Olhei para eles e vi que estavam meio assustados com a cena, olhei para o meu irmão e ele olhava sem expressão para eles, Marcelo foi o primeiro a se aproximar.

- Oi.- Eu disse sem olhar para ele com medo da sua reação.

- Oi, Al, posso falar com você em particular?- Ele perguntou frio.

- Pode.- Eu disse e fui para longe do meu irmão e dos meus amigos que agora me olhavam decepcionados.

- Então.... você escolheu o outro lado?- Ele disse me olhando com nojo.

- Não, é que.... como eu posso explicar?..... Ele é meu.- Eu gaguejei e não soube o que dizer.

- O seu namorado?!- Ele disse irritado.

- NÃO, que nojo, ele é o meu irmão gêmeo, nossa, que nojo.- Eu disse e ele sorriu de canto.

- E por que você nunca falou que ele é o seu irmão? Você sabe o que ele já fez pra nós?- Ele perguntou voltando a ficar sério.

- Eu sei, mas lembra que eu sempre fiquei com vocês esse tempo todo, ele ria da minha cara não só quando eu tava com vocês, mas em casa também, eu poderia ta no outro grupo e escolhi andar com quem?  E sabe por que?- Eu despejei em cima dele e vi que os outros começaram a se aproximar.

- Você escolheu andar com a gente, mas escondeu que era o irmão desse garoto.- Ele disse agora só triste.

- Irmã? Você é irmã daquele retardado?- Lilian perguntou rindo e todos estranhamos a reação dela.

- Sim, mas por que você ta rindo?- Eu perguntei sem entender nada e ela veio me abraçar, retribui, mas ainda não entendia nada.

- Porque mesmo você sendo irmã dele, escolheu andar com a gente, os "fracassados".- Ela disse fazendo aspas com os dedos e eu sorri.

- Porque vocês são bem melhores que eles.- Eu disse sorrindo e ela também sorriu, me soltou e vi que poucos ali não me olhavam torto.

- Acho melhor você continuar com ele.- Marcelo disse vendo que o meu irmão não estava com uma cara muito boa.

- Okay, mas depois nós conversamos.- Eu disse olhando para todos.

Ninguém respondeu então eu voltei até o meu irmão que não falou nada eu foi até a máquina de luta e colocou uma ficha para jogar, como eu não tinha nada para fazer, fui jogar Guitar Hero e como sempre perdi poucas notas, logo eu e Carlos saímos do shopping, ainda em silêncio.

- Então, o que os seus amigos disseram?

- A maioria não disse nada e provavelmente estão bravos comigo, mas a Lilian aceitou e acho que o Marcelo também.- Eu disse enquanto entrava no carro, ele também entrou, mas não fez nenhum comentário.

Chegamos ao parque em que eu ia para fotografar e logo vi que aquele era o dia perfeito, vários casais, crianças, cachorros, pessoas andando e conversando, então peguei a câmera e comecei a tirar várias fotos enquanto Carlos mexia no celular, a tarde estava bem tranquila até eu ver a maldita ruiva, lembrei dela e do Niel, então fui me sentar com o meu irmão.

- Já parou?- Ele perguntou sem deixar de mexer no celular.

- Poisé, perdi a vontade.- Eu disse olhando as fotos que eu já tinha tirado.

- Então arranja alguma coisa pra fazer, o Marcelo ta vindo aí e a gente tem que esperar.- Ele disse sorrindo de canto.

- Você que chamou?- Perguntei sem vontade.

- Ele que se convido, mas então, vai parar de tirar as fotos só por causa da ruiva?- Ele disse agora me olhando e sorrindo irônico.

- Vai se fude e não é por causa dela.- Eu disse brava por ele ter tocado no assunto ruiva.

- Tudo bem, bravinha.-Ele disse rindo.

- Muito engraçadinho você e o Marcelo vai demorar?- Eu perguntei já cansada de esperar.

- Acho que não, ele disse olhando para o celular.

E vinte minutos depois eu já não aguentava mais esperar, eram três horas da tarde e eu já estava pensando na possibilidade de voltar a pé para casa, quando um Niel sorridente para na nossa frente.

