Dad And Dad? escrita por MAHximum


Capítulo 20
Capítulo 20: FlashBack Parte 4 - Allinton.


Notas iniciais do capítulo

DEMOROU MUUUUUUUUUUUITO, EU SEI QQ
SADUSHDAUISAHUDSHAUIDHSIAUH MAAAAAAS CHEGOU! *----*

Sabem o que é primeiro colegial? (ok, sei que sabem q)
É UMA COISA QUE NÃO TE DEIXA RESPIRAR SEM TER ALGUEM TE COBRANDO LIÇÃO DE CASA! Ç_Ç
Eu to meio que SUPER pressionada, principalmente pq meu antigo colegio era pessimo e meu novo colegio é MUITO puxado :/

Por isso to sem tempo pra NADA! Mas juro que não abandonei DAD
To escrevendo a mão durante as aulas... Ja fiz um bonus e uns capitulos QQ

Bom, espero que aproveitem ja que não terão um novo tão cedo :/
bjs, MAH.



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Quem se importa com os outros quando se tem objetivos?

 

- Eu. Não. Acredito! Reinald Hanckson está MESMO se casando?! E com um HOMEM?! – Aquela voz feminina tão familiar que vinha por de trás do loiro de smoking branco, o deixou paralisado. Ele não tinha coragem de responder e nem ao menos de se virar para conferir se era mesmo quem ele imaginava ser. Mas não restavam duvidas. – O que foi? Não vai me cumprimentar? – Ela perguntou simplesmente para provocá-lo. Estava claro que ele mal conseguia respirar, quanto mais cumprimentá-la.

Finalmente tinha chegado o grande dia! Quero dizer, depois de mais ou menos 5 meses planejando o casamento, Reinald e Lucius finalmente tinham se tornado marido e... (off: Larry :B UDHASUIDH) Marido. Para variar Lucius chegou atrasado no próprio casamento, afinal ele sempre foi extremamente perfeccionista e num dia tão importante como aquele, ele estava pior do que qualquer noiva. Reinald, por sua vez, quase teve um infarto ao imaginar que estava sendo abandonado no altar por Lucius. Um pouco de neura, talvez, mas ele ficou traumatizado por causa do que sua ex-noiva havia feito. Mas por fim ele ficou tão feliz de ter se casado que até esqueceu de dar um sermão no seu mais novo marido.

A cerimônia tinha sido simplesmente perfeita e a festa também seria, se não tivesse entrado uma certa penetra lá.

- Deve estar se perguntando como entrei não é mesmo? Tenho que te dizer que não foi nenhum desafio. Sua família me conhece, seus amigos da faculdade também, foi só dizer que eu estava acompanhando eles. – Silêncio da parte de Reinald. – Eu até entendo que esteja assustado com a minha presença, - Ela parou ao lado dele e ele finalmente pôde ver que aquilo era real. Elizabeth tinha mesmo voltado! – mas acho que essa foi a mesma reação que eu tive quando soube que ia se casar. Ainda mais com Lucius Greswilly!

- Hanckson. Lucius Hanckson. – Reinald corrigiu quase inconscientemente.

- Para “protegê-lo” você fala, é? – Ela comentou meio ressentida. – Como conseguiu me esquecer tão rápido? Há menos de um ano eu e você é que estávamos noivos. Você é realmente imprevisível!

- O que você ta fazendo aqui? – Ele tentou botar firmeza na voz, mas estava a um passo de gaguejar.

- Vim te dar os parabéns, oras. – Ela tentou esboçar um sorriso gentil, mas não se conteve e começou a gargalhar. – Ai ai, quem estou querendo enganar? Claro que eu não vim por isso! – Elizabeth se recompôs e ficou séria novamente. – Tenho um assunto para tratar com você.

- Eu discordo. Não tenho mais NADA a ver com você. – Reinald falou enquanto se acalmava aos poucos.

- Você que pensa, querido. – Ela disse irônica.

- O que ELA ta fazendo aqui? – Lucius berrou em seu smoking também branco ao se aproximar de Reinald em meio a toda aquela gente e ver Elizabeth. – Se você a convidou, peço divorcio nesse exato segundo!

- Oi Lucius, prazer revê-lo! – Ela sorriu e foi abraçá-lo, mas ele se esquivou.

- Não encoste em mim, não encoste em Reinald e vá embora!

