No parquinho Carlos Daniel esta olhando os filhos quando se aproxima um homem alto, moreno e de olhos verdes.

- É... com licença. – o homem diz para Carlos Daniel.

- Pois não, em que posso ajudá-lo? – Carlos Daniel pergunta.

- É que eu te vi com uma mulher agora pouco perto da piscina.

- É minha mulher, - ele diz desconfiado – o que tem ela?

- Bom, é que ela se parece muito com uma moça que conheci algum tempo atrás, só... se me permite dizer está muito mais bonita.

- Como? – Carlos Daniel diz com um olhar furioso.

- Me desculpe senhor, eu não queria te deixar zangado, mas é que pensei que talvez sua mulher fosse essa moça que conheci, - o homem diz sorrindo pensativo – fui muito apaixonado por ela, éramos muito jovens na época. Seu nome era Paulina Martins.

- Paulina Martins? – Carlos Daniel diz cheio de ciúmes.

- Não vai me dizer que é ela? – o homem diz sorrindo e estendendo a mão – Talvez ela tenha falado de mim para o senhor, sou Fabrício.

- Não ela nunca me falou, - Carlos Daniel fala vermelho de raiva e olhando a mão esticada de Fabrício – e por que falaria?

- Bom, agente sempre foi muito amigos, e faz tanto tempo que não há vejo, uns três anos ou mais. – ele diz abaixando a mão.

- Me desculpe mas ela nunca nem sequer mencionou seu nome. – Carlos Daniel diz mordido de ciúmes.

- Bom, vejo que o senhor é um tanto ciumento. – Fabrício diz serio – Poderia avisá-la que estou aqui e quero vê-la?

- Como me faz essa pergunta? – Carlos Daniel diz nervoso – Você acaba de me dizer que foi apaixonado por minha mulher, diz que ela esta muito mais bonita, e ainda quer que a chame para você vê-la?

- Eu não quis ofende-lo senhor, - Fabrício fala sorrindo – o senhor é muito ciumento, poderia ao menos dizer que mandei um abraço pra ela.

- Mas você não tem escrúpulos seu... – Carlos Daniel fala com ódio e fechando a mão.

- Vejo que não tem como conversar com você, não vou ficar aqui discutindo com um homem ciumento a ponto de querer partir para a briga - Fabrício diz.

- Eu sou não quebro sua cara por que meus filhos estão aqui e não seria conveniente presenciarem tal cena. – Carlos Daniel diz cuspindo fogo.

 - Foi uma prazer conhecê-lo, - Fabrício fala sorrindo – ou não.

Carlos Daniel treme de raiva ao ver o homem se afastar, ele fica tão nervoso que chama as crianças.

- Carlinhos e Lizete vamos agora mesmo para o quarto.

As duas que conhecem perfeitamente o pai, vão sem discutir, ambas percebem o quanto o pai esta nervoso. Quando chegam no quarto, Paulina esta sentada no sofá com a filha deitada no seu colo que da risadas com a brincadeira que a mãe esta fazendo.

- Já voltaram? – ela diz enquanto as crianças vão ate ela e abraça.

- Papai esta nervoso. – Carlinhos diz sussurrando no ouvido da mãe.

- Eu notei. – Paulina diz sussurrando para o menino.

- Oi Paulinha. – Lizete diz brincando com a irmãzinha.

- Vocês dois vão tomar banho para tirar essa roupa molhada, - Paulina diz se levantando enquanto olha Carlos Daniel andar de um lado pro outro no quarto – Carlinhos toma banho no quarto de vocês, e Lizete no banheiro daqui.

- Oba mamãe, posso encher a banheira? – Lizete pergunta sorrindo.

- Claro meu amor, vai la que daqui a pouco eu vou te ajudar. – Paulina diz sorrindo para a menina.

O quarto que eles estão é um quarto para família, desses que é dois quartos dentro de um, quando as crianças entram no banheiro Paulina pergunta.

- O que foi meu amor?

- Nada. – Carlos Daniel diz nervoso.

- Como nada? – ela pergunta colocando Paulinha no carrinho que o marido trouxe – Você esta andando de um lado para o outro e diz que não é nada?

Carlos Daniel a olha serio, e continua andando no quarto.

- Carlos Daniel, - ela diz indo ate ele e pegando no seu braço – o que aconteceu pra ficar assim?

Ele olha Paulina nos olhos e diz nervoso.

- Acho que você deveria perguntar pro seu amiguinho, ou melhor dizendo, namoradinho.

Paulina solta o braço do marido e o olha espantada.

- Que conversa é essa Carlos Daniel?

- Vai me dizer que não sabe?

