Sem Medo De Recomeçar escrita por Nyne


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas leitoras!
Ótima leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/340561/chapter/8

Renato

Após falar com as amigas, Barbara vai até onde Renato está. Ao ver que ela se aproximava vai a seu encontro.

– E aí, vocês vão?

– Tenho uma boa e uma má notícia pra você...

– Eu também tenho uma pra você, mas pode falar primeiro.

– Nenhuma das meninas vai poder ir.

– Sério?

– É. Já tinham compromisso.

– Entendi. – diz Renato parecendo meio desapontado.

– Essa foi a má notícia, quer dizer, boa ou má aí vai de você...

– Como assim?

– Bom, as meninas não vão poder ir, mas eu queria muito.

– Queria? Não quer mais?

– Não, ainda quero sim, mas vou ficar muito deslocada, você e seus amigos e eu lá no meio.

Renato sorri.

– Se o problema são meus amigos pode ficar tranquila. Lembra que te disse que também tinha algo pra falar?

– Sim. Tem a ver com eles?

– Tem sim. Estava falando com eles agora e decidiram que não vão mais, resolveram ficar por aqui mesmo.

– E você vai mesmo assim?

– Com certeza. Já tinha dito pro meu primo que ia, sem contar que só vim aqui hoje porque é aniversario de um deles, se não teria ficado em casa mesmo.

– Também não curte boliche?

– Até curto, mas não faço questão. – diz rindo.

Barbara sorri também, parecendo um pouco mais a vontade.

– Bom, eu vou e você disse que quer ir. Se não achar ruim ter a minha companhia, vamos só nós dois mesmo.

– Não vou atrapalhar você lá?

– Nem um pouco.

– Então eu vou. – diz com um sorriso empolgado – Que horas você vai?

– Estava pensando em sair daqui e ir direto, aí dá pra pegar um lugar legal perto do palco.

– É mesmo, lugar em dia de apresentação de banda é complicado.

– Vamos indo então?

– Por mim tudo bem, mas você vai ter que me ensinar o caminho.

– Te ensinar o caminho? Como assim?

– Estou de carro e não tenho GPS.

– Eu também estou de carro, você pode ir comigo.

– Mas e o meu?

– Vamos fazer assim, eu sigo você até a sua casa, você deixa seu carro lá e na volta eu trago você.

Barbara parece tensa com a proposta. Renato percebe.

– Não precisa ficar pé atrás comigo, não vou sequestrar você.

– E mesmo que fosse não ia ter ninguém pra te pagar o resgate. – diz rindo.

– E quem disse que eu ia querer te devolver?

Barbara fica sem graça com o comentário o que faz Renato rir.

– Melhor eu parar antes que você desista né?

– Tudo bem – diz com um sorriso tímido – Vou fazer o que você disse. Deixar meu carro em casa e ir com você.

Renato sorri.

– Vai até economizar combustível, olha que beleza!

Barbara ri e ambos saem. Raquel os olha ao longe sorrindo.

– Pra alguma coisa útil o infeliz do Natã serviu. – diz enquanto espera sua vez de jogar.

*************************************

Já no caminho para o tal barzinho, Barbara parecia um pouco desconfortável. Renato puxava assunto para que ela ficasse mais a vontade.

– O cara daquele dia, o folgado que queria te bater, de onde você conhece?

– É ex namorado da minha amiga.

– Ex namorado é um porre. Quer voltar com ela é isso?

– Mais ou menos. A história deles é um pouco complicada, prefiro não falar sabe?

– Entendi, pode deixar, não toco mais no assunto.

Renato gostou do posicionamento de Barbara. Ela poderia ter falado da vida da amiga, mas preferiu cortar antes que ele fizesse mais alguma pergunta relacionada. Ele detestava mulher fofoqueira e já percebia que Barbara não era uma dessas.

Enquanto pensava em algo pra puxar assunto, viu que Barbara limpava os óculos na blusa. Parecia uma coisa boba, mas decidiu usar aquilo para conversar com ela.

