Sem Medo De Recomeçar escrita por Nyne


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Hello leitoras queridas do meu coração =)Aqui vai + um capítulo fresquinho pra vcs espero que gostem =)Bjus e ótima leitura =)



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Raquel congelou. Estava sozinha agora e morrendo de medo por dentro. Mesmo assim não se permitiu mostrar isso a ele.

– Será que agora podemos conversar sem interrupções?

– Não quero falar mais nada com você. Você é um animal Natã, quase bateu na minha amiga!

– Ela que começou falando o que não deveria, pediu por isso.

– Ela estava me defendendo de você e depois de hoje pude ter certeza que ela tinha motivos pra isso.

– Sem drama Raquel, por favor. Eu fiquei nervoso.

– Não interessa suas desculpas. Agora vai embora.

– Não sem antes falar com você.

Ele se aproxima, deixando Raquel nervosa. Ela olha em volta e percebe que as luzes dos vizinhos estavam acesas, qualquer coisa gritaria e correria pra lá.

– Fala, mas fica longe de mim.

– Está com medinho?

– Fala logo antes que eu mude de idéia.

– Tá bom, tudo bem, dessa vez vou fazer do seu jeito... Como disse antes da sua amiga idiota surtar, estou arrependido das coisas que te falei no outro dia. Não devia ter tratado você daquele jeito.

– Percebeu isso um pouco tarde não acha?

– Foi mal Raquel, não sei o que deu em mim pra falar aquilo.

– Não? Você pareceu bem certo de cada palavra que me dizia, especialmente quando disse que seria melhor meu filho e eu morrer.

– Sei lá porque falei aquilo. Mas estou arrependido, sério mesmo.

– Você levou um fora não é?

– Eu que dei um fora nela.

– Ah é? Por quê? Deixa ver se adivinho. Ela devia ser virgem, você foi pra cama com ela e depois disso misteriosamente percebeu que não a amava como imaginava. Não, melhor, você descobriu que nunca a amou de verdade.

– Porque está fazendo isso? Tirando uma com a minha cara?!

– Não estou tirando uma com a sua cara, só que já vi esse filme antes.

Ele fica algum tempo em silêncio, até voltar a falar.

– Eu fui um babaca com você, mas quero consertar as coisas. Quero cuidar de você e do nosso filho.

– Como? Nosso filho? Agora é nosso?

– Sempre foi.

Raquel sorri nervosa e seus olhos se enchem d’água.

– Sim Natã, foi, mas foi meu filho, desde o inicio ele foi meu filho, só meu. Mas não precisa se sentir na obrigação de fazer algo por ele. Não precisa mais.

– Porque está falando assim?

– Por quê? Parabéns Natã, seu desejo se tornou realidade, ou pelo menos parte dele.

– Ainda não estou entendendo.

– Você desejou que eu e o bebê sumíssemos da sua vida, você disse que poderíamos morrer certo? Pois é isso. Meu filho morreu Natã. Eu perdi o bebê.

O semblante dele muda, ficando frio, vazio.

– Você está mentindo.

– Queria estar, mas não estou. Aconteceu a mais ou menos duas semanas. Fiquei péssima, não comia, peguei dias de licença no trabalho, não ia pra faculdade...

Enquanto ela falava, Natã andava em círculos, ainda não acreditando no que acabara de ouvir.

– Quem esteve do meu lado a todo instante foi a Barbara, a mesma que você ofendeu e quase bateu. Ela se preocupou comigo, alias, se preocupa, sabe o quanto sofri com você.

Natã chorava copiosamente. Até poderia estar sentindo algo, mas para Raquel não passava de remorso, algo para comover a ela, mas não funcionaria, não mais.

– Meu Deus Raquel, me perdoa. Me deixa reparar o mal que te fiz.

– Quer fazer isso mesmo?

– Claro que quero.

– Certo. Sabe como pode fazer isso? Some daqui, desaparece. Se algum dia me ver na mesma calçada que você, atravessa a rua.

– É isso que você quer?

– É.

– Mas e o amor que você disse que tinha por mim?