- Ah, como queria que as coisas fossem simples assim. – Ela riu. Dessa vez Lucius percebeu que era por nervosismo, ela tinha essa mania. – Infelizmente a situação é bem mais complicada. Eu preciso MESMO falar com Reinald e considerando que agora vocês são casados e blábláblá, o problema passa a ser seu também.

- Ta, pode falar. – Reinald disse sem interesse.

- Aqui não dá. Tem um lugar mais reservado nesse salão?

- Ter até tem. Só não vejo motivos para ir lá com VOCÊ. – Lucius disse claramente irritado. Para ele aquilo era com certeza um plano para acabar com sua felicidade. Elizabeth sabia qual era seu maior segredo, um segredo que acabaria com Reinald, e apesar de ter prometido não contá-lo, ele não confiava muito nisso.

- Deixa de ser teimoso, seu idiota! – Bronqueou Elizabeth. – É sério! Eu não vim aqui porque sou feliz e queria ver o quão rápido Reinald me trocou. Eu não teria que estar aqui se alguém parasse de ignorar minhas ligações e respondesse meus e-mails! – Seu olhar se voltou para Reinald, que abaixou a cabeça, envergonhado. Sentiu-se mal por ter escondido de Lucius o fato de Elizabeth ter enchido sua caixa de e-mail e a secretaria eletrônica, mas tinha achado melhor não preocupá-lo tão perto do casamento.

- Vamos para o segundo andar. Está fechado para os convidados, ninguém vai nos incomodar. – Reinald disse tomando controle da situação.

- Reinald?! – Lucius gritou inconformado em como ele estava se deixando levar por Elizabeth tão facilmente.

- O que foi? É melhor resolvermos de uma vez, querido. – Ele passou o braço em volta da cintura de Lucius. – Vamos, por favor. Já chamamos atenção o suficiente. – Ele comentou e Lucius finalmente reparou que metade da festa encarava-os se perguntando o que estava acontecendo. Com isso, ele cedeu e seguiu Reinald até o segundo andar.

Eles entraram em uma sala qualquer, afinal todas estavam vazias, apenas com poucos moveis empoleirados.

- Acho melhor sentarem. – Elizabeth aconselhou. – Tenho duas noticias para dar a vocês. Para mim, uma é boa e a outra é ruim, mas para vocês as duas devem ser boas.

Sem entender muito bem o que estava por vir, os dois fizeram como Elizabth aconselhou e sentaram-se em um sofá meio empoleirado que havia na sala. A única pergunta que girava na cabeça de ambos era: O que Elizabteh poderia querer dizer a duas pessoas com quem não falava há MUITO tempo?

- Qual vocês querem primeiro? – Ele perguntou enquanto sorria maldosamente, se divertindo por ter um segredo.

- Qual você quiser contar primeiro. – Reinald respondeu tentando ser pratico e tornar as coisas mais rápidas. Era seu casamento, queria sair dali e aproveitar!

- A que é ruim para você! – Lucius disse em seguida. Diferente de Reinald, que na maioria das vezes tentava parecer indiferente, ele fazia questão de deixar claro que a odiava. E isso só fazia Elizabeth se divertir...

- Lucius! – O loiro bronqueou. – Ela já sabe que a odiamos, não precisa ser tão direto e  repetitivo! – Ele abriu um pequeno sorriso, afinal, até mesmo ele tinha seus momentos de infantilidade.

- Eu já esperava esses tratamento da parte de vocês. Mas apesar disso, continuo amando-os. – Ela disse serenamente com a intenção de reabrir feridas.

Funcionou, claro! Se tinha uma coisa que machucava Reinald profundamente, era ouvir aquelas palavras vindas daquela boca. Tantas vezes que Elizabeth havia dito isso para no fim abandoná-lo sem nenhum motivo e fazê-lo sofrer!

Quanto a Lucius, ele também tinha seus motivos para detestar ouvir Elizabeth dizendo que o amava. O fazia se sentir enojado, receoso e com medo. Sim, medo.

- Fala logo e some da minha frente! – Reinald ordenou com um olhar quase assassino.

- Tanto faz. – Ela deu de ombros e sorriu satisfeita consigo mesma. – Vamos á noticia ruim... Eu estou com câncer.

Essas palavras tiveram um efeito explosivo na cabeça de ambos. Destruíram toda a linha de raciocínio deles, deixando-os paralisados de boca aberta.

- Ah, mas que reação mais sem graça! Juro que esperava que vocês pulassem de alegria e já encomendasse o caixão!

