Dad And Dad? escrita por MAHximum


Capítulo 6
Capítulo 6: AQUELA mulher.


Notas iniciais do capítulo

Agora as coisas começam a ficar tensas MUAHAHA *---*
Eu escrevi esse capitulo tão rapido que nem mesmo eu acredito *O* IHAHIASDHI acho que foi porque eu estava animada por ter recebido tantos reviews da ultima vez que postei :B

Enfiim, é bem possivel que o proximo capitulo saia tão rapido quanto esse, porque eu quero MUITO escreve-lo! Vai aparecer a familia do Reinald *--* YEEY! Isso inclui os pais dele, isso é, os sogros de Lucius :D
Mas isso é só no proximo e eu só disse porque to animada demais hoje UASHAUUSHUA :x

Bom proveito! :D
Bjs, MAH.



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A casa de Ryan era um pouco longe, portanto a mãe de Lauren arranjou um tempinho e nos levou de carro até lá. Se não fosse por ela puxando assunto comigo continuamente, nós estaríamos em completo silencio, eu sabia disso. Lauren ainda estava triste com todo o lance de Ryan ter arranjado uma namorada e eu estava completamente deprimida comigo mesma por ser uma idiota aproveitadora de amigos. Eu só queria resolver tudo com Ryan o mais rápido possível e quem sabe atender o desejo de Reinald e sair daquela situação, sabe... Contar pra todo mundo aquilo e parar de mentir de uma vez por todas!

Mas isso me parecia tão absurdo… Eu tinha passado anos, até a quinta série, com todos apontando e dizendo: “Coitada!” ou “É a menina estranha com dois pais!” e claro que tinha os insultos também. Isso tudo me incomodava demais e eu não queria ser apontada e nem ouvir esses cochichos de novo. Alem do mais, depois de quatro anos mantendo isso em segredo, eu seria tachada de mentirosa por todos... Não que eu não seja, mas faço isso por necessidade!

AAAAH, COMO MINHA VIDA FICOU CONFUSA TÃO DE REPENTE?

- Acho que chegamos. – Anunciou a mãe de Lauren parando em frente de uma casa. Sem duvida a casa de Ryan. Eu já tinha ido lá uma vez, mas se alguém me perguntasse como ela era, eu não saberia dizer, afinal eu já tinha esquecido faz tempo. Mas agora, de frente pra ela, era como se eu nunca tivesse parado de pensar nela... Acho que tudo isso só passava pela minha mente devido ao meu estado emocional no momento, mas ainda assim era estranho.

- É aqui mesmo. – Eu disse saindo do carro. - Obrigada! – Lauren que estava no banco da frente deu um beijo no rosto de sua mãe e saiu sem dizer nada. Eu fiquei me perguntando até quando ela ia ficar muda.

- Quando quiserem ir embora é só me ligar... – Ela disse antes de fechar a janela e partir. Olhei pra Lauren esperando que ela dissesse alguma coisa, mas ela se manteve calada. Pelo jeito esse papo seria somente entre eu e Ryan, isso é, se ele não batesse a porta na nossa cara.

- O que exatamente pretende fazer? – Lauren perguntou deixando de ser muda.

- Vou confiar de verdade no Ryan pela primeira vez... – Eu respondi. Ela demorou um pouco pra entender e ficou me olhando com um ponto de interrogação na testa, mas não demorou muito pra ficha cair.

Eu toquei a campainha e torci pra que ele viesse atender e não seus pais, e graças a Deus, foi ele quem veio.

- O que vocês querem? – Foi como Ryan nos cumprimentou ao abrir a porta. Ele estava com raiva e parecia ser MUITA raiva, tudo bem, eu não tinha direito de julgá-lo. Pra que meu plano desse certo eu teria que primeiro amolecer o coração dele.

- Vim conversar com você. – Eu respondi séria, eu queria parecer confiante diante dele. Ryan raramente briga com alguém, mas quando isso acontece, ele se torna duro e inflexível, como se o que a pessoa tivesse feito fosse imperdoável. E apesar de eu saber que o que eu tinha feito era tecnicamente imperdoável, eu queria tentar a sorte.

- A palavra desculpa não funciona comigo. – Eu sabia muito bem disso e por isso eu teria que contar aquilo.

- Que tal algumas outras palavras? – Eu perguntei o olhando nos olhos, ele não responder e eu continuei: - Sei que sou uma idiota e uma péssima amiga por ter mentido pra você por tanto tempo.... Mas eu tenho um segredo que NINGUEM deveria saber.