- Se você não me disser nunca saberei. – ela diz ficando nervosa também.

- Ah é, acontece que seu amiguinho me encontrou no parquinho e ficou mandando recadinho pra você. – ele diz com ódio.

- Que amiguinho é esse Carlos Daniel? Não conheço ninguém desse hotel. – Paulina diz nervosa.

- Vai me dizer que não se lembra do apaixonado Fabrício? – Carlos Daniel gospe as palavras.

- O Fabrício estava aqui? – Paulina pergunta espantada.

- Ah então você se lembra dele não é? – Carlos Daniel diz vermelho de raiva – Mas também, como esquecer um homem tão apaixonado.

- Claro que me lembro dele Carlos Daniel, estudamos a vida inteira juntos, crescemos juntos...

- E também namoraram não é – Carlos Daniel diz alto interrompendo-a.

- Namorei com ele sim Carlos Daniel, mas já faz tanto tempo, éramos muito jovens. – ela fala nervosa com o tom de voz do marido.

- E foi por isso que quis vir ficar nesse hotel, para se encontrar com ele? – Carlos Daniel diz com muita raiva.

Paulina o olha espantada e nervosa pelo o que o marido acabara de lhe dizer, como pode pensar isso dela depois de tudo que passaram?

- Então é isso que você pensa de mim? – Ela fala alterando a voz enquanto lagrimas escorrem pelo seu rosto – Acha que eu seria capaz de lhe trair, e de planejar uma viagem para fazer isso?

Carlos Daniel a olha arrependido de tudo o que disse, enquanto Paulina começa a tremer de raiva e as lagrimas caem pelo seu rosto.

- Meu amor, - Carlos Daniel diz com os olhos cheios de lagrimas enquanto abraça Paulina – me desculpe minha vida, eu sou um completo idiota, um imbecil e fico cego de ciúmes quando alguém se aproxima ou fala de você.

Paulina se solta do seu abraço e olha furiosa.

- Eu nunca achei que seria capaz de pensar isso de mim Carlos Daniel, eu nunca lhe dei motivos para isso, e você acha que eu seria capaz de trair você, você Carlos Daniel que eu amo como nunca amei ninguém, você que foi o único que me entreguei de corpo e alma e que amo de uma forma que me chega a doer. – Paulina fala chorando.

- Meu amor, me desculpe por favor, estou me sentindo horrível, um monstro pelo o que acabei de dizer, vou me sentir culpado pelo resto dos meus dias, me sinto um completo idiota por te deixar assim, - ele diz enquanto as lagrimas caem – não vou me perdoar nunca por ter feito você chorar.

- Você me magoou Carlos Daniel, nunca pensei que... – ela fala mas as palavras é engolidas pelo seu choro.

- Por favor Paulina, não fique assim, não me faça sofrer mais do que já estou sofrendo, eu fico cego e me deixo dominar pelo ciúmes, você sabe que sou um ciumento louco. – ele diz puxando Paulina pela cintura enquanto as lagrimas continuam a escorrer pelo seu rosto.

Paulina o abraça forte.

- Você tem que confiar em mim Carlos Daniel, - ela diz se acalmando – esse seu ciúme ainda pode causar problemas no nosso casamento, e eu nunca me senti tão amada e protegida como quando estou com você, não quero que um ciúme bobo acabe com nossa felicidade.

- Eu vou controlar esse ciúme meu amor, - Carlos Daniel diz se afastando para olhá-la – prometo que nunca mais falo o que falei para você, e que nunca mais te faço chorar, nunca me senti tão sujo e horrível na minha vida.

- Também não precisa se sentir assim meu amor, - Paulina diz seria – não quero que se sinta um monstro.

Carlos Daniel segura o seu queixo e a beija, um beijo de desculpas e de paixão.

- Eu te prometo minha vida que nunca mais te faço chorar. – ele diz limpando o rosto da esposa e beijando seus olhos.

Paulina o abraça forte.

- Mãezinha! – Lizete grita do banheiro – Você não vai vir me ajudar?

- Já estou indo meu amor. – Paulina diz e fala sorrindo para o marido – Eu te amo demais para ficar com raiva de você.

- Que bom meu amor, - ele diz dando mais um beijo na esposa – não suportaria viver com você sentindo raiva de mim.

Ele a beija de novo, dessa vez um beijo mais apaixonado fazendo ambos ficarem sem ar.

- É melhor eu ir ajudar Lizete, - Paulina diz sorrindo e se afastando – cuide de Paulinha.

- Claro minha vida, - Carlos Daniel diz e a beija de novo – desculpe meu amor.

- Já te desculpei Carlos Daniel. – Paulina diz sorrindo e vai ver Lizete.