- OH. MEU. DEUS! – Lucius foi o primeiro a conseguir pronunciar alguma coisa. – Estou chocada! DEFINITIVAMENTE!

- Eu também! DEFINITIVAMENTE! – Reinald repetiu quase como um reflexo.

- Meu Deeeus, como vocês ficaram bichas! É hilário! – Ela começou a rir novamente, mas dessa vez por achar graça da situação. Nunca pensara antes que um dia Reinald falaria daquela maneira. Os dois continuaram calados enquanto o surto de gargalhada dela passava aos poucos. – Ai ai, já que vocês não me respondem nada, vou continuar com o que interessa. Eu tive uma filha há alguns meses. E, Reinald, você é o pai.

O coração dele quase parou. Ou talvez tenha parado por alguns segundos... O fato é que não é todo dia que você descobre ter uma filha com uma pessoa que você odeia durante o seu casamento homossexual. Sua respiração falhou algumas vezes antes de se tornar ofegante e seu raciocínio ficou cada vez mais lento, ele apertou a mão de Lucius com tanta força que o fez gemer de dor.

- Respira, homem, respira! – Elizabeth  gritou. Isso fez com que o loiro saísse de seu transe.

- Eu sou pai?! COMO ASSIM?! – Ele começou a gritar por puro desespero. Aquilo ainda não tinha entrado direito em sua cabeça. – PAAAI?!

- Sim, pai, sabe o que é? – Ela perguntou irônica. – Bom, é uma linda menininha chamada Allison. ­– Sorriu ao se lembrar de sua querida filhinha.

- E-eu... Não acredito... – As palavras saiam como um sussurro. Reinald começou a empalidecer e suar frio. Aquilo era inesperado DEMAIS! Quero dizer, todo cara que vira pai do nada deve se sentir despreparado e nervoso, mas quando a mãe conta durante a gravidez, ele tem tempo para se preparar psicologicamente. Reinald nem teve esse tempo! A garota já estava nascida... A responsabilidade caiu sobre ele de uma vez e, sem duvida, era uma responsabilidade ENORME!

- Olha, eu se que é errado, mas minha intenção inicial era criar essa filha sozinha e nem te contar nada. – Elizabeth prosseguiu. – Mas o câncer me pegou de surpresa e terei que ser internada. Vim te pedir, humildemente, para cuidar da nossa filha, já que eu não terei condições.

- Por favor! ­ Alguém me abana!? – Lucius se manifestou pela primeira vez desde que a conversa se iniciara. – Você quer que DE REPENTE comecemos a cuidar de um bêbe? TA LOUCA? ANDOU SE DROGANDO OU COISA PARECIDA?!

- O que tem demais nisso?

- O QUE TEM DEMAIS?! – Reinald entrou em pânico. – VOCÊ TEM PROBLEMA MENTAL?! Em primeiro lugar, eu e Lucius estamos nos casando HOJE, NESSE EXATO MOMENTO! Segundo lugar,  somos GAYS! Em terceiro, você escondeu essa filha de mim por quase UM ANO! E quem disse que temos condições de criar essa criança? – Seus olhos começaram a ficar embaçados, percebeu que estava prestes a chorar.

- Você está surtando. – Concluiu Elizabeth.

- Claro que estou! Eu to até chorando, não ta vendo?! – Disse enquanto limpava as lagrimas com as costas da mão. – QUE MERDA! Eu sei que não tenho capacidade pra isso, ok?! Eu quero, mas não consigo!

- Amor, vai molhar seu rosto para se acalmar. ­– Sugeriu Lucius passando a mão nas costas de Reinald, numa tentativa de acalmá-lo. Só tinha visto o loiro daquele jeito uma vez na vida, quando Elizabeth o abandonou. Reinald nem contestou, apenas se levantou cambaleando e seguiu até o banheiro se apoiando na parede.

Ele lavou seu rosto três vezes e ainda insistia nisso. Esperava que a água gelada acordasse de algum tipo de pesadelo. Reinald ficou apoiado na pia por alguns minutos, sem coragem de levantar o rosto e ver o reflexo de um cara que estava renegando a própria filha. Ele odiava Elizabeth, mas Allison não tinha culpa das coisas que a mãe já tinha feito... O que ele podia fazer agora era aceitar e cuidar da filha, apesar de não acreditar que era capaz. Mas isso se aprende, não é mesmo? Ele tinha dois irmãos mais novos, já tinha um certo treinamento... Lucius é quem nunca tinha cuidado de nenhum outro ser vivo, mas ele tina tanta força de vontade que superava qualquer pratica. É, era o certo a fazer...