- Mas a Lauren sabe! – Acho que era isso o que mais o chateava, o fato de Lauren saber. Ciúmes talvez...

- Não deveria. – Eu respondi rapidamente – É só que tive chances de esconder isso dela. Ela já conhecia meu segredo antes mesmo de virar segredo. – Eu tentei explicar, mas isso irritou mais Ryan.

- Sua voz está me irritando... – Ele disse aleatoriamente como se aquilo fosse me calar e resolver nosso problema. Eu podia ver nos olhos dele que ele estava colecionando sentimentos ruins e frustrações a meu respeito durante um bom tempo e que quando eu fui tirar satisfações, tudo explodiu dentro dele. Era só uma questão de tempo. Eu tinha criado uma bomba relógio.

- Vai ter que ouvi-la por mais um tempo! Até eu terminar o que vim fazer aqui. – Ryan me encarou e eu olhei fundo nos olhos verdes dele que agora estavam repletos de raiva. – Juro que será mais interessante do que imagina... – É claro que seria. Ele ia saber de tudo... TUDO!

- Seja rápida. – Ele olhou por cima de mim e sua expressão mudou, ficou meio triste e sei lá, culpada talvez? Ele estava olhando pra Lauren, que por acaso eu já havia esquecido que estava me acompanhando. – Entrem. – Ele deu um passo pra trás e eu e Lauren entramos em território inimigo.

- Bom, não sei exatamente por onde começar. – Eu falava enquanto entrava naquela casa. Memórias de um dia feliz voltaram a minha mente e eu me senti ainda pior por tudo que eu tinha feito a Ryan. – Olha, Ryan... Eu realmente me sinto péssima e entendo que você esteja magoado com as minhas ações, mas me dê mais uma chance de reatar nossa amizade... – As palavras surgiam na minha mente sem esforço e pareciam ter algum efeito em Ryan, pois ele parou de franzir a testa e me encarar continuamente. – Juro que vou fazer isso direito! Vou ser sua amiga pra valer e NUNCA mais mentir pra você.

- Como posso acreditar nisso? – Ele se sentou numa poltrona e eu e Lauren sentamos no sofá de frente pra ele.

- Olhe no fundo dos meus olhos e veja se estou mentindo... – Ele LITERALMENTE olhou no fundo dos meus olhos, mas não disse nenhuma palavra. – Confie em mim, pois eu confio em você... – Ele abriu a boca como se fosse ironizar o que eu tinha acabado de dizer, mas fechou em seguida e eu continue: - Não quero apagar todos os momentos bons que tivemos só porque sou uma pessoa horrível. Só mais uma chance.

- Vai me contar o tal segredo? – Ryan se encostou na poltrona aparentemente mais tranqüilo.

- Er, vou... – Eu hesitei – infelizmente.

- Mesmo? – Lauren falou pela primeira vez desde que tínhamos nos encontrado com Ryan. Ela parecia surpresa, mas quando assenti com a cabeça, ela sorriu e disse: - UAU! QUE BOM! Finalmente...

Ryan sorriu de modo meio debochado, mas dava pra ver claramente que ele estava feliz com tudo aquilo.

- Por que esconde tanto isso? O que pode ser tão ruim? – Ele começou a rir provavelmente imaginando as possibilidades. – Não me diga  que você é um homem! – Ele brincou. E quase acertou... Mas certamente se eu fosse um homem travestido, eu me daria melhor com meus pais...

Ou não, acabo de lembrar de uma vez que eu perguntei na maior inocência a diferença entres gays e travestis a Lucius e ele respondeu: “Eu acho travestis uns idiotas...” É claro que isso não tirou a minha duvida e só me deixou curiosa, então perguntei: “Por quê?” e ele respondeu algo que só entendi bem depois: “Bom, se você é um homem e gosta de homem, não faz sentido nenhum se vestir de mulher. Por que querer ser algo que não te atrai? Não é mais fácil se aceitar?” , eu olhei pra ele sem entender e ele transformou aquela lógica bizarra dele em algo que eu entendesse na época: “É como você gostar de rosa e só vestir roupas azuis, não faz sentido!”. De certo modo, ele tem razão.

Voltando ao que importa...