– Usa óculos faz tempo?

– Muito, desde criança – diz os colocando de volta – No começo eu não gostava, me achava feia com eles, mas depois de tanto tempo acabei acostumando.

– Já experimentou usar lentes?

– Todo mundo me pergunta isso – diz rindo – Já tentei, mas eu sempre acabo rejeitando, dá alergia e tal. Melhor deixar assim mesmo.

– Entendi. Mas você fica bem de óculos, porque acha que fica feia com eles?

– Hoje nem acho mais, acostumei mesmo. Melhor ser feia do que cega né? – diz rindo e fazendo Renato rir também.

– Você não é feia. É séria.

– Cara de brava?

– É – confirma rindo.

– Todos dizem isso quando me conhecem, mas depois vêem que sou legal.

– Eu já estou vendo isso. – diz olhando pra ela com um sorriso, mas dessa vez ela não desvia e o retribui.

– Chegamos. – diz Renato enquanto deixa o carro em um estacionamento e ela olha a rua onde o barzinho ficava.

– Já ouvi falar daqui, mas nunca tinha vindo antes.

– Eu já cheguei a vir algumas vezes. Saio bastante sozinho.

Eles saem rumo à entrada. Barbara coloca as mãos nos bolsos traseiros da calça e Renato faz o mesmo nas suas, mas nos bolsos da frente.

Na recepção ambos apresentam os documentos e ao entrar Barbara ri ao conversar com ele.

– Gosto de ser mulher por isso, deu tempo de pegar o VIP.

Ele ri e faz um gesto para que ela o siga. Havia uma mesa próxima do palco e não estava reservada.

– Você me deu sorte Barbara, pegamos uma mesa boa.

Eles sentam e começam a conversar, aproveitando que o ambiente ainda estava tranquilo.

– Quer beber alguma coisa? – pergunta ele.

– Agora não, obrigada.

– Aproveita, quem vai dirigir sou eu, você pode beber a vontade. – diz rindo.

– Eu não bebo.

– Nadinha?

– Alguma coisinha, mas muito raramente. Não bebo, não fumo, não tenho vicio nenhum.

– Duvido.

– É sério.

– Você com certeza têm um vicio que toda mulher tem: Chocolate.

Barbara sorri.

– Ah, mas é um vicio que não faz mal.

– Sabia! – diz rindo.

– E você, tem algum?

– Não. Bebo de vez em quando também, mas geralmente quando estou com amigos e mesmo assim não bebo a metade do que eles bebem. Não fumo também.

– Mas do mesmo jeito que você deduziu o meu por chocolate, posso arriscar e deduzir um seu.

– Hum... – diz Renato olhando pra ela.

– Vídeo game.

Ele se recosta na cadeira, encenando uma cara de espanto.

– Você é boa mulher! – diz rindo – Admito, vídeo game é a melhor coisa pra desestressar alguém. Mas pra você deve ser um exagero eu falar assim.

– Exagero nada, eu também jogo.

– Sério mesmo?

– Sério. Até tenho um em casa. – diz rindo.

– Você é rara sabia? – diz com ar de encantamento – O que você costuma jogar?

– De tudo um pouco, só não sou muito fã de jogos de tiro. Mas jogo Mortal Kombat, God of War, Assassin's Creed…

– Tenho todos esses. Futebol você joga também?

– Eu tento, mas nunca ganho – diz rindo.

– Qualquer dia marcamos e eu te ensino também.

– Beleza – diz ela com um sorriso discreto.

Eles conversam mais um pouco até a banda começar a tocar. Barbara gostava daquele estilo de som, o que lhe fez bem, pois não voltou a lembrar em nenhum instante das lembranças amargas do passado.

Ao fim da apresentação Renato a apresenta para o primo e os outros caras da banda. Ficam mais um tempo, até que ele pergunta se ela quer ir embora.

– Ah, estou gostando daqui, mas se você quiser ir, vamos então.