Voltou mais calmo para a sala, mas em compensação Lucius estava MUITO pior. Estava pálido e até tremia, enquanto um olhar de desespero persistia em seu rosto, sua respiração estava acelerada... Definitivamente, pior!

Reinald correu até ele e o abraçou, mas antes que pudesse perguntar o que tinha acontecido, Lucius disse numa voz tremula:

- Vamos adotar a Allison. TEMOS que adotá-la! – Lucius apertou o braço de Reinald, fincando seus olhos nos dele, repetia a palavra “adotar” em sussurros. Reinald não sabia o que tinha acontecido para deixar seu marido tão perturbado, mas não conseguia vê-lo assim. Alem do mais, ele também queria cuidar daquela garota e por isso concordou sem rodeios.

- Por quanto tempo vai ficar internada? – Perguntou Reinald passando a mão na cabeça de Lucius carinhosamente.

- Provavelmente por uns três anos ou mais. Câncer requer um longo tratamento, vocês sabem. Sem dizer que corro o risco de morrer.

- Eu não vou criar sua filha por três anos para no fim você voltar e levá-la da gente! Não quero me apegar e depois você arrancar de mim! – Disse Lucius revoltado. – Se quer que a gente crie ela, vai ser para valer! Vamos adotá-la e ela será NOSSA filha! Minha e do Reinald! – Reinald não aprovava exatamente essa idéia, afinal, eles eram recém casados e não estavam prontos para ter uma filha. Mas se Lucius sentia que conseguiam, talvez conseguissem mesmo.

- Eu não tenho nada a perder com isso já que provavelmente não vou voltar. E não quero deixar minha filha na mão de estranhos.

- Onde ela está? – Indagou Reinald.

- No momento, com uma babá. Eu não ia trazê-la pra cá, né?

 - E quando vamos poder conhecê-la?

- Semana que vem, que tal? – Ela sorriu. – Vou deixar vocês aproveitarem a primeira semana conjugal de vocês. Eu mesma levo Alisson na casa de vocês, faço questão. Tenho certeza que Reinald não se mudou, não é?

Os dois assentiram ainda atordoados por toda aquela enxurrada de informações. Era chocante, assustador, desesperador, mas ao mesmo tempo trazia uma sensação muito boa...Mas o que se podia fazer? Agora eles eram pais!

 

 

- Eu não gosto desse nome. – Lucius pensou em voz alta.

- Que nome? – Reinald perguntou sem entender do que ele estava falando. Principalmente porque não tinha contexto... Eles estavam tomando café da manhã na primeira quarta feira após o casamento. Eles tinham evitado falar sobre o que tinha acontecido na festa, mas obviamente isso não saia da cabeça deles.

- Allison Rood Trent. – Resmungou Lucius. – Destesto esse nome.

- Concordo que Rood Trent é péssimo, mas isso a gente muda no cartório e fica como Hanckson. Mas qual o problema com Allison?

- É comum demais. – Lucius revirou os olhos e enfiou um pedaço de pão na boca. – Devo conhecer umas mil Allisons!

- Ai, como você é exagerado... – Reinald sorriu. – E aprenda a terminar de mastigar antes de falar. – Lucius assentiu contra a própria vontade e se apressou em engolia logo a comida para continuar a falar.

- Podemos mudar o nome dela! Que tal? Que tal? – Ele perguntou (Ok¸ insistiu.) com um sorriso radiante, batendo as mãos na mesa. Parecia mais uma criança hiperativa, mas Reinals não se importava. Até gostava...

- Em que nome está pensando?

- Ainda não pensei em nada...

- Mentiroso! Eu tenho certeza de que você já decidiu o que quer! – Conhecia bem o moreno e sabia que ele não planejava nada pela metade. Se ele sugeria uma coisa, era porque já tinha todo o resto pronto na sua cabeça.

- Allinton. Allinton Hanckson. – Seus olhos brilharam e Reinald franziu a testa. Esperava que fosse alguma brincadeira incompreensível, mas como Lucius não disse mais nada, resolveu se manifestar:

- Isso não é nem um nome de verdade! Você só pegou o nome Allison e alterou!

- É, eu sei. Não ficou muito melhor?

- Não! Que nome bizarro! A menina vai crescer traumatizada!