- Bom, Ryan... – Eu comecei a pensar num modo de falar aquilo, quero dizer, esse assunto não é exatamente comum, não é? – O que você sabe sobre a minha mãe? – Eu perguntei por impulso. Tanto Ryan quanto Lauren ficaram surpresos e estranharam a pergunta, mas ele respondeu logo:

- Nada exatamente. – Ele pensou mais um pouco – Às vezes ela ta viva, às vezes ta morta... – Eu ri. Sem duvida eu me enrolo muito na hora de inventar uma mentira e acabo deixando as pessoas confusas.

- Então esqueça tudo que eu já disse sobre ela! – Eu disse sem me preocupar muito com o rumo da conversa – A única coisa que eu sei sobre ela é que ela morreu. Não sei por que, nem quando e nem quem ela era!

- Aonde quer chegar? – Ryan perguntou mais confuso do que nunca.

- Sou adotada. – Fui direto ao ponto. Não o ponto principal, mas um ponto.

Ryan quase saltou da cadeira. Ele arregalou os olhos e parecia querer dizer algo que não tinha coragem. Então resolvi continuar:

- E isso é só uma parte do meu segredo. – Olhei pra Lauren pra tomar coragem de enfim falar pra alguém sobre meus pais, ela estava sorrindo orgulhosa e acho que já tinha esquecido o lance de Ryan estar namorando.

- TEM MAIS? – Ryan arregalou mais ainda os olhos, pareciam que aquelas bolas verdes iam saltar pra fora. Ele sem duvida não estava mais bravo comigo e isso me fez sorrir.

- O casal que me adotou não é exatamente normal... – Eu queria falar devagar, mas achei que esse seria o modo mais difícil, então resolvi botar tudo pra fora de uma vez. – Quem estou querendo enganar? Eles não são nem um pouco normais! – Eu comecei a rir de nervosismo – Meus pais são gays! – Eu e Lauren nos impressionamos por aquilo ter saído tão facilmente da minha boa. Ryan olhou pra mim, depois pra Lauren, pra mim de novo, pro chão, pra Lauren e finalmente teve uma reação:

- TA BRINCANDO?!

- Eu queria estar... – Respondi parando de rir aos poucos.

- Mas… COMO ASSIM? – Ele permaneceu incrédulo e toda sua raiva tinha sumido, então percebi que contar valeu à pena.

- O casal que me adotou é um casal homossexual... – Estranhei falar a palavra homossexual, geralmente uso gay mesmo, afinal Lucius diz que homossexual é frescura de gay enrustido. Mas eu discordo,  acho que gays e homossexuais são duas espécies diferentes...

AI DEUS, TO TRATANDO MEUS PAIS COMO ANIMAIS!

- Aquele loiro que apareceu outro dia no ensaio é...? – Ryan não terminou a frase, mas a continuação era obvia.

- Gay? É, ele não parece, mas é assumido... – Eu já estava mais relaxada, a pior parte já tinha passado, agora eram só as perguntinhas básicas.

- MEU DEUS, ALLINTON! Eu não fazia idéia... – E quem faria? Que tipo de anormal olharia pra mim e pensaria que ela tem dois pais?

- Esse é o meu segredo... Ou era. Juro não esconder mais nada de você, ok? – Eu levantei a mão e a fechei deixando somente meu mindinho levantado – Amigos novamente? – Ele assentiu com a cabeça e cruzou seu mindinho com o meu.

- Pra sempre. – Eu tinha conseguido! Eu havia recuperado uma grande e preciosa amizade. E dessa vez sem mentiras!

- Você também, Lauren! – Ryan soltou o meu mindinho e o estendeu a Lauren que se iluminou de alegria e rapidamente cruzou o mindinho com o dele. – Desculpa por ter ficado bravo com você sem motivos...

- Eu contribui com a mentira por um bom tempo, desculpe... – Lauren sorriu corando e eu percebi pela primeira vez que, de certa forma, eles combinam! Mas infelizmente Emma existe...

- Ryan, eu até te levaria lá em casa hoje e provaria que tudo o que eu disse é verdade, mas acho que meus pais não estão em casa... – Ou se estão, provavelmente estão se pegando nesse exato momento, mas Ryan não precisava saber disso. Quero dizer, esse é o real motivo pra mim não levar ele lá, não seria NADA legal e TOTALMENTE horrível chegar em casa com Ryan e dar de cara com uma cena dessas. Depois da quinta vez que acontece, a gente aprende e passa a avisar seus pais com antecedência antes de levar alguém... Não que Lauren tenha se importado muito com esses “acidentes”. Maldita yaoísta!