– Morreu junto com o meu filho. Agora some daqui Natã, some! – diz gritando, o que atraiu a atenção dos vizinhos.

Temendo que algum deles fizesse algo, Natã vai embora, nem olha para Raquel, mas ela percebe que suas lágrimas falsas já não existiam mais.

Ela entra em casa com o coração disparado. Seus pais já dormiam. Ela segue até seu quarto e lá tranca a porta, encostando-se a ela respirando aliviada.

– Acabou. Graças a Deus acabou.

**********************************************

No fim de semana as garotas remarcam o boliche, já que no dia combinado tudo deu errado.

Barbara passa na casa de Raquel para busca-lá e a amiga conta sobre o que aconteceu na noite da confusão.

– Ele teve a cara de pau de vir aqui?

– Teve, mas duvido que ele volte, depois de tudo o que falei pra ele.

– Eu nem teria dado atenção pra ele. E tem mais, esse papinho de arrependimento dele é tudo furada, com certeza veio atrás de você porque tomou um pé na bunda da outra lá.

– Eu sei disso, mas foi bom falar com ele. Agora me sinto mais leve.

– Bom, se isso te fez bem, então ótimo. Mas caso ele resolva aparecer de novo, não dá trela.

– Pode deixar! – diz Raquel fazendo como soldados batendo continência.

Ao chegar ao boliche encontram as amigas da faculdade as aguardando do lado de fora. Todas entram juntas e vão pegar os tênis específicos para jogar. Barbara não pega.

– Não vai pegar Barbara? – pergunta uma das garotas.

– Eu não sei jogar isso, só aceitei vir por vocês.

– Não sabe aprende, ensinamos você.

– Não precisa meninas, joguem aí e eu fico olhando.

Uma das garotas fala com Raquel sobre Barbara, que olha a amiga e diz.

– Deixa ela, daqui a pouco a cabeçuda muda de idéia.

Barbara ficou sentada nos bancos apenas observando as amigas. Por dentro queria muito jogar, mas estava morrendo de vergonha de fazer algo errado por não saber.

Ela se divertia tirando sarro das garotas, mas não saia do banco de forma alguma.

O boliche estava cheio, vários grupos de pessoas jogavam lá naquela noite. Barbara sorria vendo a alegria das amigas quando repara que alguém parava ao seu lado e falava com ela.

– Porque você é a única que não joga?

Como estava sentada levanta a cabeça na direção de onde vinha a voz, que por sinal não lhe era estranha.

– Porque sou a única que não sei jogar. – responde sorrindo.

– Aprende – diz o rapaz sentando ao lado dela.

– Ah não, tenho vergonha de pagar mico aqui na frente de todo mundo.

– Acha que todo mundo que está aqui sabe jogar?

– Olhando assim por cima parece que sim.

– Nada, tudo fachada. – diz sorrindo pra ela – Eu sei um pouco, se quiser te ensino.

Barbara olha o rapaz com certa desconfiança. Sentia que o conhecia, mas não sabia de onde.

– Pode parecer a cantada mais furada do mundo, mas eu acho que conheço você de algum lugar, só não me lembro da onde...

– Da faculdade. Me conhece de vista.

Ela ainda não parecia muito convencida com aquilo.

– Sou o cara que se meteu na sua briga com um cara metido a valentão...

Enfim ela lembrou e ficou morta de vergonha.

– Meu Deus é verdade! Desculpa por não ter me lembrado de você.

– Tudo bem – responde sorrindo – Você estava nervosa aquele dia, normal não lembrar, aliás, meu nome é Renato.

– Prazer, o meu é Barbara.

– Barbara... – diz olhando para ela que parecia meio sem jeito – Você é sempre brava daquele jeito?

– Nem sempre, só quando vejo alguém querendo fazer a mim ou alguém que eu gosto de bobo.

– Entendi. Eu gosto de mulher brava. Acho bonito.

Barbara fica sem graça e tenta desconversar.

– Você faz faculdade do que?

– Farmácia e você?

– Administração.

Eles continuam conversando, até que Raquel vê. Dá uma risadinha pra Barbara que fica sem jeito. Renato olha e ri também.