- Você se chama Reinald e cresceu muito bem. – Golpe baixo.

- Qual o problema com meu nome?! – Reinald perguntou chateado.

- Ah, encaremos os fatos, seu nome é horrível e o meu também...

- E por isso você quer dar um nome horrível pra garota? – O loiro revirou os olhos.

- Allinton não é horrível! – Lucius fechou a cara. – Só é diferente e extravagante!

- Eu também acho... E por esse mesmo motivo não podemos dar esse nome a coitada! Você não--

- Allinton.

- quer--

- Allinton.

- pensar melhor?

- ALLINTON! – Lucius gritou.

- Ta bom, ta bom. Nossa filha vai se chamar Allinton... – Lucius abriu um sorriso enorme e segurou as mãos de Reinald por cima da mesa. O loiro  beijou as costas de uma das mãos do outro. – Nossa filha, Lucius. Nossa filha...

 

 

A campainha tocou as 10 horas da manhã e Reinald levantou-se da cama MORRENDO de raiva e com um insuportável humor. Ele e Lucius tinham adquirido o péssimo  habito de ficarem acordados durante a madrugada fazendo, hum, coisas e só saírem da cama depois do meio dia. Ele vestiu a primeira calça que viu na frente e nem teve paciência de vestir uma camisa.

Quando abriu a porta ficou mais irritado ainda, afinal, era Elizabeth.

- O que você quer? Tem noção de que horas são? – Ele resmungou apoiado na porta.

- Eu trouxe alguém que eu sei que você quer conhecer. – Ela sorriu fazendo Reinald perceber o bebê em seus braços.

- Ai meu Deus, é ela? – Era obvio, mas ele ainda estava em choque com toda a historia. Elizabeth pensou em ser sarcástica, mas desistiu.

- É sim. Eu já vou deixá-la com vocês, trouxe as coisas dela e uma lista de regras e dicas.

- Mas já?! Não acha que é muito cedo?! – O coração dele disparou novamente. – Quero dizer, quantos meses ela tem mesmo? E quando você vai ser internada? E... Acabamos de nos casar! Digo, eu e Lucius.

- Está ficando branco de novo.- Ela riu. – Tudo bem, eu já passei por isso quando descobri que estava grávida, mas passa com o tempo, ok?

- Ah, você de novo... – Lucius falou parecendo bastante aborrecido enquanto se aproximava dos dois. Mas ver sua futura filha o fez mudar da água pro vinho. Ok, nem tanto... – Entra de uma vez. Não quero o Reinald sem camisa na porta de casa, essa visão é privilegio meu.

- Você nunca muda. – Elizabeth sorriu. – Não importa o que aconteça, você continua igualzinho.

- Não sou bipolar ou falso como você. – Ele respondeu grosseiramente. – Anda! – Ele deu passagem para ela, Elizabeth entrou. Reinald fechou a porta, mas continuou no mesmo lugar, paralisado.

- Então, alguém quer segura-la? – Ela disse sorrindo.

- Vamos direto ao ponto. – Lucius disse sério. Até sua voz havia mudado, estava grossa e sem o tom afeminado. – Quando será hospitalizada e quais são suas recomendações?

- Você e Reinald reagiram completamente diferentes. Acho que apesar de tudo você é o mais maduro.

- Você ouve o que eu digo?! Já mandei ir direto ao ponto! – Lucius puxou Reinald pela mão e o conduziu até o sofá, sentando-se ao lado dele. – E o Ri-chan é maduro, só é sensível demais...

- Daqui a dois dias começa a quimioterapia. Mas vou deixar a Allison aqui hoje simplesmente porque eu quero. Eu já falei da lista de recomendações para o Reinald e, quanto as coisas dela, ta tudo no carro. Inclusive o berço que vocês têm que montar, afinal são homens, né?

- É, é, tanto faz... – Disse Lucius fazendo pouco caso do que Elizabeth tinha dito. – Posso segurar?

- Sim, vai ter que aprender mesmo. – Cuidadosamente ela passou o bebê adormecido para ele, que estava sentado no sofá, portanto não tinha como deixá-la cair.

Era uma coisa nova para Lucius. Era filho único e nunca teve primos mais novos, então nunca tinha segurado um bebê no colo, muito menos cuidado de um.

Reinald já tinha mais pratica por causa dos irmãos mais novos. Mas eram irmãos e não filhos! Isso o desesperava demais! O que ele mais queria era sumir da face da terra.