- Boa tarde para quem matou aula hoje.- Ele disse sorrindo, mas eu me mantive séria e olhei para o meu irmão que estava me olhando, vermelho de tanto segurar o riso.

- Desgraçado.- Eu sussurrei e ele não aguentou, começando a gargalhar me deixando mais irritada e Niel, confuso.

- Então, o que eu perdi?- Ele perguntou sentando do meu lado e me dando um beijo na bochecha.

-Nada não, mas então, eu tenho que fazer umas coisas e a Al quer tirar as fotos dela e tal, Niel você pode leva ela pra casa depois?- O meu irmão disse já se levantando.

- Claro.- Niel respondeu sorrindo.

- Não precisa não, eu vo com o Carlos.- Eu disse me levantando, mas senti uma mão me segurando e virei, Niel segurava a minha mão e me olhava com uma cara de cachorro perdido, que com certeza não combinava com ele.

- Fica ae, maninha, depois a gente se fala.- Carlos saiu rindo(le-se: gargalhando) e eu voltei a me sentar.

Peguei a câmera e comecei a tirar fotos com o zoom, mas não ficavam muito boas, então levantei e comecei a andar, tirava de fotos várias coisas, então ouvi um gritinho e virei, quando o fiz vi a ruiva pendurada no pescoço do Niel, em um ato automático, tirei uma foto deles que notaram por causa do barulho, primeiro ela me olhou com nojo e depois veio correndo, parou na minha frente e abriu o sorriso mais falso do mundo.

- Oi, posso ver a foto?- Ela perguntou com uma voz fina e chata, levantei os ombros e mostrei a foto.

- Gostou?- Perguntei fingindo educação.

- AMEI, Niel olha essa foto que LINDA.- Ela disse dando gritinhos e pulinhos, Niel olhou fazendo careta para ela e depois veio ver a foto, mostrei e ele sorriu me olhando.

- É, essa foto ta linda, mas tem algumas coisas que depois eu acerto com a fotógrafa.- Ele disse e piscou pra mim, eu só voltei a fotografar qualquer coisa e deixei o casalzinho em paz.

Depois de uma meia hora vi a ruiva passar por mim com cara de poucos amigos e Niel vinha sorrindo, parou do meu lado e ficou me olhando fotografar.

- Então, já pode ir me levar?- Eu perguntei sem olhar para ele.

- Posso, mas então, o que vai fazer hoje?- Ele perguntou enquanto íamos para o carro dele.

- As garotas vão dormir lá.- Eu respondi vagamente.

- Legal e o que você vai fazer amanhã?- Perguntou e eu suspirei.

- Qualquer coisa.- Respondi sem vontade.

- Pode fazer isso comigo?- Ele perguntou e eu o olhei fazendo careta, ele me olhou e começou a rir.

- O que você quer fazer?- Perguntei voltando a olhar para frente.

- Qualquer coisa.- Ele respondeu sorrindo de canto.

- Então faça sozinho.- Eu respondi fria e ele me olhou meio assustado com a resposta.

Fomos até o carro em silêncio, ele abriu a porta para mim, eu entrei e liguei o rádio, ele fez a volta, entrou e saiu, o caminho inteiro ficamos em silêncio e quando chagamos ele trancou as portas, o olhei e ele sorriu.

- Tava pensando, sabe aquela foto que você tirou?- Ele disse e eu acenei com a cabeça sinalizando que lembrava da foto dele com a ruiva.

- Que tal se você apagasse? Eu briguei com essa garota hoje e acho que não tem volta.- Ele disse ainda sorrindo.

- E o que você fez de tão ruim pra ela?- Eu perguntei curiosa.

- Disse que eu quero uma outra garota agora.- Ele disse me olhando nos olhos.

- Que bom pra essa garota, então eu vo apaga a foto, já posso sair?- Eu falei sem demonstrar nenhuma emoção.

- Obrigada e só pode sair depois que me der um beijo.- Ele disse apontando para a própria bochecha.

Me aproximei para beijar a bochecha dele, mas...