Os Mortos Também Amam - Livro 1 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 15
Tensão


Notas iniciais do capítulo

A família Salvatore está instalada na nova cidade, Forks.
Bella parece um pouco triste, mas esta muito popular e já encontrou alguns amigos.
Mas parece que ela não foi muito bem recebida pelas líderes de torcida e muito menos por Caroline Forbs.
O que virá disso?



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Uma semana se passou e Bella já podia lembrar-se de mais nomes e rostos em sua nova escola. Relacionava-se bem com todos, menos com as líderes de torcida que pareciam ter uma aversão por ela e na verdade por quase todo o resto da escola. Bella não podia acreditar que em um lugar tão pequeno, em uma escola minúscula poderia ocorrer esse tipo de pária. Isso só fazia com que ela ficasse ainda mais entediada com o lugar.

Ligava constantemente para Ângela e Jéssica que afirmavam não ser a mesma coisa na escola sem ela. Bella choramingava com as amigas ao telefone querendo voltar para lá. Quando não estavam no telefone, estavam conversando pela internet.

No sábado Bella resolveu caminhar pela cidade e depois de muito insistir a ir sozinha, Stefan e Helena permitiram. Ela pensou que morreria de tédio naquele lugar e se permanecesse em casa mais um segundo teria um colapso. Então ela pôs suas botas curtas de salto baixo, sua calça jeans bastante surrada, uma camiseta preta e por cima um casaco jeans. Saiu caminhando despreocupadamente aproveitando alguns poucos raios de sol que resolveram surgir naquela manhã com os fones no ouvido escutando uma música alta.

Bella viu ao longe a pequena pracinha surgindo diante de suas vistas, algo bastante interiorano, mas pelo menos havia uma pracinha no lugar. Resolveu que iria para lá e se sentaria um pouco. Quando terminou de formular esse pensamento ela viu surgindo em seu lado alguém em uma moto preta. Assustou-se prontamente, retirou os fones do ouvido e parou sem saber o que fazer, o motoqueiro também parou.

– Olá. - Uma voz abafada falou de dentro do capacete.

– Olá. - Ela tentou não parecer tão assustada forçando-se a responder. Ouviu-se uma risada divertida e a pessoa retirou o capacete.

– Desculpe se te assustei, não foi a minha intenção. Embora a sua carinha de assustada seja bem bonita. - Riley ria da situação.

– Realmente você me assustou. - Ela sorriu aliviada ao ver que era o garoto da escola. - Gostei da moto. Olhou para a máquina com admiração e Riley ficou satisfeito por dar boa impressão.

– Presente do meu último aniversário. Você... Quer dar um volta? - Ela hesitou. - Ah... Qual é? Vai ser legal e prometo que ficará segura.

– Seria legal... - Bella olhou para os lados, estava tentada a aceitar, mas ao mesmo tempo sentindo que talvez seus tios a estivessem vigiando.

– Seria sim, então...? Vem... - Riley estendeu a mão livre do capacete em sua direção. A sua mão tocou a dele, mas rápido do que queria que o movimento fosse. Ele a ajudou a acomodar-se e lhe entregou o seu capacete. Bella o colocou e segurou na cintura de Riley, ele sorriu ao toque. - Segure-se mais firme. Ficou sem jeito nesse momento e apertou-o com um pouco mais de força. Ele deu um solavanco na moto, fazendo com que ao se assustar Bella o abraçasse. Agora os seus braços envolviam todo o seu tronco e as suas mãos pequenas o seguravam na altura do peito. - Assim, agora está perfeito. - Bella podia sentir o calor em seu rosto e podia jurar que estaria vermelha naquele momento. - Lá vamos nós.

Bella não podia descrever a sensação que experimentava naquele momento. Seu coração estava elevado, a velocidade, o vento cortando o seu corpo, tudo aquilo a deixava com um gostinho de liberdade nos lábios. Ela adorou aquela sensação, estava maravilhada na garupa de Riley. Ele deu algumas voltas naquela estrada e parou novamente em frente à praça.

– Gostaria de ir a um lugar diferente? - Só queria dizer que sim, se fosse para andar um pouco mais na moto com ele. Ela tinha que pensar, talvez seus tios não gostassem, mas ela sabia que não podia recusar aquela oferta, era jovem e tinha que viver sua vida.

