POV Beck

Acordei com o meu celular tocando. Mensagem da Jade. Ri de orelha à orelha.

De: Jade

Para: Beck

hey, você não precisa passar pra me levar no colégio hoje. te vejo mais tarde.

Estranho. A jade odeia dirigir de manhã. E adora as minhas caronas. Ela deve ter algum trabalho pra fazer e vai chegar mais cedo hoje, afinal são só 7, ela nunca acorda antes de 7:30. Já que estou acordado, me levanto e coloco a cafeteira pra funcionar enquanto tomo um banho e escovo os dentes. Termino meus trabalhos matinais e já são 08:30, melhor eu ir pra escola. Quando eu chego lá, me deparo com uma cena que não me agrada muito: Jade e um cara bad boy, rindo alto e conversando como se fossem velhos amigos perto do armário dela. Me aproximo:

–Hey babe, bom dia. - dou um selinho nela.

–Hey. - ela me dá um daqueles sorrisos de deixar qualquer um sem fôlego, e que só eu era capaz de ver até agora a pouco.

–Oi Beck, é melhor eu deixar vocês dois sozinhos... - o novato diz. Ele sabe meu nome? É melhor ir saindo mesmo.

–Não Brad, o Beck tá ocupado indo pegar os livros dele, vem, eu vou te mostrar a escola. - Jade estende a mãe para o tal Brad, que aceita, e os dois saem pelo corredor. COMO ASSIM ELE PODE TOCAR NELA? A única pessoa que a Jade deixa tocar nela sou eu, pelo menos era. O que tá havendo entre ela e esse Brad? Seja o que for, eu não tô gostando nada disso. Será que foi por causa dele que ela não quis que eu trouxesse ela pra escola hoje?

Eu me sinto tão inseguro desde que ela cantou aquela música pra mim na frente de todo mundo e eu percebi a garota maravilhosa que eu perdi... Não quero deixar a Jade escapar assim tão fácil, e não vou. Mas eu não tenho com o que me preocupar, certo? Ela só tá sendo educada com o novo aluno e mostrando a escola pra ele... O novo aluno que tem o mesmo estilo que ela, e que do ponto de vista das garotas que estão conversando perto da escada, é "quente". A campainha me traz de volta pra realidade, e o meu primeiro horário é atuação com o Sikowitz, ótimo, a Jade vai estar lá e eu vou poder perguntar a ela quem é o novo aluno e de onde eles se conhecem. Entro na sala, mas a Jade ainda não tá lá. Me sento na nossa fileira habitual, atrás da Cat, e guardo um lugar para a Jade atrás do André. Tori tá sentada do lado dele, e o Robbie tá dormindo com o Rex no colo do outro lado da sala. Toco no ombro da Cat pra chamar sua atenção, ela se vira pra mim:

–Heeeey Beck! Bom diiia!

–Bom dia Cat. Sabe onde tá a Jade?

–A última vez que eu vi ela, ela tava com o novato gato indo na direção da sala do Lane. Ei, rimou! Novato, gato, heheheee.

Nesse momento o Sikowitz fez sua entrada pela janela, e ao mesmo tempo, Jade e Brad entram pela porta. Jade pede desculpas - isso aí, Jade West pediu desculpas, quem é esse cara e o que fez com a minha Jade? - e vai se sentar com o Brad do outro lado da sala, nas últimas cadeiras.

Sikowitz começa a falar sobre fingir sentir dor, e eu não consigo fazer nada a não ser passar a aula inteira olhando na direção da Jade e seu novo amigo. Isso já tá começando a me irritar, desde quando ela prefere sentar com um novato que ela mal conhece a sentar do meu lado? Mas é quando ele coloca o braço ao redor dos ombros dela, do jeito que eu faria se ela estivesse do meu lado, que eu perco o resto de paciência que eu tinha. Me levanto, cruzo a sala, e quando eu percebo, minha mão tá fechada no rosto daquele bad boy de quinta categoria, que não reage, apenas segura a sua bochecha e olha pra mim com os olhos arregalados. Eu pego a Jade pelo pulso e saio da sala puxando ela, só paro quando chegamos no armário do zelador.

POV Jade

Sikowitz estava falando sobre "a chave pra fingir sentir dor", e eu estava gostando. Me inclinei na minha cadeira e o Brad colocou sem braço ao redo do meu ombro. Eu senti muito a falta do meu primo, ele é uma das únicas pessoas que me entendem e é bom saber que agora ele também quer ser artista. De repente o Beck se levanta da sua cadeira e vem em nossa direção, o que aconteceu? Sem mais nem menos, ele dá um soco no Brad e me puxa pra fora da sala pelo pulso.