era mesmo? Resolveu pedir informação ao dono da banca.

   - Com licença Senhor, poderia me informar onde fica o orfanato Woods?

   - Woods? Existe um aqui perto, chamado Wools,não sei se o que a Senhorita procura. – Hermione pensou no nome. Era isso! Wools, Orfanato Wools.

  - É esse mesmo, poderia me informar onde fica?

  - Claro. A senhorita vai seguir reto, e dobrar na segunda à direita. É um prédio bem velho, todo cinza, é bem fácil de achar.

  - Obrigada Senhor.  

    Seguiu para onde o homem havia indicado, e como ele disse,achou facilmente o prédio. Era de um tamanho médio, cinza, as paredes estavam descascadas em alguns pontos, era um lugar sinistro para se educar crianças.  Ela precisava que a aceitassem naquele lugar, precisava vigiar Riddle de perto, e logo depois teria de dar um jeito de ir para Hogwarts. Antes de subir as escadas que davam para a porta do orfanato, Hermione rasgou suas roupas e se sujou um pouco, já sabia o que diria, e esperava que eles acreditassem. 

  Começou a bater na porta desesperadamente e uma mulher de aspecto bem desleixado abriu a porta. Hermione olhou para ela, e com um tom desesperado começou a falar com a mulher.

   - Por favor, me deixe ficar aqui... – ela começou fingir chorar – eu não tenho ninguém. Mataram os meus pais, eu estou sozinha, por favor, me ajude! 

   A mulher olhando para o estado da garota mandou que entrasse, começou a andar com a garota pelos corredores cinzentos daquele lugar. Levou-a até um pequeno escritório, onde uma mulher magra e de feições firmes estava sentada.

   - Senhora Cole, essa garota apareceu ali na porta, precisa de ajuda. – A Senhora Cole olhou pra ela, Hermione continuava com as feições chorosas, desesperada.

  - Obrigada Marta, nos deixe a sós, por favor. - Marta se retirou, e a Senhora Cole olhou para Hermione mais uma vez, reparou no estado da garota, e se apiedou. – Qual o seu nome? O que aconteceu com você?

   - Meu nome é Hermione G... Hermione Emrys, Senhora Cole. – a garota achou melhor omitir seu verdadeiro nome, para tentar não ter problemas com o futuro – Meus pais estavam sendo perseguidos, e foram mortos. Só eu consegui sobreviver. Por favor, não me deixe voltar pra ruas sozinha outra vez, me ajude, por favor, Senhora Cole.

   - Está tudo bem Senhorita Emrys, pode ficar por aqui, vamos tentar ajudá-la. Vamos arranjar um quarto pra você, sim? E vamos trocar de roupa também. Acompanhe-me, por favor. –disse a Senhora Cole de forma gentil, passando o braço por cima dos ombros de Hermione.

   Hermione foi instalada em um quarto, que descobriu ter de dividir com uma garota chamada Amanda Benson. Foi lhe dado o uniforme do orfanato e ela o colocou, era cinza, como tudo naquele orfanato. Ela se deitou em sua cama, e pensou no que estava fazendo. Desde quando atuava tão bem? A necessidade e o desespero mudam as pessoas. Ela se sentia mal por mentir, mas era necessário. Ela faria qualquer coisa que precisasse para destruir quem destruiu a sua vida e a vida de todos que ela amava: Tom Riddle.