– Sim. - Riley sorriu feliz.

– Certo gatinha, se segura. - Agarrou-se ainda mais no corpo dele e sorriu ao sentir a moto em movimento novamente.

Ele guiou a moto pela rodovia principal em direção ao início da cidade. Bella estava gostando do passeio e de ver a paisagem, ela tinha que admitir que o lugar era bonito.

– Se segura gatinha. - Riley falou e ela achou que ele tinha gostado mesmo do adjetivo gatinha, talvez ela também estivesse gostando de ouvir.

Ele virou à esquerda entrando em uma estrada rústica e estreita. Dos dois lados haviam muitas plantas altas e muitas flores. Depois de um tempo a moto começou uma subida. Eles continuaram assim continuamente por talvez 15 minutos então em um terreno plano e sem muitas arvores ao redor ele parou a moto.

Riley a ajudou a descer antes de fazer o mesmo. Bella retirou o capacete e entregou a ele que o colocou no guidom da moto. Ele passou as mãos pelo jeans olhando ao redor, Bella também admirou o local.

– Vê? Lá em baixo. Ela olhou em direção onde ele apontava. - Ali está Forks. E ali... - Apontou para mais adiante a esquerda. -... a First Beach.

– First Beach? - Ela esforçava-se para ver o início da praia.

– Sim, La Push, vamos pra lá sempre, pegamos algumas ondas, acendemos fogueiras e cantamos na beira da praia. É muito legal.

– Parece que sim e é muito bonito. Bella imaginou a praia e adolescentes ao redor de uma fogueira queimando, enquanto cantavam e riam.

– Um dia... Levo você até lá. - Ele disse. - Se você quiser, é claro. - Os olhos dele fitaram-na esperançosos e ela sorriu ficando vermelha.

– É claro que vou querer. - Ele sorriu. Sentou-se na grama e estendeu as mãos para ela que as aceitou e então a ajudou a sentar-se ao seu lado.

– Venho aqui às vezes pensar. - Declarou.

– É agradável. Mas... - Lhe veio algo em sua mente, ele a encarou curioso.

– Mas...?

– Bem... Sua namorada não ficará chateada ao saber que está aqui comigo? - Riley ensaiou um esgar e depois riu divertido. - O que há? - Bella quis saber.

– Sei que já deve saber sobre Caroline. Só que não temos nada sério e pra falar a verdade, já não temos nada há muito tempo.

– Ela gosta de você.

– Isso é um problema. Tento ser o mais sincero possível com ela, o suficiente para que entenda que comigo não rola o mesmo. - Bella olhou bem nos olhos de Riley e acreditou que ele poderia ser mesmo tão sincero.

– Entendo...

– E você? Deixou alguém de coração partido de onde veio? - Ele falava sorrindo, mas notava-se o seu interesse.

– Não... Ninguém de coração partido. Só sinto falta das minhas amigas. - Lamentou.

– Sei... É difícil deixar para trás quem amamos o lugar que amamos. E deve ser ainda mais para você chegar a uma escola no meio do semestre letivo.

– Nem me fale. - Resmungou. Riley achou a expressão de desgosto dela muito bonita como todas as outras, seu coração estava feliz por estar ali com ela e Bella sentia o mesmo. Achava que teria um bom amigo.

Conversaram sobre as amigas que ela deixou para trás e sobre os amigos dele. Ele falou como é desgastante ser o capitão do time de basquete e as suas responsabilidades em levantar o time e ainda ser um bom aluno. Era filho único e isso pesava ainda mais, pois seus pais depositavam toda a sua expectativa nele. Bella não pôde dizer que também era filha única, mas se sentiu com mais afinidades com ele.

Estavam deitados com as costas para baixo, tinha tirado seus casacos e estavam sobre eles olhando o seu. As nuvens eram pesadas, mas em alguns pontos elas se dispersavam e em alguns momentos os raios de sol as transpassavam e eles ficavam ali as sentindo em seu corpo.

– Então... Seu irmão é muito melhor do que o Sr. Tyler o nosso antigo professor de história. - Ela sentiu um estalo ao escutar a frase e levantou-se com os olhos esbugalhados. - O que houve? - Riley levantou-se também.