- Rei-chan, - Elizabeth chamou. – já que não está fazendo absolutamente nada, poderia me ajudar a trazer as coisas?

Ele demorou um pouco para raciocinar, mas por fim assentiu com a cabeça e se dirigiu a porta.

- Ri-chan, - Lucius o chamou antes que abrisse a porta. – vista uma camisa, por favor. – Reinald revirou os olhos e o ignorou, acompanhando Elizabeth.

Os dois não precisaram fazer muitas viagens do carro até a casa, no fim da tarde, quase tudo estava pronto. O quarto, que antes era um inútil deposito de tralhas, era agora o novo quarto da Allinton.

A bebê já tinha acordado e brincado com Lucius. Era um bebê fácil de lidar, quase não chorava e não estranhava gente nova. Não demorou nada para que os dois se apaixonassem pela garota.

Sem muitos problemas, tudo foi resolvido e Allinton passou a ser oficialmente de Reinald e Lucius. É claro que ainda corria o risco de que depois do tratamento, Elizabeth sobrevivesse e quisesse sua filha de volta. E se isso acontecesse tanto Reinald quanto Lucius obedeceriam de cabeça abaixada. Na verdade era isso que eles estavam esperando e se preparando... Mas não foi o que aconteceu.

 

Passaram-se quatro anos. Allinton cresceu normalmente e nunca chegou a se questionar a respeito de ter de dois homens como pais. Ela foi criada assim, era normal.

De fato eles já tinham passado pelos maiores obstáculos e se acostumado a nova vida, nova rotina, nova função e a nova pessoa em suas vidas. Agora eles já eram uma família de verdade, inclusive de acordo com a lei.

Mas eles tinham quase certeza de que isso acabaria se Elizabeth se curasse do câncer... E de acordo com as ligações mensais que Reinald fazia ao hospital onde ela estava internada, parecia que isso era bem provável.Ela estava cada vez melhor. Apesar de ter demorado quatro anos, parecia que ela ia escapar dessa.

- Cadê a Allinton? – Reinald perguntou ao entrar correndo na sala. Ele esteve fora o dia todo e Lucius ainda não tinha o visto.

- Na escola. Por quê? – O menor respondeu meio preocupado.

- Ah.. – Foi a única coisa que saiu da boca do loiro. Ele se sentou no sofá um pouco mais calmo e arrancou o terno que vestia.

- O que aconteceu? – Insistiu Lucius sentando-se ao seu lado.

Reinald não respondeu, só segurou a mão de Lucius e o puxou para si, abraçando-o. Não que Lucius não estivesse gostando daquele abraço aconchegante, mas estava muito preocupado com a sanidade mental de seu marido.

- Ri-chan, você ta bem?

- Tenho uma noticia não muito boa. – Reinald se levantou abruptamente e começou a andar de um lado para o outro inquieto.

- Nossa, não te vejo assim desde que decidiu que ia contar para os seus pais que era gay.

- Isso é pior! BEM PIOR!  - Reinald parou e, ainda sem olhar para Lucius, abriu a boca como se fosse dizer alguma coisa, mas em seguida fechou. Estava sem coragem de encarar a realidade.

- Fala logo, homem! – Exclamou Lucius sem paciência.

- Você sabe que eu ligo todo mês para o hospital para saber da situação de Elizabeth... E, bom...

- Ela morreu?! – Lucius interrompeu incrédulo e ao mesmo tempo animado.

- Não, recebeu alta... – Reinald desabou no sofá e começou a chorar. – Já faz duas semanas! Sabe o que isso significa? ELA VAI TIRAR A ALLINTON DA GENTE! Eu não vou agüentar perder minha filha!

- E você acha que eu quero que a Allinton vá embora? Claro que não! Ela também é minha filha, mas... Mas...

- Mas o que? – Reinald abraçou fortemente o outro. Era sempre movido pelos sentimentos e raramente conseguia ser racional sob pressão, bem diferente de seu marido.

- É a mãe dela, certo? Eu odeio admitir e também odeio Elizabeth, mas isso não muda a realidade. Se ela vier nos procurar, vamos ter que atender...

- Mas já se passaram duas semanas e ela não veio! Duas semanas é muito tempo, já deu para ela se acostumar com a nova vida e vir ver a Allinton... – Reinald tentava convencer mais a si mesmo do que a Lucius que entregar sua filha a Elizabeth era uma má idéia.