– Está gostando mesmo ou não quer me deixar chateado?

– Sério, estou gostando daqui sim.

– Tudo bem, ficamos mais um tempo então. Quer dançar?

– Oi? – pergunta se fazendo de desentendida.

– Dançar. Ou vai querer ficar aqui sentada o resto da noite?

– Eu não sei dançar Renato.

– Nem eu.

– Então porque me chamou pra dançar se nem você sabe?

– Pra não pagar mico sozinho. – diz fazendo uma careta engraçada.

– Espertinho... – diz rindo.

– Tudo bem, você não quer pagar mico comigo, vamos ficar aqui mesmo então, conversar mais um pouco. Está bom assim?

– Está. Tudo bem pra você se for assim?

– Ótimo.

Eles conversam por mais algum tempo. Um já se sentia mais a vontade na companhia do outro. Após algum tempo Renato nota que as pessoas já estavam indo embora.

– Quer ir agora?

– Melhor, se não vão expulsar a gente daqui. – diz Barbara rindo.

Renato paga as comandas e seguem até o estacionamento. Ao chegar ao carro Barbara mexe em sua bolsa. Tirando a sua carteira de dentro dela.

– O que vai fazer? – pergunta Renato enquanto dá a partida no carro.

– Pagar o estacionamento.

– Eu já paguei.

– Eu sei, por isso mesmo, vou pagar pra você.

– Não estou cobrando nada e não vou aceitar dinheiro nenhum também.

– Como não? Você pagou a minha comanda lá dentro.

– Porque eu quis.

– Renato...

– Eu não quero Barbara, por favor.

Ela pega a carteira e guarda na bolsa mais uma vez. Seu rosto estava sério.

– Ficou brava porque não quis seu dinheiro?

– Brava não, só não acho justo. Parece que estou explorando você.

Renato ri e Barbara percebe o quanto seu sorriso é bonito.

– Eu te convidei Barbara. E pode ficar de boa, não me senti nem um pouco explorado por você, muito pelo contrario.

Ela o olha sem entender.

– Lembra que quando chegamos disse que costumo sair sozinho?

– Sim.

– É chato sair sem ter alguém pra conversar, pra dar risada. Gostei muito de ter a sua companhia hoje.

Ele olha para a jovem e sorri mais uma vez. Ela sorri também, mas abaixa a cabeça em seguida.

Eles seguem conversando até que enfim chegam a casa de Barbara. Ele estaciona o carro e desliga alguns instantes.

– Está entregue.

– Obrigada. Desculpe qualquer coisa...

– Desculpa do que?

– Sei lá, se eu dei alguma mancada sem perceber, não sei.

Renato sorri, deixando Barbara sem jeito mais uma vez na noite.

– Já disse que adorei a sua companhia. Vou querer ter mais vezes... Se você quiser também.

– Também gostei muito da sua e vou querer ter mais vezes também.

Renato sorri e pega seu celular do bolso.

– Não tenho seu número ainda.

Barbara diz seu telefone e assim que termina sente o próprio celular vibrar na bolsa. Ela pega e vê uma chamada perdida.

– Esse é o meu número, não se esquece de salvar na sua agenda. – diz Renato guardando o celular no bolso novamente.

– Pode deixar, com certeza não vou esquecer. – diz dando um sorriso e recebendo outro de volta.

– Boa noite. – diz Renato se curvando e dando um beijo no rosto dela.

– Pra você também.

Barbara sai do carro e abre o portão de casa. Olha para o carro e vê que Renato acenava para ela, esperando até que ela entrasse.

Já dentro de casa ela vai até seu quarto, tomando cuidado para não fazer barulho. Sente seu celular vibrar mais uma vez. O pega e vê uma mensagem de texto de um número ainda não salvo em seus contatos.

“Já ia me esquecendo, você me deve uma dança! Boa noite. Beijos, Renato”.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Mereço reviews? Por favor, digam que sim =)
Bjus e até o próximo!