– Preciso ir, Stefan... Vai ter um troço... - Falou enquanto levantava e vestia o casaco. Não sabia nem o motivo de seu tio ainda não ter ligado pra ela.

– Eu te levo em casa. - Riley entregou novamente seu capacete a ela e eles montaram prontamente.

Logo chegaram ao ponto em que eles se encontraram na cidade.

– Acho melhor me deixar aqui.

– Posso te levar para casa. - Riley falou.

– Hoje não... - Bella imaginou a cena que Stefan poderia interpretar e não se sentiu disposta a encarar aquilo logo hoje que passou horas tão agradáveis com Riley. Sentiu a moto parar.

– Seu irmão é ciumento? - Ele perguntou interessado.

– Um pouco. - Ela contemporizou.

– Se isso te causará problemas, tudo bem, mas da próxima vez te deixo em sua casa. - Ele riu e ela pensou: Próxima vez?. Bella sorriu sincera.

– Tudo bem. - Ele a ajudou a descer da moto e a tirar o capacete que colocou em seguida em sua cabeça. Montou na moto e virou para Bella sorrindo.

– Adorei estar com você. Te vejo depois, Bella. - Riley foi embora e Bella suspirou começando a sua caminhada.

Mal pôs os pés dentro de casa e Helena aparece em sua frente. Ah não! Seu alarme que indicava o drama dos tios estava soando.

– Me distrai. Estava com um amigo da escola. Conversamos apenas. Não aprontei, eu juro. - Antes mesmo que sua tia perguntasse ela foi logo se explicando. Queria resumir as coisas e ir para seu quarto ligar o computador e falar sobre o que tinha acontecido com Jéssica e Ângela.

– Você disse que iria caminhar e logo estaria em casa. Já passou do meio-dia. Você nem se deu ao trabalho de avisar onde estava, mas eu tive que fazer seu tio não ligar pra você feito o desesperado. Sabe como Stefan é. Tive que ficar falando para que não se preocupasse, mas até eu mesma estava nervosa já. - Era isso que ela não queria.

– Eu estou bem. Tia sabe como adolescentes são com essas questões de horários. Nós não nos ligamos para isso. - Bella sempre usava a desculpa: adolescentes, mas às vezes não colava.

Helena olhou para a sobrinha com ar perspicaz, sabia que ela estava tentando enrolá-la. Sentiu que Stefan se aproximava. Bella olhou para cima e viu seu tio descer as escadas com um livro aberto em mãos e com fisionomia fechada. Lá vinha mais coisa, pensou. Ele parou no último degrau, olhando para ela. Bella sabia que ele a estava analisando.

– Dá próxima vez, avisa que vai demorar e onde e com quem está. A cidade é pequena, mas não podemos deixar de nos precaver. - Bella estava em choque, apenas disse que sim com gesto de cabeça. Esperava que Stefan discutisse mais a questão. Que defendesse o seu ponto de vista com relação a sua segurança e ao seu desleixo. Mas ele apenas disse para que ela avisasse caso mudasse seus planos. Ela sorriu, sentindo que enfim estava um pouco mais livre.

Dois meses se passaram, faltavam poucos dias para as provas. Uma pequena tensão, típica dessas épocas surgiam entre os alunos. Alguns temiam os professores mais exigentes, Bella e seus amigos estavam tranquilos sobre isso, estudavam sempre juntos. Bella tinha encontrado seu lugar entre, Emily, Leah e Mike. Sempre andavam juntos com mais um integrante que ia e vinha entre os outros grupos, Riley. Ele não ficara mais com Caroline. Quando queria estar com alguém ele ficava com Bella que aprendeu a gostar dele. Mas como ela dizia, não era um namoro, era mais uma amizade com privilégios.

As garotas líderes de torcida a odiavam por isso, principalmente Caroline. Ela tentava se fazer indiferente, mas não conseguia. Quando Bella estava em seu campo de visão, ela só faltava matá-la com o olhar e tudo piorava quando Riley estava com Bella. Ela tinha que dar o troco para aquela garota, mostrar que ela não é tão perfeita como todos diziam, pensava sempre.

Certo dia pela manhã, logo quando os alunos chegaram à escola, havia um tumulto entre os professores. No meio da manhã todos os alunos da mesma série de Bella foram chamados para o auditório, lá os professores estavam os esperando, assim como o jovem diretor Alaric Saltzman.