- Tudo bem, eu acredito nisso. É uma historia absurda demais pra você ter inventado no caminho. – De fato eu não sou uma pessoa muito criativa...

- Na segunda feira eu vou almoçar na sua casa, né Ali-Ali? – Lauren perguntou e sem esperar uma resposta continuou: - Ryan pode ir junto.

Claro...

... QUE NÃO! WTF? POR QUE RAIOS LAUREN ESTÁ DECIDINDO QUEM VAI OU NÃO ALMOÇAR NA MINHA CASA?
Com certeza esse ira ser um almoço mega constrangedor. Pra começo de conversa, Lucius cozinha com um avental ROSA, tem noção do que é isso? NÃO! Sem dizer que Reinald vai fuzilar Ryan com toda a fúria de seu der, afinal, ele é um garoto...
Se tiver uma boa hora pra morrer, é agora! MATE-ME!

- Eu posso mesmo? – Os olhos de Ryan brilharam e eu não tive chances de negar.

- Acho que sim... – Me forcei a dar um sorriso e Ryan retribuiu com um verdadeiro. QUE MERDA! Assim não tem como dizer não!

- Meninas, eu sinto em ter que expulsar vocês, mas minha mãe vai comer meu couro se souber que deixei vocês entrarem sem a permissão dela. – Ryan se levantou, foi até a porta e a abriu. – Segunda vamos esclarecer tudo, inclusive a historia da Emma.

Lauren abaixou o olhar pro chão e fechou a cara sem querer (eu acho), mas pra sorte dela, Ryan não percebeu.

- Até segunda, então! – Eu o abracei.

- Nos vemos no colégio. – Lauren também o abraçou, só que manteve o olhar voltado pro chão. Eu sabia que estava sendo duro pra ela.

- Allinton, - Ryan disse quando eu já estava do lado de fora – obrigado por me contar a verdade.

- Obrigada por me perdoar. – Eu agradeci sinceramente do fundo de meu coração. – Tchau.

Ryan acenou e fechou a porta. Eu encarei Lauren e vi que seus olhos estavam cheios de lagrimas, mas nenhuma delas rolava por seu rosto. Eu a abracei e afaguei seus cabelos.

- Vamos pra sua casa? – Perguntei enquanto limpava as lagrimas delas com a manga do meu casaco.

- Não, quero ficar sozinha, desculpe... – Ela disse baixo e eu a afastei de mim segurando seus ombros para poder ver seu rosto. A expressão era de tristeza e eu queria poder fazer alguma coisa pra ajudar, mas se ela queria ficar sozinha, o melhor que eu tinha a fazer era respeitar e obedecer.

- Certo, ligue pra sua mãe pra que ela venha buscá-la. Eu espero até ela chegar e depois vou a pé... – Sorri tentando consolá-la de alguma forma.

- Mesmo? Não quer carona? – Eu podia ver claramente que as palavras que saiam da boca dela não batiam com seus pensamentos.

- Não, valeu. Vou caminhando, assim tenho mais tempo pra pensar. – Eu tinha muitas idéias pra botar em ordem e em casa, com meus pais me enchendo, não ia rolar. – Espero que melhore.

- Até segunda já terei superado. – Lauren abriu um pequeno sorriso, tirou o celular do bolso e ligou pra sua mãe. Nós permanecemos em silêncio até sua mãe chegar, o que levou mais ou menos quinze minutos. Só nos falamos na hora de dar tchau.

Eu fui caminhando pelas ruas que me pareciam conhecidas sem ter certeza se estava indo pro lado certo. Mas não me preocupei com isso...

 Então Ryan sabia da verdade. Tinha mais chances do segredo escapar, mas ao mesmo tempo, era mais uma proteção. Será que ele iria me tratar diferente? Ou contar pra alguém, como sei lá, er, Emma? E como Lauren ia agir perto dele agora que ele tem namorada? Ela não iria sair da banda, né?

As coisas estavam saindo do meu controle e eu não sabia se isso era bom ou ruim.

Bem, o que eu vi a seguir me parece, num primeiro momento, definitivamente ruim.