- Vamos esperar mais um mês. Se ela não vier, não teremos que entregar nossa filha nem dar satisfação.

- E se ela vier? E se ela realmente quiser a Allinton de volta?

- Nós sabíamos dessa hipótese desde o começo. Allinton nunca foi completamente nossa... – Reinald tapou o rosto se segurando para não chorar mais e Lucius viu que a realidade era a o que Reinald menos precisava no momento. – Mas ela será se Elizabeth fizer o que eu acho que vai fazer...

- Começar uma nova vida sem a filha?

- Mias ou menos isso. Mas você a conhece melhor do que eu... – Enrolou Lucius. Aquilo podia muito bem não ser verdade, mas é claro que Reinald não precisava saber que seu marido conhecia bem sua ex-noiva. – Está mais calmo, amor?  - Perguntou Lucius enquanto acariciava os cabelos de Reinald, que após balanças positivamente a cabeça, deitou-se no colo do menor.

- Eu estava feliz. Parecia que tudo tinha se ajeitado e que não ia acabar.

- Ainda não acabou. – Lucius sorriu. – Continue feliz, como eu! Eu sei que no final, tudo fica bem...

- Como pode ter tanta certeza?

- Porque eu estarei com você para sempre. E vice-versa...

- Eu te amo muito, Lucius. – Reinald sorriu.

- Eu também te amo. – Ele deu um selinho demorado em Reinald. – Muito.

 

Era a terceira vez que o telefone tocava e o identificador de chamadas mostrava o mesmo numero. Lucius não ia atender, não estava nem um pouco a fim de falar com... Ela.

O telefone parou e logo em seguida tornou a tocar. Aquilo já estava enchendo! Talvez ele pudesse atender só para mandá-la para aquele lugar!

- Papai, o telefone ta tocando. – Disse a pequena garota de seis anos.

- Ah, obrigado, filha. Mas não vou atender.

- Mas ta tocando... – Ela insistiu com a boa intenção de ajudar.

- Ta bom, querida. – Lucius suspirou e pegou o telefone.- Eu atendo.

Allinton não disse mais nada e foi embora. Se seus pais faziam tal coisa, era porque tava certo.

- O que você quer? – Lucius disse curto e grosso.

- É assim que atende ao telefone ou estou tendo tratamento especial?

- O que você quer? Achei que estava debaixo da terra se decompondo.

- Bem que você queria isso, né? – Elizabeth riu. – E aí? Como anda a vida?

- Você tem problema de audição? Eu perguntei o que você quer!

- Quero, hum, minha filha. Que tal?

- AAAH, você lembra que tem uma filha? – Ele respondeu irônico. – Demorou dois anos para você se recuperar da quimioterapia?

- Nossa, é verdade! Já faz dois anos que não falo com você... Sentiu minha falta?

- Não acredito que você tem coragem de me perguntar isso! – O queixo de Luciua caiu e quase que o telefone também. Ele sabia que Elizabeth gostava de tratar todos como idiotas e brincar com os sentimentos alheios como se as pessoas tivessem nascido apenas para servir de distração para ela. Mas ela já tinha passado do limite com Lucius, já se tornara tortura... – Você é doente!

- Isso faz alguma diferença? Porque você não está muito longe disso, meu querido.

- Tem certeza de que você se lembra que tem uma filha? – Lucius desviou de assunto. Ele se arrependia de varias coisas que havia feito no passado e não precisava de Elizabeth esfregando isso na sua cara. – Porque é dela que devia estar falando.

- Claro, claro. Como está a Allison?

- É Allinton agora. – Lucius corrigiu.

- Vocês até mudaram o nome dela. Nossa, vocês não querem mesmo lembrar que um dia eu existi, não é?

- Isso não tem nada a ver com você! – Mentiu. – O mundo não gira ao seu redor!

- Quando vou poder vê-la? – Elizabeth ignorou Lucius como se não quisesse ouvir a verdade.

- NUNCA!

- Como assim nunca? Você se esqueceu que ela é minha filha?

- Você se esqueceu que já obteve alta há dois anos e nem se preocupou em saber como ela estava?

- Quer mesmo se apegar a coisas do passado? – Ela perguntou com tom ameaçador. – Se quiser, eu posso começar...

- Não tem nada a ver com o meu passado ou com o seu passado! Tem a ver com o presente da Allinton!