Ninguém sabia do que se tratavam, os professores estavam tensos e irritados. Um zum-zum-zum tomou conta do espaço. Os alunos estavam curiosos. Bella estava sentada perto de seus amigos. Alaric pediu o silêncio de todos e foi logo atendido. Todos o respeitavam mesmo aparentando pouca idade. Ele fazia por merecer, agia energeticamente com os alunos quando necessário e era justo com todos. Depois de algumas breves palavras, ele começou.

– Faltam dois dias para as provas e sei que muitos ficam nervosos e temerosos. Mas eu sempre digo para permanecerem tranquilos e estudarem e principalmente que podem tirar suas dúvidas sem receios com qualquer professor. - Houve uma pausa e devagar seu olhar percorreu todo o espaço.

– No entanto, vejo que o que digo não está sendo levado em consideração para alguns de vocês. Certo incomodo surgiu entre os professores que estavam atrás do diretor, no lugar mais alto do auditório.

Estou... Extremamente decepcionado com vocês. Ontem à noite alguém invadiu a escola e tirou cópias das provas. O senhor Wallace não conseguiu identificar os invasores, nem detê-los. Um ruído irrompeu no auditório entre os alunos. Alaric pediu silêncio com um movimento das mãos para baixo.

Os culpados têm até amanhã para se entregarem, caso contrário terei que dar uma lição para todos vocês. Seus olhos confirmavam o seu aviso. Novas provas serão elaboradas, mas o inicio delas será no dia marcado. Ele observou cada rosto que pôde novamente. - Estão dispensados.

Bella e seus amigos entreolharam-se surpresos e temerosos com o castigo que o diretor poderia dar a eles. No entanto, parecia que ninguém sabia do roubo até aquele momento. Quem fez isso deve ter mantido extremo sigilo.

Depois das aulas todos estavam reunidos e comentando o ocorrido. Já estavam quase conformados com o castigo que deveriam tomar e alguns já faziam suposições do que seria, uma vez que parecia que o culpado não iria se revelar.

– Droga! Era só o que me faltava. Chegar a uma escola e ser punida por uma coisa que não fiz. Bella resmungou ao mesmo tempo em que Riley chegava por trás dela e lhe dava um beijo no rosto.

Oi! Ela o cumprimentou depois que o viu.

– Olá, gatinha. Ele sorriu. Estou sabendo do ocorrido. Copiaram as provas de vocês?

– Pois é, parece que sim. Ela falou chateada.

– Nossa isso é novidade. É a primeira vez que isso acontece. Riley disse surpreso. Fala a verdade Mike, eu sei que foi você. Poupe suas amigas do castigo e admita o seu erro. Riley brincou e Mike ergueu as mãos em paz.

– Ohhh... Espera um pouco, não estou indo tão mal assim. Ainda mais estudando com essas meninas mais que inteligentes. Mike falou rindo.

– Olá, garotos. Stefan aproximou-se do grupo e todos responderam.

– Já deve estar sabendo do que ocorreu. Bella começou a sondar.

– Sim e lamento. Alaric está impassível em sua decisão, se seus amigos não assumirem a culpa, vocês serão castigados.

– Stefan, qual será a punição que o diretor nos infligirá? Bella perguntou.

– Realmente não sei e acho que não deveria estar conversando com vocês sobre isso. Stefan olhou para cada rosto atento do pequeno grupo e teve certeza de que os amigos de Bella e nem ela mesma eram culpados. Eles eram muito sinceros e honestos.

Bella despediu-se dos amigos e seguiu para casa com Stefan. No dia seguinte todos estavam na expectativa do culpado se revelar. Alguns faziam apostas sobre o resultado do caso, uns apostavam que os culpados se revelariam até o fim do dia e outros que não.

Os alunos começavam a sair para um intervalo e nenhuma notícia fora dada sobre o caso das cópias. Bella acabara de chegar ao seu armário, iria guardar os livros que não iria usar mais, quando Stefan para de repente ao seu lado. Sua expressão é preocupada, mas mais ainda de indignação. Sua sobrinha o encara sem entender.

– O que houve tio?

– Bella... Stefan começa, mas é interrompido por Alaric.

– Senhorita Salvatore, precisamos conversar.


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