– Acho que sua amiga quer que você jogue.

– Ela está enchendo o saco desde a hora que chegamos, mas eu já disse que não sei jogar.

– E eu já disse que te ensino. Você não tem desculpa.

– Mas e você? Não disse que veio com um grupo de amigos também? Eles também vão querer que você jogue.

– Isso é fácil de resolver. Jogamos contra, meus amigos contra suas amigas.

– Contra? Aí você não vai me ensinar, vai querer que eu erre todas as jogadas mesmo.

– Dessa vez eu fico de fora, até você aprender. Depois tiro um contra com você também.

Barbara sorri.

– Me convenceu. Vou falar com as meninas e pegar um par desses tênis estranhos e já venho.

Renato sorri e vai chamar os amigos.

Assim que Barbara conta para as amigas, todas gostam da idéia, mas Raquel parece ser mais rápida que as demais.

– Se você não jogasse com um cara daqueles se oferecendo pra te ensinar, batia em você.

– Engraçadinha. Não lembra dele?

– É o cara que defendeu você do Natã.

– Como você sabe?

– Lembrei dele e ele se lembrou de você, que é o mais importante.

– Raquel, você é uma palhaça sabia? – diz rindo em seguida.

Raquel também ria quando faz um sinal discreto com a cabeça, mostrando que Renato já se aproximava.

– E aí, pronta?

– Na verdade não, mas beleza.

– Relaxa, não é tão difícil quanto parece. – diz rindo.

Renato ensina passo a passo para Barbara como deve jogar. No começo ela parece desconfortável, sem jeito por estar fazendo as coisas erradas e por ter Renato tão próximo, afinal para que ele a ensinasse o contato físico era necessário.

Algumas jogadas depois Barbara parece ter pegado o jeito.

– Você prende rápido. Acho que posso tirar o meu contra com você agora.

– Não senhor, acabei de aprender, não vale.

– É medo de perder? – pergunta com uma risadinha cínica.

Barbara o olha séria.

– Quem começa? Você ou eu?

– Primeiro as damas. – diz Renato cordialmente.

Barbara começa e erra logo na primeira jogada. Renato por sua vez faz um strike logo de cara. Após algumas rodadas o jogo termina com o placar de 8X2 para Renato.

– Nervosa?

– Não, fui bem pra quem nunca jogou.

Renato sorri.

– Quer dar uma esticada na noite?

– Como? – pergunta Barbara surpresa.

– A banda de um primo meu vai tocar em um barzinho aqui perto, quer ir comigo?

Barbara sente seu estomago congelar.

– Eu não posso.

– Por que não? Já tinha compromisso pra hoje além do boliche?

– Não, quer dizer, tenho que levar a Raquel em casa, sou a carona dela sabe?

– Ela pode ir também se quiser. Meus amigos vão também, podemos ir todos.

Barbara se mostra empolgada, mas ao mesmo tempo confusa.

– E aí, vamos?

– Vou falar com elas, só um minuto.

Barbara vai e fala com as amigas. Todas já tinham compromisso, com exceção de Raquel.

– Bom, então vou falar pra ele que não vai dar.

– Hei, não vai dar pra elas, pra você porque não daria? – pergunta Raquel séria.

– Eu tenho que te levar em casa.

– Ah Barbara, para vai! Uma das meninas pode me dar uma carona hoje, ou eu pego um ônibus. Não se prenda por mim. Ou você está com medo?

– Medo? Medo de que?

– De sair com o cara.

– Claro que não, de onde tirou isso?

– Então vai lá falar com ele que você vai ao tal barzinho sim.

– Ah Raquel...

– Barbara, dá pra ver na sua cara que você quer ir.

– E quero... Mas sei lá.

– Vai. Você merece e sabe bem do que estou falando.

Barbara olha para Renato ao longe. Ele conversava com os amigos.

– Seja o que Deus quiser, eu vou.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado =)
Deixem reviews com suas opiniões, são muito importantes pra mim, nunca se esqueçam disso hein!Bjão!