 

- Quem é você? – Perguntei a mulher que estava parada na porta de casa. Ela era alta e esbelta, seus cabelos eram negros e quando ela se virou pra me olhar pude ver seus olhos verdes. Ela piscou algumas vezes me analisando e depois perguntou numa voz doce:

- Allinton? – A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi: “Como ela me conhece?” E a segunda, que veio logo em seguida, foi: “ELA É A MULHER DA MENSAGEM!” Apesar da voz estar diferente pessoalmente, dava pra reconhecer, era ela.

- Você me conhece? – Perguntei a analisando de cima a baixo. Ela não me parecia alguém que faria ameaças de morte, nem alguém pra se temer... Na verdade ela parecia bem legal e gentil.

- Sim, te via muitos anos atrás! – Ela sorriu animada – Você era tão pequenininha... – Então, ela conhecia meus pais, me conhecia e deixava mensagens estranhas na nossa caixa postal. UAU,  ela era bem interessante pra mim. – A propósito, - Ela continuou – sou uma antiga amiga dos seus pais e estou aqui para vê-los.

- Já tentou apertar a campainha? – Perguntei num total ataque de bobeira e ela riu.

- Já, mas não funcionou, como pode ver...  – Aposto que ela estava parada ali há algum tempo, fiquei com pena dela. Digamos que mulheres, que não seja ou se pareçam com lésbicas, não são bem-vindas por Lucius. Mas talvez no caso dela tenha um motivo maior que esse...

- Talvez meus pais não estejam em casa... – Eu tirei a chave do bolso do casaco e enfiei na fechadura, eu ia deixá-la entrar, Lucius querendo ou não.

- Ele está sim... – Olhei pra ela me perguntando qual dos dois seria “ele” e como se ela pudesse ler minha mente, ela respondeu: - Lucius! – Ela sorriu ao dizer o nome dele e eu pude notar que, seja lá o que Lucius sinta por ela, não é recíproco.

Eu abri a porta e ao pisar em casa, ouvi o barulho da TV ligada, provando que a mulher estava certa.

- Cheguei! – Eu gritei ao entrar e logo Lucius apareceu.

- Ola, filha! – Ele respondeu animado, mas sua expressão se tornou de decepção e surpresa ao ver aquela mulher ao meu lado.

- Se estava em casa, porque não atendeu a porta? Por que deixou a...a... – Tentei lembrar o nome dela e percebi que ela não havia me respondido quando eu perguntei. – AI, eu não sei seu nome! Desculpe. - Ela sorriu e balançou a cabeça negativamente. Seu sorriso era como o do Lauren e de Lucius, sincero e contagiante. E claro, me irritava.

- Meu nome é – Antes que ela pudesse terminar de respondeu, Lucius a interrompeu.

- ROSE! – Nós o olhamos, ele ainda parecia surpreso. Rose assentiu com a cabeça e disse:

- Rose Rood Trent, prazer. – OMG, ela era tão educada e elegante! Eu fiquei admirada... Mas Lucius só fez uma careta e disse:

- O que ta fazendo aqui? – Ele foi até mim e me abraçou, mas sem tirar os olhos de Rose.

- Já que você decidiu ignorar minhas ligações, vim pessoalmente.  – Os dois trocaram olhares cheios de mensagens que eu não era capaz de identificar. Sobrou pra mim amenizar o clima tenso que estava.

- Rose, você não quer tomar um café? – Perguntei mesmo sabendo que Lucius ficaria com vontade de me matar.

- Se seu pai não se importar...

- Eu me importo! – Ele respondeu impondo sua vontade como sempre. Eu estava prestes a mandar Rose ignorá-lo, mas ela riu e disse:

- Só estava sendo educada... Allinton, onde é a cozinha? – Lucius ficou calado depois disso e eu me impressionei, ela sabia bem como tratá-lo.

- Por aqui... – Eu a guiei até a cozinha e comecei a preparar o café, ela se se sentou à mesa e Lucius ficou encostado na parede de cara amarrada.

- Você não mudou nada... – Rose disse analisando Lucius da mesma forma que tinha feito comigo, ela parecia feliz em vê-lo novamente.

- Não posso dizer o mesmo. – Lucius foi grosso. – A idade não te poupou!

- Você realmente não sabe agradar uma mulher... – Rose riu.

- Por esses e outros motivos, EU SOU GAY! – Ele disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo. E pra quem o conhece, é mesmo...

- Da onde você conhece meus pais? – perguntei enquanto servia o café nas xícaras. Rose me parecia a pessoa mais interessante do mundo no momento e eu queria saber mais sobre ela.