- Quase a mesma coisa... – Elizabeth mostrou desprezo a preocupação de Lucius. – Eu vou falar com a minha filha de qualquer jeito. Você querendo ou não!

- Você não pode fazer isso!

- Ah, eu posso sim! Você verá, meu querido, você verá. – Ela riu.

- Você está com sérios problemas, Elizabeth... – Lucius disse como quem não quer nada e logo em seguida se corrigiu: - Ah não, você TEM problemas!

- Posso até ter, mas eles não em impedem de ir atrás da minha filha. Já sei até onde achá-la... – Ela desligou. Sem mais nem menos, antes que ele pudesse responder.

Lucius sabia que o único lugar onde Elizabeth acharia Allinton, sem sua supervisão, era na escola. De algum modo ela sabia qual era, ela jamais blefaria daquele jeito.

Mas ele também sabia que aquilo tudo era uma armadilha. Aquele demônio em forma de mulher não queria ver somente sua filha, queria ver Lucius também. E seja lá qual fosse o motivo, não era bom!

Claro que mesmo sabendo que ia dar merda, ele foi ao colégio no dia seguinte. Sem Reinald saber, obviamente.

 

- Quanto tempo ia demorar lá dentro? – Perguntou Elizabeth. Ela sabia que tinha perdido a ultima “luta”, mas a guerra ainda não ia acabar tão cedo. Talvez diante da diretora os resultados fossem a favor de Lucius, mas as coisas poderiam mudar se conversasse somente com ele. Por isso esperou do lado de fora do colégio até Lucius aparecer.

- Eu estava falando com a Lauren, uma amiguinha da Allinton... – Ele respondeu distraído antes de se tocar com quem estava falando. – Aliás, o que você AINDA faz aqui?

- Eu estava te esperando, não é obvio?

- NÃO! Vai embora! Não quero você perto de mim! – Ele gritou sem se importar em chamar atenção.

- Até parece que tem medo de mim. – Elizabeth sorriu maldosamente ao ver que Lucius estremeceu. Ele tinha. E também tinha motivos para isso.

- É só que sua presença me incomoda.

- Como você é grosso!

- Eu? Tem certeza? – Encarou-a com raiva, mas ela não reagia. Ela NUNCA reagia! Isso era a parte mais irritante de conviver com ela. Mas não era a pior... – Qual a chantagem dessa vez, ein?

- Não tem chantagem. – Ela sempre dizia isso.

- Mentirosa!

- Só vim ver minha filha. É tudo que eu quero dessa vez, acredite. – Qualquer um que não a conhecesse bem, apostaria uma fortuna que ela estava dizendo a verdade.  Só que aquilo não passava de uma mera atuação.

- Mesmo? Então vamos fazer uma aposta.

- Que tipo de aposta?

- Uma aposta onde você ganha o direito de ver a Allinton se vencer ou é obrigada a fazer “puf” e desaparecer de minha vida, se perder.

- Interessante. – Elizabeth abriu um sorriso enorme. – Mas acho que meu prêmio é muito pequeno.

- E o que você sugere?

- Se eu ganhar, quero a guarda da Allinton...

Lucius pensou bem antes de responder. Aquele plano não tinha como falhar. Ia dar tudo certo! TINHA que dar!

- Ta bom. Mas se eu ganhar, você vai evaporar. Nem Allinton nem Reinald vão saber da sua existência, ok?

- Feito. – Os dois apertaram as mãos num acordo.

Era bom inverter as posições de vez em quando. Quero dizer, desde que conheceu Elizabeth ele só tinha se dado mau.... Mas dessa vez ia ser diferente!

Elizabeth já era.

 


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Notas finais do capítulo

Essa é a Ellen Page, a menina que fez Juno Ela é minha Allinton ideal!

Enfiim, Lucius e Elizabeth tem uma baita historia juntos, mas claro que eu tive que cortar pela metade DSHAUIDSHAU
Senão não tem mais graça, po! Adoro ver as teorias dos leitores

Ah gente, sinto em dizer isso, mas DAD está chegando ao seu final ç_ç
Não exatamente os capitulos postados, mas os escritos a mão... Eu ja escrevi o capitulo 26 (e o 31), isso é, só faltam 4 capitulos para que eu acabe :/
Admito que vou sentir falta do Lucius Ç_Ç

Ah, hora da propaganda: http://fanfiction.nyah.com.br/historia/67653/All_We_Need_Is_Love_And_Beer

Minha one-shot q

bom, reviews?

bjs, MAH.



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