- Eu os conheci na faculdade, apesar de não ter feito direito. – Ela pegou a xícara e tomou um gole – Está bom. Obrigada. – AAAH, ELA É TÃO LEGAL. GENTIL E EDUCADA! WTF SE PASSA NA CABEÇA DE LUCIUS PRA NÃO GOSTAR DELA?

Hum, talvez o motivo sejam essas qualidades mesmo... Lucius é bem ciumento!

- De nada. – Eu sorri tentando parecer tão legal quanto ela – Pai vai querer também? – Lucius se desencostou da parede e se sentou de frente pra Rose.

- Por favor. – Ele parecia cansado apesar de não ter feito nada o dia todo. Eu me sentei ao lado dele, estava tão deslumbrada com Rose que só prestei atenção no que ela disse um pouco depois...

“Eu os conheci na faculdade, apesar de não ter feito direito.” Essa frase ecoou na minha cabeça algumas vezes...

FACULDADE? ELES FIZERAM FACULDADE JUNTOS?

Primeiro o colegial e agora ISSO? OMFG, ISSO QUE SE CHAMA DESTINO!

- Filha... – Lucius disse depois de virar a xícara de café de uma só vez. Não sei como, mas ele suporta virar qualquer coisa. – Eu quero conversar a sós com Rose, por favor. – ESSE NÃO É O MEU PAI! Quero dizer, o normal de Lucius é dizer: “Sai da cozinha agora!” Por favor? NEM PENSAR! Ele não estava normal...

- Ta. – Eu me retirei, mas não completamente. Eu TINHA que ouvir aquela conversa!

Grudei meu ouvido na parede e fiquei em completo silencio. Então eles começaram a falar.

- Tem uma ótima filha... Ela está tão educada, meiga e simpática. Nem parece que foi você quem a criou. – Rose disse rindo e eu fiquei lisonjeada.

- Nhénhénhé... Cala a boca! – Pelo barulho da xícara batendo na mesa eu sabia que Lucius tinha virado outra xícara de café e isso não era normal. – Sei que Allinton é tudo isso, não preciso que você me diga. Além do mais, ela também é muito curiosa e provavelmente está ouvindo essa conversa escondida... – OH SHIT! Lucius definitivamente conhece bem a filha que tem! – Allinton, GET A LIFE! – Ele gritou e eu sabia que devia seguir aquele conselho, mas queria saber porque Rose estava aqui.

- Tem certeza de que ela está ouvindo? – Rose perguntou.

- Arrããã – Ele respondeu num tom gay demais até pra ele - Conheço muito bem a minha filha. Que tipo de pai acha que sou? – Ele riu apesar de eu não achar graça naquilo, provavelmente era uma piada interna.

- Não me provoque, anão de jardim! – De fato Lucius é BEM baixinho, ele bate abaixo do ombro de Reinald se não me engano... Mas o pior é que eu sou menor que ele! Ainda tenho esperanças de crescer! – Não estou com paciência pra você hoje. – Ela avisou.

- Você é que veio aqui sem ser chamada! – Ele mais acusou do que afirmou.

- Vim ver Reinald, preciso falar com ele. – Ela disse no tom serio da mensagem que eu tinha ouvido.

- Então veio em ótima hora, ele não está! – Ótima hora pra quem?, me perguntei.

- Ele não faz idéia que eu estou caçando vocês há quase um mês, né? – UM MÊS? Eu não sabia que fazia tanto tempo assim! DEUS, deve ser algo realmente importante!

- Não mesmo. – Como esperado, Lucius não tinha falado sobre ela a Reinald, EU SABIA! – Mas foi só uma questão de sorte de ele não ter comentado nada a respeito. Eu não sei mentir direito, principalmente pra alguém que me conhece tão bem.

- Sua sorte acabou então. Se ele não souber através de você, vai saber através de mim mesmo.

- Não ouse se aproximar de Reinald longe do meu campo de visão! – Como eu disse, ciumento...

- Eu não vou atacar ele! – Ela riu – O ninfomaníaco aqui é você! – Eu também fiquei com vontade de rir. Por mais nojento que seja admitir, algumas ações de Lucius em relação à Reinald realmente parecem as de um ninfomaníaco. Quero dizer, perto de Reinald, parece que ele fica excitado 25 horas por dia. TA, DEPOIS EU ME MATO POR PENSAR ISSO!

- Cale-se, sua vadia! – Lucius ordenou meigo como sempre – Não confio em você!

- Não precisa confiar em mim... Só quero que conte a Reinald que estou à procura dele.

- Se eu não esquecer... – Ele provocou.

- Se você esquecer, eu posso pedir a Allinton! – Ela revidou.

- Não envolva minha filha nisso! – A voz dele ficou grossa de modo que eu nunca tinha visto antes, ele perdeu todo aquele tom afeminado. É verdade quando dizem que quando se mexe com as crias, a mãe ( no meu caso pai) vira uma fera. Mas isso não durou muito tempo, na frase seguinte ele já estava todo gay de novo: - Se você quer contratar um advogado pra cuidar do assassinato que você cometeu, a conversa é com Reinald mesmo...

- NÃO FAÇA ESSE TIPO DE BRINCADEIRA SE SABE QUE SUA FILHA ESTÁ OUVINDO! – Então, eles sabem mesmo que eu estou ouvindo? E NEM FIZERAM QUESTÃO DE FECHAR A PORTA? OMG, são dois idiotas! – A propósito, é por isso que está sendo tão meigo comigo, é? – Ela perguntou. Ok, preciso rever meu conceito de meigo depois disso...

- Claro que sim! – Lucius respondeu normalmente como quando fala comigo ou com Reinald. Antes ele parecia ter tanto medo de Rose, mas agia de forma tão normal com que ela que não fazia sentido...

Alias, que tipo de colega de faculdade volta do nada com um assunto importantíssimo pra tratar com uma pessoa que aparentemente a odeia?

Eu, mais do que nunca, quis saber quem era Rose Rood Trent...

 

 


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Notas finais do capítulo

Oh man, como prometido no capitulo anterior, eu vou combinar os personagens da fic com os de animes! :3
Foi realmente dificil achar alguns personagens, mas eu tentei...

Vou começar pelo meu favorito: Lucius *-*
Ja me disseram que ele lembra o Ayame de Fruits Basket, e o pai gay da Haruhi de Ouran e eu tambem acho! UASHUSHU Lucius é uma mistura de muita gente!
Mas pra escolher alquem pra ele, eu ignorei o lado gay dele e pensei em alguem que diz o que quer, na hora que quer, naõ se importa com o que os outros pensam e impõe sua opinião de qualquer jeito! Resultado: Kyouka de Kyouran Kazuki Nikki! :B

Allinton: Talvez por ser a principal tenha sido dificil ou talvez porque eu me prendi na idéia de querer alguem meio histérica pra combinar com ela. Enfim, eu pensei em duas personagens, uma por ter uns pensamentos MUITO randoms e a outra por reclamar demais da vida... Elas são Kanako de Maria Holic, que viaja demais o tempo todo e a Akira de Lucky Star, a personagem mais reclamona que ue ja vi na minha vida! :x

Reinald: CARA, EU TO MUITO TRISTE POR TER QUE COMBINAR ELE COM UMA PERSONAGEM COLEGIAL DE ANIME FOFINHO! ç_ç'
Ele devia ser tipo o galã, sei la, mas no final eu só consegui pensar na Mio de K-on! Eu passei tanto tempo querendo um personagem que fosse aleatorio a quase tudo, tipo, o mundo ta explodindo e ele nem percebe... Mas normalmente personagens assim são sérios demais e Reinald não é assim. Por isso que quando eu passei a procurar um personagem maduro e ao mesmo tempo fofo, do tipo timido e tudo mais, a Mio veio na minha cabeça e eu vi que eles realmente se parecem! Reinald foi o que mais me deu dor de cabeça -_-'

Ryan - Keichii (Higurashi no Naku Koro Ni): Irritantemente legal, que se preocupa com os amigos e não se dá conta quando alguem gosta dele.
Sarah - Haruhi Suzumiya (Suzumiya Haruhi no Yuutsu): Tão incompreendida que nem mesmo ela se entende. Muda de idéia tão rapido que é impossivel saber o que ela quer.
Lauren - Natsuki (Kanon 2006): Fofinha, alegre, lerda, tipica personagem meiga de animes.
Jake - Yukito (Air TV): Ele tambem me deu dor de cabeça, mas enfim eu achei que o Yukito combinasse mais pelo fato de eles serem meio sérios e se preocuparem bastante com os outros.

BTW, eu escrevi demais novamente :x DESCULPA!
Bjs, MAH.